PORTUGUÊS 3 - CRÔNICA - 8º ANO

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ANOS FINAIS – LÍNGUA PORTUGUESA - 8º ANO ALUNOS

Orientações aos alunos  Não precisa copiar o texto “pensar em nada “;  Copie as questões e responda no caderno de língua portuguesa;  Numerar corretamente as questões;  Ler o texto várias vezes e, de preferência uma das vezes em voz alta para alguém da sua família;  Produzir um texto limpo e sem erros de ortografia, faça um rascunho antes e use um dicionário como apoio na escrita. Pode ser o Google também.  Capriche na produção do texto!!! Atividade 1 Leia atentamente o texto abaixo para responder às questões que seguem. Pensar em nada Assim como numa família de atletas um garoto deve encontrar certa resistência ao começar a fumar, fui motivo de piada entre alguns parentes – quase todos intelectuais – quando souberam que eu estava correndo. “O esporte é bom pra gente”, disse minha avó, num almoço de domingo. “Fortalece o corpo e emburrece a mente.” Hoje, dez anos depois daquele almoço, tenho certeza de que ela estava certa. O esporte emburrece a mente e o mais emburrecedor de todos os esportes inventados pelo homem é, sem sombra de dúvida, a corrida – por isso que eu gosto tanto. Antes que o primeiro corredor indignado atire um tênis em minha direção (número 42, pisada pronada, por favor), explico-me. É claro que o esporte é fundamental em nossa formação. Não entendo lhufas de pedagogia ou pediatria, mas imagino que jogos e exercícios ajudem a formar a coordenação motora, a percepção espacial, a lógica e os reflexos e ainda tragam mais outras tantas benesses ao conjunto psico-moto-neuro-blá-blá-blá. Quando falo em emburrecer, refiro-me ao delicioso momento do exercício, àquela hora em que você se esquece da infiltração no teto do banheiro, do enrosco na planilha do Almeidinha, da extração do siso na próxima semana, do pé na bunda que levou da Marilu, do frio que entra pela fresta da janela e do aquecimento global que pode acabar com tudo de uma vez. Você começa a correr e, naqueles 30, 40, 90 ou 180 minutos, todo esse fantástico computador que é o nosso cérebro, capaz de levar o homem à Lua, compor músicas e dividir um átomo, volta-se para uma única e simplíssima função: perna esquerda, perna direita, perna esquerda, perna direita, inspira, expira, inspira, expira, um, dois, um, dois. A consciência é, de certa forma, um tormento. Penso, logo existo. Existo, logo me incomodo. A gravidade nos pesa sobre os ombros. Os anos agarram-se à nossa pele. A morte nos espreita adiante e quando uma voz feminina e desconhecida surge em nosso celular, não costuma ser a última capa da Playboy, perguntando se temos programa para sábado, mas a mocinha do cartão de crédito avisando que a conta do cartão “encontra-se em aberto há 14 dias” e querendo saber se “há previsão de pagamento”. Quando estamos correndo, não há previsão de pagamento. Não há previsão de nada porque passado e futuro foram anulados. Somos uma simples máquina presa ao presente. Somos reduzidos à biologia. Uma válvula bombando no meio do peito, uns músculos contraindose e expandindo-se nas pernas, um ou outro neurônio atento aos carros, buracos e cocôs de cachorro. Poder, glória, dinheiro, mulheres, as tragédias gregas, tá bom, podem ser coisas boas, mas naquele momento nada disso interessa: eis-nos ali, mamíferos adultos, saudáveis, movimentando-nos sobre a Terra, e é só. (Antonio Prata. Pensar em nada. Runner’s World, n.° 7, São Paulo: Editora Abril, maio/2009.) 1

ANOS FINAIS – LÍNGUA PORTUGUESA - 8º ANO ALUNOS

Vocabulário: lhufas: Bulhufas. Chongas. Nada. Benesse é um termo de origem portuguesa clássica e tem como conotação o de fazer uma Doação, sem fins lucrativos, ou seja de nada pedir em troca. tragédia: Mau fado; desgraça, infortúnio. Algo trágico que acontece na vida de alguém ou algo. Interpretação de texto 1) O texto “Pensar em nada”, de Antônio Prata, é uma crônica. Esse texto tem um título que se pode justificar só ao final da leitura, associando-o a uma determinada atividade. Com relação a esse aspecto, responda ao que se pede. a) Qual é essa atividade? Transcreva a descrição dela feita pelo cronista. b) Qual e a relação entre essa atividade e o titulo? Justifique sua resposta. 2) Ao longo do texto apresentado, percebemos que o cronista nos conduz com sutileza e humor para um sentido de “emburrecer” bem diferente do que sugere a fala de sua avó. a) Qual é o sentido para o cronista? b) Qual é o sentido para sua avó? 3) Retome a crônica e indique que elementos do cotidiano ela apresenta. 4) Antônio Prata aponta uma série de preocupações existenciais do cronista ou de todas as pessoas. A esse respeito, responda. a) Quais são essas preocupações? b) Depois da expressão dessas grandes preocupações, o cronista imagina que ocorre uma ligação da moça do cartão de crédito. Qual é a função dessa chamada telefônica? Atividade 2 Produção de crônica argumentativa Elabore uma crônica argumentativa em que, a partir da relação familiar, presente no trecho abaixo, o cronista discuta a dificuldade de o filho ter voz, ser ouvido e ser respeitado. Você pode criar seu texto com um conflito semelhante entre pai e filha. Não se esqueça de dar título à sua crônica. → Não se lembrava de jamais ter ouvido o pai cantar ou mesmo assobiar. Maneco Terra era um homem que falava pouco e trabalhava demais. Severo e sério, exigia dos outros muito respeito e obediência, e não admitia que ninguém em casa discutisse com ele. "Terra tem só uma palavra", costumava dizer. E era verdade. Quando ele dava a sua palavra, cumpria, custasse o que custasse.” ...continue o texto. Escreva no mínimo mais 15 linhas. Atividades

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Habilidades (EF89LP33)2 A. Compreender o tema central das crônicas, demonstrando compreensão global do texto. B. Reconhecer o tom da crônica (escrita, audiovisual, digital) na leitura de diferentes textos. C. Compreender a crônica como uma narrativa objetiva e sintética, que costuma apresentar comentários sobre pequenos acontecimentos, sem expressar sentimentos pessoais do autor. (EF69LP47) A. Identificar, em crônicas (escrita, audiovisual, digital): a. o momento, o flagrante do dia a dia, do cotidiano, captado pelo cronista; b. os tipos de personagens descritos na crônica - fictícios ou reais; c. o tipo de desfecho, que embora possa ser conclusivo, nem sempre representa a resolução do conflito, deixando a cargo da imaginação do leitor a conclusão da história.

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