Acts of Honor 2 - An Act of Salvation

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Disponibilização: Eva Tradução: Monica, Cris, Mayo, Marina, Cassia Marcia, Kitty Revisão Inicial: Barbara F, Sahsb Revisão Final: Sophy Glinn Leitura Final: DeaS Conferência: Thay Formatação: Niquevenen e Eva

Maio/2020

À S VEZES , DUAS PEÇAS QUEBRADAS FORMAM UM TODO . E LE É QUEM ELA SEMPRE AMOU . E LA É A ÚNICA QUE ELE NUNCA PODERIA TER . U MA NOITE PROIBIDA DE PAIXÃO RESULTOU EM ANOS DE DESGOSTO QUANDO ELE SE AFASTOU .

A GORA ELA ESTÁ EM PERIGO E PRECISA DA SUA AJUDA .

C ONFIAR NÃO É FÁCIL PARA O AGENTE DO FBI N ICK S TONE , ESPECIALMENTE QUANDO SE TRATA DE AMOR , MAS ARRISCARÁ TUDO POR

K ATELYN S LADE .

I NCLUINDO SEU CORAÇÃO . BALAS VOAM , TRAIÇÕES SÃO EXPOSTAS E AS CHAMAS DO SEU PASSADO SE

ACENDEM .

S UA

PROTEÇÃO PODE SER O QUE A SALVA , MAS NO FINAL , ELA SERÁ SUA SALVAÇÃO .

Dedicatória

Esta história é dedicada à garota que a inspirou. Katelyn, obrigada por não ser apenas uma esteticista incrível, mas também minha amiga. Você me apoia desde o começo e isso significa mais do que jamais saberá. Espero que encontre seu próprio Nick Stone um dia, um homem que a amará e valorizará da maneira que merece. Esta história é para você.

PRÓLOGO Katelyn Sete anos de idade “Onde você está, sua putinha? Saia, agora!” Meu coração bate forte no peito enquanto olho em volta do meu quarto, procurando freneticamente um esconderijo antes que meu pai possa me encontrar. Kolan irrompe pela porta adjacente do banheiro que liga nossos quartos, vestindo apenas shorts. Ele me acena; o olhar aterrorizado em seu rosto combina com o meu. “Vamos, Kate, se apresse.” Corro o mais rápido que minhas pernas trêmulas permitem e ele rapidamente me leva até seu armário. “Entre aqui e não saia, não importa o quê, ok?” “Mas e você?” Sussurro com medo. Papai o machucará muito se ele também não se esconder. “Não se preocupe comigo, apenas entre aí.” Antes que possa discutir mais, ele me empurra e me dá um olhar severo. “Quero dizer isso, Katelyn, não saia...não importa o quê.” Ele ordena antes de fechar as portas, deixando-me na escuridão. Odeio o escuro. Passo muito tempo nele. “Quando encontrar você, garotinha, vou te esfolar!” Enterro-me mais fundo na parte de trás do armário, meu pequeno corpo treme de medo com sua voz ameaçadora. O som

da porta do quarto abrindo me faz estremecer. Através das ripas do armário, vejo meu pai, seus olhos vermelhos e vidrados se arregalam de fúria enquanto segura o grosso cinto de couro em suas mãos. Ah não! “Ela não está aqui!” Kolan grita, parado na frente do armário, protegendo-me com uma intensidade muito maior que os seus dez anos. Papai sabe que ele mente. “Sai do meu caminho, garoto.” “Não!” Um estalo alto ecoa no ar antes que veja Kolan cair no chão. Cubro a boca, tento conter meu soluço. Terror me domina quando meu pai toca a porta do armário. “Não! Ela não fez isso.” Kolan grita, pulando de volta. “Fui eu, eu quebrei seu copo estúpido.” Oh não, o que ele está fazendo? Fui eu quem o quebrou, mas foi um acidente, e mamãe já gritou comigo por isso. Papai não se importa. Ele procura por qualquer

motivo

para

nos

machucar,

porque

nos

odeia,

especialmente Kolan. “Você está mentindo, mas terei prazer em te fazer pagar por isso, seu merda!” “Não!” Grito, mas ele não pode me ouvir, o único som que pode ser ouvido é a violência do meu pai quando a solta em Kolan, o cinto atingindo suas costas nuas. “Por favor pare!” Imploro com um soluço. Quero ajudar, mas sei que não posso. Kolan vai ficar

tão bravo comigo se eu sair. Fiz isso uma vez antes e não terminou bem para nenhum de nós. Sabendo que não há nada que possa fazer, cubro impotentemente meus ouvidos e fecho os olhos com força, tento acalmar o horror de meu pai machucando meu irmão. “Kolan”, Chamo seu nome repetidamente, desejo poder ajudá-lo. Isso é tudo minha culpa. Devia ser mais cuidadosa ao tentar beber um copo de água. Depois de um tempo, não ouço nada além do som dos meus próprios gritos. Afasto minhas mãos dos ouvidos e ouço apenas gemidos suaves e dolorosos. Com a visão embaçada, espio pelas venezianas e vejo que meu pai se foi. Abro lentamente a porta e saio em silêncio. Kolan está deitado em sua cama, enrolado numa bola de costas para mim, o vergão vermelho vivo marca sua pele e faz meu coração doer. “Kolan!” Corro até ele. “Sinto muito.” Soluço, ajoelhando-me ao lado da cama. “Estou bem.” Ele me garante com os dentes batendo. “Você pode apagar a luz?” Com uma fungada, levanto e me estico na ponta dos pés para apagar a luz, depois me arrasto para o outro lado da cama e puxo o cobertor sobre nós. Esta é nossa rotina habitual. Nunca saio do lado de meu irmão depois que nosso pai faz isso com ele, o que acontece com frequência. Deitada, encaro-o, apenas vendo sua sombra no escuro, mas sinto seu corpo inteiro tremer de dor. “Não deveria dizer que fez isso. Sinto muito.” Sussurro.

“Não se preocupe, estou acostumado. Não é nada que não possa lidar.” Choro mais, odeio que nosso pai o machuque tanto. “Por favor, não chore, Kate. Estou bem, eu juro.” “Acho que devemos contar ao tio Joshua e tia Linda. Eles vão nos ajudar, talvez possamos até morar com eles.” “Não!” Ele retruca, interrompendo a ideia imediatamente, como sempre faz. “Não podemos contar a ninguém. Lembra-se do que aconteceu da última vez, quando tio Joshua questionou e chamou aquelas pessoas para vir nos ver? Não fizeram nada para ajudar e piorou depois que foram embora.” Concordo, sabendo que ele está certo. “Nós só precisamos ficar aqui, Kate, ficar juntos e longe de problemas o máximo que pudermos. Quando eu tiver idade suficiente, prometo que vou nos tirar daqui. Iremos tão longe que nunca mais precisaremos vê-los.” O pensamento de nunca mais ter que ver nossos pais novamente é uma paz com a qual frequentemente sonho. “Eu te amo.” Sussurro. Não tenho ideia do que faria sem ele, além de minha prima, Faith, ele é meu melhor amigo. “Prometo que vou cuidar de você. Um dia nos tirarei daqui e, quando o fizer, nunca olharemos para trás.” Apenas rezo para que possamos sobreviver por tanto tempo, especialmente Kolan.

CAPÍTULO UM Nick Dez anos depois Caminho em direção à pequena casa vibrando com a música furioso com o telefonema que recebi dez minutos atrás de Scotty Drummond. Vou bater na bunda daquela garota até ficar vermelha. Meu pau se contrai com o pensamento, o que só aumenta minha raiva mais um pouco. Que diabos ela está pensando? Ela sabe disso. Tanto Kolan quanto eu dissemos a ela para não ir a lugar nenhum perto da festa de Brett, mas ela escuta? Nunca! Nunca ouve uma coisa maldita que dizemos. Pego meu celular do bolso, verifico se Kolan já respondeu. Quando vejo que ainda não o fez, mando outro texto. Onde diabos você está? Precisa me ligar de volta agora. É sobre sua irmã. Quem sabe onde ele está ou o que faz. Nos últimos meses, sinto que nem conheço mais meu melhor amigo. O filho da puta está numa merda que não deveria. Tudo começou com as brigas de rua, algo que ele faz para ganhar dinheiro extra, o que é bom, ele é bom nisso e pode se controlar, mas então ficou ligado a um

idiota que é um traficante conhecido. Odeio pensar que esteja fazendo essa merda, ele me disse que não está, mas não sou burro. Moro com um viciado. Sei quando alguém está chapado, e a última vez que o vi, ele usava alguma coisa. Mas boa sorte para discutir com aquele filho da puta; é tão teimoso quanto sua irmã. Tudo isso me dá uma maldita dor de cabeça. Penso na carta de aceitação que recebi outro dia. O pensamento de sair daqui e fazer o que quero, pelo que trabalhei duro, deveria me fazer bem, mas, em vez disso, sinto culpa. Culpa por não apenas deixar Pop para trás, a única pessoa que me acolheu quando ninguém mais me queria, mas também Kolan e Katelyn. São as únicas pessoas com quem me permito ter qualquer tipo de relacionamento desde os seis anos de idade. Ao longo dos anos, pensei que me mantive distante deles o suficiente, mas aparentemente não, porque a primeira coisa que pensei foi em como minha partida os afetaria, especialmente Katelyn. Não consigo identificar o momento em que as coisas mudaram entre nós. Num minuto, ela era uma garotinha irritante, mas fofa, que seguia Kolan e eu por toda parte, até crescer e se tornar uma bomba ambulante, virando a cabeça dos homens sempre que passava. Isso deixa Kolan e eu fodidamente loucos, eu por uma razão completamente diferente da dele. Sinto-me um merda por quebrar o código de amizade e ter pensamentos constantes com a irmã mais nova do meu melhor amigo com as pernas em volta do meu quadril enquanto empurro nela, mas ela não facilita as coisas. Especialmente quando sua atração é

aparente, tentar-me em todas as chances que têm. Tornando cada vez mais difícil ignorá-la. Não é só por causa da minha lealdade à Kolan. Se fosse um cara diferente, cederia à tentação e daria a ela tudo o que merece, mas não sou esse cara e nunca serei. Não posso ser quem ela precisa. É por isso que preciso aproveitar a oportunidade que me foi concedida e ir para Quântico, a academia do FBI na Virgínia. Desde que me lembro, quero ser policial, e me arrebentei na faculdade para chegar aqui. Sou a única pessoa que Pop tem, mas até ele quer que eu aceite. Sei o que preciso fazer, mas ter que deixar as pessoas da minha vida para trás é difícil. Estou louco por me permitir fazer isso. Existem algumas pessoas no gramado quando me aproximo da casa, mas nenhuma delas é a garota que procuro. Scotty sai correndo pela porta da frente quando me vê. “Ei, cara.” Ele cumprimenta nervosamente, sabendo que estou chateado. “Onde ela está?” Pergunto e passo por ele. “Na sala dançando, mas devo avisá-lo...” Não espero para ouvir o que ele tem a dizer; subo as escadas correndo e entro pela porta da frente. Fumaça e cheiro de cerveja imediatamente inundam minhas narinas. Através da nuvem espessa e dos corpos lotados, eu a vejo, sacudindo sua bunda, como Scotty disse. Meu pau endurece ao vê-la na saia jeans curta e blusa agarrada como uma segunda pele.

Fúria se instala no lugar da minha luxúria quando vejo Brett fodido Stryker se esfregar contra ela. Atravesso o lugar lotado, passo por três garotas diferentes que tentam me parar para conversar. No meio do caos, os olhos quentes castanhos de Katelyn encontram os meus, causando aquele soco familiar no meu estômago, como sempre. Eles brilham com choque e algo mais, algo que não quero rotular. Seu queixo se levanta em desafio, como se estivesse pronta para lutar. Prepare-se, querida, porque não ganhará essa. “Nick, que surpresa vê-lo aqui. Decidiu vir à festa com as crianças do ensino médio esta noite?” Ela pergunta com um sorriso atrevido. Cerro os dentes com sua saudação casual. Ela sabe exatamente por que estou aqui e não estou com disposição para fazer seus jogos. “Vamos.” Agarro seu braço com firmeza e começo a puxá-la através da multidão. “Ei, o que diabos acha que está fazendo?” Ela sai do meu aperto. “Não vou a lugar nenhum.” Invado seu espaço, seu doce perfume mascarando o fedor avassalador da festa. Ela engole visivelmente, parece tão nervosa quanto deveria. “Não brinque comigo agora. Tire sua bunda dessa casa ou vou te levar para fora, porra!” Seus olhos brilham de raiva, indicando que isso está prestes a se transformar numa batalha. Isso é até Brett entrar na frente dela e tentar agir como um grandalhão quando não passa de um

bastardo estúpido que está prestes a ser chutado. “Se ela diz que não vai, então ela não vai. Agora saia da minha casa.” “É melhor você se afastar dela, Stryker, antes que eu chute sua bunda.” Não há como negar o medo em seus olhos, ele sabe que não deve brincar comigo ou com Kolan, a maioria das pessoas nesta cidade sabe, mas o filho da puta corajoso decide testar sua sorte. Com um sorriso, passa um braço em volta dos ombros dela. “O que vai fazer, hein? Você vai...” Agarro seu braço, torço para trás até ouvir um estalo. “Oh, porra!” Ele choraminga. Mantendo-o no aperto doloroso, agarro a parte de trás de seu pescoço e me inclino perto de sua orelha. “Você é tão estúpido quanto parece. Nós te avisamos uma vez sobre ela, sabe. Toque nela novamente e vou quebrar seu outro braço. Entendido?” Quando não responde, meu aperto em seu pescoço se torna mais forte. “Sim! Foda-se, ok!” Solto-o com um empurrão, jogando-o na mesa de centro. Viro para Katelyn e a vejo já saindo pela porta da frente. Movo minha bunda e a alcanço no jardim da frente. Meus dedos envolvem seu braço, mas ela se afasta e gira, parece mais irritada do que já vi antes. “Qual é o seu problema?” Ela grita.

“Eu? Que diabos há com você? Dissemos para não ir a lugar nenhum perto dessa festa, mas você escuta? Não, você nunca escuta!” “Porque não sou um cachorro maldito que você e meu irmão podem mandar. Tenho direito de sair com meus amigos. Você não tinha o direito de invadir e me envergonhar assim.” “Não teria vindo se você ouvisse o que falamos.” “Não sou criança.” Ela retruca. “Quando vão entender isso?” Virando, ela se afasta e ignora minha caminhonete. “Katelyn, volte aqui e entre na porra da caminhonete!” Em vez de seguir a ordem, ela continua andando. Com um resmungo frustrado, deixo minha cabeça rolar para trás e procuro por paciência. Sabendo que ela não vai ouvir, decido ir atrás dela. Tento muito não notar o quão bem suas botas de cowgirl complementam suas pernas longas e macias. Pernas com as quais sonho envolvendo minha cintura enquanto estou a fodendo até o esquecimento. Sentindo minha companhia, ela se vira, os olhos escuros e estreitos. “Pare de me seguir!” “Não teria que segui-la se entrasse na porra da caminhonete e me deixasse levá-la.” “Não quero estar em qualquer lugar perto de você agora.” “Bem, muito ruim, baby, você está presa comigo até que sua bunda esteja em casa e eu saiba que vai ficar lá.” Ou pelo menos até Kolan chegar em casa… de onde quer que esteja.

“Gah!” Ela grita de frustração antes de se abaixar e tirar as botas. Franzo a testa, achando que elas machucam seus pés ou alguma coisa assim até que ela me joga uma e me acerta na porra do peito. “Você é um idiota, sabia?” Ela joga a outra, mas desta vez estou preparado e a pego, o que a irrita ainda mais. Ela descalça continua até sua casa. Balanço a cabeça e a sigo, carrego as malditas botas. Deveria deixá-las para trás, isso a ensinaria a não jogá-las em mim, mas é claro que não. Seria uma pena jogar fora algo que lhe cai tão bem. Andamos a maior parte do caminho em silêncio, exceto por suas merdas murmurantes que não consigo entender. Ouço mais alguns “idiotas” e “babacas”, mas continuo ignorando-os. Enquanto for para casa e estiver segura, ela pode me chamar do que diabos quiser. Quando nos aproximamos da garagem, noto que Kolan ainda não voltou. Droga! Ela para de repente e vira para mim; suas mechas longas e castanhas se enroscam no rosto irritado enquanto aponta o dedo para mim. “Você não tinha o direito de ir lá e me envergonhar assim.” Seu tom é furioso, mas seus olhos estão iluminados pela dor e isso me faz sentir um merda. A última coisa que quero é que ela se machuque, mas infelizmente é assim a maior parte de sua vida, por mais que Kolan e eu tentemos parar isso.

Minha culpa se dissipa quando penso sobre o que poderia ter acontecido com ela lá, especialmente nas mãos daquele imbecil do Brett. O pensamento me faz ver vermelho. Agarro seu pulso, puxo-a para mais perto e ignoro seu doce aroma que me provoca. “Porque não entende que isso é para seu próprio bem. Não estamos fazendo isso para ser idiotas; estamos fazendo para sua proteção. Brett é...” “Isso não tem nada a ver com Brett.” Ela grita. “Isso tem a ver comigo saindo com meus amigos e me divertindo antes de terminar nossa última semana de ensino médio. Você me humilhou completamente, Nick, e nunca esquecerei.” Ela se afasta de mim e vai para a porta dos fundos. Não hesito em segui-la para dentro. “Se não tinha nada a ver com Brett, por que diabos as mãos dele estavam em você quando entrei?” Ela joga as mãos para cima. “Ele chegou atrás de mim quando você apareceu como um morcego do inferno. E daí? Estava apenas dançando comigo.” Resmungo. Ela estava dançando; ele tentava colocar suas malditas mãos onde não pertencem. O filho da puta sujo tem sorte de eu não as cortar. “O que diabos importa, afinal?” Ela pergunta. “Não é da sua conta o que faço. Posso dançar, conversar ou foder com quem eu quiser.” Estou tenso, meu corpo enrijecido com uma raiva perigosa com o pensamento. Agora sou eu quem aponta o dedo para ela.

“Pare com isso, você não esteve com ninguém e nós dois sabemos disso.” Kolan e eu a observamos como falcões, de maneira alguma algo assim passaria por nós. E de jeito nenhum Kolan deixaria algum perdedor entrar aqui. A menos que não estivesse em casa... Somente o pensamento me deixa violento. Ela balança a cabeça com uma risada amarga. “Deus, você é tão arrogante. O que achou, Nick? Que eu te esperaria eternamente?” Ela traz à tona a única coisa que evitei falar. “Recuso-me a esperar por alguém que nunca se dará a mim, mas fode com todas as outras garotas da cidade. Está maluco de pensar o contrário. Pelo que você sabe, eu posso ter fodido todo o time de futebol de East Bridge High.” Ela se aproxima, sem ter ideia do território perigoso em que está entrando agora. “E não seria da sua conta. Pode não me querer, mas isso não significa que ninguém mais queira. Então pegue sua besteira hipócrita e enfie na bunda.” Ela segue para o quarto e pensa que essa conversa terminou quando está longe disso. Em alguns passos a alcanço, entro no quarto, giro-a e encosto contra a parede. Ela inspira profundamente quando seu espaço pessoal se torna meu. “Olhe para mim!” Agarro seu queixo, forço seu olhar ao meu. “Olhe-me nos olhos do caralho e diga a verdade.” Não tenho o direito de exigir isso e eu sei, mas o pensamento de alguém a tocando, levando-a, me faz perder todo o bom senso.

Com um pássaro encurralado, ela permanece em silêncio, mas sua expressão diz tudo. Eu sabia que era mentira. Minha mão se move do queixo para enroscar em seus cabelos macios, enquanto coloco meu outro braço entre nós. Um suspiro a deixa quando meus dedos roçam o interior de sua coxa sedosa, subindo para o paraíso. “Diga a verdade, baby, alguém teve isso?” Pergunto e toco o ponto entre suas pernas. “Nick.” Sua cabeça cai contra a parede, meu nome sai de seus lábios num gemido sexy. “Responda-me, Katelyn, alguém já teve isso?” Mordendo o lábio, ela balança a cabeça, dando-me a resposta que já sabia, mas quero ouvi-la dizer. “Não, ainda não, mas não vou esperar para sempre. Faço dezoito anos em alguns dias. Recuso-me a esperar mais por alguém que não me quer.” Ela sussurra com lágrimas brilhando em seus grandes olhos castanhos. A visão de sua dor me faz retirar a mão e me afastar, meus lábios descansando em seu cabelo. “Jesus, você não tem ideia de como está errada. Não faz ideia do quanto te quero.” Não tenho certeza de quem está mais chocado com a admissão, ela ou eu, mas sei que não posso mais evitar essa conversa. Preciso dizer. “Mas não posso. Não podemos.” “Por quê? Por causa de sua amizade com Kolan?” Ela pergunta tristemente.

“Isso é parte disso, mas não tudo.” “Então o que?” “Não posso ser o que precisa. Eu...eu não posso te dar o para sempre e é isso que você merece.” Seus dedos agarram minha camisa enquanto sua respiração para. Ela sabe que o que estou dizendo é verdade, sabe o suficiente sobre mim para entender que não posso dar a ela. Não posso dar a ninguém. “Então me dê hoje à noite.” Fico tenso com suas palavras sussurradas. “Não” Grito, minha voz rouca. “Não diga merda assim para mim. Só tenho um pouco de controle. Especialmente quando se trata de você.” Sinto-a me olhar, mas mantenho meu olhar na parede acima dela, evitando contato visual. Se olhar em seus olhos cheios de alma, vou desmoronar. “Estou falando sério, Nick. Sei que não pode me dar o para sempre, mas pode me dar o hoje à noite.” Sua mão macia encontra o caminho debaixo da minha camisa, sobe por meu abdômen, e isso faz meu pau já duro empurrar em resposta. “Por hoje à noite, me dê à única coisa que sempre quis, mas nunca tive...você.” Meu maxilar trava em contenção, uma guerra dentro de mim. Balanço a cabeça, tentando fazer a coisa certa. “Você merece estar com alguém que pode lhe dar mais que uma noite.” As palavras me queimam como uma lâmina quente quando as digo, porque o pensamento de alguém mais a tocar não me excita, mas sei que

não é justo. Sei que ela merece alguém que lhe dê mais e nunca será eu, não importa o quanto deseje o contrário. “Minha primeira vez deve ser com alguém que amo e confio. Eu te amo desde os onze anos de idade. Confio em você mais do que em qualquer outra pessoa, além do meu irmão.” Mesmo que suas palavras não me surpreendam, ainda tenho medo percorrendo minha coluna. “Estou pedindo para confiar em mim.” Por dentro, eu me encolho. Essa palavra me atinge como um golpe poderoso. Aprendi desde pequeno que não se pode confiar em ninguém além de si mesmo. Jurei há muito tempo que nunca mais confiaria em ninguém, que nunca daria a alguém esse tipo de poder sobre mim. Mas Jesus, não sei se posso recusar. Como posso me afastar da garota que sempre quis, mas sempre foi proibida? “Por favor, Nick, só por esta noite. Dê-me uma memória para guardar para sempre.” Ela sussurra e pressiona o corpo mais perto de mim. “Seja meu primeiro.” Cometo o erro de olhá-la, seus olhos quentes e escuros imploram pela única coisa que queremos. Assim como sabia que seria, sou completamente impotente contra isso. Sim, farei isso, as consequências que se danem. E não tenho dúvida de que haverá. Isso mudará tudo e, uma vez terminado, nunca mais serei o mesmo.

CAPÍTULO DOIS Katelyn Minha respiração está presa dentro do peito enquanto aqueles lindos olhos azuis acinzentados me espreitam, uma guerra feroz em suas profundezas. Toda minha raiva anterior pela maneira como ele invadiu a festa evapora, uma lasca de esperança esquenta dentro de mim com sua admissão. Sabia que ele também sentia, sabia no meu coração. De jeito nenhum posso ser a única a sentir essa conexão entre nós. É muito poderosa. A maioria das pessoas diria que é impossível se apaixonar quando se tem apenas onze anos, mas posso atestar que pode acontecer porque aconteceu comigo. No momento em que Nick Stone entrou na vida do meu irmão e na minha, apaixonei-me por ele. Nunca uma pessoa me afetou dessa maneira. O fato dele finalmente admitir sentir isso também me deixa esperançosa de que tenho uma chance. Minha primeira vez. Estou me preparando para o desgosto e sei disso, mas por anos quero isso, eu o quero. Se ele me der apenas uma noite, então uma noite terei, e farei o possível para não arruinar nossa amizade. Não vou perdê-lo. Não posso. Ele é meu porto seguro; é tudo o que Kolan é para mim, e mais.

Muito mais. Por apenas uma noite, quero tudo dele... bem, tanto quanto pode se dar a alguém, porque ninguém jamais terá o coração de Nick. É triste porque ele merece ser amado, mas sei que nunca deixará isso acontecer e é tudo graças a sua mãe. Algo sobre o qual não sei nada, mas pelos pequenos lampejos de dor que vi em seus olhos cautelosos, sei que abriga cicatrizes de onde viveu antes que nunca vão curar. Nem mesmo Pop, seu amoroso avô, conseguiu apagá-las. Enquanto o silêncio continua a pairar fortemente entre nós, essa pequena chama de esperança diminui para nada. Com uma respiração desanimada, afundo contra a parede quando a realidade se instala e desvio o olhar, não querendo que ele veja minha dor. “Não importa.” Sussurro e balanço a cabeça. “Apenas esqueça que disse alguma coisa.” Viro-me para ir embora quando a mão dele pousa no meu peito e me coloca de volta no lugar. Meus olhos voltam para os dele e respiro fundo, meu coração bate forte com a intensidade que ele me olha. “Uma noite”, ele diz, sua voz baixa e rouca enquanto se inclina para mais perto, “uma noite, Katelyn. Sei que não mereço isso com você, mas sou egoísta demais para não aceitar.” Essas são as últimas palavras ditas antes que sua boca desça sobre a minha. Suspiro com o primeiro toque de seus lábios. É eletrizante, passa por mim como uma onda, e quase me derruba. Enquanto me estico na ponta dos pés para envolver meus braços

em volta de seu pescoço, suas mãos seguram a parte de trás das minhas coxas nuas e me levanta. Minhas pernas abraçam seu quadril quando ele me prende na parede, um gemido escapa quando o metal frio da fivela do cinto colide com o centro da minha calcinha úmida. Ele desliza a língua, procura a minha com uma habilidade que rouba minha respiração e faz minha cabeça cambalear. Oh Deus, ele tem um gosto tão bom. “Você tem um gosto bom, baby. Tão doce quanto sabia que seria.” Ele diz, fazendo-me perceber que disse as palavras em voz alta. Meus dedos envolvem a parte de trás de seus cabelos enquanto nos devoramos, pegos numa tempestade de paixão e saudade. É algo que sonhei com ele por tanto tempo e, oh Deus, é perfeito, como imaginei que seria. Afastando-se da parede, ele caminha até minha cama e me deita, sua boca nunca deixa a minha enquanto segue em cima de mim. Respiro no beijo, não quero cortar a conexão bonita por algo tão burro quanto respirar aterrorizada, pois, se fizer isso quebrarei o feitiço sobre nós e perderei esse momento com ele. Meu quadril aperta contra seu estômago duro enquanto tento encontrar atrito para meu centro palpitante. Com um gemido, ele afasta sua boca da minha e arrasta os lábios quentes por minha garganta, lambendo e provando minha pele. Ele alcança entre nós para

empurrar minha blusa, sua palma desliza ao longo do meu estômago, criando arrepios que surgem na minha pele febril. “Braços para cima, baby.” Obedeço a ordem e me sento um pouco para que ele possa remover minha blusa. Ele a joga atrás de si e depois com um movimento hábil de seus dedos, solta a renda confinada do meu sutiã preto. Choramingo quando ele empurra o sutiã de lado, seus dedos roçando meus mamilos sensíveis. O simples toque envia uma onda por mim que desce até meu âmago. “Porra, você é tão malditamente linda.” Ele se fixa nos meus seios expostos, seus olhos brilham tanto que mesmo nas sombras mais escuras do meu quarto posso vê-los selvagens com luxúria. No entanto, algo mais queima em seu olhar, algo que vai além da pele. Estou acostumada a chamar a atenção dos homens. Meu pai idiota sempre me disse que minha aparência é tudo que tenho. A maioria das pessoas na cidade concorda com ele, acham que não sou nada além de lixo com um rosto bonito, tudo por causa de quem são meus pais. Nem mesmo meu tio, Joshua, o respeitado pastor da cidade, pode mudar a opinião das pessoas sobre meu irmão e eu. Mas Nick nunca me tratou assim. Nunca olhou para mim de uma maneira que me fez sentir barata. Houve momentos em que o encontrei me observando de uma maneira que minha respiração ficou presa na garganta e meu coração esquentou. Ele me faz sentir bonita, faz-me sentir mais do que sou. Ele me faz sentir digna.

Você é mais. As palavras de Nick ecoam em minha cabeça, jogando-me no passado. Antes que possa me agarrar completamente à bela lembrança, sou trazida de volta com um suspiro quando ele suavemente sopra meus mamilos. Eles enrugam, desejando ainda mais seu toque. Meu corpo treme de prazer, fazendo meu clitóris inchar. “Mmm, tão desejosa.” Ele murmura: “Você gosta disso, Kate?” Minha resposta é um gemido agonizante já que ele me deixou sem palavras. Uma risada arrogante retumba em seu peito, claramente apreciando minha tortura. “Tudo bem, baby, não se preocupe. Eu tenho você.” Inclinando-se, ele fecha a boca quente sobre um mamilo dolorido e envia meu corpo já sobrecarregado num frenesi. “Oh Deus.” Arqueio com o calor celestial de sua boca, meus dedos passam por seus cabelos enquanto ele me chicoteia com requintadas lambidas. Sua mão aperta meu outro seio, seus dedos agarrando e beliscando a ponta. O calor se espalha através de mim como fogo. “Deus, Nick, isso é tão bom.” Puxo sua camisa, querendo desesperadamente tocá-lo e sentir sua pele nua na minha. “Tire isso.” Quando ele se senta para removê-la, termino de me livrar do sutiã antes de deitar e encarar seu corpo forte. Um corpo que admirei muitas vezes antes, enquanto trabalhava no rancho com Pop. E, como sempre, a visão deixa minha garganta seca.

Seu corpo é poderoso, letal e absolutamente lindo. Seus ombros são largos, músculos magros e definidos com muito trabalho. Adicione a tatuagem preta que está entrelaçada num braço e passa por todo o ombro, e terá perfeição. Sensações explodem por todas as partes do meu corpo quando ele volta para cima de mim, sua pele nua colidindo com a minha. O contato bonito nos faz gemer de prazer. “Porra, você é tão suave, Kate.” Ele cola sua boca na minha, seu gosto explode em minha língua e penetra na alma. Levanto o quadril e roço em seu pau duro, querendo me aproximar, preciso aliviar o latejar entre minhas pernas. Infelizmente, ele se afasta dos meus esforços e tira um gemido desapontado de mim. De pé, ele estende a mão e desabotoa minha saia jeans antes de deslizá-la para baixo, deixando-me com nada além de minha calcinha de renda preta. Suas mãos grandes e quentes encontram seu lugar em meus joelhos antes que ele abra minhas pernas para poder ver. “Afaste sua calcinha, baby, dê-me um vislumbre da doçura que estou prestes a devorar.” Sua voz é rouca e ressoa ao longo dos meus sentidos. Tremo com o pensamento de sua boca em mim. Nunca fui tocada assim, mas ter Nick sendo o único a fazer isso fará com que seja muito mais incrível. Abaixo-me e puxo o centro úmido para o lado e mordo o lábio para não gemer enquanto o ar fresco do quarto toca minha pele sensível. É quase o suficiente para me fazer gozar.

A expressão de Nick se torna tenso, seu aperto nos meus joelhos se fortalece. “Foda-se, você é perfeita. Sabia que estaria nua...” Ele comenta com os dentes cerrados. A satisfação me inunda ao saber que ele pensou sobre isso, que pensou em nós assim. Porque é tudo em que penso há muito tempo. “Vai fazer alguma coisa ou apenas ficar aí?” Pergunto com um franzir de testa, provocando-o. Seus olhos se voltam para os meus. “Cuidado, Katelyn. Essa sua boca atrevida só deixa meu pau mais duro. Não provoque algo para o qual não esteja preparada.” Engulo em seco, minha garganta subitamente seca. “Sou uma garota grande. Posso lidar com o que tem para mim.” Isso é apenas meia verdade. Sou completamente inexperiente nisso, mas sei que o aceitarei como ele vier. Sei que ele nunca faria algo para me machucar. Ele cai de joelhos, ficando entre minhas pernas. “Não teria tanta certeza disso, baby, porque as coisas que quero fazer com você me assustam.” Antes que possa pensar sobre isso, ele me choca rasgando minha calcinha do corpo. Quando o pedaço de renda desaparece, ele não perde tempo, reivindicando-me com a boca. “Ohhh!” Minhas costas inclinam-se para fora da cama quando um prazer quente percorre meus sentidos. Oh Deus, nunca senti algo tão incrível. Sua língua hábil é quente e úmida, gira em volta do meu clitóris pulsante o que envia leves ondas de choque através do meu

corpo. Prazer surge através de mim e corre por minhas veias. Minha pele de repente se torna muito tensa para meu corpo. Bem quando acho que não aguento mais, ele desliza um único dedo dentro da minha entrada arrancando outro grito prazeroso. “Oh merda, você é tão malditamente apertada.” Minhas mãos seguram os lençóis enquanto involuntariamente empurro contra sua boca, montando cada movimento ardente de sua língua enquanto seu dedo me acaricia profundamente. “É isso aí, foda minha boca.” Ele geme, a vibração de suas palavras me leva a ficar no limite. “Deus, Nick, já estou tão perto.” Choramingo, odiando que isso acabe. “Não se segure, baby. Deixe-me provar seu prazer para que possa sentir sua pequena buceta apertando meu pau.” Suas palavras sexys são tudo o que é preciso para me enviar nessa preciosa viagem. Choro com a intensidade do orgasmo, êxtase corre por todas as terminações nervosas do meu corpo enquanto subo para um lugar onde não há nada além de prazer. Enquanto flutuo de volta à realidade, registro beijos suaves subindo por meu estômago. O corpo duro de Nick se instala sobre o meu enquanto ele reivindica minha boca. Solto um gemido ao provar meu gosto nele e chocantemente sinto meu corpo voltar à vida. Chego entre nós, pegando a fivela do cinto, mas ele aperta meus pulsos em sua mão e interrompe minha tentativa. Meu

coração para com sua expressão. “O que há de errado? Você mudou de ideia?” Por favor, Deus, não deixe que esse seja o caso. “Não, baby, não mudei de ideia.” Um suspiro de alívio escapa da minha garganta presa. “Eu deveria, mas não posso. Tê-la aberta para mim assim...” Ele para, com a mandíbula travada. “Estou te dando a chance de sair agora, Katelyn. Se não tem cem por cento de certeza, podemos parar por aqui.” Balanço a cabeça, interrompendo imediatamente a ideia. “Não. Não quero parar. Quero você mais do que qualquer coisa.” Minha mão está contra seu rosto enquanto o encaro diretamente nos olhos, forçando-o a ver como tenho certeza. “Mostre-me como é. Mostre-me como isso pode ser bom.” Com um gemido de dor, ele me dá um beijo rápido, depois se ajoelha e pega a carteira no bolso de trás. Assim que vejo a camisinha, agarro seu pulso para impedi-lo de abri-la. “Você sempre usa camisinha?” Pergunto baixinho. “Sim.” “Bem”, engulo minha garganta seca, “estou tomando pílula.” Ele balança a cabeça e rejeita a sugestão rapidamente. “Katelyn...” “Se hoje à noite é tudo o que teremos, então, não quero nada entre nós. Quero saber como você é, Nick. Todo você.”

Egoisticamente, também quero ter o que ninguém mais teve com ele. Quero que confie em mim da mesma maneira que confio nele, mesmo que seja apenas por esse momento. Ele joga o preservativo de lado com um grunhido e cai de volta em cima de mim. “Você me deixa louco.” Sorrio com sua frustração e o abraço mais perto. “Mas você também quer?” Pergunto, certificando-me de que não sou só eu, caso contrário não significa nada. Sua expressão suaviza. “Sim, Kate. Quero isso também.” Ele segura meu rosto, descansa sua testa na minha. “Esta noite somos apenas nós e nada mais.” “Só nós.” Repito suavemente. Quando pego o cinto novamente, ele não me impede; em vez disso, ajuda-me a livrá-lo de seu jeans. Meu coração martela em antecipação quando se recosta sobre mim. Ele agarra sua ereção e a encosta em minha buceta molhada, cobrindo-a com minha excitação. Um gemido ardente sai de mim quando ele passa por cima do meu clitóris sensível. Ele faz uma pausa na minha entrada. “Vou fazer esta parte rapidamente, baby, está pronta?” Concordo, sentindo-me nervosa e excitada. Inclinando-se, ele pressiona os lábios na minha testa, depois entra em mim com um impulso suave. Com um suspiro, enterro o rosto em seu pescoço, minhas unhas apertam seus ombros fortes com a dor ardente que me rasga.

“Puta merda.” Ele geme, parece estar com dor também. “Você é tão apertada, tão fodidamente perfeita.” Ele permanece imóvel, dando tempo para eu me ajustar. Sinto-o beijar meu ombro, tentando me acalmar. “Você está bem?” Concordo, incapaz de falar no momento. “Olhe para mim.” Recuo para olhá-lo e vejo seu olhar preocupado. “Estou bem. Apenas vá devagar.” Ele dá um beijo no canto do meu olho. “Vou tão devagar ou tão rápido quanto quiser, baby. Apenas diga o que quer.” Ele começa a entrar e sair de mim com uma precisão cuidadosa, preenchendo não apenas meu corpo, mas também uma parte do meu coração que foi reservada para ele. Seus ferozes olhos azul-acinzentados ficam presos aos meus, me dando uma conexão com ele que nunca tive, mas que desejava. É uma que nunca mais sentirei. Não sem ele. A cada golpe, a dor diminui e o prazer aumenta. Segurando seus bíceps fortes, meu quadril começa a encontrar seus impulsos. “Melhor, Katelyn?” Ele pergunta, sua voz tão sombria quanto sua expressão. “Sim.” “Sabe quantas vezes pensei nisso? Quantas vezes imaginei como seria estar enterrado dentro de você assim?” Sua expressão feroz e palavras poderosas fazem meu coração palpitar no peito.

“Provavelmente

não

tanto

quanto

eu.”

Respondo

honestamente. Ele resmunga. “Não teria certeza disso.” Antes que possa pensar em seu comentário, seus impulsos se tornam mais intensos, roubando tudo, menos o prazer. Minhas mãos exploram cada centímetro de pele nua que posso alcançar, sinto seu corpo rígido flexionar sob as pontas dos meus dedos. Guardo tudo na memória… cada gemido, cada golpe e toque. “Mais.” Digo a ele, encontrando cada um de seus impulsos. Com um grunhido, ele dá mais, seus golpes se tornando duros e rápidos, roubando a respiração dos meus pulmões. Solto um gemido e me aproximo dele. “Está bom baby? Você gosta disso?” Ele pergunta, seu tom áspero e arrogante, excitando-me ainda mais. “Sim. Tão bom.” “Bom. Quero que me sinta por semanas, porra. Inferno... anos. Vou garantir que nunca esqueça como me sinto. Que nunca esqueça quem teve você primeiro.” Suas palavras saem com um grunhido possessivo, mas seus olhos azul-acinzentados são brutos e vulneráveis. Quero dizer a ele que sempre poderia ser assim; que isso não tem que acabar. Quero dizer a ele o quanto o amo, e sempre amarei. Mesmo que tenha que fazer isso de longe, o amarei pelo resto da vida.

Engolindo em seco, estendo a mão e toco seu rosto. “Nada poderia me fazer esquecer esse momento com você. Vou apreciar isso até o dia em que morrer.” Seu ritmo diminui quando ele coloca a testa na minha, uma respiração escapa dele soando absolutamente dolorosa. “Deus nos ajude quando isso acabar Katelyn.” Um soluço se forma profundamente em minha garganta, mas antes que possa escapar, ele esmaga os lábios nos meus, reivindicando minha boca da mesma forma que faz com meu corpo. É cru, desesperado e tem uma finalidade subjacente. Isso me faz querer gritar de agonia. O pensamento de nunca sentir isso com ele novamente mata uma pequena parte minha. Mantenha tudo dentro, Katelyn. Você prometeu, sabia das regras. Respiro fundo quando ele se afasta e começa a bombear dentro e fora de mim com movimentos rápidos e fortes. “Enrole suas pernas nas minhas costas, baby.” Faço o que diz e choramingo, pois isso o traz mais fundo do que antes. Muito cedo, sinto a pressão crescente, mas tento prolongá-la, nunca querendo que isso acabe. Ele também pode sentir, se seu gemido é algo a considerar. “Por mais que eu queira adiar, não posso. Você é muito gostosa.” Sua mão grande e quente encontra meu seio, segurando-o. “Goze comigo.” Ele aperta meu mamilo com uma força que beira a dor. A sensação dispara até meu âmago e me faz cair pela borda uma segunda vez.

Nick engole meus gritos de êxtase quando o prazer toma conta do meu corpo. O orgasmo que me reivindica não é menos intenso que o anterior. Não é até que estou voltando do meu limite que ele se acalma e deixa o próprio prazer reivindicá-lo. Quando ele enterra o rosto no meu pescoço, abraço-o, adorando que pela primeira vez estou lá com ele, mesmo que seja algo tão pequeno quanto isso. Ficamos emaranhados juntos por vários minutos; suor cobre nossos corpos e nos une. Permaneço completamente imóvel, não quero me mexer com medo de perdê-lo tão cedo. Ouvi os rumores, aqueles que sempre me machucaram. Nick não fica. Sem carinho, sem conversa na cama. Ele abre a porta o mais rápido possível. São as regras, as regras dele. No entanto, não importa o quão perto o segure, sei que não posso mantê-lo. Um gemido de dor escapa da minha garganta quando ele sai de mim. “Desculpe”, ele pede, pensando que me machucou quando, na verdade, o barulho não tem nada a ver com o ardor entre minhas pernas e tudo a ver com a dor no meu coração e saber que isso é um adeus. Pelo menos por esta noite. Amanhã vou vê-lo, mas não será assim. Será como um amigo. É o suficiente, Katelyn. Enquanto ele estiver na sua vida, é o suficiente. A conversa mental não me acalma. Minha garganta fica apertada e meus olhos ardem com lágrimas quando ele coloca as

calças de volta. Uma vez que se levanta, tento limpar minha garganta entupida. “Então acho que te vejo amanhã?” Ele gira tão rápido que fico surpresa que não quebre o pescoço e me prende com um olhar duro. “Pronta para eu sair já?” Franzo a testa, surpresa com o tom cortante dele. “Não, claro que não. Só...conheço suas regras e...” “Minhas regras?” “Sim.” “E que regras seriam essas?” Ele pergunta, seu tom tão duro quanto seus olhos. Sua atitude me deixa confusa e um pouco irritada. “Já ouvi tudo, Nick. Não é como se as garotas não falassem, principalmente as prostitutas com quem esteve. Conheço suas regras.” Ele avança na velocidade da luz e apoia os braços em ambos os lados da minha cabeça, seu rosto pairando apenas a uma respiração do meu. “E desde quando te trato como todo mundo?” Meu coração bate como um tambor quando ele paira sobre mim, sua expressão é sombria e um pouco...magoada? Não, não pode ser isso. “Qual é seu problema? Você foi quem se levantou e começou a se vestir.” “Vou ao banheiro pegar algo e depois volto.” “Oh...Bem, como eu deveria saber disso?” Ele descansa a testa na minha, seu perfume masculino enchendo meus sentidos. Deus, realmente amo quando ele faz isso. Amo a intimidade que isso traz.

“Porque deveria saber que é diferente de todas as outras.” Quanto? Quero gritar. Como eu deveria saber disso? Sim, somos amigos e compartilhamos um vínculo que não tenho com mais ninguém, mas ele sempre me manteve à distância como todos os outros. Se não fosse por sua amizade com Kolan, ele seria meu amigo? Tenho a sensação de que não. O pensamento é deprimente. “Olha me desculpe. Vi você vestir suas roupas e presumi que estivesse indo embora. Não quero brigar.” Sua expressão suaviza e um sorriso se forma em seus lábios. Ele brevemente roça sua boca na minha. “Bom. Nem eu. Agora espere aqui e já volto.” Resmungo para as costas dele, querendo beijá-lo e dar um tapa ao mesmo tempo por sua autoridade. Movendo-me, estremeço com a ardência entre minhas coxas. Um pequeno sorriso enfeita meu rosto quando penso em não ser mais virgem, adorando ter perdido isso com a única pessoa que já amei. Oh cara, espere até eu contar para Faith. Ela não vai acreditar. Nick volta segurando algo na mão, as sombras escuras do quarto dificultam determinar o que é. Quando ele se senta ao meu lado, vejo que é uma toalha. Fico tensa quando ele desliza a mão sob o lençol e começa a me limpar. É estranho e ... faz-me sentir estranhamente querida. “Você está dolorida?” Ele pergunta suavemente, voltando minha atenção para seu rosto.

“Um pouco, mas é uma dor boa.” Respondo com um sorriso suave. Ele termina rapidamente, em seguida, joga a toalha no meu cesto antes de tomar o lugar ao meu lado. Movo-me para dar-lhe espaço, mas minha cama é pequena. Ele se vira para mim e passa o braço em volta da minha cintura para me deixar presa contra ele. Um silêncio pesado nos consome quando nos encaramos, o ar denso de tensão. Odeio isso, então decido quebrá-lo. “Desde que finalmente fizemos o ato, acho que é hora de casar e ter muitos bebês.” Tento manter uma cara séria, mas sua expressão me faz explodir num acesso de riso. “Você é hilária.” Ele comenta, impressionado. “Cedo demais?” Ele resmunga, em seguida, murmura algo baixinho. “O que foi?” Pergunto. Ele balança a cabeça. “Nada.” Dou de ombros e decido sentir pena dele, sabendo que provavelmente estou lhe dando uma azia. “Ok, tudo bem, então, se bebês e casamento não estão em discussão, sobre o que quer conversar?” “Que tal ficarmos em silêncio?” “Sou uma faladora, sabe disso.” Ele resmunga novamente. “Tudo bem, então vamos falar sobre mais cedo.”

Ah, não. Não gosto dessa ideia. Isso só terminará numa discussão. “Na verdade, você está certo, vamos apenas ficar em silêncio.” “Katelyn.” Meu nome sai num aviso. “Não quero ter essa conversa, Nick. Isso só terminará em uma discussão.” “Não precisa.” “Ah, sim, porque a maneira como invadiu a festa hoje à noite foi completamente desnecessária e ainda estou chateada por isso.” “Você não deveria estar lá.” “Por quê? A escola está quase acabando. Só queria me divertir com alguns amigos.” “Você poderia ter ido a outro lugar para sair. Não gosto de Stryker; ele é má influência. Não confio nele.” “Bem, que tal confiar em mim? Nem estava bebendo. Não me colocaria em uma posição da qual não pudesse sair.” “Como você sabe? Qualquer coisa poderia ter acontecido com você.” “Qualquer coisa pode acontecer comigo atravessando a rua, pelo amor de Deus.” “Isto é diferente. Kolan e eu sabemos merda sobre Brett que você não sabe.” “Não fui atrás dele. Fui com algumas meninas da escola. Estava me divertindo bastante antes de você invadir e estragar tudo.” Faço uma pausa, minha voz cai para um sussurro. “Você

sabe o quanto é difícil eu me encaixar. Você me envergonhou completamente.” Além de Faith, tenho poucos amigos e esses dois últimos anos foram difíceis sem ela na escola. Ela é mais velha e se formou antes de mim, por isso estou muito solitária. A maioria das garotas nesta cidade me odeia sem motivo e os caras pensam que sou boa apenas para uma coisa. Então, quando Stacy Martin, a nova garota que se mudou para cá há alguns meses, perguntou se eu queria ir à festa com ela e algumas outras, não pude dizer não. E foi divertido. Nós nos divertimos muito nos arrumando juntas, e pela primeira vez senti que realmente pertencia ali. Mas depois que Nick entrou e agiu da maneira que fez, tenho certeza de que nunca mais serei convidada. Nick respira fundo, seu braço me abraçando com mais força. “Sinto muito. Você está certa; não deveria ter invadido daquela forma. Estava fodidamente preocupado quando recebi a ligação de Scotty.” Scotty? O pequeno delator. Ele está morto quando o ver na segundafeira. Bem, ok, talvez não esteja morto, pois se não fosse por ele, essa noite nunca aconteceria, mas ainda assim... haverá palavras. “Então vi Stryker com as mãos em você e isso desencadeou tudo. Não tinha a intenção de envergonhá-la, mas, precisa confiar em nós quando dizemos que algo não é uma boa ideia. Nem quero pensar no que poderia ter acontecido com aquele idiota.”

Franzo a testa, imagino o que eles poderiam saber que o assusta tanto. “Você precisa ter mais cuidado, Katelyn. Nem sempre estarei lá se tiver problemas.” Ele acrescenta em voz baixa, com um tom subjacente que faz sinos de alerta soarem em minha cabeça. “Como assim nem sempre estará lá?” Ele permanece em silêncio, mas algo muda em seus olhos, algo que faz o pânico encher minhas veias. “Nick?” Apoio-me num cotovelo para olhálo. “Você vai embora?” O pensamento me faz sufocar. Ele sente minha histeria e rapidamente balança a cabeça. “Não. Não vou embora. Só estou dizendo que precisa ter mais cuidado.” Imediatamente, posso respirar novamente. “Oh. Bom. Você me assustou por um minuto.” Outra mudança acontece em seus olhos, mas antes que possa questionar, ele me puxa de volta para baixo e coloca minha cabeça em seu peito. “Apenas me prometa que terá mais cuidado.” Quero discutir e dizer a ele que estava sendo cuidadosa, mas a dor repentina em sua voz me impede. O que está havendo com ele? Seja o que for, não soa como Nick e isso faz meu coração doer. “Não se preocupe. Prometo ter sempre cuidado. Não importa o que.” Cresci sabendo ser cautelosa e cuidadosa. É a única coisa pela qual posso agradecer aos meus pais bastardos. “Bom.”

Seus

dedos

lentamente

percorrem

minhas

costas,

começando pela curva da bunda até o pescoço. Ao som de seu batimento cardíaco constante sob minha bochecha e o calor de seu corpo no meu, uma paz como nunca senti se instala sobre mim. Meus olhos ficam pesados, mas luto contra o sono, absorvendo o máximo possível, nunca querendo que o momento termine. “Nick?” Chamo, minha voz soa tão cansada quanto me sinto. “Sim, baby?” “Obrigada.” Sussurro. “Obrigada por me dar hoje à noite.” Seus círculos preguiçosos nas minhas costas vacilam, seu corpo fica tenso. “Eu deveria agradecer a você, não o contrário.” Sorrio, mas é triste, muito triste. “Vou sentir falta disso.” Há um longo momento de silêncio, meu coração fica mais pesado a cada segundo que passa. Começo a pensar que ele não vai responder, mas finalmente o faz. “Eu também, Kate...Eu também.” Cerro os dentes para afastar a dor tentando sair de mim, mas lágrimas silenciosas caem, encharcando seu peito. Ele não diz nada, mas me abraça mais. Meus olhos molhados ficam mais pesados até que não aguento mais. Pouco antes de deixar o sono me reivindicar, o ouço sussurrar: “Você é demais.” Essas três palavras não significariam nada para a maioria das pessoas, mas para mim são tudo. Elas possuem meu coração

tanto quanto o homem ao meu lado e foram as melhores últimas palavras que ouço antes de cair num sono tranquilo.

CAPÍTULO TRÊS Nick Sinto a respiração de Katelyn há quase dez minutos, mas ainda não encontrei forças para sair. Eu preciso. A cada momento que passa, o aperto no meu peito aumenta. Jesus, que porra eu fiz? Estraguei tudo e sei disso. Sei que sucumbir à tentação tornaria isso mais difícil para nós dois, mas não posso me arrepender.

A

sensação

de

estar

dentro

dela,

de

tê-la

desmoronando a cada toque meu, estará arraigada em mim para sempre. O pensamento de nunca mais senti-la ou segurá-la assim traz um pânico tão forte que está prestes a me sufocar. É o mesmo pânico que vi nos olhos dela quando pensou que eu estava saindo. Como diabos vou sair agora? Como me meti nessa bagunça quando sei o que acontecerá? Nunca se apegue. É a minha regra número um e que porra vou fazer? Inferno, nem sei quando aconteceu, mas não gosto desse sentimento. É perigoso e me leva de volta para um tempo que me recuso a lembrar. Incapaz de suportar a tortura dos meus pensamentos por mais um segundo, afasto-me do corpo mais perfeito que já senti e me sento na beira da cama. No canto de seu quarto, pendurado

sobre sua cadeira de maquiagem, vejo um casaco meu que procurava. Eu devia saber, penso com um grunhido, mas meu pau incha com o pensamento dele envolvido em seu corpo. Balanço a cabeça, agarro-o da cadeira com a intenção de levá-lo, já que é meu favorito, mas então a vejo adormecida na cama, parecendo o anjo que é, e decido o contrário. Em vez disso, deito ao lado dela, em seguida, me inclino e beijo sua bochecha macia. O pânico em minhas veias só se intensifica. Jesus, preciso sair daqui antes que faça algo realmente estúpido. Algo que vai acabar numa bagunça maior do que já estou. Deixo meus lábios demorarem e gravo tudo sobre ela, então pego meu casaco e me forço a sair. Um peso cai sobre mim a cada passo que dou enquanto caminho pelo corredor. Coloco a camisa quando saio pela porta dos fundos e bato contra uma parede de tijolos. “Merda!” Dou um passo para trás e vejo Kolan. Bem, foda-se. “O que está fazendo aqui?” Ele me olha, confuso sobre o motivo de estar me vestindo enquanto caminho para fora de sua casa. Ele olha para baixo, seus olhos endurecem, e é quando percebo que meu cinto ainda está aberto. Isso não vai ser bom. “Kate está aí?” Ele pergunta, apontando para a porta atrás de mim. “Diga-me que há outra garota na porra da minha casa para fazer você se vestir. Diga-me que isso não é o que parece.”

Sem palavras, deixo minha expressão dizer tudo. “Seu filho da puta!” Um punho duro pousa no meu rosto, enviando dor para minha cabeça. Aceito o golpe, sabendo que mereço, e tropeço para trás. “Minha irmãzinha, está brincando comigo?” Ele fervilha, sua voz grossa pela traição. “Escute, cara, não é o que pensa. Ela é diferente.” Ele vem até mim novamente e acerta outro golpe. Decido que é o último. Cuspo o sangue que enche minha boca e esfrego minha mandíbula sensível. “Esse foi o seu último livre. Da próxima vez vou revidar.” Temos a mesma altura, seria uma luta assustadora pra saber quem sairá por cima, uma que não quero descobrir. Uma risada amarga escapa dele. “Você é inacreditável. Há quanto tempo está transando com ela?” Balanço a cabeça. “Não estou. Esta foi a primeira vez e...” “E isso torna as coisas melhores?” “Não! Eu só...Foda-se! Não sei.” Passo a mão pelos meus cabelos, puxando os fios com frustração. É uma explicação de merda, mas não tenho as respostas que ele procura. Não importa o que diga a ele, não fará nenhuma diferença. “Sabe como ela se sente sobre você. Deveria me ajudar a protegê-la. Ou talvez esse fosse seu plano o tempo todo. Ser amigo, agir como se preocupasse para então tirar o que quisesse dela.” Meu queixo cerra com a acusação. “Isso é mentira, e sabe disso. Eu a estava protegendo, tirando-a daquela porra de festa

hoje à noite. Onde diabos você estava? Hã?” Aproximo-me e percebo seus olhos selvagens de raiva e algo mais, algo que tem o meu temperamento em erupção. “Que porra estava fazendo?” “Nada. Não vire isso para mim.” Com precisão rápida, agarro-o pela camisa e o jogo contra a casa. “Não minta para mim. Você está confuso há meses e, por causa disso, fui eu quem teve que pegá-la esta noite. Vou embora, cara. Nem sempre vou estar aqui. Você é tudo que ela tem para confiar e não pode quando você está ferrado.” “Você vai embora?” Ele pergunta, concentrando-se na minha revelação e não na questão em cheque. Solto-o e dou um passo para trás. “Fui aceito em Quântico para treinar com o FBI.” Ele olha para mim, violência ainda enfurecendo seus olhos injetados, mas também surpresa. “Uma merda de agente?” Permaneço em silêncio e ignoro o modo como essa palavra escorre com desdém. “Kate sabe?” “Não. Eu acabei de descobrir.” Ele balança a cabeça. “Então é por isso que fez isso. Tomou o que queria antes de sair.” Seu comentário eleva minha raiva mais um pouco. “Não. Eu disse a você que não foi o que aconteceu, mas está fodido demais até para me ouvir. Precisa tirar a cabeça da bunda, pensar, e parar o que quer que seja que se meteu. Está afundando rápido. Nem te conheço mais.”

“Você está falando sério? Vai me julgar sobre como estou ferrado? Isso vem do cara cuja mãe era viciada em drogas e deixou a bunda dele quando...” Não o deixo terminar, meu punho bate no ar com precisão rápida, atingindo-o na mandíbula com uma força que faz sua cabeça cair para trás. Ele tropeça, mas se endireita rapidamente, esperando que o acerte novamente, mas eu terminei. Terminei com tudo isso. Não preciso dessa besteira. Ele conhece a linha que acabou de cruzar, mas eu também já cruzei algumas. Não há como voltar atrás. Começo a me afastar, mas viro para ele e digo uma última coisa. “Você tem um objetivo de tirar vocês dois daqui quando ela se formar. Faça. Mantenha sua promessa a ela e proteja-a. Você é tudo o que ela tem e sabe disso.” Não espero por sua resposta. Em vez disso, afasto-me do único melhor amigo que já tive. Enquanto volto para dentro do meu carro, tudo cai sobre mim, sabendo o que tenho que fazer. Meu peito queima como um filho da puta enquanto olhos de chocolate enchem minha mente. É uma dor que só senti uma vez em minha vida, e estou chateado por deixar isso chegar a esse ponto. Por me deixar vulnerável. Nunca mais acontecerá.

CAPÍTULO QUATRO Katelyn Atravesso a densa multidão e saio pelas portas principais da escola com uma leve balanço no meu passo da música tocando nos alto-falantes. Quando chego à rua, vacilo quando vejo Kolan me esperando do outro lado da rua, encostado em sua caminhonete. Três garotas o cercam, todas com o peito aberto e esfregando contra ele. Típico. Kolan é sempre o centro das atenções, seja com as garotas da cidade disputando sua atenção ou com os adultos olhando para ele. Sempre é notado. Usa parte disso para sua vantagem, mas principalmente gosta de privacidade. Algo que as garotas desta cidade não entendem. Na verdade, me surpreende quantos se aproximam dele, porque mesmo que meu irmão foi agraciado com uma aparência incrivelmente boa, ele também é muito intimidador. Com tatuagens marcando seu corpo musculoso e olhos escuros, com uma expressão ainda mais sombria, ele parece um cara assustador. Pode ser bem assustador quando quer também. Mas, por mais durão que meu irmão pareça, no fundo tem um coração corajoso e honrado. Mais do que alguém jamais saberá. Estive ao lado de tudo isso a vida toda. Entre ele e Nick,

são uma força a ser considerada, e é a razão pela qual sobrevivi nesta cidade pelo tempo que fiz. Um enxame de borboletas se enraíza dentro de mim com o pensamento de Nick. Faz três dias desde a noite mais incrível da minha vida. Quando acordei com o agasalho ao meu lado, sabia que fui pega, mas ele me deixar ficar com ele deixou um sorriso permanente em meu rosto. Não o vi, mas acho que verei hoje, já que é meu aniversário. Acho que é por isso que Kolan está aqui. No entanto, quanto mais perto chego, não vejo sinal dele. Talvez iremos nos encontrar com ele. Uma

vez

que

Kolan

me

nota,

afasta

as

meninas,

dispensando-as instantaneamente. Seu habitual boné preto está baixo, protegendo metade do rosto. Mas não faz nada para esconder o pequeno sorriso que é reservado apenas para mim. Ninguém mais vê, exceto às vezes Faith. “Aí está a aniversariante.” Ele fala suavemente, o afeto é claro em sua voz profunda. Ele envolve os braços em mim e me levanta, dando-me um abraço de urso que quase me tira a vida. “Olá, irmão mais velho.” Saúdo-o com um beijo na bochecha, certificando-me de ter cuidado com o queixo inchado. Meu coração dói toda vez que vejo isso, mas estou acostumada a vê-lo com hematomas. Vem com toda a luta que ele faz. Odeio isso, mas ele adora e ganha muito dinheiro nisso. É assim que nos sustenta desde que nos tirou da casa de nossos pais quando eu tinha dezesseis anos. “O que está fazendo aqui?” Pergunto.

Ele me coloca de pé novamente. “Estou aqui para levá-la para seu aniversário. Sei que tia Linda está preparando um jantar para você, mas estive pensando em comer doces antes de você ir.” Ele diz, falando sobre minha sorveteria favorita na cidade. Acho que isso significa que não vai se juntar a nós para o jantar. Não é algo que me surpreende, mas gostaria que o fizesse. Ele não se junta à família. Nunca. “Certo. Nick vai nos encontrar?” Algo passa por sua expressão, mas é tão rápido que me faz pensar se imaginei. “Não. Hoje não.” “Oh.” Murmuro, decepção me atingindo profundamente. “Isso significa que não quer ir?” Ele pergunta com a mandíbula cerrada, seu tom cortante me pegando desprevenida. “Claro que não. Só fiquei curiosa.” Um pouco da tensão diminui

nele,

levantando

minha

suspeita.

“O

que

está

acontecendo, Kolan? Está tudo bem?” Ele sabe sobre a outra noite? Meu estômago afunda com o pensamento. Não, certamente diria alguma coisa. Ele passa um braço em volta do meu pescoço. “Sim, Kate, está tudo bem. Vamos. Vamos sair daqui e lhe darei seu presente de aniversário.” “Oooh, o que é, o que é?” Ele ri. “Você vai ver.” Chegamos à sorveteria dez minutos depois. Kolan me meu sorvete de chiclete favorito e um refrigerante antes de nos

sentarmos à mesa do lado de fora. Ataco meu sorvete imediatamente, gemendo com a felicidade cremosa. Juro que posso viver disso. Ouvindo Kolan rir, levanto os olhos para vê-lo me encarando com diversão. Sorrio de volta. “Obrigada por me levar para sair. Fez o meu dia quando saí e o vi lá. Sinto que não o vejo há séculos.” Ele sai mais tarde do que o habitual ultimamente. Sempre estou dormindo quando chega em casa e ele ainda dorme quando me levanto para a escola. “Sei. Desculpe-me, não estive muito por perto.” Afasto sua culpa. “Não se preocupe com isso. Esteve ocupado trabalhando. Sou uma garota grande. Não precisa cuidar de mim.” “Você é minha irmãzinha, sempre cuidarei de você.” Minha garganta aperta com as palavras sinceras. Estendo a mão e cubro sua mão grande com a minha e estremeço quando sinto as crostas ásperas estragando seus dedos. “Sei. Você sempre cuidou bem de mim.” Ele balança a cabeça. “Não tenho feito um bom trabalho ultimamente. Fui pego em umas merdas, mas prometo, não mais.” Franzo a testa, perguntando-me de onde tudo isso vem. A última coisa que ele deveria sentir é culpa quando se trata de mim. Ele enfia a mão no bolso de trás e me entrega um envelope. “O que é isso?” Pergunto. “Seu presente de aniversário.” Abro com um sorriso que desaparece quando vejo o que é. Um bilhete de ida para Columbia, Carolina do Sul. Meus olhos se

voltam para Kolan em choque. “O que está acontecendo? O que é isso?” “Um novo começo” Ele responde calmamente. “Para nós dois.” Olho para ele, incapaz de entender o que ele diz. Ele solta um suspiro pesado e se inclina para frente. “Olha, fiz uma promessa a você, Kate, e estou cumprindo. Disse a você que, quando tivesse idade suficiente, tiraria-nos daqui. Tenho a oportunidade de fazer uma carreira profissional no combate e a oportunidade está aí.” Ele aponta para a passagem de avião. “Quero pegá-la. Esta é nossa chance; é isso que esperamos por toda a vida. Um lugar onde podemos começar de novo, longe daqui, onde ninguém saberá de onde viemos. Podemos sair da maldição de sermos filhos de Lorraine e Keith e ser quem quisermos.” Meu olhar cai no bilhete na minha mão. O pensamento de um novo começo parece incrível, mas ainda incrivelmente aterrorizante. “Você não quer ir.” Ele observa, recostando-se na cadeira. “Não é isso.” “Então o que? Parece que acabei de matar seus sonhos.” Balanço a cabeça. “A ideia parece maravilhosa, você sabe o quanto odeio isso aqui, mas também é assustadora. É tudo o que conhecemos.” “Não há nada a temer. Não vou deixar nada acontecer com você.”

Um sorriso triste toma conta de meu rosto. “Sei que não vai. Não é isso. É só que...” Paro, sem saber como explicar. “Vou ganhar um bom dinheiro. Poderei me dar ao luxo de colocar você nessa merda de curso de estética que quer fazer e parece que têm uma ótima por lá. Esta é a nossa chance, Kate. Vamos pegar.” “E as pessoas que amamos? Faith e... Nick.” Sussurro. Oh Deus, não posso me afastar dele. De jeito nenhum. “Esqueça-o.” Ele retruca, sua expressão ficando fria como pedra. Encaro-o como se fosse louco. “Por que diabos iria esquecêlo? Por que você faria isso? Ele é...” “Ele se foi.” Recuo, as palavras duras me atingindo como um tapa na cara. “Do que está falando? Ele não se foi. Acabei de vê-lo outro dia.” Ele balança a cabeça, raiva escurecendo os olhos numa sombra que nunca vi. “Ele partiu para a Virgínia, para treinar com o FBI.” Medo percorre meu corpo e esfrego para meus ouvidos, jurando tê-lo ouvido errado. “Não.” Balanço a cabeça. “Não, você está mentindo. Ele não iria embora. Não sem se despedir.” Através da visão embaçada, vejo a expressão de Kolan suavizar. Ele se inclina para frente e pega minha mão. “Kate, ouça.”

“Não!” Afasto-me dele e me levanto. “Você está mentindo. Ele não faria isso.” Minha respiração engata quando tento puxar o ar, mas não consigo. Meu coração aperta tão dolorosamente no peito que não consigo respirar. “Acalme-se!” Ele resmunga. “Não, não ouvirei mais nada.” Levanto-me e corro mais rápido do que nunca na vida. Ouço Kolan gritar por mim, mas não paro. Esforço-me mais, medo e pânico me alimentando com uma velocidade que não sabia possuir. Corro por parques, pulo equipamentos de playground enquanto tomo atalhos para o Pop. Para Nick. Por favor, Deus. Por favor, Deus. Ele não faria isso. Não me deixaria. Um soluço me domina com o pensamento, a queimação nas minhas pernas e coração não fazem nada para entorpecer a dor que me atravessa. Chego ao rancho em tempo recorde e bato na porta. Pop atende com o celular no ouvido, os olhos preocupados com meu estado de turbulência. “Está tudo bem, filho, ela está aqui.” Diz para quem estou achando ser Kolan. “Sim, sem problemas.” “Onde está Nick?” Pergunto quando ele desliga, minhas palavras são frenéticas e cheias de urgência. “Preciso vê-lo, Pop. É importante.” Seus ombros caem e arrependimento toma conta de seu rosto, revelando meu pior medo. Um novo medo toma conta de meu peito; é instantâneo e comovente. Balanço a cabeça em

negação. “Por favor, diga que não é verdade.” Imploro com um sussurro. “Por favor, não me diga que ele se foi. Que ele me deixou.” Com uma maldição, ele me puxa para perto, seus braços fortes me seguram apertado. “Ficará tudo bem, garota Katelyn. Ele não te deixou. Partiu por si mesmo. É uma coisa boa para ele, querida. Uma boa oportunidade. Foi uma decisão que não tomou de bom grado.” Isso não pode estar acontecendo. Ele não pode estar dizendo isso para mim. “Ele nem se despediu.” Uma dor diferente da que já conheci atinge profundamente e arranca outro soluço destruidor de almas. “Ele nunca quis te machucar, querida. Também o matou. Eu vi.” Isso me faz chorar mais. Pop me segura perto, sua mão enrugada esfrega minhas costas. “Ele deixou algo para você. Deixe-me buscar.” Enquanto entra na cozinha, envolvo os braços ao meu redor, sentindo frio e vazio. Ele volta um momento depois com um pequeno presente embrulhado e um envelope. Pego-o com hesitação, sem saber se quero saber o que há dentro. “Por que não se senta à mesa para abri-lo?” Balanço a cabeça. “Não, mas obrigada.” Engasgo através de minha garganta crua. “Se não se importa, vou ao riacho. Preciso ficar sozinha agora.” “Absolutamente, está tudo bem. Apenas me prometa que não vai voltar para a cidade. Venha aqui primeiro e vou levá-la.”

Com um aceno de cabeça saio pela porta e entorpecida vou até a água fresca que corre na parte traseira da propriedade. Cerca de cinco minutos a pé. É um lugar onde se está cercado por nada além de natureza. É um lugar onde sempre me senti segura. Um lugar onde sorri, chorei e criei algumas das mais belas lembranças. Era o nosso lugar. De Nick e eu. Sento-me na grama verde luxuriante, ouço o som da água correr, mas não traz paz como normalmente faz. Olho o presente em minhas mãos por um longo tempo, sem saber se posso lidar com o que está dentro, mas minha curiosidade acaba ganhando a melhor. Com uma respiração profunda que não consigo inalar completamente, seco minhas bochechas molhadas e abro o envelope primeiro, as palavras embaçadas enquanto meus olhos ardentes tentam se concentrar. Katelyn, Sei que isso é um adeus de merda. Sinto muito. Preocupei-me que, se fizesse isso pessoalmente, não poderia sair, e isso é o melhor, especialmente para você. As coisas vão dar certo, você verá. Seu irmão teimoso vai cuidar bem de você, ou talvez seja o contrário. Uma risada me escapa, mas imediatamente se transforma num soluço. Você é forte, Kate, mais forte do que acredita. Fará grandes coisas, e não porque precisa provar a si mesma, mas porque é mais. Você é tudo.

Nunca esquecerei nossa noite juntos. Nunca esquecerei um momento do meu tempo com você. Feliz Aniversário. Nick. Respiro fundo, dolorosamente, tentando controlar minha respiração, mas a dor me corta e torna isso impossível. Com soluços preso no peito e tampando a garganta, rasgo o papel, revelando uma pequena caixa de papelão rosa com um laço azul. Minhas mãos tremem quando levanto a tampa para ver o que está dentro, e a agonia que seguro em meu peito se liberta. Caio na terra dura e agarro a pedra cor de rosa, oca, em forma de coração, gravada com as palavras: Você está mais perto do meu peito. O belo presente me leva de volta a um momento do passado que começou partindo meu coração, mas terminou lindamente. Foi um dia em que me apaixonei ainda mais por Nick Stone.

Dois anos atrás Sentada no riacho, abraço meus joelhos perto do peito e choro toda minha humilhação e mágoa. As lágrimas encharcam meu caro vestido de seda vermelho que Kolan economizou para comprar para mim, tudo por esse baile estúpido. Um baile que deveria ir com Tommy Powers, o cara mais popular da escola, apenas para descobrir que era uma piada cruel. Uma aposta. Eu devia saber.

Você

pensaria

que

estou

machucada

porque

tenho

sentimentos por ele, mas isso está longe da verdade. Nunca tive esse tipo de sentimento por ele. No entanto, quando o garoto mais popular da escola me convidou para ir com ele ao baile, eu me senti...importante. Pela primeira vez na vida, pensei que poderia me encaixar depois de tudo. Que talvez as crianças que sempre me evitavam por quem eram meus pais, cresceram e viram que eu não era nada como eles. Talvez estivessem me dando uma chance. Ah! Não, não era esse o caso e fui burra em pensar que sim. Embora Tommy fosse bastante convincente. Ele até me pegou com um buquê de flores. As únicas que já recebi, tudo em nome de alguma aposta estúpida. As regras eram simples, levar-me ao baile, foder a irmã de Kolan Slade, e ganharia cem dólares. Ninguém acreditava que ele era corajoso o suficiente para fazer isso. Ele era. Quando me aproximei e o ouvi conversando com seus amigos sobre isso, brincando com eles sobre como faria isso, a humilhação atingiu profundamente e um pequeno pedaço de mim morreu. Depois que ele percebeu que eu estava atrás dele, nem teve a decência de parecer arrependido. Apenas me deu um sorriso arrogante e encolheu os ombros. Perdi o controle; Joguei minha bebida em seu rosto e o empurrei até tropeçar, derrubando a mesa atrás dele. Foi quando Missy Robins entrou, a cadela me olhou de cima a baixo com um sorriso de escárnio. “Sério, Katelyn, não tem ninguém

para culpar além de si mesma. Você é louca se acha que Tommy ou qualquer outro cara aqui seria visto com um lixo como você. Estou surpresa que ele fez isso pelo dinheiro.” Eu queria atacá-la, arrancar os olhos dela e machucá-la tanto quanto todos me machucaram. Em vez disso, corri. Tirei os saltos e corri o mais rápido que pude. Corri até acabar aqui. No meu santuário. O som de galhos estalando me alerta de sua presença pouco antes de senti-lo sentado ao meu lado. O perfume incrível e a proximidade de Nick trazem a primeira sensação de paz que senti desde o horrível incidente. “Como você sabia que eu estava aqui?” Pergunto sem olhar para cima. “Faith ligou e disse que ficou chateada. Achei que te encontraria aqui.” Porque esse é meu refúgio, ele é o meu refúgio. “Vai me contar o que aconteceu?” Balanço a cabeça, ainda me recusando a olhar para ele. Se contar a ele ou a Kolan, matarão Tommy e todos os outros envolvidos. Não quero que se metam em problemas. “Katelyn, olhe para mim.” Afastando meus braços, ele levanta meu queixo, forçando-me a olhá-lo. Sua expressão suaviza com a dor estampada em meu rosto, mas seus olhos têm uma raiva que faz gelo correr por minhas veias. “Ele te machucou?” Concordo, incapaz de falar no momento.

“Ele colocou as mãos em você?” Balanço a cabeça e finalmente encontro minha voz. “Não, mas teria doído menos se ele o fizesse.” Engasgo, meu coração partindo novamente ao pensar nisso. “Foi uma aposta, Nick. Tudo isso foi apenas uma aposta estúpida para me humilhar.” Eu deixo minha cabeça cair nos joelhos e choro. “Eu me sinto tão idiota. Deveria saber.” “Ei, vamos lá, Kate. Você não é estúpida, mas esse pequeno filho da puta é. Especialmente se acha que vai se safar.” “Eu devia saber. Sinto-me horrível por Kolan ter trabalhado tanto para me comprar este vestido e foi tudo por nada.” “Você acha que ele se importa com isso quando você está sofrendo assim? Você é tudo o que importa, não o dinheiro.” Olho de volta para ele, meu coração se recuperando com suas amáveis palavras. Ele levanta o polegar e acaricia minhas bochechas molhadas, seu olhar sombrio. Desviando o olhar, encaro a água iluminada pela lua. “Um dia vou sair daqui e serei alguma coisa. Vou provar a todos que sou mais do que o lixo que pensam que sou.” Um grunhido enfurecido sai dele antes de segurar meu rosto e puxar meu olhar para ele. “Não tem nada a provar. Você me ouviu? Essas pessoas não são nada, Katelyn. Quer saber por que essas putas estão sempre lhe dando um tempo difícil? Porque estão com ciúmes. Você é linda; a garota mais gostosa que existe nesta maldita cidade e elas não podem suportar isso.” Sua voz suaviza, mas não é menos furiosa. “Por que diabos acha que Kolan e eu

temos aqueles filhos da puta do ensino médio aterrorizados ao olhar para você? Não é você quem não é boa o suficiente, Kate, eles não são bons o suficiente para você.” Provavelmente foi a coisa mais legal que alguém já me disse. “Você entendeu?” Concordo com os olhos arregalados e um pouco rígida, pois meu rosto ainda está entre suas mãos. “Você. É. Mais” Ele diz e enfatiza cada palavra. “Diz. Quero que diga.” Engulo em seco e encaro seus ferozes olhos cinza-azulados. “Eu sou mais.” “E nunca se esqueça disso.” “Ok” Concordo, sentindo que não tenho escolha no assunto. Quando seus olhos caem na minha boca, meu coração para no peito. Juro que ele está prestes a me beijar. Rezo por isso. Em vez disso, suas mãos caem do meu rosto e ele coloca uma pequena distância entre nós, seu olhar agora no riacho. “Minha vida seria muito mais fácil se você me amasse.” Sussurro antes que possa pensar. Ele sorri, pensa que estou brincando. Não estou. Mas, deixo ele pensar assim. Sei que se lhe disser a verdade, sairá daqui num piscar de olhos. “Confie em mim, sua vida não seria melhor.” Inclino minha cabeça com curiosidade. “Por que diz isso?” “Não sou capaz disso. Estou muito quebrado para amar alguém.”

Olho seu perfil, meu coração já danificado quebrando ainda mais. Esta não é a primeira vez que me pergunto o que diabos aconteceu com ele, o que o deixou assim. “Acho que talvez estejamos um pouco quebrados, Nick. Sei que estou.” “Mais uma razão para não dar certo.” “Não sei sobre isso.” Sussurro. “Às vezes, dois pedaços quebrados formam um todo.” Sua cabeça volta para mim, seus olhos ferozes ainda distantes. Algo passa entre nós, algo que penetra todo o caminho até minha alma. Sabendo que as coisas estão ficando muito pesadas para ele, paro a conversa e solto os cabelos; escovo meus dedos através dos fios grossos antes de me deitar e olhar para as estrelas. Sinto seus olhos em mim, mas não os reconheço e espero pacientemente que ele se junte a mim. Eventualmente, ele se deita perto, tão perto que o calor de seu corpo penetra no meu, aquecendo todos os lugares frios e solitários dentro de mim. Nós nos concentramos no céu noturno acima de nós, deixando o silêncio encher o ar até que ele o interrompa minutos depois. “Você é perfeita demais para ser quebrada.” Suas palavras são tão calmas que mal o ouço. Com um sorriso me aproximo um pouco, coloco minha cabeça na dobra do braço dele, enquanto olho as estrelas. Ficamos assim pelo resto da noite, e pela primeira vez na minha vida uma paz quente me domina. Cada ferida emocional e cicatriz começa a curar.

Tudo por causa do cara ao meu lado. Aquele que me faz sentir completa - aquele que me faz sentir mais do que sou. Volto ao presente e estou exatamente no mesmo local, ainda segurando a pedra rosa contra meu coração. Só que desta vez não sinto paz, me sinto completamente morta por dentro. Ele era minha outra metade quebrada e agora nunca mais estarei inteira.

CAPÍTULO CINCO Katelyn Sete anos depois “Kolan Slade, um conhecido lutador de campeonato do UFC, fugiu da cidade depois que um mandado foi emitido para sua prisão no domingo de manhã. O garoto de 27 anos está sendo acusado de estupro em primeiro grau, além de agressão e ameaça. O Departamento de Polícia pede sua ajuda. Se tem alguma ideia do paradeiro dele, entre em contato com o Departamento de Polícia de Charleston no número 555...” Desligo a televisão antes que o apresentador possa terminar de recitar o número de telefone, incapaz de ouvir mais um segundo. Olho para a tela preta através da visão embaçada e me sinto

de

coração

partido

e

completamente

desamparado.

Praticamente como me senti nos últimos três dias, enquanto tento encontrar meu irmão. Ele nunca faria mal a uma mulher; não sumiria assim e ficaria sem contato comigo. Tenho medo que algo aconteceu com ele. Não tenho a quem recorrer. Cooper está tentando ser solidário, mas sei que acha que Kolan fez isso. Não posso culpálo, pois as evidências parecem incriminatórias, mas ainda dói.

Todos os outros caras também questionam, o que estreitou minha amizade com Julia, Kayla e Grace. É difícil estar com eles quando todos pensam que ele fez isso. A maldita mídia também não está ajudando seu caso. Todo mundo acha que ele é culpado. A única outra pessoa que sabe que Kolan não fez isso é Faith, porque ela o conhece como eu. Não importa como, vou chegar ao fundo disso. Não vou desistir dele. Foi por isso que tentei encontrar a única outra pessoa capaz de me ajudar. Olho para o pedaço de papel na minha mão com o número do celular de um homem que não vejo há sete anos, mas que nunca esqueci. Até algumas horas atrás, não sabia nada sobre a vida que ele vive agora. No passado, Faith tentou trazê-lo à tona algumas vezes, mas sempre a interrompi porque doía muito pensar nele. Ainda dói. No entanto, ele pode ser a única pessoa que pode me ajudar agora e, por meu irmão, engolirei o orgulho e pedirei ajuda. Depois de uma breve conversa com Pop, alguém com quem não falo há muito tempo, descobri que Nick está de fato no FBI e mora na Flórida. Ligar para ele pode ser o maior erro da minha vida, mas não sei mais para onde ir. Ele é meu último recurso. Com uma respiração profunda, limpo as lágrimas e ligo para o número. No primeiro toque, minhas mãos estão frias e suadas. No segundo, meu coração bate tão alto que é tudo que posso ouvir. Quando ele atende no terceiro toque...fico sem palavras.

“Stone.” O som de sua voz para meu coração completamente. Uma enxurrada de memórias me atinge como uma onda, uma se destaca mais que as outras. Você é mais. “Alô?” Sua voz profunda me puxa do nevoeiro. “Nick.” Digo num sussurro. A linha fica completamente silenciosa. Rapidamente limpo a garganta. “É Katelyn.” “Eu sei.” Sua resposta faz minha boca ficar seca e um milhão de pensamentos correm por minha mente. Mas os mantenho afastados e começo a tarefa em questão. “Sei que isso é realmente do nada, mas...preciso de sua ajuda.” Silêncio. “Não tenho mais ninguém agora.” Quando ele ainda não diz nada, minha ansiedade dispara. Umedeço os lábios secos. “Hã, não tenho certeza se já ouviu falar sobre Kolan, mas...” “Eu vi as notícias.” Ele finalmente responde. Espero por um momento, espero que fale mais, mas ele não faz. Seu comportamento casual transforma minha ansiedade em irritação. “Certo, tenho certeza que o mundo inteiro sabe agora.” Resmungo. “De qualquer forma, é por isso que estou ligando. Preciso de ajuda para encontrá-lo. Estou preocupada. Ele não entrou em contato comigo.”

“Os policiais estão dizendo que ele fugiu da cidade.” Minhas costas se endireitam. “Sim, bem, os policiais estão dizendo muitas coisas que são besteiras.” O silêncio preenche a linha mais uma vez e tenho uma sensação de mal-estar na barriga. “Você acha que ele fez isso, não é?” “Katelyn”, ele começa, mas o interrompo com uma risada amarga, sinto a verdade da minha suspeita em seu tom. “Sabia que não devia ligar para você, não sei o que estava pensando. Acho que imaginei que desde que foi o melhor amigo dele e o conhecia como eu, você se importaria.” “Vai me ouvir? Ele...” “Esqueça. Não preciso de você. Não preciso de ninguém. Vou encontrá-lo e provar sua inocência. Desculpe por incomodá-lo. Tenha uma boa vida, Nick.” “Katelyn, não desligue, porra. Eu...” Faço exatamente isso porque não quero que ele me ouça quebrar. Ele não merece isso. Jogo meu celular do outro lado da sala e enterro meu rosto nas mãos, meu coração se despedaça em um milhão de pedaços. Eu sabia. A percepção profunda de que realmente estou sozinha e, se é assim que vai ser, como disse antes, farei isso sozinha. Venha fogo ou enchente, vou encontrar meu irmão e provar sua inocência. Não vou dar as costas para ele, assim como ele nunca fez comigo.

CAPÍTULO SEIS Nick Quando a ligação é interrompida, amaldiçoo e aperto a rediscagem, meu coração bate como uma britadeira no peito. Ela não atende. Nem na primeira vez ou na segunda. “Porra!” Jogo meu celular na mesa e me sento num silêncio atordoado, o choque ainda corre por mim com a voz que acabei de ouvir. Meus olhos se movem para a foto no canto da minha mesa enquanto tento entender o que diabos aconteceu. Sete anos. Sete malditos anos desde que ouvi a voz dela, mas sabia que era ela no momento em que falou. Nunca esqueceria esse som. Odeio o medo que ouvi nela, e a dor, especialmente com minha reação. Quando pego o celular e tento o número novamente, ela ainda não atende. “Ainda fodidamente teimosa como o inferno, vejo.” Murmuro com frustração quando me levanto da cadeira e vou para o escritório do meu chefe. Bato na porta entreaberta, a cabeça do chefe Reynolds se levanta. “Stone, entre.” Diz com um aceno. “O que posso fazer por você?”

“Oi, chefe. Sei que é em cima da hora, mas preciso de uma licença, espero que não seja longa.” “Uma licença?” Ele pergunta surpreso, provavelmente porque nunca perdi um dia de trabalho na vida. Concordo. Ele se recosta na cadeira, parecendo infeliz com a ideia. “Você e Jameson estão no meio de um caso agora.” “Estamos quase terminando, e se ele não puder terminar sozinho, tenho certeza de que Caffrey ou Higgins podem intervir.” “Talvez. Mas eles não são tão bons quanto você e Jameson juntos, e é por isso que fiz uma parceria com vocês dois.” Suas palavras não me surpreendem. Não é a primeira vez que diz isso. “Escute, eu não pediria se não fosse importante.” Ele passa a mão pela mandíbula, pensativo. “E se eu disser não?” Olho para ele, tentando avaliar se fala sério ou não. É besteira; ele é durão, mas não um idiota. “Então apresentarei minha demissão.” Ele levanta uma sobrancelha. “É tão importante para que se afaste de sua posição aqui?” Preciso da sua ajuda. Não tenho mais ninguém agora. A voz de Katelyn repetindo na minha cabeça me faz responder sem hesitar. “Sim.” Ele solta um suspiro decepcionado. “Tudo bem. De quanto tempo estamos falando?” Dou de ombros. “Não sei. Talvez algumas semanas.”

“Tudo bem” Ele resmunga. “Mas seja rápido, Stone. Não gosto de ficar sem um dos meus melhores agentes.” “Vou encerrar isso o mais rápido possível.” Ele concorda. “Deixe-me saber se precisar de alguma coisa e vá procurar Jameson antes de sair.” “Obrigado, chefe.” Saio e vou para o escritório de Jameson em seguida. Não me incomodo com uma batida de cortesia e entro. Ele está desligando o telefone quando entro. “Claro, entre, sinta-se em casa.” Sarcasmo escorre de suas palavras enquanto abre os braços. “Eu vou, obrigado.” Respondo com um sorriso antes de me sentar na cadeira a sua frente. Ele resmunga. “Você tem sorte que minha esposa não estava aqui.” “Na verdade, sou azarado, já que sua esposa é boa de olhar”, digo por que sei que isso vai irritá-lo. Sorrio enquanto ele joga um copo de café vazio em mim, apenas para errar minha cabeça. Podemos provocar as bolas um do outro com frequência, mas Ryder se tornou um bom amigo e parceiro. Confio que ele ficará nas minhas costas e isso é dizer muito, porque não confio em ninguém. “O que quer, idiota?” “Vim informar que sairei da cidade um pouco.” “Saindo?” Concordo. “Onde?”

“Carolina do Sul.” Eu acho. É onde ela estava da última vez que verifiquei. “Quanto tempo?” “Espero que apenas algumas semanas.” “O que o chefe disse?” “Ele não gostou, mas não tem escolha. Vou de qualquer maneira, mesmo que tivesse que renunciar.” Suas sobrancelhas se erguem de surpresa. “Uau, parece sério. Tudo certo?” Respiro fundo, penso em quantas merdas Slade está agora, se as notícias são precisas. “Não sei, cara. Não saberei até chegar lá, mas uma velha amiga precisa da minha ajuda agora e, pelo que parece, ela não tem mais ninguém.” “Ela?” Aceno, mas mantenho minha boca fechada. É algo que não quero falar. Felizmente, ele respeita. “Qualquer coisa que eu possa fazer?” “Você está bem em encerrar o caso Dollins sozinho ou devo pedir a Caffrey que me cubra?” “Não, estou bem. Dou conta disso. Quando vai embora?” “De preferência o mais tardar amanhã. Vou reservar o primeiro voo disponível.” Digo, me levantando. “Vá com calma, cara. Mantenha contato e me informe se precisar de algo. Sabe que protejo você.” Concordo. “Obrigado, mas espero que não precise.”

Se tudo correr bem, entro e saio rapidamente. Porque não tenho dúvida de que, ver a única garota que nunca esqueci, a única a penetrar minhas defesas vai foder com minha cabeça e emoções da pior maneira.

CAPÍTULO SETE Katelyn No dia seguinte, na minha pausa para o almoço, deixo o salão e vou para o único lugar que nunca pensei que pisar novamente. Cryptic. Uma boate que pertence a um dos maiores idiotas que já tive a infeliz chance de conhecer...e namorar. Vince Padalecki. Eu o conheci no bar em sua inauguração. Ele é bonito e charmoso para dizer o mínimo, mas aprendi rapidamente que tudo era um ato. Foi o relacionamento mais desastroso que já tive, e tive minha parte justa deles. No entanto, não posso me arrepender, por mais horrível, foi o relacionamento que realmente abriu meus olhos. Quando finalmente me lembrei, eu sou mais. Esfrego o interior do pulso, as palavras especiais que tatuei como um lembrete do que nunca mais esquecerei. Pode ter levado alguns caras ruins, mas finalmente consegui entender. Recuso-me a ser tratada como lixo, na esperança de que alguém possa me amar um dia. E quando digo amar, quero dizer, me amar e não a minha aparência. Os últimos dois anos foram solitários já que a maioria dos encontros em que estive no outono foram ruins. Sem faísca, sem sentimentos. Comecei a pensar que

era eu, que talvez estivesse tão chateada com os maus que não sabia mais sentir. Até a ligação de ontem. Um nó se forma na minha garganta quando penso na breve conversa com Nick. Não deveria me surpreender que consegui sentir tanto naquele curto espaço de tempo...raiva, mágoa, mas acima de tudo, um desejo intenso. Desde o momento em que ouvi sua voz, queria tanto voltar no tempo em que ele tornou tudo melhor, apenas por estar ao meu redor. Ele me fazia sentir segura. No

entanto,

seu

comportamento

frio

mudou

isso

rapidamente e tudo o que senti foi o desgosto de sete anos atrás, quando li sua carta de despedida. Entendo que ele provavelmente foi pego de surpresa, mas não precisava agir como um idiota. Ele ligou de volta algumas vezes, mas não atendi. Eu não pude. Dói demais e ele não será capaz de me ajudar. Não quando acha que Kolan fez isso. Eu sei. O que aconteceu entre Kolan e ele todos esses anos, arruinou sua amizade. Sempre me perguntei se é porque Kolan descobriu a noite entre Nick e eu. A melhor noite da minha vida. Nunca perguntei a Kolan se estou errada, mas me mataria saber se isso os fez brigar. Especialmente porque é algo que eu iniciei. Kolan sempre foi louco com minha proteção, e é por isso que escondi tantos relacionamentos dele. Não havia como esconder Vince, especialmente depois das marcas que ele deixou... Afasto-me da memória antes que ela possa me arrastar para baixo.

Logo após o telefonema desastroso com Nick, descobri que Nikki Porter, a cadela que acusa Kolan de estupro, trabalha na Cryptic como garçonete e tem vínculos com Vince. É por isso que estou tentando encontrá-lo. Tenho certeza de que Vince ficará convencido de que fui procurá-lo, mas suportarei. A vida e a liberdade de Kolan dependem disso. Reúno coragem, entrando no clube vazio e caminho através do couro extravagante e do veludo vermelho. Vejo Paul atrás do balcão do bar, limpando e empilhando copos. Ele olha para cima quando sente minha abordagem, um sorriso chocado, mas genuíno, ilumina seu rosto. “Bem, merda, se não é uma explosão do passado.” “Ei, Paul. Faz tempo que não nos vemos.” Saúdo com um sorriso. Ele se inclina sobre o bar e me dá sua bochecha para beijar. “O que a traz aqui, linda?” “Vince está?” Ele me observa por um momento, seus olhos cautelosos e preocupados. “Confie em mim, não perguntaria se não fosse importante.” “Sim, está em seu escritório no andar de cima.” “Obrigada.” “Grite se precisar de mim.” Ele diz em minhas costas. Aceno para ele e subo as escadas. Meu coração começa a pulsar mais rápido quando bato na porta fechada. “Entre.” A voz familiar diz.

Fortaleço meus nervos, entro com a cabeça e ombros erguidos. O choque no rosto de Vince é cômico, e se não o odiasse tanto, eu riria. “Bem, bem, bem”, ele diz presunçosamente. “Se não é a pequena megera do meu passado.” “Vince”, digo com gentileza. Seus olhos percorrem meu corpo de uma maneira que faz meu estômago revirar. “A que devo esse prazer?” “Preciso saber onde posso encontrar Nikki Porter.” Ele recua na cadeira. “Nikki, hein? Isso não seria sobre seu irmão estuprador, não é?” Minhas mãos apertam ao meu lado. “Kolan não a tocou.” Seu sorriso presunçoso se espalha. “Não apostaria nisso.” “O que sabe sobre ela?” Pergunto, sem disposição para seus jogos. “O que há para mim se eu contar?” Não perco seu olhar malicioso. “Seu negócio.” Ele sorri, não me levando a sério. “Tenho certeza que não esqueceu quem são meus amigos, Vince. Alguns deles são pessoas que se preocupam em defender a lei. Não seria bom para você ou seu negócio se eu contasse a eles sobre todas as negociações extras que têm por aqui.” Sua expressão se transforma em pedra, uma fúria que reconheço bem, inflama seus olhos. “Cuidado, garotinha. Não esqueça do que sou capaz.”

Afasto o medo tentando subir por minha garganta. “Você não me assusta. Então pode me dar às informações, ou posso dificultar sua vida e ainda encontrar as informações de outra maneira.” O silêncio consome o escritório enquanto ele me olha furiosamente. Vou levar isso do jeito que olha para mim a qualquer hora. “Annihilation”, diz ele, surpreendendo-me. “O quê?” “É um clube underground onde ela trabalha. Tenho certeza de que foi onde conheceu seu irmão idiota, já que ele é dono de um dos quartos lá. Pelo que ouvi, é o cliente mais bem pago.” Ele acrescenta, seu sorriso presunçoso retornando. Não me importo com seu insulto, sei que está apenas tentando me atrair. “Isso é tudo que eu precisava. Obrigada, Vince, tenha um ótimo dia.” Zombo antes de me virar para sair. “Não diga que não avisei, minha pequena megera.” Mostro-lhe o dedo do meio por cima do ombro antes de bater à porta atrás de mim, meu rosto quente da raiva rolando dentro de mim. Paul me observa atentamente enquanto desço as escadas. “Pensei que talvez você precisar de um.” Ele diz e empurra um copo com algum líquido âmbar na minha direção. “Tentador, mas não. Preciso manter a cabeça limpa no momento.” Digo. “O que pode me dizer sobre Annihilation?”

Suas sobrancelhas franzem. “Que não é lugar para alguém como você.” “Obrigada pelo elogio.” Sorrio. “Estou falando sério, Katelyn. Tudo o que está fazendo, fique longe. As pessoas lá não brincam. Vão cheirar você a um quilômetro de distância. Especialmente vestida assim.” Olho para minha roupa. O short preto, a sandália e a blusa sem mangas são o meu traje habitual para o trabalho. “O que há de errado com o que estou vestindo?” Ele sorri. “Nada...A menos que você se abaixe.”

CAPÍTULO OITO Katelyn Meu pulso bate nas veias e ruge em meus ouvidos quando passo pela entrada escura do clube úmido. “Espere, querida.” O monstro de homem na porta agarra meu braço nu, escolhendo entre todas as outras pessoas que entram. “Não te conheço.” Ele me olha de cima a baixo. “E definitivamente lembraria de você.” Se ainda não me sentisse nua com minha roupa minúscula, eu me sentiria agora. Após o comentário de Paul, tentei fazer uma pequena pesquisa antes de vir. Não consegui encontrar muita coisa, mas vi algumas fotos no Facebook de alguém, e a maioria das meninas no fundo estava vestida como se pertencesse a um bordel. Assim como muitas garotas passando por mim no momento. Graças às fotos de boudoir que fiz anos atrás com as meninas, tinha algumas coisas em mãos e fui capaz de criar o look perfeito. Com o espartilho vinho, minúsculo short preto, meia arrastão e botas de couro na altura da coxa, pensei com certeza que me encaixaria. Imaginei que ninguém me notaria no meio do mar de corpos. Pelos olhos afiados e avaliadores desse homem, fica claro que estou muito errada.

Seja legal, Kate. Você tem isso. “Sou amiga de Nikki Porter. Ela me disse para vir aqui.” Prendo a respiração, rezo para que Vince não tenha me enviado numa perseguição errada e esse cara conheça Nikki. “Nome?” Ele pergunta, sua expressão permanece dura. Merda! “Natasha.” Ele me avalia antes de pegar o microfone que está preso à camisa e falar nele. “Chefe, está ouvindo?” Ah merda, estou totalmente presa. “Sim, tenho uma garota aqui dizendo que Nikki a enviou.” O aviso de Paul sobre as pessoas perigosas que governam este lugar soa na minha cabeça e se instala no meu estômago. Estou prestes a sair do agarre desse cara e fugir quando ele dá um passo para trás, liberando-me com um elevar de queixo. “Entre.” Choque me faz encará-lo por alguns segundos antes que acerte minha expressão. “Ah, obrigada.” Solto uma respiração instável enquanto me afasto. Não tenho ideia do que aconteceu, mas estou agradecendo minhas estrelas da sorte. A música fica mais alta quando me aproximo de uma cortina de veludo preta. “Closer”, de Nine Inch Nails, dispara dos altofalantes, a batida alta vibrando sob meus pés. Reúno minha compostura, afasto o material preto e entro. A visão com que me deparo me faz parar.

AH. MEU. DEUS. É diferente de tudo que já vi antes. Luzes estroboscópicas piscam sobre a sala escura, dando um vislumbre do calabouço pecaminoso enquanto as pessoas se movem. Pessoas que não são como eu. Meninas em couro são guiadas por coleiras ligadas a colares. A maioria delas anda com a cabeça baixa, algumas têm mordaças de bola na boca e outras têm os pulsos amarrados na frente. Uma garota que passa por mim está sendo puxada por uma corrente fina presa aos grampos dos mamilos, os seios nus expostos para todo mundo ver. Bom Deus, onde diabos estou? Entro, exploro mais do meu entorno e vejo um palco ao fundos, parece estar preparado para algum show. Enquanto ando junto às paredes, observo a pista de dança inundada de corpos, e esbarro acidentalmente em alguém. Olho para baixo, dou um pulo para trás. “Ah merda. Hã, sinto muito.” Peço desculpas à garota que está de joelhos na frente de um homem. Meu olhar se afasta e rapidamente me movo para o centro da sala, certifico-me de ficar longe dos cantos escuros. Estou tão fora do meu elemento aqui. Ando por um longo corredor, mas rapidamente chego à outra parada abrupta. Nada, e quero dizer nada, poderia ter me preparado para o que vejo agora. Salas de vidro se alinham em cada lado. Os quartos onde todo tipo de cativeiro está sendo realizado para a visão de todos. Olho para a garota que está

inclinada sobre uma mesa com os pulsos amarrados, gritando de prazer enquanto é espancada com uma grande raquete. A lembrança de Vince me dizer que Kolan é dono de uma dessas salas se destaca em minha mente e me deixa enjoada. “Posso ajudar?” Giro nos calcanhares com um grito assustado e olho um atraente homem vestido com um terno caro. Meu rosto arde sabendo que ele acabou de me pegar olhando o casal na sala. “Oi.” Grito. “Hã, você trabalha aqui?” Ele olha para mim, seus olhos escuros divertidos. “Não. Apenas um membro.” “Um membro?” “Sim.” Não faço ideia do que isso implica e nem quero saber. “Alguma chance de conhecer minha amiga Nikki Porter? Ela trabalha aqui.” “Sim, eu a conheço. Todo mundo conhece.” “Sabe onde posso encontrá-la?” Ele encolhe os ombros. “Provavelmente em seu camarim nos bastidores, preparando-se para a cena.” “A cena?” Ele concorda. “As quintas-feiras são geralmente as noites dela. Depois de tudo o que aconteceu com Slade, quem sabe se ela estará hoje à noite.”

Interiormente tenciono com a menção de Kolan. “Sim, foi horrível o que ele fez com ela.” As palavras são amargas na minha língua. “Você o conhece?” “Claro. Todo mundo o conhece. É o lutador de maior sucesso no EFC no momento...ou era até estragar tudo.” Meus punhos cerram ao lado quando sinto vontade de socálo, mas me contenho. “Bem, é melhor ir ver Nikki antes do show começar.” “Imaginei que era nova.” Diz ele, um sorriso malicioso inclinando seus lábios. “Se não tomar cuidado, uma garota doce como você pode ser comida viva num lugar como este.” Por seu olhar, sinto que esse alguém pode ser ele. É atraente de uma maneira altamente arrumada. Se não tivesse acabado de detonar meu irmão, e eu quisesse ser guiada por uma coleira, e apanhar até gritar, provavelmente consideraria um encontro. Mas...não quero isso. Nem um pouco. É por isso que decido dar o fora. “O camarim dela fica atrás do palco, você disse?” Aponto para trás e começo a sair do corredor. “Por aqui?” Ele concorda, muito divertido com minha aparente fuga. “Tudo bem, obrigada pelo bate-papo. Até mais.” “Espere!” Viro para ele. “Não me disse seu nome.” “Natasha.” Respondo e mantenho meus pés em movimento. Assisto seus lábios se moverem enquanto repete o nome. “Combina com você.” Sim, aposto que sim.

Viro e atravesso a multidão em direção ao palco, minhas pernas não se movendo rápido o suficiente. Encontre-a, Katelyn, e dê o fora daqui. Vejo uma porta à direita no momento em que passo pelo palco e presumo que seja a que quero, já que não existem outras. Bato algumas vezes, mas ninguém responde. Quando não vejo ninguém prestando atenção, giro lentamente a maçaneta para encontrá-la destrancada. Entro no grande camarim para ver que está vazio. Fecho a porta atrás de mim, aproveitando a oportunidade para bisbilhotar e começo a vasculhar as gavetas. Além de pedaços de couro e armas que parecem causar graves danos corporais, não encontro nada. Sou tirada da minha pesquisa quando alguém entra na sala. Viro pensando que é Nikki, mas vejo um homem alto e bravo, seu olhar duro me percorrendo. Ah merda! “Hã...ei”, começo a limpar a garganta. “Só estava...” “Bem, já era hora de você aparecer”, ele grita. “Nikki me disse que estaria aqui uma hora atrás. A cena deve começar agora.” Hã? Assusto-me quando ele se aproxima de mim e agarra meu braço. “Vamos lá, coloque sua bundinha gostosa lá fora. Já estamos atrasados.” Ele me arrasta para o outro lado da sala, onde há outra porta. Afundo meus calcanhares. “Espera. Houve um engano.”

“Sem engano, querida. Tenho pessoas esperando por isso e tempo é dinheiro.” Ele abre a porta e me empurra por ela. “Nikki nos informou seus limites. Não estrague tudo. Ela disse que você era boa. Prove.” Ele bate à porta, deixando-me sem noção do que está acontecendo. É quando percebo que a música parou. Viro e congelo no lugar quando vejo todos olhando para mim enquanto se aproximam do palco. O cara com quem falei anteriormente está no centro a frente; uma expressão surpresa e divertida em seu rosto enquanto me observa. Meu coração dispara no peito enquanto tento descobrir como vou sair disso. Seja lá o que for. Um estalo alto enche o ar de repente, fazendo-me estremecer. Viro e vejo um homem enorme caminhar em minha direção, usando apenas uma calça de couro preta e uma máscara em volta do rosto, o peito e os ombros largos parecendo terrivelmente poderosos. Ele segura o que parece ser um chicote. Enquanto caminha em minha direção, bate contra sua mão nua mais uma vez, criando aquele som que endurece minha coluna. “De joelhos, animal de estimação.” Ele ordena, e rapidamente percebo que fala comigo. Oh doce menino Jesus, estou em sérios problemas. Minhas pernas começam a tremer embaixo de mim quando limpo minha garganta. “Escute”, sussurro, enquanto ele se aproxima, “houve um engano. Eu...” “Use sua palavra segura ou fique de joelhos!” Palavra segura?

Um grito escapa quando ele bate o couro na palma da mão mais uma vez. Imediatamente caio de joelhos com as mãos no ar. “Está bem, está bem. Estou ajoelhada.” Sua cabeça se inclina, parece tão confuso quanto eu estou aterrorizada. Ele se inclina para perto. “O que está fazendo?” Pergunta em um tom abafado. “Você está fodendo a cena.” “Por favor. Você entendeu tudo errado. Eu...” “Afaste-se dela!” Fico tensa com a voz familiar e zangada. Minha cabeça vira para o lado e todo o ar sai do meu corpo enquanto meus olhos colidem com um par de duros olhos cinza-azulados. Olhos que nunca esquecerei, aqueles que sonhei ao longo dos anos. Os mesmos que não vejo há sete longos anos. Que diabos? Devia estar aliviada ao ver Nick parado na minha frente agora, sabendo que vai me tirar dessa bagunça. No entanto, a expressão furiosa em seu rosto me faz pensar que posso estar melhor com o cara mascarado. ****

Nick A raiva bombeia meu corpo diante da visão. Ver Katelyn de joelhos com as mãos no ar, como se o Dom estivesse segurando uma arma em sua cabeça e não um maldito chicote, prova que ela

não sabe o que diabos está fazendo. E obrigado por isso, porque juro que estou prestes a bater em sua bunda por essa merda. Nunca pensei que, entrando aqui, encontraria a única garota em que não parei de pensar de joelhos, vestida como uma sedutora que provavelmente tem todo filho da puta do lugar duro como uma rocha. Seus olhos arregalados e aterrorizados seguram os meus, o olhar suplicante. Não sei o que diabos ela faz neste lugar, mas estou prestes a descobrir. “Levante-se

agora!”

Digo

entre

minhas

mandíbulas

trancadas. Seu olhar estreita com a ordem. “Bem, eu faria, mas o cara de couro aqui vai me bater como um cavalo se eu não ficar de joelhos.” Com um grunhido enfurecido, estendo a mão e agarro seu braço, arrasto-a para a beira do palco. Ela engasga quando me inclino e a jogo por cima do ombro. “Meu Deus. Você está louco?” Ela grita, mexendo-se para se libertar. Dou um tapa em sua bunda, faço-a recuar de surpresa. “Pare!” Empurro através da multidão atordoada, indo para a saída, meu sangue correndo quente. Três seguranças vêm até mim, seguindo um cara chateado que suponho ser Ricky Spencer, o dono do clube. Todos me encurralam no canto, parecendo prontos para lutar. “Você fodeu com o clube errado, idiota.”

Tiro meu distintivo. “FBI, idiota. Agora saia do meu caminho e esqueça que a viu.” Eles não me impedem enquanto me movo e saio pela porta. Assim que o ar fresco nos atinge, Katelyn começa a bater nas minhas costas. “Coloque-me no chão!” O inferno que eu vou. “Ei! Você acabou de passar por meu carro.” Ela luta mais para se libertar, debatendo-se de uma maneira que está prestes a nos derrubar. Trago minha mão para sua bunda novamente. “Acalme-se, e quero dizer isso.” “Nick, juro por Deus, se me bater mais uma vez vou te dar um soco no pau!” Resmungo e desbloqueio minha caminhonete antes de jogála no banco do passageiro. “Não vou a lugar nenhum com você.” Ela tenta sair da caminhonete e é aí que minha paciência se esgota. Com uma mão em seu peito, empurro-a de volta para o assento e aproximo-me de seu rosto. Seus grandes olhos castanhos arregalam de alarme, e a vejo engolir visivelmente. “Ouça. Você fica nesta porra de banco ou vou te levar de volta para o clube e usar aquele chicote em você! Entendeu?” Seus dentes rangem, mas seu corpo para de protestar. “Meu carro está aqui. Preciso dele para trabalhar amanhã.” “Não se preocupe com isso. Vou garantir que o pegue de manhã.”

Sentindo-me confiante de que ela entendeu a mensagem, bato a porta, entro do outro lado e depois saio. Meu pé está pesado no acelerador pela fúria que flui por mim, misturando-se com uma boa dose de outra coisa. Algo que não quero citar, mas sei, vem de ver a garota ao meu lado novamente. Jesus, não esperava que nosso primeiro encontro fosse assim. Ela olha pela janela, os braços cruzados sobre o peito, dando um vislumbre do decote que todos os outros filhos da puta naquele

clube

podiam

ver.

O

pensamento

eleva

meu

temperamento mais um pouco. “O que diabos fazia lá, Katelyn?” Seu olhar se volta para mim. “Estava lá tentando encontrar a cadela que está mentindo e acusando meu irmão de estupro. O que diabos você fazia lá?” “Salvando sua bunda, é isso.” Ela revira os olhos. “Ah, por favor. Não precisava de você. Eu tinha tudo sob controle.” “Isso é sério?” O queixo dela se levanta. “Teria me livrado daquilo.” “Besteira! Não tem ideia de com quem brincava lá.” “Não importa.” Ela grita de volta. “Não se isso significa limpar o nome de Kolan e salvar sua reputação. Nada mais importa além disso.” “Esse não é o seu trabalho. Deixe com a lei.” Aponto para ela. “Vai recuar agora, está me ouvindo? Chega de brincar de Nancy fodida Drew1.” 1

Nancy Drew é uma série de televisão norte-americana de drama e mistério baseada no personagem titular de uma série de livros de mistério que estreou em 9 de outubro de 2019. É a terceira série de televisão de Nancy

“Desculpe?” Pelo seu tom, está claro que a irritei com isso. “Quem diabos pensa que é para estar gritando ordens para mim? Eu tinha todo o direito de estar lá. Ele é meu irmão, e sou a única tentando ajudá-lo. Não vou desistir até limpar seu nome. Então foda-se você e seu pedido.” A teimosia dela aperta minhas mãos no volante. Paro do lado de fora do prédio dela, sei onde é desde que dirigi ontem à noite depois de desembarcar. Ela não me questiona sobre isso, provavelmente porque está muito chateada. “O que você está fazendo aqui, Nick?” Seu tom é mais suave, mas permanece amargo. “Você me ligou, lembra?” “Sim, confie em mim, eu lembro. Difícil esquecer esse erro.” Meu olhar encontra o dela e meu peito contrai com a dor em seus olhos. Jesus, ela é ainda mais bonita agora, e não achei que isso fosse possível. “Pensei que você de todas as pessoas saberia que ele nunca faria algo assim.” “Nunca disse que ele fez isso.” “Você não precisou. Ouvi a dúvida na sua voz, assim como todo mundo.” Lágrimas começam a se formar em seus olhos escuros e exóticos quando pega a maçaneta da porta. “Vá para casa, Nick. Não preciso de você e Kolan também não. Vou encontrar uma maneira de provar sua inocência sozinha. Mesmo se morrer tentando.” Drew, seguindo The Hardy Boys / Nancy Drew Mysteries (1977–1979) e uma versão canadense-americana de 1995. Em outubro de 2019, a The CW fez uma ordem de 22 episódios para a primeira temporada da série.

Suas palavras de despedida me atingem como um soco no estômago. Antes que eu possa dizer algo mais, ela desce e bate à porta. Observo enquanto ela entra no prédio com os ombros caídos e os braços em volta de si mesma. Tenho vontade de ir atrás dela. Isso me deixa com uma dor no peito que não quero reconhecer e me faz sentir coisas que não quero sentir. Estou com ela há menos de vinte minutos e já estou fodido.

CAPÍTULO NOVE Katelyn “Você está brincando comigo, Nick Stone está aqui em Charleston?” Faith pergunta, parecendo tão chocada quanto ainda me sinto. Sentamo-nos no fundo do meu salão, tomando uma xícara de café enquanto passo o tempo antes da minha próxima cliente, pois tive um cancelamento. Ela veio me checar e é claro que contei tudo o que aconteceu. Não achei que algo a chocaria tanto quanto dizer que acabei em um clube de BDSM e quase me tornei submissa em roupas de couro, até que contei sobre Nick. “Nunca brincaria sobre algo assim.” Digo seriamente. Um sorriso conhecedor enfeita seu rosto. “Bem, pelo menos uma coisa boa nessa bagunça.” “Não há nada de bom nisso. Cometi o erro de ligar para ele e pedir ajuda. Pensei que acreditaria na inocência de Kolan tanto quanto eu, mas estava errada. Está claro que ele pensa o mesmo que todos os outros.” O pensamento dói agora tanto quanto a dois dias atrás. Faith alcança e agarra minha mão. “Nem todos.” Dou um sorriso fraco para ela. “Eu sei.”

Além de Faith, ninguém mais entende quão bom homem é meu irmão. Ele pode ter um lado sombrio, algo que aprendi mais na noite passada, mas nunca se forçaria numa mulher. Gostaria de ter encontrado aquela cadela ontem à noite e descoberto por que está mentindo. Considerei que talvez isso tenha a ver com dinheiro, já que Kolan está bem neste aspecto. Mas então ela não o chantagearia em vez de ir à polícia? Todas as perguntas não respondidas fazem minha cabeça quase explodir. “E não acho que todo mundo acredita nisso.” Faith diz e me tira dos pensamentos. “Acho que estão tão confusos quanto nós. As evidências podem ser incriminatórias, mas gostaria de pensar que Cooper é justo e não julgaria até ouvir o lado de Kolan na história.” “Também pensei isso, mas nas poucas vezes em que conversei com ele sobre isso, parece que já se decidiu.” Balanço minha cabeça tristemente. “Entendo que não conhecem Kolan como nós, o que é principalmente culpa dele, mas pensaria que, pelo menos, confiariam em mim.” Antes que Faith possa responder, Chantal, uma das minhas funcionárias caminha até nós. “Hum, Katelyn”, ela começa; suas bochechas rosadas fazendo-a parecer confusa. “Há um cara aqui para vê-la, e não um cara qualquer, acho que pode ser o mais gostoso que já vi na vida real. Como se meu coração parasse quando ele entrou e todos os meus pedaços de senhora estão rugindo para a vida com uma vingança.”

Um sentimento de pavor afunda em minha barriga, mas também não posso negar a vibração que corre através de mim. Sei exatamente quem é. Porra, eu tinha a sensação de que ele não sairia tão facilmente. Faith sorri para mim. “Bem, me pergunto quem poderia ser, hummm?” Ela começa a sair. “Faith! Volte aqui”, sussurro calorosamente, mas ela me ignora e sai na frente de qualquer maneira. Com um gemido, a sigo, sentindo Chantal por perto. Minha outra funcionária, Shawna, e sua cliente estão boquiabertas com Nick, com a pele tão avermelhada quanto a de Chantal. Não as culpo. O homem só ficou mais sexy com a idade, especialmente com a maneira como esse jeans solto e desbotado pende atraentemente em seu quadril magro ou como essa camiseta branca se estende por seus ombros largos, abraçando seu corpo musculoso. A cor apenas ressalta as tatuagens que decoram seus braços, e rapidamente noto que algumas são novas. Acrescente seus cabelos escuros e despenteados, olhos azuis acinzentados e mandíbula forte com uma sombra de barba...ele é o sonho de toda mulher. O bastardo. “Bem, se não é o famoso Nick Stone.” Faith diz, dando-lhe um abraço. Ele devolve o gesto dela facilmente. “Ei, Faith. Pop disse algo sobre você e seus pais se mudarem para cá.”

“Sim, meu pai assumiu a posição de pastor sênior na igreja Peace Hill alguns anos atrás. Acabou sendo a melhor mudança da minha vida.” Ela diz com um sorriso genuíno que arranca um dos meus. Foi a melhor jogada da vida dela. Foi o destino juntando a ela e Cade novamente. Pode ter sido uma luta no começo, mas ela teve o felizes para sempre que merecia. Tem uma família linda agora, e não posso estar mais feliz por ela. Também tenho inveja. Daria tudo para ter isso algum dia, para alguém me amar tanto quanto Cade a ama. No entanto, não estou prendendo a respiração, não com a sorte. “Fico feliz em ouvir.” Nick diz, antes que seus olhos encontrem os meus. Essa vibração estúpida se move em meu peito novamente. Você não pensaria que sete anos passaram entre nós. Mesmo ontem à noite, quando estava furiosa com ele, não pude deixar de amar estar perto dele novamente. Isso me trouxe conforto quando não deveria. Odeio isso, odeio o efeito que ele ainda me afeta depois de todo esse tempo. “Bem, vou deixar vocês dois em paz. Estava de saída.” Faith diz, aproximando-se e me abraçando. “Tente não dar um tempo muito difícil a ele, hein?” Ela sussurra no meu ouvido. Eu xingo. Seus braços apertam ao meu redor enquanto ela sorri. “Tudo vai ficar bem, vamos encontrá-lo.” “Obrigada por passar e me verificar.” Digo baixinho.

“Sempre. Mantenha-me informada.” “Eu vou.” Com um último adeus a todas as outras, ela sai. O silêncio segue pelo salão enquanto Nick e eu nos encaramos. Sinto os olhos de Shawna e Chantal em nós, tornando as coisas ainda mais estranhas. Cruzo os braços sobre o peito. “O que faz aqui?” “Nós precisamos conversar.” Conversar minha bunda. Aposto que quer gritar comigo novamente sobre a noite passada. Não está acontecendo. “Bem, não posso agora. Estou trabalhando.” “Só levará alguns minutos.” “Desculpe, terá que marcar uma hora.” Os olhos dele se estreitam. “Tudo bem, então vou fazer um corte de cabelo...agora.” “Não posso, estou lotada.” Ele olha em volta da loja, vendo minha óbvia mentira. Shawna é a única que tem uma cliente no momento. A de Chantal não deve chegar por trinta minutos e meu horário está cancelado, o que significa que estou livre pela próxima hora. Geralmente estou lotada, às vezes até atrasada, mas é claro, hoje, tinham que cancelar. Droga!

“Corto o cabelo dele.” Chantal se voluntaria muito feliz, levantando a mão, que abaixa rapidamente quando a encaro. “Ou não.” “Na verdade, isso seria ótimo, se não se importa.” Nick parece presunçoso e leva minha irritação a um nível totalmente novo. Chantal move-se nervosamente. “Uh...” “Bem! Vou cortar seu cabelo estúpido.” Digo. “Venha para a pia.” Viro e corro para trás, minhas botas de salto alto na altura da coxa clicam alto a cada pisada. Eu o ouço rir atrás de mim. Isso me faz querer virar e dar um tapa nele. Em vez disso, pego uma capa quando ele se senta numa das pias...uma capa rosa brilhante. Ele olha para ela enquanto ando até ele. Mordo o interior da bochecha, tentando impedir que meu sorriso se liberte com a expressão em seu rosto. “Sente-se, preciso te cobrir.” “Você não vai colocar essa merda em mim.” “Preciso, não posso cortar seu cabelo sem ela.” “Besteira. Não me diga que coloca isso em todo cara que entra aqui.” “Apenas os especiais.” Respondo com um sorriso doce. Quando vou colocá-la em torno dele, ele evita minha tentativa. “Quero dizer isso, Katelyn. Não colocará isso em mim.” Posso dizer pelo conjunto teimoso de sua mandíbula que ele não vai se mexer.

Pergunto-me o que ele faria se eu o levasse até minha sala de depilação à cera e lhe desse uma à brasileira...Espere, não. Não é uma boa ideia, Katelyn. “Ugh, tudo bem!” Afasto-me e pego a preta, mas a coloco de lado, já que não preciso dela até o corte de qualquer maneira. Só queria a rosa para irritá-lo; sabia que não teria tanta sorte. Envolvo uma toalha em seus ombros, pressiono minha mão em seu peito, ignoro o quão firme ele parece sob a palma da minha mão enquanto se recosta. Quando está sentado, trago a torneira sobre a cabeça e a ligo antes de deixar a água esquentar. “Jesus!” Pulo para o lado quando ele dispara para longe da água fria. “Opa. Desculpe por isso.” Peço desculpas com um sorriso inocente. Ele olha para mim. “Está fodidamente pedindo por isso.” O olhar escuro em seus olhos rouba minha respiração. É o mesmo olhar que me lembro de todos aqueles anos atrás, quando eu apertava todos os seus botões, tentando-o em todas as chances que tinha. Não pense no passado. Limpo a garganta, afasto o olhar dele e começo a enxaguar seus cabelos quando a água esquenta. Quando pego o xampu, decido quebrar o silêncio. “Vá em frente e diga o que quer dizer para voltar à sua vida.” “Ambos sabemos que não vou a lugar nenhum.”

“Por que não? Não há necessidade de estar aqui. Só liguei para você porque pensei que acreditaria na inocência dele. Desde que você não...” “Pare de dizer isso.” Ele retruca. “Não acho que ele seja culpado. Nunca achei.” Zombo. “Posso ter me enganado. Você foi um idiota completo ao telefone.” “Você me deu uma folga? Sua ligação me pegou de surpresa. Faz muito tempo.” “Acha que não sei disso? Tem alguma ideia de como foi difícil fazer essa ligação?” Pergunto, mágoa escorrendo em minhas palavras. “Eu estava apavorada. Você era minha última esperança de ajuda e jogou de volta na minha cara.” Desvio o olhar enquanto meus olhos começam a arder e ligo a torneira novamente para enxaguar o xampu dos cabelos. Ele permanece quieto até eu desligar a água e começar a colocar o condicionador. “Você está certa, desculpe.” Ele diz, sua voz mais suave. “Não quis ser um idiota. Fiquei surpreso. Minha reação não teve nada a ver com pensar que ele é culpado. Se atendesse minhas ligações, eu poderia lhe dizer que estava vindo. Não deveria estar naquele clube ontem à noite.” A última de suas palavras sai dura, pingando desaprovação. Olho para ele, seu rosto começa a ficar embaçado pela emoção que tento tanto segurar. “Sou tudo o que ele tem”, engasgo com um sussurro, “ninguém mais o ama além de mim.” Incapaz

de detê-las, minhas lágrimas começam a cair. Viro o rosto e rapidamente deslizo a bochecha contra meu ombro. “Ei, vamos lá, Kate. Não chore.” Sua mão encontra o interior da minha coxa, apertando-a suavemente. Mesmo através do meu jeans, posso sentir o calor do seu toque irradiar pelo meu corpo inteiro. “Você não é tudo que ele tem, é por isso que estou aqui. Eu o encontrarei. Prometo.” Sua confiança faz uma fatia de esperança arder dentro de mim. “Como soube do clube?” Pergunto. Ele fica quieto por um longo momento, hesitando com sua resposta. “Descobri ontem que ele possui uma sala privada lá.” Meus olhos se fecham, decepção me esmaga por saber que o que Vince disse que era verdade. Imaginei que sim, especialmente depois de conversar com aquele cara na noite passada que é membro, mas uma parte de mim ainda esperava que não fosse verdade. “Ele sempre esteve nisso?” Pergunto antes que possa pensar. “Sim.” Permaneço em silêncio, sem saber o que pensar ou dizer. Tento não julgar, mas o que vi ontem à noite é algo que não consigo entender. “Não há nada errado com isso, Katelyn. É uma escolha de estilo de vida que funciona para algumas pessoas. Seu irmão é um deles. Sempre foi um bastardo controlador. Você sabe disso.” É por isso que Kolan faz isso? Pelo controle?

“Você voltou lá depois que me deixou?” Pergunto enquanto seco os cabelos com uma toalha e o sento. “Não. Provavelmente teria matado o cara de máscara se voltasse.” Ele diz, um leve sorriso toca seus lábios. Começo a sorrir, sinto minhas bochechas esquentarem com a lembrança. “Deus, ainda não posso acreditar que quase fui espancada com um...com um...” “Chicote de equitação.” “Certo, bem, para o inferno como se chama de jeito nenhum aquilo chegaria perto da minha bunda.” Digo com um sorriso envergonhado e balanço a cabeça. “Pelo menos posso rir disso agora.” “Não há nada de engraçado nisso.” “É um pouco engraçado.” “Não, não é.” Ele diz, seu rosto sem expressão. “Só um pouquinho? Deste tanto?” Seguro meu polegar e dedo indicador juntos, olho para ele através do pequeno espaço entre eles. Ele balança a cabeça. Reviro os olhos para o quão sério ele está. “Tudo bem, tanto faz.” Viro e estou prestes a levá-lo à minha cadeira quando ele agarra meu pulso e me para. Olho de volta para vê-lo olhar para mim, seu olhar intenso. “Prometa que nunca mais voltará lá.”

“Nick...” Paro, sem saber se posso fazer essa promessa. Não se isso significa encontrar Nikki e obter as informações de que preciso. “Quero dizer. Porra, prometa que não vai voltar lá.” Seu tom é duro e há um medo real em seu olhar. “Confie em mim, à última coisa que quero fazer é voltar e encontrar o Slappy McHappy.” Ele levanta uma sobrancelha. “Slappy McHappy?” “Sim, é o apelido do máscara de couro.” Ele balança a cabeça, mas não perco o sorriso em seu rosto. Ainda é realmente sexy, faz minha barriga dar cambalhotas. Seus cabelos molhados caem sobre a testa, e antes que eu possa pensar, estendo a mão e passo os dedos pelos fios, tirandoos dos olhos. Com precisão rápida, ele agarra meu pulso e me assusta. Começo a pensar que passei dos limites quando percebo que sua reação rápida não é sobre o meu toque. Ele vira meu braço e olha a tatuagem na parte interna do meu pulso. Meu coração bate violentamente quando o polegar dele roça as palavras. eu sou mais Ele olha de volta para mim, seus olhos perfuram os meus de uma maneira que juro que pode ver minha alma. Meu coração dispara mais rápido e o tempo para. Tantas lembranças me inundam de uma só vez, desde a primeira vez que ele me disse essas palavras, até porque fiz a tatuagem em primeiro lugar. Um é lindo, o outro é doloroso.

“Estou feliz que não esqueceu.” Ele diz, o polegar ainda esfregando a tinta enquanto me olha. “Mas eu esqueci.” Sussurro densamente, dizendo a verdade. “É por isso que fiz a tatuagem, para nunca mais esquecer.” Seus olhos escurecem, mas antes que possa dizer qualquer coisa, Chantal entra. “Ei, Katelyn?” Viro e puxo minha mão da de Nick. “Oh, desculpe interromper”, ela pede desculpas. “Está tudo bem, não interrompeu.” “Seu pai está aqui para vê-la. Disse a ele que você estava com um cliente, mas ele disse que não se importava. Quer ver sua garota.” Um sorriso genuíno se estende por meu rosto e alivia meu coração pesado. “Diga a ele que vou lá.” Enquanto ela volta, evito o olhar de Nick e vou até o espelho, consertar minha maquiagem borrada. Sinto seus olhos em mim o tempo todo, mas os ignoro. “Vamos, vamos para minha cadeira.” Pego a capa preta antes de levá-lo para o salão. Meu sorriso se ilumina quando vejo papai parado na minha estação, tão bonito como sempre, e segurando um buquê de narcisos. “Aí está minha garota.” Diz com um sorriso encantador que diminui rapidamente à medida que me aproximo. “Por que diabos parece que esteve chorando?” Seus olhos vão para Nick atrás de mim e se arregalam de surpresa antes que se transformem numa careta. “Ei, o que diabos você está fazendo aqui?”

“Papai, tenho certeza que se lembra de Nick Stone.” Digo, mordendo um sorriso pelo choque em seu rosto. “Claro que lembro.” Ele aponta para ele. “Você é quem está fazendo ela chorar? Porque se for, vou chutar sua bunda.” Caio na gargalhada. “Vá com calma agora, não preciso de um arco-íris de skittles na minha loja.” Chantal e Shawna riem, mas papai apenas parece confuso. Nick não se deixa intimidar pela ameaça e estende a mão. “George, prazer em vê-lo novamente.” Papai aceita com um firme aceno de cabeça. “É bom ver você também. A menos que eu descubra que é você quem colocou essas lágrimas nos olhos dela. Então teremos problemas.” “Está tudo bem, papai, prometo.” Digo a ele enquanto viro minha cadeira para Nick sentar-se. “Por mais que eu aprecie a checagem, sabe que posso me cuidar.” “Isso é porque você é uma Williams e nós sabemos como chutar uma bunda.” Na verdade, não sou uma Williams. Papai é o pai do meu tio Josh. Sou parente da minha tia Linda. A mãe de Faith é irmã da minha mãe. Mas papai sempre me fez sentir como um deles. Sempre me tratou como se eu fosse seu sangue. “O que devo ao prazer de ver seu rosto bonito hoje?” Pergunto enquanto coloco a capa em Nick. “Trouxe isso para você.” Ele diz e empurra o buquê para mim. Meu coração derrete numa poça gigante enquanto tiro os narcisos

dele. “Senti falta do seu rosto bonito quando não veio para o jantar de domingo, então decidi parar e te checar.” Minha garganta se enche de emoção. Fico na ponta dos pés, envolvo os braços em volta do seu pescoço e pressiono um beijo em sua bochecha gasta. “Obrigado. Eles são lindos.” Ele me esmaga contra ele, espremendo o ar dos meus pulmões. “Amo você, garota. Sei que está chateada com seu irmão agora, apenas saiba que estamos aqui para você, está bem?” “Eu também te amo.” Engasgo suavemente. Posso ter o apoio deles, mas não tenho tanta certeza de que meu irmão o tem. Eles são céticos como todo mundo, mas percebo que isso é parcialmente culpa de Kolan por não os deixar entrar e ver quem ele é. Houve apenas algumas vezes em que consegui convencê-lo a participar de reuniões familiares. Ele geralmente hesita com a menção da família. “Desculpe-me, perdi o jantar. Acabei me concentrando em tentar encontrar Kolan, estou realmente preocupada com ele.” “Eu sei, querida, espero que essa bagunça seja resolvida em breve.” Concordo, embora não sinta muita esperança no momento. “Vou deixar você trabalhar. Só queria parar e te ver. Ligueme se precisar de algo, ouviu?” “Eu vou. Obrigada papai.” “Sempre.” Dando-me um beijo na cabeça, ele se move para Nick e dá a ele o sinal de ‘estou de olho em você’. “Estou de olho em você.”

Mordo o interior da bochecha para não sorrir. “Anotado.” Nick diz, nada preocupado. “Diga a Phil que mandei um oi da próxima vez que falar com ele.” Ele diz, falando sobre Pop. “Eu direi.” Depois que papai sai, os olhos de Nick encontram os meus no espelho. “Ele sempre foi tão durão ou eu simplesmente esqueci?” Sorrio. “Ele sempre foi assim, mas acho que piorou com a idade.” Papai pode ser um idiota, mas ama ferozmente. “O que quer que faça, apenas nunca deixe doutor Sissy perto dele.” Digo divertida, pensando em quanto não gosta do bom médico, junto com todos os outros caras. “Doutor Sissy?” “Confie em mim, não pergunte.” Coloco o buquê no meu balcão e passo as mãos pelos cabelos molhados e bagunçados de Nick. “Então o que quer que eu faça?” Ele encolhe os ombros. “O que quiser, eu acho.” “Bem nesse caso.” Estendendo a mão, pego as tesouras e as agito bem alto ao lado de sua orelha. Ele fica tenso, mas não se move, seus olhos me encaram no espelho. “Boa tentativa, porra. Faça e você é a próxima.” Arqueio uma sobrancelha. “Mas você disse que eu poderia fazer o que quisesse.” “Katelyn.” Meu nome sai rosnado, fazendo-me rir. “Oh, acalme-se, rainha do drama, só estou brincando.”

Nunca tocaria em seus cabelos. Grosso e

cheio, o

comprimento escova a parte superior do colarinho e as orelhas. Pode fazer com que os dedos de uma garota se contraiam só de olhar para ele. Você não mexe com esse tipo de perfeição. Pego minhas tesouras, começo a aparar, decidindo fazer apenas uma pequena limpeza. “Você gosta de morar aqui?” Ele pergunta, quebrando o silêncio. Concordo. “Sim, amo aqui. É muito melhor do que Montana, com certeza, mas gosto ainda mais do que da Columbia, onde Kolan me levou pela primeira vez. Estou feliz por decidir abrir uma loja aqui, há algo que parece certo em Charleston. Todo mundo é tão amigável e acolhedor...bem, a maioria. Encontrei os melhores amigos aqui, eles são como uma família para mim.” Meu coração fica pesado pensando em Kayla, Julia e Grace. Estão tentando me encontrar nos últimos dias, mas me distanciei enquanto tentava resolver tudo isso sobre Kolan. É difícil confiar nelas quando sei que seus maridos pensam o pior. “Parece que tem uma coisa boa por aqui.” Ele gesticula para a loja. “Sim.” O KRE8 se tornou minha vida. É um lugar onde prospero e me sinto bem comigo mesma. Sou muito boa no que faço e adoro fazer as pessoas se sentirem bonitas. Amo especialmente ver o sorriso em seus rostos e a confiança que têm quando saem.

“Diga-me o que o nome significa. Estou assumindo que as duas primeiras letras são Katelyn Era.” Ele diz, falando sobre meu primeiro e segundo nome. “Sim. O E significa estética e o 8, infinito. Então, quando você junta tudo isso, soa como criar.” Explico com um sorriso orgulhoso. “Muito...criativo.” Ele brinca com um sorriso. Sorrio. “Obrigada, fiquei muito orgulhosa quando criei.” Sua expressão fica séria. “Você deve estar. Tudo isso é uma conquista e tanto.” Dou de ombros. “Talvez, mas não fiz isso sozinha. Kolan me inscreveu naqueles cursos de estética assim que nos mudamos para Columbia. Pouco antes de terminar, papai vendeu sua fazenda. Ele deu a Faith e a mim um dinheiro e também ofereceu a Kolan, mas é claro que ele recusou.” “É claro.” Ele diz, sabendo exatamente como meu irmão é. “Enfim, usei o meu para isso. Portanto, sem os dois, este lugar não seria possível.” “Tenho certeza que faria isso acontecer mesmo sem eles.” “Não sei sobre isso.” “Eu sei.” Meus olhos encontram os dele no espelho. “Como?” Pergunto baixinho. “Não tem mais ideia de quem sou.” “Acha que esqueci quem você é, Katelyn?” Olho de volta para seu reflexo. “Sim. Acho.”

Como posso não pensar isso? Ele passou sete anos sem sequer um telefonema, pelo que sabia eu poderia estar morta. A dor do passado volta rápido e forte. Desvio o olhar do dele antes que possa deixar as emoções me puxarem para baixo. Passo o resto do tempo cortando seus cabelos em silêncio. Sinto seus olhos em mim o tempo todo, mas não faço contato visual novamente. Quando termino, escovo os cabelos e tiro sua capa. “Vamos lá, vou levá-lo para fora.” Não espero por sua resposta e saio pela porta da frente, desesperada por ar fresco. Enquanto estou na calçada e espero por ele, admiro a longa fila de lojas ao meu redor, o sol quente da tarde aquece minha pele. Gostaria que pudesse me aquecer por dentro, tanto quanto por fora. Nick sai e fica na minha frente, bloqueia a preciosa luz do sol com toda sua glória masculina. “Quanto te devo?” Ele pergunta. Aceno para ele ir embora. “Nada. Está tudo bem.” Considerando que fui eu quem o fez marcar a hora quando não precisava, acho que vou ser legal e não cobrar. Ele enfia a mão no bolso de trás e tira a carteira. Tira uma nota de cinquenta ele me entrega, mas não aceito. “Pegue, Katelyn.” Ele exige. “Disse que está tudo bem, Nick.” Um resmungo baixo sai de seu peito, a vibração fornece o calor necessário que procurava em todo o meu corpo. “Porra, não discuta hoje, e apenas aceite o maldito dinheiro.”

Com um olhar, arranco a nota da mão dele e enfio no bolso da calça jeans. Seu corte de cabelo não custa nem perto disso, mas o filho da puta mandão não terá seu troco com esse tipo de atitude. Ele exala um suspiro pesado. “Escute, vou descobrir o que diabos está acontecendo, ok? Vou encontrá-lo, prometo, mas nesse meio tempo preciso que fique fora disso.” “Não posso ir com você?” “Não.” “Mas conheço este lugar melhor do que você e o conheço melhor. Posso te mostrar onde ele treina e...” “Esqueça, Katelyn. Isso não está acontecendo. Não sei com quem ou com o que estamos lidando aqui e, até isso, não quero você em nenhum lugar próximo, entende?” Por mais que eu queira argumentar, sei que ele será melhor em encontrar Kolan do que eu. “Tudo bem, mas então tem que me manter informada.. a cada segundo.” Acrescento, cutucando o dedo em seu peito. “Não vou fazer merda nenhuma se for a cada segundo.” “Você não pode esperar que eu apenas fique sentada e não faça nada enquanto banca o detetive. Vou ficar louca. Já estou.” Ele passa a mão pelos cabelos em frustração. “Tudo bem, olha, ligarei e falarei com você o máximo que puder. Com certeza, todas as noites, para que saiba se encontrei alguma coisa.” “Promete?” Pergunto. “Sim prometo. Promete recuar e me deixar lidar com isso?”

Concordo. “Onde vai primeiro?” “A academia dele.” “Boa sorte. Já tentei isso, ninguém fala comigo.” Ele resmunga. “Sim, bem, alguém vai falar querendo ou não.” “Sua melhor aposta é provavelmente Victor, se puder encontrá-lo.” Digo a ele. “Ele é o treinador de Kolan e provavelmente o mais próximo dele. Não estava lá quando eu fui, mas talvez esteja hoje.” Ele concorda. “Vou perguntar.” As coisas ficam em silêncio enquanto olhamos um para o outro. “Ok, bem, estarei esperando por suas atualizações. Dou aulas de ioga na...” “Stanton Park às quatro e meia. Sim, eu sei.” Meus olhos se estreitam. “Vejo que fez sua pesquisa antes de vir.” Digo, sem me preocupar em esconder a irritação. “Na verdade, sempre soube.” Antes que possa perguntar o que quer dizer, ele se aproxima, e pressiona até meus ombros encontrarem a grande janela do meu salão. Meu coração bate forte no peito quando ele se inclina, seu rosto tão perto do meu que posso sentir sua respiração, seu perfume masculino penetra meus sentidos. “Assim como sei disso”, ele diz e aponta para o nome que está na janela ao lado da minha cabeça, “costumava ser Katelyn Rae antes de você mudar há três anos.” Ainda estou em choque, seu olhar e palavras me mantém em cativeiro. “Assim como já sabia que se mudou para Columbia e cursou uma escola de beleza, se formando em primeiro lugar.” Meus olhos se fecham

quando seu nariz se arrasta levemente pela minha bochecha antes que leve a boca ao meu ouvido. “Katelyn, você pensa que esqueci, mas nunca parei de observá-la. Sempre soube.” Toda a respiração sai completamente do meu corpo, tornando impossível respirar. Quando pensei que não poderia estar mais chocada, ele leva os lábios à minha testa. “Seja uma boa garota e fique longe de problemas. Ligo para você mais tarde.” Com isso, ele se afasta, deixando-me completamente perturbada. Como se não tivesse virado meu mundo de cabeça para baixo, mudando tudo o que eu pensava saber.

CAPÍTULO DEZ Nick Passado Tick. Estou quase dormindo quando o som da luz me puxa de volta à consciência. Tick. Quando ouço novamente, olho para o relógio e vejo que é uma da manhã. Isso é de verdade? Tick. Ao som de outra pedra batendo no vidro, levanto-me e olho pela janela para ver exatamente quem eu esperava. A irmã mais nova do meu melhor amigo que não é mais tão pequena. A mesma garota que causou estragos no meu pau no ano passado. Está no meu gramado, às luzes externas brilham nela, expondo cada parte bonita. Ela usa shorts jeans e uma blusa branca que mostra todas suas delgadas curvas. O resto das pedras que ela tem na mão cai no chão quando me vê. Ela dá um pequeno aceno de dedos. Abro minha janela, levanto a cabeça e digo exatamente a mesma coisa que sempre digo quando ela aparece assim. “Já ouviu falar em usar uma porta?”

Ela me olha com aquele sorriso sedutor, que nenhuma garota de dezesseis anos deveria ter. “Onde estaria à diversão nisso?” Sua resposta é a mesma o tempo todo. Tornou-se um jogo, e apesar de eu parecer irritado, isso realmente não me incomoda. Não como deveria. No entanto, hoje à noite é muito mais tarde do que o habitual e me irrita que ela veio aqui no meio da noite sozinha. “O que estava fazendo?” Ela pergunta. “Dormindo, como você deveria estar.” Ela ignora o comentário. “Venha sentar comigo no riacho.” “Katelyn, é uma da manhã.” Ela encolhe os ombros. “E daí.” “E daí? E daí que é uma noite de escola para você.” Ela balança a cabeça. “Não. Amanhã não haverá aulas.” Merda. Isto não é bom. Seu rosto fica triste com meu silêncio, parece que alguém acabou de matar seu filhote. “Tem alguém aí com você?” “O que? Não.” Digo instantaneamente, banindo sua dúvida. Se fosse inteligente, teria mentido e dito que sim. Matando a paixão adolescente que desenvolveu por mim. Mas nunca fui muito inteligente, e o pensamento de magoar seus sentimentos assim rasga meu interior. Ela se anima novamente. “Então desça.” Hesito porque quanto mais tempo passo com ela, mais difícil é controlar meu pau. Nada pode acontecer conosco. Não faria isso com Kolan ou ela, mas, porra, realmente gosto de estar perto dela.

O que é aterrorizante, porque não deveria dar permissão a este sentimento. Aprendi essa lição da maneira mais difícil. “Por favor, Nick. Não quero estar em casa agora.” Fico tenso com o medo na voz dela. “Por quê? O que aconteceu?” Se o pedaço de merda de seu pai a tocou, eu o mato. “Nada. Não é uma boa noite e Kolan está trabalhando. Não quero ficar lá sozinha.” “Vou descer num minuto.” Ela sorri, tão grande que me faz sentir coisas que não deveria. É perigoso pra caralho. Pego minha camisa do chão e a passo sobre a cabeça, em seguida, pego um dos meus moletons para ela. Saio do meu quarto, sigo para a porta da frente e vejo Katelyn esperando nos degraus com o mesmo sorriso em seu lindo rosto, mas não chega a alcançar seus olhos. Ela parece exausta. “Oi.” Ela me cumprimenta suavemente. “Oi.” O sorriso dela muda de doce para sexy. “Você não precisava vestir uma camisa por minha causa.” Meu pau endurece com a provocação. Encaro-a e ela apenas sorri, pensando ser hilária. Com um grunhido, jogo meu casaco para ela. “Coloque isso.” “Sim senhor.” Ela me saúda e depois coloca o casaco. Todo meu sangue corre para o sul ao vê-la com minhas roupas. Merda, estou com tantos problemas.

Ela levanta os braços, mostrando o tamanho dele. “Ele se encaixa, e acho que fica melhor em mim do que em você.” Balanço a cabeça. “Vamos, espertinha.” Com uma risadinha, ela dá um passo ao meu lado. Andamos a maior parte do caminho em silêncio; a cabeça de Katelyn está abaixada, observando seus pés. Se já não soubesse que algo estava errado antes, com certeza agora sei. A garota nunca fica quieta. Ela pode falar com a porra da orelha, mesmo que não tenha nada a dizer. Vou ter que falar com Kolan. Ele está trabalhando duro, economizando tudo o que pode para que, quando ela completar dezoito anos, possa tirá-la desta cidade. Ele poderia ter se mudado há muito tempo, mas não vai deixar Kate, e o pai deles ameaçou chamar a polícia se ele a levar. Até onde sei, o imbecil não chega perto dela há anos, desde que Kolan o expulsou da última vez. Mas com ele trabalhando tanto, quem sabe o que diabos pode estar acontecendo lá. Mas ela nos diria, certo? O som da água fluindo me tira dos pensamentos. Katelyn cai no chão em frente ao riacho e puxa os joelhos para o peito. “Eu amo tanto aqui. É meu lugar favorito no mundo.” Isso não diz muito, considerando que ela nunca esteve longe desta cidade, mas tenho que admitir que o rancho do meu pai é um lugar bem legal. Adoro a privacidade que ele oferece. Quando tomo o lugar ao lado dela, ela olha para mim, sua expressão suave. Seus longos cabelos castanhos estão presos num

nó alto na cabeça, mechas de cabelos escapam e sopram suavemente em seu rosto. Nesse momento, ela parece tão inocente quanto sei que é. “Obrigada por vir aqui comigo. Desculpe-me se te acordei.” “Você não me acordou.” Minto. “Vai me contar o que aconteceu?” Ela desvia o olhar e encolhe os ombros. “Nada aconteceu. Ele está apenas sendo o típico bêbado, idiota, e hoje à noite não quero ficar por perto. Não tenho energia.” “Kate, olhe para mim.” Seus olhos castanhos se voltam para os meus, parecendo tristes e cansados. “Se algo acontecesse com você, se ele fizesse alguma coisa, você diria a Kolan e a mim, certo?” Silêncio enche o ar enquanto ela olha para mim e envia um alarme por minhas veias. Até que ela finalmente fala. “Sim. Claro que diria para vocês.” Observo-a com cuidado, hesitante em acreditar nela quando parece tão chateada. “Prometo, Nick. Está tudo bem.” Ela tenta me garantir novamente. Puxa o capuz do meu casaco por cima da cabeça e se deita na grama. Ver suas pernas longas, lisas e nuas em exibição me faz desejar ter trazido um cobertor para ela. Ela dá um tapinha no local ao lado dela. “Venha olhar as estrelas comigo.” Quando me deito ao seu lado, com as mãos atrás da cabeça, ela se aproxima e descansa a cabeça no meu peito. Costumava me assustar quando ela fazia, na verdade ainda assusta, mas também anseio. Desejo sentir seu corpo tão perto do meu, ter seu cheiro doce

penetrando meus sentidos, mas acima de tudo, saber que ela está segura. Ela inclina a cabeça para cima. “Diga-me algo que ninguém mais sabe sobre você.” Não é a primeira vez que me faz essa pergunta, e sei que não será a última. Quando a encaro em silêncio, dando-lhe a mesma resposta de sempre, ela sorri. “Um dia, Nick, vou fazer você confiar em mim.” Não, ela não vai. Isso nunca vai acontecer, e isso me faz sentir como um idiota, mas me treinei para nunca permitir isso. Porque o que uma mulher fez comigo há muito tempo me estragou, isso me quebrou e ensinou a nunca mais confiar. Um bocejo escapa quando ela se aproxima. “Sabe qual é a minha parte favorita em olhar as estrelas assim?” Suas palavras saem murmuradas e sonolentas. “O que?” “Quando você vê o tamanho do universo, torna todos os seus problemas um pouco menores”. Meu peito contrai dolorosamente, odiando ouvir que ela tenha algum problema. Alguém tão bonita quanto ela merece ser despreocupada e feliz todos os dias. O silêncio bate ao nosso redor por alguns momentos, e rapidamente percebo sua respiração firme. “Kate?” Erguendo a cabeça, olho para baixo para vê-la desmaiada, provando que estava tão exausta quanto parecia. Pego meu celular do bolso e envio uma mensagem para Kolan,

informando que ela está dormindo aqui. A resposta vem um segundo depois. Kolan: Ela está bem? Eu: Sim. Só disse que não queria ficar em casa sem você e adormeceu. Kolan: Ok. Obrigado. Vou buscá-la de manhã. Com isso resolvido, deslizo o celular de volta no bolso e deslizo lentamente por baixo de Katelyn e a pego em meus braços antes de me levantar. Além de enterrar o rosto no meu peito, ela não se mexe. Levo mais tempo do que o normal para voltar para casa, porque ando mais devagar, gostando da maneira como ela parece em meus braços. Levando-a para meu quarto, deito-a na cama e puxo o edredom sobre ela. Ela se aconchega no meu travesseiro com um suspiro feliz, seu rosto suave e pacífico. Do jeito que sempre devia ser. Desesperadamente, sinto vontade de me arrastar para perto dela, morrendo de vontade de saber como seria segurá-la por uma noite inteira. São esses pensamentos e sentimentos que me deixam relutantemente sair e ir para o quarto de hóspedes. Saber que ela está segura aqui terá que ser suficiente, porque não há espaço dentro de mim para mais nada. Nunca haverá.

CAPÍTULO ONZE Katelyn Subo a rua que leva ao prédio de Kolan tarde naquela noite. Como ainda não tive notícias de Nick e estou ficando louca, decidi conferir a casa dele. Talvez até durma aqui essa noite. Quem sabe, talvez ele volte para casa enquanto estou aqui e me diga que tudo isso foi um grande mal-entendido e tudo está resolvido. Uma garota pode sonhar, não pode? A yoga foi cancelada devido à louca tempestade que caiu no início da noite. Foi rápida, mas feroz, e o parque estava encharcado. Então acabei ficando no salão e terminando toda a papelada que procrastinava, o tempo todo esperando a ligação de Nick que nunca chegou. “Tanta coisa para me manter atualizada.” Resmungo enquanto saio do meu Honda Civic. Coloco meu celular no bolso para o caso do bastardo acabar ligando. No entanto, pode ser uma coisa boa se não o ouvir hoje à noite, minha cabeça ainda cambaleia com nosso encontro de hoje, especialmente a forma como terminou. “Katelyn, você pensa que esqueci, mas nunca parei de observá-la. Eu sempre soube.”

Se isso é verdade, como ele nunca ligou? Nem mesmo um email ou mensagem apenas para dizer olá. Por que se preocupar em me checar? E quão injusto é que saiba da minha vida, mas nunca soube da dele? Além dele ser um agente do FBI, não sei mais nada. Nem sabia que morava na Flórida até Pop me dizer quando liguei para o número dele no outro dia. A coisa toda me frustra, mas também não posso negar o calor que se espalha por meu peito, saber que ele não se esqueceu de mim. Que talvez pensou em mim tantas vezes quanto pensei nele. Livro-me dos meus sentimentos conflitantes quando entro no elegante edifício. “Olá,

senhorita

Katelyn.”

Cliff,

o

segurança

idoso,

cumprimenta-me de onde está sentado atrás do balcão. “Ei, Cliff. Alguma chance de meu irmão ter voltado?” Pergunto com pouca esperança. Ele balança a cabeça, oferecendo-me um sorriso triste. “Desculpe querida.” Afasto seu pedido de desculpas, mas sinto esse peso no meu peito de qualquer maneira. “Está tudo bem, pensei em verificar a casa dele.” “Vá em frente, ligue se precisar de alguma coisa, ouviu?” “Obrigada.” Entro no elevador, minhas botas de salto clicando no azulejo e ecoando pelo prédio silencioso. Vou até o quarto andar, verifico minha maquiagem no espelho e dou uma arrumada nos cabelos. No auge da minha chegada, ando até o final do corredor e tiro as

chaves da minha bolsa. Assim que destranco a porta de Kolan e entro, meu pé bate em algo duro. Que diabos? Acendo a luz da entrada ao meu lado e suspiro quando vejo o apartamento do meu irmão em completo caos. “Meu Deus.” Os sofás estão rasgados e virados. Sua televisão e aparelho de som esmagados em um milhão de pedaços. Fecho a porta atrás de mim, passo por cima da mesa de café que quase tropecei quando entrei no apartamento. A cozinha parece o mesmo que a sala de estar. Todas as gavetas e armários estão puxados e esvaziados, com todo o conteúdo jogado pelo chão. “Jesus, Kolan. Em que diabos você se meteu?” Pego uma moldura quebrada no chão, uma foto de nós dois depois de uma de suas brigas. Meu coração incha dolorosamente enquanto corro o dedo suavemente ao longo do vidro irregular sobre seu rosto. No momento em que caminho pelo corredor em direção ao seu quarto, o som de vários passos e vozes me impede de seguir. É então que a porta da frente é chutada com um estrondo alto. Antes que possa registrar o que está acontecendo, sou agarrada e levada para o armário ao qual estou de pé ao lado. Uma mão bate na minha boca no momento em que grito. Pânico enche meu peito enquanto me debato contra os braços que me restringem. “Pare! Sou eu. Nick.” Sua voz profunda e sussurrada penetra no meu medo, instantaneamente enviando alívio por todo meu

corpo, diminuindo meu batimento cardíaco irregular. Ele coloca a boca na minha orelha. “Não faça um som.” Estou prestes a me virar e dizer a ele para onde ir, mas seu braço me aperta mais forte quando um grupo de homens vem correndo pelo apartamento. Grito contra a mão dele quando um cara é jogado com um baque estridente contra a porta do armário que estamos. “Shh.” Nick avisa, puxando-nos mais para o canto quando as portas abrem um pouco. “Conte-nos o que disse à irmã de Slade.” Uma voz exige calmamente. Meu pânico aumenta para um nível totalmente novo quando meu nome é mencionado. “Juro que não contei nada a ela.” Fico tensa quando reconheço Vince, sua voz rouca. Olho através da abertura da porta e vejo-o deitado no chão. Vários pés estão ao redor dele, mas, só posso ver dois dos caras e não os reconheço. Uma das botas pesadas encontra seu estômago, fazendo-o grunhir de dor. “Você está mentindo, porque ela foi ao clube ontem à noite.” Ouço o som de uma arma sendo engatilhada. “Agora podemos fazer isso da maneira mais difícil ou da mais fácil. Sua escolha, Sr. Padalecki.” Meu coração começa a bater forte no peito, ecoando nos ouvidos. “Juro que só disse a ela que ele era membro do clube, foi isso. Não tenho nada a ver com ela. Não suporto a cadela.”

“Ela é sua ex, não?” “Dificilmente.” Ele cospe. “Era apenas alguém em quem molhei meu pau. Até ontem não via a prostituta por anos.” Meu estômago revira com a menção do nosso passado, ódio fluindo por minhas veias. Não apenas por ele, mas por mim. Por ser fraca o suficiente para ter ficado com ele. “Não tenho tanta certeza disso. Ouvi dizer que bateu nela, e então Slade te fodeu por isso.” Sinto Nick endurecer atrás de mim, uma raiva grossa escorrendo dele. Meus olhos ardentes se fecham quando a vergonha toma conta de mim e lágrimas escorrem por meu rosto, direto em sua mão. “Ela é uma mentirosa do caralho.” Vince grita, negando a verdade. “Acho que descobriremos quando nos encontrarmos com ela.” Meu coração dispara com o pensamento. “Obrigado por facilitar as coisas, Sr. Padalecki, terminamos aqui.” Alívio toma conta de mim enquanto espero que saiam. “Porra!” Nick amaldiçoa no menor sussurro, sua outra mão cobrindo meus olhos ao mesmo tempo em que um tiro é disparado. Estremeço mesmo que o som seja muito mais silencioso do que eu esperava. A mão de Nick se fortalece em volta da minha boca quando um grito escapa e meus joelhos enfraquecem. “Shh” Ele sussurra em meu ouvido. Não consigo respirar. Preciso desesperadamente de ar.

“Coloque a arma na lixeira atrás do prédio. Boss quer ter certeza de que a polícia a encontre.” “Por que diabos ele iria querer isso?” Outro cara pergunta. Um momento de silêncio se estende. “Porque está registrado no nome de Slade e ele foi o último a tocá-la. Então as impressões dirão.” A diversão que vem da voz do homem me deixa furiosa e aterrorizada. “Se ele voltar aqui antes de encontrá-lo, estará terminado de qualquer maneira.” O que diabos está acontecendo? “Vamos. Em seguida, iremos à casa da cadela. Apenas lembre-se do que o chefe disse, mantenha-a viva. Pode ser a única maneira de conseguir o que precisamos.” Meu corpo inteiro começa a tremer. Desejo mais do que tudo que a escuridão em torno da minha visão me engula por inteiro e faça desaparecer. Ao som da porta se fechando, Nick deixa sua mão se soltar da minha boca, mas ainda mantém a outra sobre meus olhos. Aspiro um monte de ar enquanto o terror tenta roubar cada inspiração. “Oh Deus, oh Deus.” “Shh”, Nick diz em meu ouvido. “Está tudo bem, baby. Respire fundo.” Um soluço forte assola meu peito. “Katelyn escuteme. Vou remover a mão e nos levar para fora daqui. Não olhe para baixo. Você entendeu?” Concordo porque não posso falar. Nada no mundo poderia me fazer olhar para baixo, não quero ver o que sei que está ali. Apenas o pensamento faz bile subir em minha garganta.

O braço de Nick aperta minha cintura enquanto me levanta e nos leva para fora do armário. Fecho os olhos com força quando o sinto passar por cima de Vince. Oh Deus, Vince está morto. Meu cérebro tem dificuldade para entender o que aconteceu. Depois que ele me coloca de pé, abro os olhos para ver que estamos na sala de estar. Nick fica na minha frente, com as mãos segurando meu rosto. “Sente-se bem? Está tudo bem?” Ele pergunta, olhando-me com preocupação. Balanço a cabeça. “Estão vindo atrás de mim. Eles me querem. Por quê? Onde está Kolan? O que aconteceu?” Todas as perguntas surgem ao mesmo tempo em que outro soluço ameaça me sufocar. “Katelyn, escute-me. Nada acontecerá com você. Nós vamos...” Ele para abruptamente e depois cobre minha boca novamente, silenciando minha respiração ofegante. É quando ouço passos voltando pelo corredor. Nick puxa a arma e rapidamente me leva até a porta do pátio. Nós saímos assim que ouvimos alguém entrar novamente. Estou aglomerada no canto da grade e protegida pelo corpo dele. “Isso é tão estúpido”, diz um cara, parecendo um pouco perto demais para meu conforto. “Nós já revistamos o maldito lugar. Por que ele está nos fazendo olhar de novo? Quero ir para a casa dela e me divertir com o resto deles.” “Eu sei cara. Vamos dar uma olhada mais uma vez e dar o fora daqui.”

Ao som de mais batidas, Nick leva a boca ao meu ouvido. “Nós vamos descer daqui. Da sacada.” Rapidamente balanço minha cabeça. “Não, não posso. Vou quebrar meu pescoço. EU...” “Ouça-me”, ele diz num sussurro forte, “não temos escolha. Precisamos dar o fora daqui agora. Vou primeiro e depois te ajudo.” Respiro, entendendo que não tenho outra escolha. “Vai ficar tudo bem, prometo.” Ele sobe no parapeito com um silêncio furtivo, depois vira e me encara. “Não hesite. Quando eu disser para vir, precisa vir e ficar o mais quieta possível. Compreende?” Enquanto aceno, ele balança para a varanda abaixo, com tanta graça que pensaria que é uma maldita tartaruga ninja. Olho por cima do parapeito e vejo seu contorno no escuro. Quando ele gesticula para eu ir, respiro fundo, depois balanço uma perna trêmula sobre o parapeito e subo do outro lado. Meu coração bate forte no peito enquanto meu estômago aperta dolorosamente de medo. “Está tudo bem. Pegarei você.” Nick sussurra. Deslizo para baixo, seguro a balaustrada pela minha vida, enquanto minhas pernas balançam e balançam, sem nenhuma elegância. Ah Merda! “Pare de chutar, vai me nocautear. Especialmente com essas malditas botas.”

Paro de me agitar e o sinto agarrar minhas pernas e colocar minha bota no topo da grade ao lado dele. Movo minhas mãos um pouco mais até que ele finalmente me puxa para dentro. Pulo para ele, envolvendo os braços em seu pescoço e solto minha respiração presa. “Oh! Graças a Deus. Não achei que fosse conseguir.” Ele grunhe, pensando que sou ridícula. Recuando, o encaro. “Desculpe, Raphael, nem todos podem ser Tartarugas Ninja.” Respondo. Sua expressão tensa suaviza num meio sorriso enquanto seus dedos afundam em meu quadril. “Você fez bem, baby, mas vamos nos mover um pouco mais rápido.” “Vou tentar.” Resmungo, ignorando o giro que minha barriga faz como resultado de seu carinho. Ele pula por cima do corrimão e desce facilmente para o de baixo. Quando faço isso, movo-me um pouco mais rápido, mas não menos instável ou estranho do que a primeira vez. “Bom trabalho.” Nick mente antes de passar para a próxima varanda. Ao subir pela terceira vez, ouço alguém acima de mim. Quando olho para cima e percebo que é um dos caras da casa de Kolan na varanda, falando ao celular, perco o apoio do meu pé e minha mão escorrega. Um grito de medo escapa antes que Nick me agarre e me leve para baixo com ele. Bato uma mão na boca, zangada comigo mesma. “Que raio foi isso?”

Nick nos afasta da vista para o centro da varanda e coloca um dedo na boca. “O que?” O outro cara que está com ele pergunta. “Acabei de ouvir um grito ou algo assim.” “Não ouvi nada.” Fico o mais imóvel possível, sem emitir som, quando de repente a luz da varanda acende. “Merda”, Nick amaldiçoa um pouco antes da porta se abrir e uma mulher idosa aparecer. Os olhos da velha arregalam-se de medo. “Senhora”, Nick começa em silêncio. “Por favor, não gri...” Ela grita. Realmente alto. “Alguém ajude! Ladrões!” Ela grita, nos expulsando antes de bater à porta do pátio e trancá-la. “Eu disse que alguém estava lá embaixo.” Meu coração para de medo com a voz do homem acima de mim. “Você desce as escadas, vou descer por aqui. Encontro você no fundo.” “Porra!” Nick me empurra para a grade. “Vá agora.” Subimos ao mesmo tempo, mas ele pula primeiro. Ouço-o bater no chão com forte impacto. “Vamos! Depressa!” Ele grita com urgência. Olho para baixo e vejo que é muito mais do que as varandas que acabamos de fazer. “Oh Deus! Ah Merda!” Meu corpo inteiro começa a tremer quando hesito. Olho para cima quando ouço o cara acima pular para a varanda abaixo dele, aterrissando muito mais alto do que Nick e eu. “Katelyn”, Nick retruca, puxando minha atenção de volta para ele, “se não colocar sua bunda aqui agora, juro que vou...”

Solto um grito e meu estômago afunda. Chuto e me debato enquanto leva uma eternidade antes de sentir o chão, ou melhor, Nick. “Jesus Cristo.” Ele solta um grunhido e tropeça quando me pega. “Sinto muito.” Peço desculpas, sentindo culpada por quase derrubá-lo. Ele não me dá a chance de me recompor antes de me colocar de pé e me puxar para correr, fazendo-me desejar não estar de salto. Um leve som de estalo enche o ar e ouço uma janela de carro quebrando não muito longe à nossa frente. Abaixo-me e solto outro grito quando percebo que é uma bala. “Continue!” Nick me força ainda mais, depois gira e levanta o braço, disparando seu próprio tiro. Este é muito mais alto que o outro. “Estamos quase lá. Não pare.” Um pequeno alívio me enche quando as luzes do seu SUV piscam quando ele o desbloqueia. Nick me cobre quando entro e corre para seu lado, mantendo a arma levantada e os olhos treinados até o último segundo possível. Enquanto se afasta, outro pneu chia no ar. Virando, vejo um SUV, a porta do passageiro abrindo assim que o cara que pulou das varandas anda. No momento em que dobramos a esquina, vejo-os atirar, seguindonos em alta velocidade. “Oh merda, Nick, eles estão vindo!”

“Abaixe-se!” Ele ordena enquanto atravessamos um sinal vermelho, pegando uma saída para a interestadual. “Abaixe-se? Onde diabos eu vou...” Paro com um grito, abaixando quando a janela dos fundos quebra. “Porra!” Nick me força a abaixar até que minha cabeça esteja no colo dele, meu corpo caído desajeitadamente sobre o console. Sinto o SUV ganhar velocidade. Nós desviamos quando outro tiro soa, este parecendo ter vindo da arma de Nick. Oh Deus. Isso não está acontecendo. “Droga! Preciso que pegue o volante.” “O que? Está brincando comigo?” Não estou tão preparada para perseguições em alta velocidade. “Você tem que pegar. É a única maneira de ter uma visão clara deles.” Respirando fundo, recomponho-me e começo a sentar, mas Nick me segura. “Fique abaixada e rasteje sobre mim. Depois que tiver o volante, deslizarei por baixo de você.” Concordo e faço como ele instruiu. Uma mão agarra meu quadril, ajudando a me guiar enquanto agarro o volante. A terra escura passa por nós a uma velocidade alarmante, e sou grata por ver a estrada quase deserta. “Rápido, acelere e não desista.” “OK.” Quando ele tira o pé do meu, o SUV avança com um forte impacto. Um grito me escapa enquanto tento manter a roda firme.

“Filhos da puta.” Nick desajeitadamente encontra uma maneira de sair de baixo de mim. Quando está apenas na metade do console, aponta para janela traseira aberta e dispara. No espelho retrovisor, vejo o SUV atrás de nós desviar, estão fora do nosso para-choque agora, mas aceleram para vir ao nosso lado. “Não diminua a velocidade, mantenha-se pisando fundo.” Nick ordena antes de pressionar o botão para abaixar a janela do passageiro. Com o coração na garganta, pressiono com mais força, mas não rápido o suficiente, porque eles conseguem bater do nosso lado ao mesmo tempo em que Nick está saindo pela janela. Aperto o volante para nos manter na estrada e isso quase o faz voar. “Filho da puta!” Um novo medo toma conta de mim. “Nick, você está bem?” “Estou bem. Apenas se preocupe em nos manter na estrada.” Olho para vê-lo sentado na janela aberta, com a metade superior do corpo para fora do carro. Quando ouço mais alguns disparos, desço mais no banco, mas percebo que é da arma de Nick. No espelho lateral, vejo o SUV sair de controle e girar várias vezes, caindo na vala. “Sim!” Vibro. “Tome isso, otários.” Meu pé acelera, alívio me inundando, mas dura pouco quando Nick volta a entrar. “Não diminua a velocidade. Não sei quem mais pode estar vindo em nossa direção.” Continuo no acelerador, não gostando do som disso. “Para onde vou?”

“Apenas dirija. Vou dizer num minuto.” Ele puxa o celular do bolso, colocando-o no ouvido enquanto olha para trás. “Sou eu. Preciso de sua ajuda.” Ele vira e acerta o GPS no painel, retransmitindo nossa localização. “Encontre-me no local de aluguel de carros mais próximo e tenha um veículo esperando por mim. De preferência uma caminhonete, não um SUV. Tudo sob o departamento. Isso precisa ser mantido em sigilo e rápido. Não tenho tempo para papelada.” Uma longa pausa. “Sim, estamos no caminho. Deveremos chegar aí de manhã. Esteja pronto, porque tenho um inferno de uma confusão em minhas mãos.” De manhã? Onde estamos indo? “Obrigado.” “Quem era?” Pergunto quando ele desliga. “Meu parceiro. Ele ligará em alguns minutos com o endereço da locadora de carros.” “Então o que?” Ele olha para mim. “Então vamos para a Flórida.” Fico tensa. “Flórida? Por que diabos vamos para lá?” “Porque lá não teremos pessoas procurando por você e tentando matá-la. Lá terei acesso às informações que não consigo encontrar em nenhum outro lugar.” “Mas tenho trabalho. Meu salão. Não posso...” “Você está louca? Entendeu o que acabou de acontecer?” Fico tensa, irritada com o tom dele. “Você não vai voltar até descobrirmos o que diabos está acontecendo.”

“E Kolan?” Pergunto com os dentes cerrados, minha garganta fechada de emoção. “Terei uma chance melhor de encontrá-lo em casa, onde tenho mais recursos.” Se ele estiver em algum lugar. Depois do que aconteceu, esse é o meu maior medo. E se Kolan não fugiu? E se ele estiver morto?

CAPÍTULO DOZE Nick Acelero pela interestadual quando o sol da manhã começa a nascer. Passamos a fronteira da Flórida há mais de uma hora e só temos mais quarenta minutos até chegarmos à casa de Ryder e Emily. Diria que estou exausto por ficar acordado por mais de vinte e quatro horas, mas não estou. Estou ligado e atormentado com uma tonelada de perguntas às quais tenho zero respostas. Não gosto disso. Olho para Katelyn, que desmaiou com a cabeça contra a janela, sua pele macia e pálida, de medo e exaustão. Desde que deixamos a locadora, ela mal disse duas palavras para mim e esteve fora durante a maior parte do caminho. Vê-la assim faz raiva aquecer meu sangue. Hoje foi de mal a pior. Depois de sair do salão, voltei ao Annihilation para fazer perguntas. Ricky Spencer ficou menos do que feliz em me ver novamente, mas é interessante o quão complacente alguém é quando você tem o poder de derrubar seus negócios prósperos. No entanto, não acabei com muito mais do que já sabia. Ele me disse que Kolan era um de seus melhores clientes e possuía uma sala privada. Foi onde ele conheceu Nikki, a garota alegando que ele a estuprou e espancou. Quando

perguntei

a

Spencer

sobre

o

relacionamento

deles,

seu

comportamento mudou, ele parecia...nervoso. Disse-me a certa altura que Nikki era submissa de Kolan, mas queria sair e ele não aceitou bem. Mal me olhou nos olhos enquanto vomitava a besteira. Foi fácil dizer que ele mentia. Depois que saí de lá, fui para a academia onde Kolan treinava. Mal tive a chance de questionar os lutadores antes que o dono da academia, que também ocupa a primeira posição no conselho da EFC, Bruce Warren, descesse para me cumprimentar. Estava mais do que ansioso para responder a quaisquer perguntas que eu tivesse e ainda mais rápido para falar sobre as supostas mudanças que viu em Kolan nas últimas semanas. Disse que se tornou agressivo, mesmo fora do ringue, e aparentemente suspeitavam que estava em alguma coisa. Segundo Warren, queriam que ele fizesse um exame toxicológico, além do teste padrão, mas Kolan se recusou. Considerando

como

nossa

amizade

terminou,

estaria

mentindo se não questionasse a possibilidade de isso ser verdade. No entanto, não acho que ele tocou naquela cadela e muito menos a estuprou. Nunca acreditei, nem mesmo quando ouvi isso no noticiário, dias antes de Katelyn me ligar. Talvez não o conheça mais, mas o conhecia melhor do que qualquer outra pessoa. O bastardo pode estar numa merda excêntrica, mas nada poderia levá-lo a estuprar uma garota. Nada.

Não gostei de Warren. Havia algo nele que parecia errado e ficou mais evidente quando pedi para falar com Victor, o treinador de Kolan. Ninguém mais notaria a mudança nele, mas eu percebi. Foi sutil, mas estava lá. Quando disse que não tinha notícias de Victor desde que Kolan desapareceu, peguei o endereço do cara e fui para a casa dele. Foi quando a merda passou de mal a pior. Entrei para encontrá-lo morto, sua casa destruída. Depois de chamar a polícia, saí dali e fui para a casa de Kolan, onde vi o apartamento dele da mesma maneira, menos o corpo. Obrigado porra por isso! Depois do que aconteceu, não tenho dúvida de que Slade está encrencado. Não tenho ideia de quem está por trás de tudo isso, mas vou descobrir por que foram e foderam com a garota errada. Mais meia hora se passa quando Katelyn finalmente acorda. Levanta a jaqueta que coloquei sobre ela e pisca com confusão antes de olhar para mim. “Oi.” Sua voz sonolenta e suave faz todo tipo de merda em mim. Merda, não quero sentir. “Oi.” Levanto o café que comprei para ela quando parei para abastecer. “Provavelmente está frio agora.” “Obrigada.” Ela o pega, inclinando o copo nos lábios. “Também comprei um hambúrguer, mas foi há um tempo atrás e comi porque estava com fome.” Admito, sentindo-me mal com isso agora.

“Tudo bem.” Ela responde com um sorriso antes de olhar o relógio no painel. “Puta merda. Já são isso tudo?” “Oh sim.” Ela olha para fora, finalmente percebendo o sol nascente. “Onde estamos?” “Passamos a fronteira da Flórida há cerca de duas horas. Estamos quase na casa do meu parceiro.” “Desculpe, dormi tanto tempo. Nem me lembro de apagar.” Dou de ombros. “Está tudo bem. Já passou por muita coisa.” “Sim, devem ser todas aquelas pessoas atirando em mim. É cansativo.” Ela brinca, tentando entender a situação, mas não há nada de engraçado nisso. “O que diabos estava fazendo lá, Katelyn? Disse para você ficar longe.” Meu tom sai mais duro do que pretendia, mas estou chateado com o pensamento do que poderia ter acontecido com ela se eu não estivesse lá. “Estava checando a casa dele, tentando me manter ocupada porque você não ligou como prometeu.” Ela retruca. “Estava um pouco ocupado, você nem me deu vinte e quatro horas.” “Bem, poderia pelo menos ter me mantido atualizada. Como diabos eu deveria saber no que estava entrando?” “Porque eu te avisei.” “Pare, Nick, aguentei besteiras suficientes por uma noite. Não preciso de mais.” Cruzando os braços, ela se afasta de mim e

olha pela janela, mas não antes que eu veja a dor cintilar em seus olhos. Isso me faz sentir uma merda. “Olha, desculpe. Não quero ser um idiota. Odeio que esteja envolvida nessa merda.” “Não entendo por que estou.” Ela diz calmamente. “O que diabos eles querem comigo? Ou Kolan, por falar nisso?” “Reconheceu algum deles?” Ela balança a cabeça, o olhar permanece fora da janela. “Apenas Vince.” Estou assumindo que este é o imbecil que está morto no chão de Kolan agora. “E quem era ele para você?” A pergunta tem me atormentado tanto quanto todas as outras, especialmente depois de ouvir o que o bastardo disse sobre ela. Sei que é ridículo, mas, odeio saber que ela esteve com mais alguém. “Ele foi um erro que cometi há muito tempo.” Sua voz é suave, mas grossa de dor, lembrando-me da acusação sobre o imbecil colocar as mãos nela. O pensamento me deixa violento. “Deus, não posso acreditar que ele está morto. Não acredito nisso.” Ela se vira para mim. “Você acredita em mim agora, certo? Você acredita que Kolan é inocente depois de tudo isso?” Olho por cima, fazendo contato visual. “Nunca duvidei disso, e nunca duvidei de você, mas algo está acontecendo, Kate.”

“Eu sei. Nada disso faz sentido.” Não, não faz, mas é claro que Kolan está envolvido em alguma coisa e irritou as pessoas erradas. As coisas ficam em silêncio quando paro na frente da casa de dois andares de Ryder e Emily, localizada num bairro tranquilo e seguro, principalmente com famílias jovens como eles. “Talvez devêssemos esperar. Não quero acordá-lo.” Ela diz calmamente. “Acredite, eles estão acordados. Têm uma bebê de um ano.” “Eles?” “Sim, ele e sua esposa, Emily. O nome da filha deles é Rosa.” Ela olha para a casa, parecendo nervosa. “É seguro estar aqui quando eles têm uma criança?” “Ninguém nos seguiu, acredite, eu saberia.” Ela ainda não parece convencida. “Eles são pessoas legais, vai gostar deles. Vamos.” Saio primeiro, não dando a ela outra opção a não ser me seguir. Ela envolve os braços em si mesma enquanto sai no ar da manhã, tentando se aquecer. Ainda está com a mesma roupa do salão. Jeans justos que mostram todas as curvas perfeitas, camiseta preta e aquelas botas de foda-me que me deixam louco. Mesmo depois da confusão que conseguimos escapar, ela ainda parece o sonho de todos os homens. Volto para o lado dela da caminhonete, pego o suéter do banco da frente e entrego a ela. “Estou bem.” Ela descarta-o.

“Coloque-o, Katelyn.” Com um revirar de olhos, ela finalmente o pega. “Feliz?” Resmungo quando me viro para caminhar até a porta. Não, não estou feliz. Não quando tenho uma trilha de cadáveres, idiotas tentando atirar na única garota com quem já me importei, e um ex-melhor amigo desaparecido que é a única pessoa que sabe o que diabos está acontecendo. “Vejo que ainda é charmoso.” Ela murmura, seguindo logo atrás de mim. Esse comentário faz um sorriso puxar minha boca. “E você ainda é uma espertinha.” Murmuro enquanto bato na porta. Ryder responde um momento depois, ainda se vestindo. Merda, talvez ainda estivessem na cama. “Ei, entrem.” Ele cumprimenta, afastando-se. Guio Katelyn com uma mão nas costas dela antes de entrar atrás. “O que, ainda estava na cama, a bela adormecida?” Ele olha para mim impressionado. “Na cama, sim. Dormindo, não. Obrigado por isso.” Sorrio, completamente sem desculpas. Não seria a primeira vez e tenho certeza de que não será a última. Juro que é tudo que o idiota faz toda chance que tem. Antes que eu possa retrucar, Emily desce as escadas. Summer, o labrador amarelo deles, está bem ao lado dela e de Rosa em seus braços, parecendo que acabou de acordar. Merda, ok, talvez eu me sinta mal agora.

“Oi, Nick”, ela cumprimenta com um sorriso suave, felizmente não chateada comigo por acordar sua filha. Ela coloca o braço livre em volta da minha cintura para um abraço enquanto segura Rosa no outro. “Ei, Emily.” Devolvo seu abraço e depois esfrego as costas de Rosa. “Ei garota.” Ryder estará com sérios problemas quando essa garota ficar mais velha. “Esta é Katelyn.” Apresento, colocando minha mão na parte inferior das costas dela. “Katelyn, essa é Emily; meu parceiro, Ryder; e a filha deles, Rosa.” Ryder lhe dá um aceno educado enquanto Emily a cumprimenta calorosamente. “Oi, Katelyn.” Seu sorriso muda quando me olha. Percebo rapidamente que a reconhece pela foto que tenho na minha mesa. Porra, ótimo. Ela faz perguntas sobre ela há quase dois anos, perguntas que pude evitar. Até agora. “Oi”, Katelyn responde suavemente. “Desculpe por termos te acordado.” Emily gesticula. “Vocês não acordaram. Ela geralmente acorda nesse horário. Posso pegar algo para você beber ou comer?” Katelyn começa a sacudir a cabeça, mas a interrompo. “Talvez algo para ela comer.” “Não estou com fome.” Ela diz, olhando para mim. “Você não comeu nada desde ontem. Precisa comer, gostando ou não.”

“Pare com as ordens, Nick.” Ela retruca. “Posso falar por mim mesma, muito obrigada.” Olhamos um para o outro e estou prestes a dizer para ela parar de me testar quando percebo que um silêncio constrangedor cai. Vejo Emily sorrindo divertida e Ryder parece presunçoso como o inferno. A pobre criança olha para nós, sem saber o que pensar. “Ele é um filho da puta mandão, não é?” Ryder reflete com um sorriso de merda. Katelyn o presenteia com um sorriso atrevido. “Ah, vejo que o conhece bem.” Ryder sorri. “Gostei de você. Vamos lá.” Diz levantando o queixo. “Pode tomar café comigo, vamos comer pizza da noite passada.” Emily sorri, mas não acho nada engraçado sobre o filho da puta. “Você não precisa comer pizza. Posso fazer panquecas?” Ryder a beija e pega Rosa nos braços. “Está tudo bem, querida, vamos comer pizza.” “Pizza está bom para mim.” Katelyn concorda, lançando um sorriso na minha direção. Isso me faz querer fazer todo tipo de coisa com essa boca dela. Encaro-os enquanto caminham para a cozinha. “Não ouse dar comida para Rosa.” Emily diz de costas. Desvio o olhar para ela, vendo aquele sorriso conhecedor novamente. “Não fale nada.” Aviso, mas é claro que não faz diferença. “Sabia que a encontraria um dia.”

“Você não sabe nada. Não é o que pensa.” “Tudo o que disser.” Ela responde antes de se virar e ir para a cozinha também. Tenho a sensação de que este será um longo dia de merda.

CAPÍTULO TREZE Katelyn Depois de comer uma fatia de pizza fria, sobras que na verdade estava muito boa, liguei para Chantal antes que chegasse ao salão, e pedi que remarcasse os compromissos, dizendo que fecharemos por alguns dias. Nick disse que não parece seguro no momento e concordo. Ele também não me deixou dizer a ela por que ou onde estou, o que me fez sentir ainda mais culpada, mas prometi pagar a ela e Shawna pelo tempo perdido e as manter atualizadas. Sinto-me mal com isso e espero que meus clientes entendam. A última coisa que posso lidar agora será perder o único sucesso que já tive. Nick começa a repassar tudo para Ryder enquanto todos nós nos sentamos à mesa da cozinha. “Whoa, espere um segundo.” Ryder levanta a mão e olha para mim. “Você é irmã de Kolan Slade? O campeão dos pesos pesados da EFC, Kolan Slade?” Ao meu aceno, ele olha de volta para Nick. “Você costumava ser o melhor amigo dele?” “O que diabos sabe sobre a EFC?” Ele encolhe os ombros. “Basta que eu saiba que ele não é qualquer lutador. É o campeão dos pesos pesados. Você deveria ter mencionado isso, pelo amor de Deus.”

“Por que diabos faria isso?” “Por que não?” Ryder responde. Emily olha para mim com um sorriso divertido, enquanto Rosa animadamente sobe e desce em seu colo ao mesmo tempo em que come Cheerios. “Não ligue para eles, fazem isso com frequência.” Não posso deixar de sorrir. Entendo por que Ryder e Nick se dão tão bem, são muito parecidos. Mas ver o quão próximos são, também machuca, porque isso me faz lembrar de como Kolan e ele costumavam ser. Emily e Ryder parecem pessoas muito legais. A filha deles é adorável e vai crescer para destruir corações, mas isso é um fato, considerando o quão atraente Emily e Ryder são. Como Nick, Ryder não parece o típico agente do FBI. Com cabelos castanhos e despenteados, barba por fazer, olhos verde-escuros e tatuagens nos dois braços, parece mais um menino mau. Os olhos azuis de Emily, o rosto em forma de coração, as feições reais e o sorriso gentil gritam o contrário, mas juntos se encaixam. A maneira como ele a olha, tocando-a em qualquer chance de estar perto, lembra-me como todos os maridos de minhas amigas são com elas. Isso lembra-me o que espero ter um dia. “Tanto faz. Podemos voltar à tarefa em mãos, por favor?” Nick pergunta, tirando-me dos pensamentos. Meu sorriso desaparece quando ele termina de repassar o resto da noite passada. “Oh meu Deus, vocês foram baleados?” Emily suspira e parece horrorizada. Concordo, ainda não acreditando em nada disso.

“O que acha que estavam procurando?” Ryder pergunta a Nick. “Não tenho a mínima ideia, mas é claro que estão procurando por algo.” “E o cara que atiraram? O que ele tem a ver com isso?” Aproveito a oportunidade para falar agora. “Provavelmente porque me deu a localização do clube onde a garota, Nikki, trabalha. Esse seria meu único palpite, porque meu irmão nunca teve nada a ver com ele.” Exceto quando lhe deu uma surra... Não vá lá, Katelyn. Agora não. Dou de ombros. “Mas quem sabe, Vince lida com tudo, para que pudesse ser algo completamente não relacionado e só o usaram para enquadrar meu irmão.” “Ou Kolan foi pego nisso. Talvez tudo isso tenha a ver com drogas.” Irrito-me com a insinuação de Ryder. “Absolutamente não. Ele não usa drogas.” Sinto os olhos de Nick em mim, e o vejo me encarando, suspeita aparente em seu olhar. “Você tem certeza?” “Claro que tenho. Como você pode perguntar isso?” “Porque Bruce Warren, gerente da academia de Kolan, disse suspeitar de abuso de substâncias e, quando lhe pediram para fazer um teste de drogas, ele recusou.” “De jeito nenhum! Conheço meu irmão, ele não usa drogas. É um atleta, pelo amor de Deus, preocupa-se com sua saúde e corpo.” Nick ainda não parece convencido. Meu temperamento

sobe e minha voz aumenta. “Se não acredita em mim, pergunte a Victor, seu treinador. Ele está com Kolan mais do que ninguém, ele vai te contar.” “Victor está morto.” Meu corpo endurece, juro ouvi-lo errado. “Que diabos você está falando?” “Fui lá ontem, antes da casa de Kolan, e encontrei a casa dele da mesma maneira, mas com ele lá dentro, morto. Ele levou um tiro.” Medo passa por mim enquanto o sangue pulsa nos meus ouvidos. “Por que está me dizendo isso só agora?” “Não tive tempo.” “É sério? Estamos juntos há doze horas. Teve tempo mais que suficiente!” “Sim, nas doze horas em que fomos alvejados ou você dormia. É por isso que estou lhe dizendo agora.” Ele retruca. Olho para longe dele enquanto lágrimas se acumulam em meus olhos. Meu coração se quebra por saber que Victor está morto, e isso diminui um pouco mais minha esperança de Kolan ainda estar vivo. “Kate.” Sinto Nick me procurar, mas fico de pé antes que possa me tocar. “Tudo bem se eu usar seu banheiro para me lavar, por favor?” Pergunto a Emily, minha voz tensa enquanto tento manter a emoção distante.

“Claro.” Ela entrega Rosa para Ryder. “Por aqui.” Sem olhar na direção de Nick, sigo-a para fora da cozinha e subo as escadas. “Vou levá-la para o quarto de hóspedes. Tem um banheiro lá dentro e pode tomar um banho.” “Oh, posso apenas me lavar. Não quero colocar vocês em risco mais do que já coloquei.” “Nada a ver. Vá em frente e tome um banho. Também trarei uma muda de roupa então pode descansar. Tenho certeza de que precisa depois da noite que passou.” Ela acrescenta suavemente. Um banho quente e privacidade é exatamente o que preciso agora. Qualquer coisa para me distrair do medo que ameaça me rasgar. Seguindo Emily, entro no quarto de hóspedes, observo a cama queen-size e móveis antigos preenchendo o espaço singular. “Há toalhas limpas no banheiro aqui.” Diz, levando-me ao virar o corredor. “Vou deixar uma muda de roupa para você na cama. Se quiser, posso lavar as que está usando agora.” “Seria ótimo. Obrigada.” Sussurro, minha garganta fechando ainda mais com a gentileza dela. Ela me dá um sorriso triste. “Sinto muito pelo que está acontecendo com seu irmão, mas não tenho dúvidas de que Ryder e Nick vão descobrir o que há. Garanto que são os melhores.” Concordo com a cabeça, dando-lhe um sorriso trêmulo, não confiando na minha voz no momento. “Estou feliz por finalmente conhecê-la. Só lamento que seja em circunstâncias tão terríveis.” Quando franzo a testa em confusão, ela elabora. “Vi sua foto na mesa de Nick.”

Estou tensa com o choque. “Nick tem uma foto minha?” Ela concorda. “Sim, e provavelmente vai me matar por lhe dizer isso, mas é para o próprio bem dele.” Pergunto-me que foto é essa. Por que ele tem uma? “Quando Ryder me disse como Nick iria se demitir se o chefe não o deixasse sair, tive a sensação de que era você que ele foi ver. Sabia que tinha que ser alguém importante.” “Ele perdeu o emprego?” Pergunto em voz baixa, aterrorizada pela resposta. Não parei para pensar nas repercussões de pedir que viesse me ajudar. “Ah não. Claro que não. O chefe nunca demitiria Nick. Ou Ryder, a propósito. São os melhores agentes que ele tem e não os deixa esquecer.” Fico aliviada ao ouvir isso, mas odeio como o coloquei nessa posição. Estava pensando apenas em Kolan naquele momento. “De qualquer forma, vou deixar você tomar banho. Vá em frente e deixe suas roupas na cama. Vou lavá-las imediatamente para você.” Ela diz e me tira do meu estado de choque. “Obrigada novamente...por tudo.” “Sem problemas.” Depois que ela sai, começo meu banho, tiro a roupa e enrolo uma toalha ao meu redor antes de deixar minhas roupas na cama. Fecho a porta do banheiro, vou para o chuveiro quente e deixo a água fumegante tentar me acalmar. No entanto, isso não traz paz. O silêncio e a privacidade me fazem pensar em tudo o que aconteceu. Com Vince morto, e agora Victor, tudo o que posso

pensar é que Kolan teve o mesmo destino, e é por isso que não consigo encontrá-lo. É por isso que não entrou em contato comigo. Cerro os dentes contra a dor que o pensamento traz. Por favor, Deus. Não deixe que essa seja a razão. Algumas lágrimas escapam, misturando-se com a água quente, mas faço tudo o que posso para afastá-las. Sinto-me muito frágil para quebrar agora. Se o fizer, talvez nunca consiga juntar as peças. Rapidamente me lavo, depois desligo a água e saio com a toalha enrolada no meu corpo, ainda sinto aquele enorme nó na garganta. Um novo conjunto de roupas está na cama, com o celular que deixei no bolso da calça ao lado delas. Pego, olho o protetor de tela, ignorando o aviso de bateria fraca, e estudo a foto de Kolan e eu. Foi quando ele ganhou o campeonato dos pesos pesados. Nunca o vi tão feliz, tão orgulhoso. Estou ao lado dele com os braços em sua cintura, meu próprio sorriso orgulhoso quando milhares de fotos foram tiradas. Lembro-me de ficar cega por todos os flashes, mas mais do que qualquer coisa, lembro de quando ele se inclinou e sussurrou em meu ouvido: 'Consegui, Kate'. Ele conseguiu e mereceu todo o sucesso que criou para si. Depois de tudo o que passamos quando crianças, especialmente ele, superou tudo e subiu ao topo. Daria tudo para poder dizer a ele mais uma vez o quanto estou orgulhosa dele, dizer que o amo e agradecer por tudo o que fez por mim.

A tela começa a tremer quando minha agonia irrompe, apunhalando meu coração frágil como um ferro quente. Rastejo na cama, enterro a cabeça no travesseiro, seguro o celular contra o peito enquanto deixo ir todas as emoções reprimidas que tentei manter dentro. Estou tão perdida na minha dor que não ouço Nick entrar até sentir a cama afundar e seu peso quente se acomodar atrás de mim. “Vamos, Kate, por favor, não chore.” Nick murmura, seus lábios perto da minha orelha enquanto seu braço me envolve. “Ele está morto. Eu sei.” Digo, chorando mais. “Não, ele não está.” “Sim, está. Por que não me liga mais? Faz dias, Nick. Ele encontraria uma maneira de entrar em contato comigo. Avisaria que está bem.” Tento recuperar o fôlego, mas tenho dificuldade em entender a dor que me percorre. “Ele é tudo o que tenho e nunca mais vou dizer a ele que o amo novamente.” “Katelyn pare. Olhe para mim.” Ele me vira de costas, seus olhos ferozes suavizam com a dor gravada em meu rosto. Ele enxuga o excesso de lágrimas com o polegar antes de segurar meu rosto. “Ele não está morto. Pode haver um milhão de razões pelas quais ainda não entrou em contato com você. Se alguém pode cuidar de si mesmo, é seu irmão. Você sabe disso.” “A cada dia que passa, sinto-me menos esperançosa, especialmente agora com Victor e Vince mortos. Essas pessoas são mais perigosas do que eu pensava. Kolan pode ser forte, mas não é invencível. Ninguém é.”

“Prometo que vou encontrá-lo e sei que vou encontrá-lo vivo.” “Como?” Sussurro, querendo desesperadamente agarrar a esperança que ele tenta me dar. “Tenho algumas ideias. Enquanto isso, Ryder está investigando algumas coisas no momento. Vamos ver o que ele descobre antes de darmos o próximo passo. De qualquer forma, prometo que vou encontrá-lo.” Olho de novo para seus olhos azul-acinzentados, dos quais sinto muita falta. “Diga”, ele diz calmamente, “diga que confia em mim para ajudá-lo. Que confia em mim para descobrir tudo.” “Confio.” Sussurro antes que possa me parar, porque por mais estúpido que possa ser, confio nele para descobrir o que está acontecendo. Essa é uma das razões pelas quais liguei para ele. Seus olhos ferozes seguram os meus, e intimamente percebo o quão perto ele está. Como a parte superior do corpo dele se inclina sobre o meu seminu, que está minimamente enrolado numa toalha. Minha frequência cardíaca aumenta e minha boca fica seca. Quero desesperadamente senti-lo ao meu redor agora, para que seus braços me tragam a mesma segurança que trouxeram no passado. Sou arrancada dos pensamentos felizes quando meu celular começa a tocar na minha mão, onde ainda o seguro contra o peito. Olho o identificador de chamadas. “É Faith.” Nick se ergue nos cotovelos e olha para mim. “Não diga a ela onde está.”

“Por quê? Nós podemos confiar nela.” “Eu sei, mas não quero que isso chegue à pessoa errada. Há uma razão para seu irmão não confiar em ninguém no momento.” Penso nisso e depois aceno antes de atender. “Oi.” “Katelyn! Oh, graças a Deus.” Faith chora, parece aterrorizada. “Estou preocupada.” Franzo a testa. “Por quê? Vi você vinte e quatro horas atrás.” “Ah, não sei, talvez porque descobrimos por Cooper no meio da noite que Vince está morto no apartamento de Kolan e sua casa foi invadida. Enquanto isso, ninguém pode encontrar você.” Olho para Nick e ele concorda, deixando-me saber que ele a ouviu. “Desculpe-me, não quis te preocupar.” “Pergunte a ela onde diabos está.” Ouço Cade falar ao fundo. “Onde você está?” Passo a língua nos meus lábios secos. “Sinto muito, mas não posso lhe dizer isso.” “O que? Como assim, não pode me dizer?” Ela diz, mágoa em sua voz. “Coloque no viva-voz!” Tenho certeza de que Jaxson acabou de gritar. “Katelyn, estamos preocupados com você. Os caras estão ficando loucos. Viraram Charleston de cabeça para baixo procurando por você.” “Sinto muito, mas não precisa se preocupar, estou com Nick.”

“Quem diabos é Nick?” Cade grita novamente, obviamente capaz de me ouvir. “Você quer parar de gritar!” Faith diz num sussurro. Meu telefone vibra, lembrando da bateria fraca. “Faith, ouça, meu celular está prestes a desligar. Lamento não poder lhe contar mais, mas prometo que estou segura. Há algumas coisas muito sérias acontecendo agora. Coisas que ainda não posso te contar, mas Kolan está num perigo ainda maior do que pensamos originalmente.” “Que tipo de perigo? Katelyn, você está me assustando.” Culpa engrossa minha garganta e uma nova onda de lágrimas brota em meus olhos. Nick sente minha luta e balança a cabeça. “Sinto muito. Prometo manter contato e contar tudo o mais rápido possível.” “Katelyn, espere, por favor, não desligue.” “É melhor ela não desligar, porra! Diga a ela...” Corto a fala de Cade terminando a ligação. Largo o celular e cubro o rosto com as mãos, sentindo-me horrível. Nick deita novamente e me puxa em seus braços novamente. Meus dedos enrolam em sua camisa com um aperto desesperado enquanto soluço contra seu peito. “Vamos contar tudo a ela o mais rápido possível.” Ele sussurra, dando um beijo na minha cabeça. “Sei que as coisas estão uma tempestade

de

merda

agora,

Katelyn,

descobrirei tudo. Cuidarei de você.”

mas

prometo

que

Aproximo-me e absorvo sua força. Depois de chorar todas as lágrimas que tenho, o calor do seu abraço e palavras suaves me fazem cair num sono profundo.

CAPÍTULO QUATORZE Nick Acordei quinze minutos atrás com Katelyn dormindo nos meus braços, contra mim. Por mais pânico que me faça sentir, também é bom. Bom pra caralho. Faz muito tempo desde que a senti assim, e isso me leva de volta a um tempo em que ela não me deu outra escolha a não ser abraçá-la. Sinto falta desses momentos, mesmo que tente não sentir. Relutantemente a cubro com um cobertor quando percebo que a toalha escorregou. Meu pau não se acalmou desde então. Minha mente tem evocado todo tipo de imagens do pequeno vislumbre do céu que vi antes de ser estúpido o suficiente para cobri-la. Lembrar como foi estar enterrado dentro dessa garota é algo que nunca posso esquecer. Nem sete anos conseguiram apagar essa memória. Nada ou ninguém chegou perto de ser tão incrível quanto ela. Uma batida forte na porta me traz de volta à realidade e faz Katelyn acordar. Meus braços se apertam ao redor de seu corpo, acalmando-a antes de encarar a porta. “Stone, encontrei algo.” Ryder diz do outro lado. Meus músculos ficam tensos. “Vou descer num segundo.”

Ouço-o ir embora antes de olhar Katelyn. Ela olha para mim, seus olhos vermelhos e inchados de chorar mais cedo. “Oi.” “Oi.” Murmuro de volta. “Minha toalha caiu.” Ela observa sonolenta. Sorrio mesmo que meu pau salte com o lembrete. “Eu sei. Fui eu quem te cobriu.” Ela lambe seus lábios carnudos antes de limpar a garganta. “Bem, acho justo me mostrar o seu já que viu o meu.” Meus olhos se movem para o teto com uma risada que deixa escapar um gemido torturado. Essa garota e sua boca serão a minha morte, eu juro. Olho para ela e vejo diversão em seus olhos. É muito melhor do que a dor que está embutida neles desde que a vi novamente. Antes que possa fazer algo de que não haverá volta, inclino-me e dou um beijo em sua testa, certificando-me de não demorar. “Vista-se e encontre-me lá embaixo.” Não espero uma resposta antes de sair do quarto, fechando a porta atrás de mim. Uma respiração pesada me escapa quando desço e entro na cozinha. Emily está no fogão, fazendo o jantar, enquanto Rosa está sentada no chão ao lado de Summer. Ela rasteja sobre ela como um trepa-trepa. Seu sorriso gordinho arranca um dos meus. Agacho, encontrando-a ao nível dos olhos. “Oi, lindinha, cadê seu pai?” Ela solta um grito estridente de riso e baba. “Está no escritório.” Emily responde com uma risada.

Dou um beijo em seus cabelos escuros e encaracolado antes de ficar de pé e olhar Emily. “Pode avisar Katelyn onde estamos quando ela descer?” “Claro.” Um sorriso toma conta de seu rosto. “Espero que vocês dois tenham dormido bem.” Meus olhos se estreitam com sua intromissão. “Tudo bem, vou parar. Prometo.” Ela joga um pedaço de pão para mim. Pego, afundo meus dentes na fatia do céu e solto um gemido quando percebo que é o pão de alho caseiro que amo. “O jantar está quase pronto, e estou fazendo seu favorito. Frango à Parmegiana.” “Sabe que sou loucamente apaixonado por você, certo?” Digo a ela com a boca cheia de pão. Ela revira os olhos. “Você ama que eu cozinhe para você, mas é uma boa tentativa. E não deixe meu marido te ouvir dizer isso.” “Onde estaria à diversão nisso?” Ela balança a cabeça com um sorriso. “Vá lá. Vou deixar Katelyn saber onde você está.” Coloco o resto do pão na boca quando viro no corredor e abro as portas de vidro embaçadas para o escritório de Ryder. Ele está sentado na mesa, inclinado perto do computador. “Sua esposa está fazendo minha refeição favorita. Disse que ela está apaixonada por mim.” Digo, fechando as portas. Seus olhos estreitos encontram os meus com um grunhido. “Nos seus sonhos, idiota. Agora sente-se e cale a boca para que possa lhe contar o que encontrei.”

Em vez de cair na cadeira, movo-me em volta da mesa e fico ao lado dele, olhando o computador. “O que achou?” Antes que possa responder, há uma batida suave na porta quando Katelyn entra. Noto a roupa que Emily obviamente emprestou a ela. Não há nada revelador, mas meu sangue está quente do mesmo jeito. Calça preta de ioga molda-se a ela como segunda pele e um suéter cinza solto pendurado em um ombro esbelto enquanto sua longa e escura massa de cabelos emaranhados cai ao seu redor. Minhas mãos se enrolam com o pensamento de envolver os fios de seda em volta do meu punho enquanto fodemos loucamente. “Oi, você chegou bem a tempo. Sente-se.” Ryder diz, tirandome dos pensamentos. “Obrigada.” Seus olhos nunca se desviam dos meus quando cai na cadeira em frente a nós. “Então encontrou meu irmão?” “Desculpe, não”, ele responde, “mas, podemos ter uma vantagem. Houve uma atividade suspeita nos registros bancários dele.” Desvio o olhar de Katelyn e levo minha atenção para a tela enquanto ele rola o mouse. “Suas finanças são bastante consistentes nos últimos anos, até sete meses atrás. Desde então, encontrei duas grandes somas de dinheiro retiradas da conta dele. As duas me levaram a um beco sem saída, exceto a primeira, que foi a maior.” Meus olhos se arregalam com o número que ele aponta na tela. “Jesus, cento e vinte mil dólares? A quem diabos ele pagou isso?”

Ele clica para a direita. “Esta pessoa.” Congelo, o gelo zumbe em minhas veias enquanto olho para o nome na conta. Que porra é essa? “Nick? Quem é?” Katelyn pergunta. Meu olhar encontra o dela. “Seu pai.” Ela se encolhe, parece ter levado um tapa. “O que? De jeito nenhum. Kolan nunca daria dinheiro àquele maldito.” Eu também não pensaria isso, mas a prova está aqui. “Quando e quanto é a outra soma?” Pergunto. Ryder rola mais para baixo. “A próxima foi apenas um mês depois disso. Foi uma quantia menor, setenta mil.” “Ainda é muito dinheiro.” “Talvez ele tenha exagerado ao comprar alguma coisa?” Katelyn sugere. “Meu irmão tem dinheiro para fazer isso.” Ryder encolhe os ombros. “Possível, mas duvido. É muito dinheiro, sem evidências de onde foi. Não houve grandes compras nessa época, pelo que pude encontrar. A única pista que encontrei foi à primeira, onde foi depositada diretamente para um Keith Slade.” Katelyn balança a cabeça. “Não, não acredito nisso. Você não entende. Meu irmão o odeia, provavelmente até mais do que eu. Isso não faz sentido.” “Concordo”, interrompo. “Mas agora nada faz sentido.” “Talvez seu pai o estivesse ameaçando?”

Katelyn sorri com a sugestão de Ryder, mas fala com amargura. “Confie em mim, meu pai não assusta Kolan. Não mais. Ele poderia matá-lo com as próprias mãos.” “Sabe sobre a última vez que ele esteve em Montana?” Ryder pergunta a ela. Ela balança a cabeça. “Ele não voltou desde que saímos de lá. Odeia aquele lugar.” Ryder recua na cadeira. “Acho que há mais coisas acontecendo com seu irmão do que você imagina.” “Por quê?” Pergunto, sabendo que ele deve ter outra coisa. “Logo após a segunda retirada, Kolan reservou um voo para Montana. Pelo que pude descobrir, ficou lá por dois dias. Ficou no Sheraton em Bridgeport.” É onde morávamos. “Se me perguntar, acho que o que diabos está acontecendo tem algo a ver com seu pai.” O olhar de Katelyn encontra o meu novamente, o medo afiado em seus olhos escuros enquanto seu rosto se esvai de cor. “Por que ele lhe daria dinheiro? Por que voltaria para lá?” “Não sei, mas vamos descobrir.”

CAPÍTULO QUINZE Katelyn Sigo Nick em seu apartamento, minha mente ainda tonta nas últimas horas. Depois que Ryder encontrou a conexão com meu pai, duas passagens de avião foram reservadas para Nick e eu pegarmos um voo noturno para Montana. A única maneira de obtermos respostas do meu pai é ir lá e forçá-lo a falar. Mas o pensamento de voltar para aquele lugar e ficar cara a cara com ele faz meu estômago revirar violentamente. Nick não queria viajar com nossos nomes verdadeiros, sabendo que seria fácil para as pessoas nos encontrarem se estivessem pesquisando, então obteve passaportes falsos. É incrível o que pode ser feito num instante se tiver um crachá com o nome de Agente Especial. “Vou ser rápido, então vamos parar e comprar algumas coisas para você antes do aeroporto.” Nick diz, andando pela cozinha e entrando no quarto. Ou o que assumo ser o quarto. Provo que estou certa quando entro atrás dele, vendo quando começa a arrumar uma mala. Olho em volta do quarto, a cama king-size

com

um

edredom

azul

escuro

cuidadosamente

arrumado. Além dos móveis escuros, o quarto é bem simples, sem personalidade alguma. “Não estou com minha carteira.” Digo a ele, perguntando como vou me dar ao luxo de pagar alguma coisa. “Não se preocupe com isso. Vou pagar.” “Tem sequer algum lugar aberto agora?” Pergunto, sentandome na cama ao lado de sua mala. Ele para quando sai do seu closet, seus olhos se movem sobre mim como uma carícia aquecida. Uma vibração ondula através de mim e fico feliz com a bela distração. “Tenho certeza de que encontraremos algo.” Ele responde. Dou de ombros. “Bem, se não acharmos, entre as roupas que tenho agora e as minhas, que Emily lavou, ficarei bem até amanhã. Falando nisso”, acrescento, deitando-me em sua cama com as mãos atrás da cabeça, deixo minha camisa subir logo acima do umbigo, “ela é muito legal. Gosto muito dela. Sabia que ela não só me deu roupas, mas também uma nova calcinha Victoria Secret’s que tinha ainda etiqueta? Tenho que admitir, estou perto de elevá-la ao status de melhor amiga.” Estou brincando com ele. Qualquer coisa para me distrair do medo assustador de enfrentar meu pai novamente depois de todos esses anos. Quando ele permanece em silêncio, inclino-me nos cotovelos para vê-lo me observando, sua expressão forte e olhos ferozes. “É melhor ter cuidado, Katelyn, está brincando com fogo e está prestes a se queimar.”

O aviso faz meu coração disparar num ritmo perigoso. “Oh, Nick, você devia saber a essa altura, eu amo o calor.” Sua expressão é quase cômica. Com um resmungo frustrado, balança a cabeça e entra no banheiro antes de bater à porta. Sorrio e caio na cama. Sim, ele ainda é muito divertido de irritar. Para ser justa, não estou mentindo. Emily me deu calcinha novinha da Victoria Secret’s e isso exige algum status de amizade sofisticada, se me entende. Brincadeiras à parte, porém, pude conversar um pouco mais com ela enquanto Ryder e Nick colocavam tudo em ordem. Ela compartilhou muito sobre si e é realmente uma pessoa doce e genuína. Ela me lembra muitos dos meus amigos em casa, aqueles que sinto falta desesperadamente desde que a merda atingisse o ventilador com Kolan. Trocamos números antes de sair, prometendo manter contato. Fiz questão de pegar o endereço dela para poder enviar o dinheiro pelas roupas que se recusou a pegar de volta. Realmente espero vê-la novamente; adoraria que viesse para Charleston. A porta se abre e Nick sai. “Vamos.” Ele diz, correndo do quarto. “Sim, senhor”, Zombo com um sorriso quando me levanto para segui-lo. No entanto, antes que consiga sair pela porta, ele vira e colide em mim, prendendo-me na parede com seu corpo. Respiro fundo quando encaro seu olhar quente, sentindo sua ereção contra meu estômago. “Você está entrando num um território perigoso, Katelyn.” Ele grita, sua voz rouca. “Estou tentando ser bom ao não cruzar

fronteiras como fizemos antes, mas está dificultando a porra dessa coisa. Continue assim e não haverá volta.” Encaro

seu

olhar

selvagem,

sentindo-me

desejada

e

desencorajada ao mesmo tempo. Adoro saber que ainda o atinjo, que ainda tem algum tipo de sentimento por mim. No entanto, estou triste por saber que a memória que amei por sete anos não passa de uma fronteira para ele. A mágoa anula o desejo e engulo em seco. “Bem, você não precisa se preocupar com isso, Nick. Decidi há muito tempo que sou mais do que um limite a ser ultrapassado, e não sou mais uma garota ingênua que é burra o suficiente para pensar que você se importa mais com ela do que uma foda casual. Então não se preocupe. Pode ficar tranquilo. Nenhuma linha será cruzada.” Empurro-o para longe e passo quando agarra meu braço num aperto firme, me detendo. Seus olhos estão furiosos quando olha para mim. “Não foi isso que eu disse, está distorcendo minhas palavras.” Afasto-me dele. “Sim, você disse, mas não é novidade para mim. Soube há sete anos, quando descobri que saiu da cidade sem se despedir, que o que aconteceu entre nós não significou nada para você.” Ok, isso é mentira. Guardei sua carta perto e a pedra ainda mais perto por anos. Lembro-me da maneira como me olhava enquanto se movia dentro de mim, lembro-me das coisas que sussurrava, dizendo que sou mais, mas agora estou muito machucada para lembrar disso.

“Katelyn...” Ele começa e se detém, claramente lutando para encontrar as palavras certas, mas, na verdade, não há nada a dizer. “Seja como for, só quero dar o fora daqui.” Desta vez sou eu quem sai primeiro, e não olho para trás, não quero que ele veja a dor que sei está por todo meu rosto.

CAPÍTULO DEZESSEIS Nick O sol começa a nascer quando chegamos ao rancho do meu avô, um lugar que não visitei por muito tempo. Katelyn mal disse duas malditas palavras para mim desde que deixamos meu apartamento na noite passada, mas não a culpo. Eu me odeio agora. Minhas malditas palavras não deram certo. Queria dizer a ela como estava errada sobre o que aconteceu todos aqueles anos atrás. Queria que soubesse que nunca parei de pensar sobre aquela noite ou ela, mas seria uma jogada estúpida. Trazer sentimentos para a equação é muito perigoso; eles te tornam vulnerável. E mesmo que seja verdade, isso não muda as coisas. Isso não muda nossa circunstância do que nunca pode ser. “Você acha que ele ainda está dormindo?” Ela pergunta baixinho,

olhando

pela

janela

do

passageiro

enquanto

estacionamos. “Não. O homem se levanta de madrugada. Tenho certeza de que está se preparando para ir ao celeiro em breve.” “Sim, mas são às quatro da manhã.”

Como se o tivéssemos convocado, Pop abre a porta da frente com um grande sorriso no rosto. Já está vestido e segura uma xícara de café. “Acho que você está certo.” Katelyn reflete com carinho, enquanto saímos da SUV. “Bem, raios me partam, nunca pensei que veria o dia em que teria duas das minhas pessoas favoritas juntas, visitando-me.” Pop grita alegremente enquanto vamos até a porta. Katelyn sobe os degraus da frente e o abraça. “É bom ver você, Pop.” Ele a envolve num longo abraço. “Da mesma forma, querida, senti sua falta.” Recuando, ele envolve seus ombros, levando-a para dentro. “Olhe para você. Ainda mais bonita do que me lembro. Não achei que fosse possível.” “Oh, você é sedutor, pena que o charme não passou para seu neto.” Ela brinca antes de virar para mim com um revirar de olhos. Sim, ela ainda está chateada. “Perdoe-o. Estou confiante de que um dia aprenderá a ser tão sedutor quanto seu avô.” Resmungo, fazendo-o rir. “Vem aqui, garoto Nicky.” Ele me puxa para um abraço rápido, dando palmadas nas minhas costas. “É bom ver você, Pop.” “Senti sua falta, filho. Faz muito tempo desde a última vez.” Ele responde, fazendo-me sentir um merda, porque sei que é a verdade e é minha culpa.

Faz quase cinco anos desde que vim para casa. Levei-o de avião para a Flórida no Natal, mas ele odeia viajar tanto quanto eu odeio as lembranças do passado. No entanto, deveria ter me esforçado por ele. É o único que se importou comigo e colocou um teto sobre minha cabeça quando eu não tinha mais para onde ir. “Bem, entrem. Sei que estão exaustos, mas estou fazendo café da manhã. Podem comer antes de dormir.” “Vá em frente.” Faço um gesto para Katelyn. “Vou pegar nossas malas.” Com um aceno, ela segue Pop. Enquanto caminho para pegar nossas coisas na parte de trás da SUV, respiro o ar do campo e olho ao redor da propriedade. Tudo ainda é mantido em perfeitas condições e me faz pensar se ele teve que fazer tudo sozinho ou teve ajuda. Balançando a cabeça, entro na casa e largo as malas na porta antes de ir para a cozinha. Katelyn põe a mesa, enquanto Pop está no fogão fritando bacon. “George me disse que se deu bem, que tem um salão de beleza lá.” Ele diz, falando sobre o pai dela. Encosto-me na parede, assistindo Katelyn sorrir. “Sim, graças a Kolan e Papa. É o meu orgulho e alegria.” “Ah, pequena.” Ele acena com a mão no ar. “É tudo você e seu trabalho duro.” “É isso que continuo dizendo a ela.”

O olhar de Katelyn volta para mim, o sorriso que acabou de dar desaparece e seus olhos se estreitam. Claramente não aprecia meu elogio. “Bem, sou muito boa no meu salão. Pergunte a Nick.” Ela comenta com um sorriso atrevido. Resmungo quando me sento à mesa, lembrando a água gelada na minha cabeça. “Ah é? Nicky, você foi embelezado por nossa garota aqui?” Ele pergunta, compartilhando a diversão de Katelyn. Katelyn levanta uma sobrancelha e responde antes que eu possa. “Ele com certeza foi. Você sabe quão alta é a manutenção do nosso garoto. Ele até queria uma cera, mas...eu não tinha tempo.” Pop solta uma risada, sabendo que ela está brincando, mas a acha engraçada de qualquer maneira. Eu, por outro lado, não, mas meu pau ainda endurece da mesma forma com seu atrevimento. A brincadeira que quero fazer em sua boca... Pop traz um grande prato de bacon e panquecas. “Comam, então podem acertar o sono. Arrumarei os lençóis nas duas camas”, diz, falando sobre meu quarto e o quarto de hóspedes. “A menos que, é claro, só precisem de uma?” “Definitivamente precisamos de duas.” Katelyn apressa-se a responder sua pergunta não tão sutil. “Mas obrigada, Pop, por nos deixar ficar. Sei que foi tudo de última hora.” Ela acrescenta suavemente.

“De nada, querida. São sempre bem-vindos aqui. Além disso, faz muito tempo que não vejo meu garoto.” “Quanto tempo faz?” Ela pergunta, dando uma mordida em sua panqueca. “Oh, inferno, deve fazer quase cinco anos se a memória me serve bem.” O garfo de Katelyn cai no prato enquanto se vira e me encara. “Faz cinco anos desde que viu seu avô?” “Ah, está tudo bem, ele está ocupado com o trabalho.” Pop se adianta em minha defesa, fazendo-me sentir ainda mais idiota. “O garoto foi a lugares como eu sabia que iria. Principal agente do FBI em sua sede. Ele e seu parceiro derrubaram um grande funcionário do governo alguns anos atrás. Não é, Nicky?” “Sim, Pop.” Murmuro e coloco comida em minha boca. “Bem, sempre deve haver tempo para a família. Especialmente quando é a única que temos.” Eu a encaro, não gostando de seu julgamento. Já sei que sou um idiota, não preciso de lembrete. Felizmente, Pop muda de assunto e o resto do café da manhã consiste nele e Katelyn se atualizando nas notícias. Muitas coisas que Katelyn diz a ele são coisas que eu já sabia enquanto a verifiquei ao longo dos anos. Ele não fala sobre Kolan, provavelmente porque sabe que isso a deixará triste. Minha culpa anterior volta rapidamente quando ele fala sobre o rancho, menciona que parte do trabalho estava mais difícil para ele, então teve que vender parte do gado. Isso me faz pensar no

que acontecerá quando não puder mais fazer isso. Para onde irá? Quem o ajudará? Pode ser egoísta da minha parte, mas não quero deixar a Flórida. Adoro meu trabalho e não quero deixá-lo. Mas não posso deixá-lo morrer sozinho... Pânico me atinge com força e rapidez com o pensamento, dificultando a respiração. Porra, nem quero pensar nisso. “Você deve se aposentar e vir morar comigo.” Katelyn sugere e me puxa de volta ao momento. “Charleston é incrível. O clima é ótimo, a comida é incrível e a hospitalidade do sul é como nada que já experimentou. Cuidarei bem de você.” Fico tenso, irritado que ela ofereceu antes que eu tivesse a chance. “Isso é muito generoso da sua parte, e parece um ótimo lugar, mas...” Ele balança a cabeça. “Não, acho que nunca sairei daqui. É aqui que minha Helen e eu passamos a vida juntos até que ela faleceu e Nicky apareceu. Isso contém muitas lembranças, incluindo as únicas que tenho da minha garota, Lila. É meu lar.” Meu corpo inteiro fica rígido, o sangue pulsa em meus ouvidos e as palmas suam com a menção dela. Um ferro quente marca meu peito, a dor tão forte que para meu coração. Ele nunca fala sobre ela, sabe que não deve. “Posso entender isso.” A voz suave de Katelyn ecoa através da parede de pânico dentro de mim. “Apenas saiba que a oferta estará sempre em pé. Adoraria ver seu rosto bonito todos os dias. Até te darei cortes de cabelo grátis.”

Limpo a garganta, tento firmar a voz e mudar de assunto. “Por que não arrumamos alguém para trabalhar no rancho? Tem alguma ajuda?” Ele concorda. “Pensei sobre isso. É difícil desistir do trabalho que faço há tanto tempo.” “Entendo isso, mas precisa de uma mão extra, e assim pode ficar aqui.” “Vou pensar.” Diz ele sem se comprometer, tomando um gole de café antes de pousar a caneca. “Bem, é melhor eu ir para lá.” “Vou ajudar.” Estou cansado como o inferno, mas não há como deixá-lo lá sozinho agora. “Não, não. Vá dormir um pouco. Ficarei bem. São apenas coisas pequenas esta manhã.” “Tem certeza?” “Sim. Vamos nos encontrar hoje à noite no jantar.” Ele diz, bate no meu ombro antes de se inclinar para beijar Katelyn na bochecha. “Deixe a louça. Vou cuidar dela quando voltar. Descansem.” Assim que ele sai pela porta, Katelyn ignora a ordem e começa a limpar tudo. Junto-me a ela, fazemos isso rapidamente, o tempo todo em silêncio. Há uma tensão subjacente no ar. Um milhão de emoções me atormentam, e odeio isso. Essa é uma das razões pelas quais não volto para cá. Pegamos nossas malas na porta e subimos as escadas. “Você pode ficar no meu quarto. Vou ficar no de hóspedes.” Ofereço, pois minha cama é mais confortável.

“Obrigada. Embora ache que não é mais o seu quarto já que não volta aqui há cinco anos.” Seu comentário malicioso me envia ao limite. “Quer me deixar em paz?” Paro no corredor entre nossos quartos e a encaro. “Você não sabe de nada. Quanto tempo faz desde que você voltou?” “Não tenho ninguém para ver aqui.” Ela retruca e entra no meu espaço. “Ele é a única família que você tem, Nick.” “Acha que não sei disso?” “Você não age como se soubesse!” “Você está certa, ele é meu avô, então pare de tentar assumi-lo como sua responsabilidade.” Ela recua, olha para mim antes que um sorriso surja em seu rosto. Não sei por que, já que não há nada engraçado acontecendo no momento. “O quê?” Pergunto quando não aguento mais o silêncio. “Você está com ciúmes.” “Não estou.” O sorriso dela se espalha. “Sim, está. Você está preocupado que irei roubar seu Pop.” Ela me cutuca no peito. “Seria bom para você. Ele sempre esteve lá por você. Merece a mesma lealdade em troca. Se não estiver lá por ele, eu estarei.” Ela se afasta e bate à porta do meu quarto atrás dela. Ah, acho que não. Entro atrás dela, quase arrancando a porta das dobradiças quando entro. Ela gira, olhos arregalados quando fecho a distância entre nós. “Vamos esclarecer uma coisa. Você não define

as regras, eu defino, e não cuidará do meu avô. Tem o seu próprio, pode cuidar dele.” Saio correndo, bato a porta atrás de mim, mas depois decido que ainda não terminei com ela e volto para vê-la parada no mesmo lugar. “E deixe-me dizer outra coisa: não estou com ciúmes!” “Sério?” Ela diz, apoiando a mão no quadril com o sorriso presunçoso que me deixa louco. “Sim, sério. Você não sabe nada sobre isso, assim como não sabe nada sobre as merdas que falou ontem à noite.” Sua diversão desaparece e seus olhos se estreitam quando se aproxima. “Não se atreva a me dizer que não sei do que estava falando ontem à noite. Falei a verdade. Foi você quem falou sobre nós como se fosse um grande erro.” Seu dedo me cutuca com força no peito. “Foi você quem foi embora sem nunca olhar para trás. Então foda-se você e suas merdas!” Agarro seu pulso, a puxo contra mim, nossos corpos tão perto que sei que ela pode sentir o quão duro estou enquanto olhamos um para o outro. “Nunca pensei que fosse um erro. Pensei naquela maldita noite quase tanto quanto em você, que é todos os dias.” Seus olhos brilham em choque e algo mais, algo que me faz jogar toda a cautela pela janela. “Foda-se!” Reivindico sua boca como se quisesse seu corpo. Minha língua empurra em sua profundidade quente e doce, seu gosto corre por minhas veias como uma droga. É intoxicante e meus joelhos quase cedem.

Com um gemido, suas mãos mergulham em meus cabelos com frustração, seu aperto forte envia o golpe diretamente para meu pau. Eu a apoio contra a parede, derrubando alguma merda em nossa pressa. “Você me deixa louco.” Resmungo e empurro meu quadril contra ela. “Nick.” Seu grito desesperado prova que ela precisa de mim tanto quanto eu preciso dela. Nossas mãos alcançam as roupas um do outro ao mesmo tempo. Nos separamos, tirando nossas camisas primeiro. Enquanto ela solta seu sexy sutiã preto, caio de joelhos e tiro sua calça, minhas malditas mãos tremem com urgência. Não há como voltar daqui, e não dou à mínima. Preciso dessa garota agora como preciso de ar. Beijo seu estômago liso, giro a língua em torno do piercing de joias roxas através do umbigo que tive um vislumbre na noite passada. É sexy pra caralho e combina com ela. Enquanto subo, alcanço seus seios perfeitos e amplos. Tomo um mamilo rosa na boca enquanto minha mão aperta o peso macio do outro. “Sim”, ela grita e empurra o calor de sua buceta contra meu corpo e traz meu pau perto da explosão. “Nick, por favor, por favor.” Quero gastar um tempo adorando seu corpo, mas estou muito cego com a necessidade no momento. Agora só preciso estar dentro dela. Seguro sua bunda, levanto-a, suas costas encostadas na parede, percebo que sua calcinha de renda é uma tanga.

Caramba, vou morrer antes mesmo de entrar nela. “Envolva suas pernas ao meu redor, baby.” Enquanto ela obedece à ordem, desabotoo meu cinto e a calça jeans, em seguida, com um puxão rápido, rasgo sua calcinha do seu quadril. Seu suspiro se arrasta num gemido quando liberto meu pau e deslizo através de seu calor escorregadio. Ela está ensopada. Não me incomodo em tirar meu jeans antes de entrar no maldito paraíso. “Nick!” Ela grita de prazer, a cabeça batendo na parede. “Jesus Cristo, Katelyn.” Solto um gemido, apoiando minha testa em seu ombro enquanto meu corpo ameaça ceder pela necessidade de fodê-la. “Você está bem?” Digo por minha mandíbula cerrada. “Sim. Tão bem.” Ela geme. Olho para ela. “Quer forte, baby?” “Deus, sim.” Essa é toda a garantia de que preciso antes de começar a empurrá-la com golpes fortes e rápidos. Porra sete longos anos fora do meu sistema. Suas mãos seguram meus ombros, suas unhas me marcam, levam-me à beira da loucura. “Você sente isso, Katelyn? Sente como é bom? Como eu poderia esquecer algo tão incrível?” Nada ou ninguém no mundo se compara a essa garota. Apoio minha testa na dela, encarando seus lindos olhos exóticos. “Diga, linda. Diga-me que pensou nisso tanto quanto eu.”

“O tempo todo. Mesmo quando tentei não pensar.” Ela admite, a dor surgindo em sua suave expressão. Isso me deixa furioso. Furioso com ela por se importar comigo, furioso comigo mesmo, porque não posso dar a ela o que merece. Se ela soubesse o quão perto eu a mantive de mim… Em vez de dizer-lhe, colo minha boca na dela, engolindo seus gemidos ofegantes enquanto continuo entrando dentro dela. Movo uma mão entre nossos corpos suados e acaricio seu clitóris inchado. “Oh Deus, Nick, vou gozar.” Ela geme. “Goze para mim, baby. Deixe-me te sentir por todo meu pau.” Suas paredes me apertam enquanto ela goza. Acelero, fodendoa forte e rápido através de seu orgasmo. O fogo irrompe por meu corpo pouco antes de encontrar minha própria liberação. Mantendo uma mão em volta da sua cintura, apoio a outra na parede acima de sua cabeça, tentando não cair. Nossos peitos se agitam em uníssono, nossa respiração irregular. “Você rasgou minha calcinha nova da Victoria Secret’s.” Ela murmura através da respiração difícil. “Deveria te matar por isso.” Quero dizer que ela quase me matou, mas decido contra. “Vou comprar uma nova para você.” Compro dez para ela. Uma de cada maldita cor. Puxo-a com um gemido torturado, desejando poder ficar dentro dela para sempre, então puxo minhas calças o suficiente antes de me afastar da parede.

Os braços e as pernas de Katelyn apertam ao meu redor, agarrando-se a mim como um maldito coala. “Faça o que fizer, não me derrube. Não vou aguentar.” Sorrio. “Não se preocupe. Segurarei você.” Caminho até minha cama, puxo as cobertas e a deito. Ela solta um suspiro quando se aconchega, cobrindo-se muito rapidamente. “Eu já volto.” “Ok.” Ela murmura sonolenta. “Estarei bem aqui. Ainda incapaz de me mover.” Com um sorriso, vou para o corredor e percebo que deixamos a porta do quarto aberta. Estremeço, esperando que Pop não entrou em casa por nada, apesar que ela gritou tão alto que ele provavelmente a ouviu na porra do celeiro… A memória de seus gritos faz meu pau semiereto ficar em atenção novamente. Entro no banheiro, fecho a porta e apoio as mãos na pia, e deixo cair à testa no espelho. O vidro frio é um alívio bem-vindo para meu corpo superaquecido. Cruzei a linha novamente, mas, da mesma forma que da última vez, não me arrependo. Nunca poderei me arrepender de um segundo com ela. Não posso estar perto dela e não a ter, é impossível. Mesmo que isso possa nos matar. Respiro fundo, pego uma toalha e a molho com água morna. Isso é outra coisa que precisamos discutir, estava tão consumido pela necessidade de tê-la que não parei para pegar um maldito preservativo. Nunca fiz isso. Só aquela primeira vez com ela...

Oro para que esteja em algum tipo de controle de natalidade. Ela teria dito algo se não estivesse...certo? Penso em como perguntar a ela sem estragar tudo, mas quando volto para o quarto, encontro-a desmaiada. “Kate?” Ela não se mexe. Andando, coloco a mão debaixo do cobertor, deslizando gentilmente o pano úmido entre suas coxas. Com um suspiro, ela dá um tapa na minha mão, resmungando algo incoerente antes de voltar a dormir. Sorrindo, termino rapidamente e depois jogo o pano no cesto antes de encará-la, seu lindo rosto suave com o sono. Mesmo que não deva, deito-me atrás dela e a puxo para perto de mim, preciso dormir com ela em meus braços. Pouco antes de deixar a exaustão me dominar, coloco meus lábios ao lado de sua têmpora e sussurro: “Você é mais.”

CAPÍTULO DEZESSETE Katelyn Estou uma pilha de nervos quando entramos no SUV para irmos à casa dos meus pais, um silêncio constrangedor enche o ar como esteve desde que Nick desceu para jantar. Achei que fosse tudo um sonho, mas quando acordei em seus braços com uma ardência entre minhas coxas, era, de fato, muito real. Não foi nada como eu imaginava, considerando que brigávamos pouco antes de acontecer. Foi apaixonado, poderoso, agressivo e belo, tudo ao mesmo tempo. Você sente isso, Katelyn? Sente como é bom? Como eu poderia esquecer algo tão incrível? Como ele pode pensar em mim com tanta frequência e não entrar em contato? Daria qualquer coisa para receber um simples telefonema dele. Algumas noites eu doí por ele, querendo apenas para ouvir sua voz e saber que estava bem. Assim que acordei, deixei a cama enquanto ele dormia, embora não quisesse fazer nada além de ficar em seus braços o dia todo. Sei que o que aconteceu entre nós não muda nada. Ele vai voltar para a Flórida quando tudo terminar. O pensamento deixa um buraco no meu coração, mas aceito… mais ou menos.

Não tenho ideia se isso vai acontecer novamente, mas não vou contestar se acontecer. Não acho que posso, mesmo que queira, exceto que desta vez manterei meu coração longe... Ah, quem diabos estou enganando? Ele já descansa permanentemente na palma de sua mão letal. Sempre pertenceu a ele. O bastardo! Percebo que, se existe uma parte do corpo que não temos controle é o coração. Ele tem mente própria e não dá a mínima para consequências. Então, sim, depois que tudo acabar e ele voltar para a Flórida, vou quebrar pela segunda vez. Só que desta vez estou preparada para isso. Não serei pega de surpresa e juntarei as peças como antes. Só preciso continuar lembrando disso, e espero ser capaz de sobreviver sem ele mais uma vez. Nick limpa a garganta, quebrando o silêncio depois que entramos. “Escute, precisamos falar sobre ontem.” Meu estômago afunda como uma âncora pesada. Acho que a próxima vez não vai acontecer, depois de tudo. Levanto a mão, afastando o que ele está prestes a dizer. “Poupe-nos. Não precisa dizer nada. Conheço as regras e não espero nada. Se quiser, podemos fingir que nunca aconteceu.” Tento manter a voz suave, espero falar como se não me importasse. Quando na verdade me importo demais. Enquanto o silêncio enche o veículo, viro para vê-lo me encarando. “Não era isso que eu ia dizer, porra.” “Ah...bem, não importa então. Continue.”

Ele balança a cabeça, frustrado. “Precisamos conversar sobre o fato de eu não ter usado camisinha.” Franzo a testa, não é algo que pensei, mas acho que deveria. “Bem, estou limpa se é com isso que está preocupado.” “Não estou preocupado com você estar limpa, estou preocupado com a parte do controle de natalidade.” Claro que ele está. “Bem, não se preocupe, você está seguro. Estou protegida. Uso DIU há anos porque tenho a pior memória com a pílula.” Posso sentir seu olhar em mim novamente, mas não olho para ele. “Não é só comigo, Katelyn.” O inferno que não é. Pode não ser a situação mais ideal, mas eu ter um filho de Nick não iria me destruir como faria com ele. Seria algo que adoraria, ter um pedaço dele para sempre… Imediatamente afasto o pensamento. “Só para você saber, eu também estou limpo.” Ele acrescenta, seu tom mais suave. “Sempre usei camisinha e é política do departamento ser testado a cada seis meses.” Dou de ombros. “Não estava preocupada com isso.” “Deveria estar. É sempre algo em que deve pensar.” Meu olhar se volta para ele. “Obrigada pela palestra, Nick. Não sou uma maldita criança. Sempre usei proteção. Não estava preocupada com você porque sei que se houvesse uma pequena chance de não estar limpo, você não me tocaria. Mas talvez eu seja estúpida por confiar tanto em você.” Viro-me e olho pela janela porque superei essa conversa. “Podemos apenas ir, por favor?”

Sinto seus olhos penetrarem no lado da minha cabeça enquanto o calor da raiva aquece minha pele. “Sim, mas uma coisa primeiro.” Quando viro, ele envolve a mão no meu pescoço e me puxa para um beijo profundo e apaixonado. Um suspiro escapa de mim com o contato inesperado de seus lábios dominantes. Não é como os

beijos

apressados

e

quentes

que

compartilhamos

anteriormente. Este é longo e completo, mas ainda atinge minha alma. Ele se afasta, apoiando a testa na minha. Lentamente, abro os olhos para vê-lo me observando. “Para registro, Katelyn, sabemos que não há como fingir que isso não aconteceu. Não conosco.” Sem outra palavra, ele coloca o veículo na estrada, deixandome atordoada com um sorriso sufocando meu rosto. No entanto, ele desaparece rapidamente à medida que avançamos pela cidade. Este lugar guarda tantas lembranças sombrias para mim, lembranças que tentei esquecer. E estou prestes a desafiar a mais sombria. Tento esconder meu nervosismo de Nick, já que ele não queria que eu viesse. Não consegui ficar para trás. Por mais assustada que esteja, uma parte minha quer enfrentar o homem que fez minha vida um inferno ao crescer. Para mostrar a ele que Kolan e eu fizemos algo de nós mesmos. Que o que ele fez conosco não nos definiu.

Quando chegamos à casa degradada dos meus pais no campo, uma onda de pânico me atinge. A lembrança da última vez que vi o monstro que vive lá dentro tenta invadir meus pensamentos, enchendo-me de nojo e vergonha. Calor envolve meus dedos frios e úmidos. Olho a mão de Nick sobre a minha, vendo-o me encarar com preocupação. Se soubesse o que aconteceu, não há como me deixar estar aqui agora. Ele nunca pode saber. “Você não precisa fazer isso. Deixe-me falar com ele sozinho.” Considero isso, especialmente me sentindo como estou. Não quero que ele me veja com medo, mas… Balanço a cabeça. “Ele é a última pessoa que quero ver, mas sinto que preciso enfrentá-lo. Caso contrário, se permanecer neste carro, sou a mesma garotinha que se encolheu diante de sua presença. Ele não merece esse tipo de controle sobre mim, nunca mereceu.” É claro que ele ainda não gosta da ideia, mas aceita com um aceno de cabeça. “Tudo bem. Vamos.” Quando saímos do veículo e subimos os degraus instáveis, o rangido familiar das tábuas do assoalho sob meus pés faz lembranças viciosas me atacarem com força e rapidez. Seu pedaço inútil de merda. Vou fazer você pagar por isso. Balanço a cabeça, luto contra as lágrimas enquanto os gritos de dor do meu irmão seguem a voz ameaçadora. Você será uma boa garota, Katie, e manterá a boca fechada. Você me deve.

“Kate, baby, você está bem?” A voz de Nick me traz de volta ao presente. Fecho os olhos com força, afastando as memórias. Você pode fazer isso, Katelyn. Ele não tem poder sobre você, não mais. Antes que possa tranquilizar Nick que estou bem, a porta da frente se abre e revela meu pai. Meu corpo inteiro congela, incluindo minha respiração quando encaro o homem diante de mim. Não, não um homem...um monstro. No entanto, olhando para ele agora, não parece muito com um monstro. Na verdade, nem parece assustador. Ele parece… Fraco. Está mais magro, mais frágil, mas ainda tem a barriga de cerveja. Seus cabelos escuros grisalhos estão oleosos como o resto dele. Parece que não toma banho há dias. A garrafa de cerveja na mão é do mesmo tipo que sempre bebeu. O tipo que nunca fui capaz de ver, muito menos beber. Seus olhos redondos e injetados de sangue se arregalam de surpresa antes de percorrerem meu corpo e causa náuseas em minha barriga. “Bem, bem, bem, se não é a minha garota.” Nick fica na minha frente, impedindo-me de vê-lo. “Estamos procurando por Kolan.” “Por que diabos acha que ele estaria aqui?” Antes que Nick possa responder, passo em volta dele, olhando o homem desprezível diante de mim. “Porque sabemos

que ele veio aqui há alguns meses. Também sabemos que lhe deu dinheiro.” Ele olha de um lado para o outro entre Nick e eu, depois toma um longo gole de sua cerveja. “Não sei do que está falando.” Meu sangue esquenta com a mentira. “Sim, você sabe, e quero saber agora por que ele te deu dinheiro. O que você fez?” Seus olhos vermelhos se estreitam, a raiva familiar que testemunhei tantas vezes surgindo em suas profundezas. Mas não sinto medo, apenas raiva e ressentimento, sabendo que ele fez alguma coisa. “Keith. Quem está aí?” Minha mãe tropeça atrás dele, cigarro pendurado na boca e exibindo um olho roxo, sem dúvida, causado por ele. Ela é tão patética quanto ele, e a odeio quase tanto. Seus olhos brilham em choque quando me vê. “O que você está fazendo aqui?” “Kolan está desaparecido.” Digo a ela, esperando por algum tipo de reação, mas, infelizmente, não há nenhuma. Ela simplesmente dá de ombros. “Então. O que isso tem a ver conosco?” Como ela e minha tia Linda se relacionam está além de mim. Onde minha tia é uma das almas mais gentis que já conheci, minha mãe é o oposto completo. Minha tia disse que nem sempre foi assim, mas é a única maneira que a conheço, má e odiosa, assim como meu pai.

Nick é o único a responder. “Sabemos que ele veio aqui há alguns meses e lhe deu muito dinheiro. Quer explicar do que se trata?” Há um breve lampejo de medo nos olhos da minha mãe antes que ela esconda seus traços. Ela sabe algo. “Já disse, não sei do que está falando.” Meu pai grita. “Você está mentindo!” Grito em seu rosto, minhas mãos fechando ao meu lado. “Conte-nos o que fez. Onde ele está?” “Escute aqui, sua putinha...” Assim que ele estende a mão para agarrar meu braço, Nick entra na minha frente e o empurra para trás. “Não toque nela, porra.” Seu aviso baixo faz meu pai dar um pequeno passo para trás. “Katelyn, vá para o carro.” Fico tensa com a ordem. “O quê? De jeito nenhum. Não até ele nos contar o que fez com Kolan.” “Não fiz nada com ele. Agora saia da minha propriedade antes que eu faça você se arrepender de ter vindo para cá.” Nick se vira e agarra meu braço. “Vamos.” “Espera. O que está fazendo?” Pergunto quando ele me puxa escada abaixo. “Está claro que ele está mentindo. Por que você es...” “Espero que alguém tenha ensinado uma lição ao bastardo arrogante e ele esteja morto.” As palavras do meu pai dão um golpe doloroso e me impedem de continuar. Afasto-me de Nick e giro. “O que acabou de dizer?”

Ele sorri, orgulhoso de si mesmo. “Disse que espero que o filho da puta esteja morto. Seria bom para ele.” Uma fúria intensa me percorre; é tão poderosa que destrói qualquer controle que me resta. Inclino-me e pego uma pedra, a maior que encontro e atiro nele, atinjo-o no ombro. “Foda-se!” Lágrimas de raiva escorrem por meu rosto enquanto pego outra, jogo na janela da frente e ela quebra. “Sua putinha!” Meu pai grita, mas o ignoro e pego outra e outra, jogo com força e rapidez nele. Ele levanta os braços protetoramente, tentando bloquear os golpes. “Katelyn pare!” Nick tenta me agarrar, mas o evito e continuo meu ataque. “Odeio você! Queria que você estivesse morto, seu imbecil!” Grito e choro tão alto que minha voz fica rouca. Nick finalmente me agarra e abraça. “Pare! Ele não vale a pena. Só respire...” Meu pai desce as escadas furioso, vindo direto para mim. Pouco antes de chegar até nós, Nick me empurra para trás dele, eu me apoio no carro antes dele girar e derrubar meu pai no chão com um único golpe no rosto. Ele rola no chão, uivando de dor enquanto segura as mãos sobre o nariz, sangue jorrando entre os dedos. Nick se aproxima de mim e abre a porta do SUV, empurrando-me para dentro. “Não saia! Não importa o quê. Você entendeu?”

A fúria e determinação em seu queixo me fazem obedecer com um aceno de cabeça. Batendo à porta, ele caminha com um propósito até meu pai. Meu coração para no peito quando o vejo puxar a arma antes de agarrar meu pai pela camisa e arrastá-lo de pé, puxando pelas escadas para dentro da casa. O que ele está fazendo? Sólidos dois minutos se passam antes de eu ouvir um estrondo e minha mãe gritar. Meu Deus. Meu Deus. Pulo do carro e estou prestes a subir as escadas quando me lembro de minha promessa a Nick. Lágrimas escorrem por meu rosto enquanto ando de um lado para o outro, sem saber o que fazer, meu coração disparado de medo. Mais grunhidos e outro estrondo fazem pânico me dominar. “Nick!” Grito. “O que está acontecendo? Você está bem?” Escuto atentamente. Quando não ouço nada, meu medo aumenta para um nível totalmente novo. Estou prestes a dizer ‘dane-se tudo’ e correr para dentro quando Nick sai correndo com algo na mão. Ele o coloca no bolso de trás, mantendo um forte aperto na arma na outra mão. “Entre no carro, rápido.” Ele ordena e corre para o veículo. Entramos ao mesmo tempo. Sua porta mal está fechada antes de sair da entrada de cascalho. Olho para ele, esperando por uma explicação, sua expressão dura como pedra.

“O que aconteceu?” Quando ele permanece em silêncio, pergunto novamente. “Fale comigo. O que aconteceu lá? Você descobriu onde Kolan está?” “Ele não sabe onde Kolan está.” “Ele está mentindo. Tem que estar. Com Kolan lhe dando dinheiro e vindo aqui, ele...” “Ele estava chantageando Kolan. Foi assim que conseguiu o dinheiro.” Ele retruca. “Com o quê? Com o que ele poderia chantagear Kolan?” Suas mãos agarram o volante com mais força e acentua o branco dos nós dos dedos. Uma fúria fria escorre dele como nunca vi. “Nick! Vai me dizer o que diabos está acontecendo? Você está me assustando.” Ele balança a cabeça. “Apenas esqueça isso.” “Não vou esquecer isso. Tenho o direito de saber!” Quando ele ainda não responde, olho para baixo, lembrando que ele saiu com algo. “O que há no seu bolso?” Ele fica tenso. “Nada.” “Como no inferno, não é nada.” Canso-me de seus jogos, tento tocá-lo. “Caramba, Katelyn, eu disse que não!” Ele tenta me afastar, mas estou num ângulo melhor que ele, minha mão pequena o suficiente para caber entre ele e o assento. Sou capaz de pegar um pouco do que está lá antes que ele me empurre com sucesso e isso

o mande para o limite. “PORRA!” Pânico distorce seus traços, algo que nunca vi dele antes. “Baby, por favor, não olhe para isso.” Incapaz de parar, meus olhos caem no que seguro na minha mão. O mundo inteiro ao meu redor para, horror se apodera de mim enquanto encaro a foto. É o meu pior medo, algo que nunca quis ver. Algo que pensei que não poderia me machucar novamente, mas estou tão errada. “Meu Deus.” O som quebrado de minha voz está distante dos meus ouvidos, o espaço ao meu redor começa a se fechar. Coloco uma mão na boca enquanto meu estômago se rebela. “Estaciona!” O veículo para antes que eu caia na vala e esvazie todo o conteúdo do meu estômago. Nick cai ao meu lado; seus braços me seguram perto enquanto sussurra no meu ouvido. “Está tudo bem. Estou com você.” Meu coração bate tão violentamente que mal consigo entender suas palavras. Continuo vomitando até que não haja mais nada. Quando finalmente consigo respirar, um grito de agonia sai da minha garganta. Um grito tão poderoso que ricocheteia no ar noturno, ecoa por quilômetros. “Shhh, por favor, Kate, não.” Nick implora, sua voz bruta e áspera enquanto me balança para frente e para trás. Mas não consigo parar e grito até não sobrar nada. Até que não possa mais sentir a humilhação e a dor queimarem dentro de mim. Até a pessoa que sou se tornar nada além de uma concha de quem já fui.

CAPÍTULO DEZOITO Katelyn Passado Quinze anos de idade Ao fechar a porta do meu quarto, espio, verifico se ele já desmaiou em sua cadeira. Minha mãe adormeceu no sofá horas atrás, um cigarro ainda queima em sua mão até eu apagá-lo. Preciso encontrar essa pulseira. Sei que ele pegou. Apenas rezo para que não penhorou ainda. Kolan trabalhou duro para comprá-la para mim, e é algo que planejei valorizar para sempre. Pensei ter escondido bem, mas acho que não. A última vez que vi foi ontem de manhã, então há uma boa chance de que ainda esteja aqui. Passo hesitante quando vejo meu pai reclinado em sua cadeira, com a boca aberta e um leve ronco vindo dele. O rangido das tábuas do chão sob meus pés me faz estremecer. Meu estômago está em nós, odeio Kolan ter que trabalhar tão tarde. Odeio estar aqui sozinha. Odeio estar aqui menstruada e, mais ainda, saber que Kolan ainda vive aqui ainda por minha causa. Quando ele completou dezoito anos, quis se mudar e me levar com ele, mas meu pai o ameaçou. Disse que ligaria para a polícia e o prenderia. Até os dezoito anos, pertenço aos meus pais.

O pensamento me deixa enjoada. Poderíamos ter fugido, mas não quero fugir a vida toda, e definitivamente não queria deixar Nick e Faith. Então concordamos em esperar até que eu termine o ensino médio, depois vamos embora e nos mudaremos para algum lugar distante. As coisas não estavam tão ruins até recentemente. Meu pai parou de bater em Kolan anos atrás, quando Kolan ficou grande o suficiente para revidar. A memória daquele tempo faz um arrepio percorrer minha coluna. Mesmo que ele parou de nos bater, encontrou outras maneiras de ser mau. Principalmente para mim, porque tenho muito medo por Kolan. Meu pai sempre foi um idiota, mas ultimamente as coisas têm sido diferentes. A maneira como olha para mim é diferente. Comecei a perceber quando fiz 14 anos. Tudo começou com as observações odiosas. Ele me dizia que era uma coisa boa que eu cresci sendo bonita porque não tenho mais nada. Após as observações vieram os olhares. Parece que me deixa doente por dentro… Vulnerável e nua, mesmo estando completamente vestida. No começo, perguntei-me se estava imaginando, porque ele nunca me fez sentir assim antes. Mas piorou ultimamente, os olhares maliciosos e as coisas que diz. Quando saí para a escola no outro dia, ele disse que se eu continuasse me vestindo como uma prostituta, alguém me faria uma. A maneira como disse isso fez bile subir por minha garganta e induziu um terror que nunca senti antes. Usava meu guarda-roupa habitual de verão, de short jeans e camiseta. Nada diferente ou mais revelador do que o que qualquer

outra garota da minha escola usa. Os verões em Montana são arrasadores, mas uso um suéter depois disso. Agora me cubro completamente até sair de casa e depois me troco na escola. Ficou tão ruim que só tomo banho quando não estão em casa e nunca durmo. Aterrorizada com o que possa acontecer se eu fechar os olhos e me deixar vulnerável. Considerei contar a Kolan sobre isso, mas ele já tem muito para se preocupar, e só o pensamento de expressar em voz alta me deixa doente por dentro. Isso me faz sentir vergonha não apenas de mim mesma, mas também do meu corpo. Amo fazer cabelo e maquiagem. Cosmetologia é a minha matéria favorita e, quando me formar, quero ser esteticista. Mas ultimamente tenho me sentido envergonhada por isso. Fazer qualquer coisa para me sentir bonita faz sentir que estou fazendo algo errado e que meu pai está certo, isso me torna uma prostituta. Fico longe o máximo possível, especialmente quando Kolan está trabalhando à noite, mas às vezes é difícil, e odeio impor-me tanto a Faith e Nick. Bem, não tanto a Nick, porque amo estar perto dele, mesmo quando ele fica pensativo. Ele não apenas me faz sentir segura, mas importante. Como se eu fosse importante. Kolan disse que não chegaria tarde demais hoje à noite, então quero encontrar a pulseira antes que ele volte. Caso contrário, uma briga enorme acontecerá entre meu pai e ele, quando ele descobrir que ela sumiu.

O primeiro lugar que procuro é o quarto dos meus pais. Fecho a porta atrás de mim com um leve clique e começo a vasculhar tudo o que posso. Todas as gavetas da cômoda, do armário, do banheiro, mas continuo de mãos vazias. “Não, não, não! Ainda tem que estar aqui.” Abaixo ao lado da cama deles, verifico debaixo do colchão e travesseiros. Deitada no chão, olho embaixo da cama, mas não consigo ver muito na luz fraca do quarto. Empurro minha mão por baixo, sinto ao redor e bato em algo duro. Seguro parte dele na minha mão, puxo-o e vejo que é um pequeno baú de madeira com uma fechadura delicada. Lembro das chaves de bronze que encontrei na mesa de cabeceira do meu pai, pego-as e bato a poeira quando percebo que é para o baú. “Sim.” Vibro com um silvo. Tem que estar aqui. Quem sabe o que mais ele pode ter roubado e escondido aqui. Com esse pensamento em mente, abro a arca do tesouro, apenas para revelar que não é o que eu pensava. Nem meu pior pesadelo conseguiu conjurar o que estou vendo agora. Pisco rapidamente, jurando que não é real. Não pode ser real. Com uma mão trêmula, pego uma das fotos que estão nela. Fotos minhas que nunca soube que existiam… no chuveiro, enquanto me visto no meu quarto, e até uma enquanto dormia. Os cobertores foram removidos e minha camisola subiu pelos meus quadris.

Minha respiração se torna superficial quando meu coração pulsa nos ouvidos. Vergonha, humilhação e nojo me enchem, subindo pela garganta. Um soluço escapa quando vejo todas as fotos. Deve haver pelo menos trinta delas, todos datadas do último ano. Como ele pôde fazer isso sem eu saber? Parece que aquelas no chuveiro estão vindo diretamente na minha frente e lembro rapidamente do ladrilho que falta, expondo parte dos canos de água. “Oh Deus!” Estou tão envolvida com meu desespero que não ouço minha mãe tropeçar no sono até que seja tarde demais. Ela para quando me vê, seus olhos sonolentos se estreitam. “O que diabos está fazendo no meu quarto?” Ela retruca, sem ver o que tenho no chão ao meu lado, já que estou do outro lado da cama. Engulo após a queimação excruciante na minha garganta. “Você sabe sobre isso? Você sabe o que ele fez?” Agarro um punhado das fotos que estou olhando, jogando um monte para ela. Os olhos dela se arregalam, mas não de surpresa… De medo. Há também um nível de nojo quando ela desvia o olhar. É claro que ela sabe ou pelo menos suspeita. “Keith!” Ela grita, sua voz trêmula. “Como você pode?” Pergunto, agonia e vergonha queimam dentro de mim. “Como pôde deixá-lo fazer isso comigo? Sou sua filha.”

Algo que se parece muito com ressentimento domina sua expressão, dirigida a mim. “A culpa é sua por fazer isso com ele. Se não andasse por aí como uma vagabunda, ele não teria feito isso. Como acha que me faz sentir que está sempre me superando? Ele é meu marido!” Olho para ela, meu coração quebrado. “Você perdeu completamente a cabeça.” Antes que ela possa responder, meu pai entra. “O que diabos você está gritando, mulher?” Meu estômago recua instantaneamente ao vê-lo, meu corpo treme de raiva e nojo. Ele observa a cena, nota as fotos espalhadas pela cama. Seu olhar se volta para mim, sem parecer nem um pouco arrependido ou envergonhado, apenas com raiva. “Que diabos pensa que está fazendo aqui? Saia!” “Como você ousa”, resmungo, “como pôde fazer algo assim?” “Eu te avisei, não foi? Disse que, se continuasse, alguém lhe ensinaria uma lição. É o seu castigo.” “Punição por quê? Não fiz nada de errado.” “Besteira! Você anda por aí como uma putinha. Até meus amigos fazem comentários sobre você. Se é assim que vai agir, pelo menos vou ganhar dinheiro com isso. Tim pagou uma boa moeda por algumas delas.” Bile sobe na minha garganta, meu desgosto atingindo um nível totalmente novo. “Seus amigos são pervertidos, como você, e todos vão pagar!”

Seus olhos se estreitam perigosamente quando ele aponta o dedo para mim. “Você vai ser uma boa garota, Katie, e ficar com a boca fechada. Você me deve isso.” “Eu não lhe devo nada.” Começo a reunir todas as fotos. “O que está fazendo? Coloque-as no cama e saia.” Quando o ignoro, ele vem em minha direção. “Eu disse para largá-las!” Ele me bate, dor explode instantaneamente na minha cabeça. Tropeço para trás e caio no chão. Seguro minha bochecha, encarando-o. “Você esqueceu suas maneiras, garotinha. Já faz muito tempo. Hora de um lembrete.” Terror me envolve quando ele começa a tirar o cinto. Tento me levantar, mas a dor na minha cabeça ainda é muito forte. “O que diabos está acontecendo aqui?” Kolan grita e passa pela porta do quarto dos meus pais. Um soluço de alívio me escapa. Ele corre e cai no chão ao meu lado. “Kate, você está bem? O que aconteceu?” Ele afasta meu cabelo e toca meu rosto com ternura. Seu olhar furioso se volta para o meu pai, mas antes que ele possa se levantar agarro sua camisa. “Kolan.” Choro. “Ele fez algo muito ruim.” “Você cale a boca!” Meu pai avisa. Kolan dispara seu próprio aviso antes de me puxar para mais perto. “Shhh. Respira fundo, Kate. Conte-me o que aconteceu.” Incapaz de encontrar as palavras através da vergonha e humilhação queimando minha garganta, empurro as imagens

amassadas para ele, enterro meu rosto em seu peito, incapaz de testemunhar o desgosto em seus olhos. Sinto seu corpo inteiro ficar rígido. “Jesus.” Suas palavras são tensas de raiva, mas há um desespero em sua voz que me faz chorar mais. Ele me puxa para mais perto, traz a boca para o meu ouvido. “Vá arrumar o máximo de coisas que puder e seja rápida. Não saia do seu quarto até que eu vá buscá-la.” Preocupo-me com o que ele vai fazer, mas sei que não adianta discutir. “Tenha cuidado.” Digo antes de me levantar. Meu pai sai correndo do quarto antes que eu possa passar. “Vá agora!” Kolan ordena antes de correr atrás dele. Com as pernas trêmulas, passo por minha mãe para meu quarto, ao mesmo tempo em que um barulho alto vem da sala e ouço meu pai gritar de dor. “Você foi longe demais desta vez, filho da puta!” Pego uma mochila do meu armário, coloco o máximo de coisas que possa reunir e tento ignorar a destruição que acontece lá fora. “Kolan, pare! Você vai matá-lo.” Minha mãe grita. Quando ouço um tiro, minhas pernas ameaçam ceder. Agarro minha bolsa, corro para a sala de estar e vejo minha mãe apontar uma arma para Kolan. Meu pai está deitado no chão, espancado, com sangue respingado na camisa de Kolan. “Mãe o que está fazendo? Abaixe a arma.” Digo a ela. Suas mãos tremem incontrolavelmente. Ela parece tão aterrorizada quanto eu, o que me deixa ainda mais nervosa com a arma em sua mão.

Kolan é o único que parece calmo, mas a raiva ainda dança loucamente em seus olhos escuros. “Vai fazer a coisa certa pela primeira vez na vida e atirar nele?” Ele pergunta a minha mãe. Lágrimas começam a escorrer por seu rosto. “Saia desta casa e não volte.” “Você é tão patética quanto ele.” Diz ele com ódio na voz. “Cale a boca.” Ela grita. “Isto é culpa sua. Você sempre apertou os botões dele, vocês dois o fizeram assim!” Kolan se aproxima dela e envia pânico pulsando através de mim. Quando ele tira a arma de sua mão, consigo respirar novamente. “Vou embora, e Katelyn vem comigo. Se ele chegar perto dela novamente, mato vocês dois.” Meu coração para com a sinceridade de sua ameaça. Ele olha para mim. “Vá para minha caminhonete. Estarei lá daqui a pouco.” “Mas as fotos...” Sussurro, parando quando minha voz falha. “Vou pegá-las. Vá.” Saio da casa dos meus pais pela última vez. À noite, Kolan fica ao meu lado, abraça-me enquanto queimamos todas as fotos que foram tiradas. Ele me jura que encontrará as que meu pai vendeu e as destruirá também. Ele prometeu que ninguém nos machucaria novamente. Era para ser o fim do nosso pesadelo, mas parece que não terminou.

CAPÍTULO DEZENOVE Nick Assim que consigo fazer Katelyn se acalmar e voltamos para a fazenda, ela vai para o riacho, dizendo que precisa de um tempo sozinha. Tempo que não quero dar a ela. “Ela vai ficar bem?” Pop pergunta, seus olhos estreitos com preocupação enquanto me observa andar de um lado para o outro na cozinha. Passo as mãos pelos cabelos, soltando um suspiro de frustração. “Não sei, Pop. Isso...é ruim. Muito ruim.” Meu estômago torce com repulsa só de pensar, fúria ainda bombeia através de mim quente e rápida. Depois que arrastei aquele imbecil para dentro da casa, tentei tirar as informações dele, sobre o porquê de Kolan ter ido lá. Planejava usar uma abordagem diferente, mas quando Katelyn se recusou a ir para o carro e ele a fez explodir, meu controle se perdeu. Infelizmente, não importa quantos golpes recebeu, ele não falou. Não foi até eu colocar minha arma na cabeça dele que Lorraine finalmente quebrou e me contou sobre a chantagem. Não acreditei até que ela me deu as poucas fotos que restavam. Eu sabia que ele era um bastardo, mas foda-se, não um pedófilo. Como diabos Kolan pode esconder essa merda de mim

naquela época? Sabia que uma grande explosão aconteceu quando ele a levou, mas não isso. Por que ele ficou quieto e não foi à polícia? Muitas perguntas com zero respostas. Pop avança, agarrando meus ombros. “Você precisa ir até ela.” “Eu quero, mas ela disse que precisa de um tempo sozinha.” Ele balança a cabeça. “Não. Ficar sozinha é a última coisa que ela precisa. É uma garota forte, mas há tanto que se pode aguentar. Acredite nisso, garoto, ela precisa de você. Ela sempre precisou de você.” Não perco a mensagem subjacente. Se ele soubesse o quanto eu gostaria de estar sempre lá, mas ele não entende. Ninguém jamais entenderá. Com um aceno de cabeça, saio da cozinha e pego um cobertor antes de ir para o riacho. Ela está sentada no mesmo lugar que sempre costumava ficar, abraçando os joelhos no peito enquanto olha o reflexo da lua no riacho escuro. Parece perdida e muito triste. Lentamente ando atrás dela, coloco o cobertor sobre seus ombros antes de sentar e puxá-la para entre minhas pernas. Ela se inclina para mim, mas permanece quieta. Beijo o lado de sua cabeça e decido deixá-la ser a primeira a falar. Por um longo tempo, não fazemos nada além de sentar e olhar o riacho até que ela finalmente quebra o silêncio. “Este é o único lugar bom nesta cidade esquecida por Deus. O único lugar

em que posso estar sem as lembranças horríveis constantemente me assombrando.” A tristeza em sua voz rasga meu interior. “Não foi de todo ruim. Pense nos tempos com Faith e sua família. Ou o tempo que teve comigo e com Kolan.” “O quê? Vendo vocês jogando videogame ou mexendo em sua garagem com seu quatro rodas?” “Exatamente. Isso foi divertido. Nem todo mundo teve o privilégio de ficar conosco.” Uma risada suave escapa dela, que é o que estou tentando. “Não, você está certo”, ela murmura baixinho, “não foi de todo ruim, apenas a maior parte.” Não posso discutir com isso. Passou. Ela teve uma infância de merda, e quando não era sua vida doméstica, tinha outras pessoas sendo más, especialmente as cadelas ciumentas com as quais estudava. “Você está bravo por não termos contado.” Ela sussurra, sua voz cheia de lágrimas. “Um pouco.” Admito. “Acho que estou apenas tentando entender por que Kolan não foi à polícia.” “Porque o fiz prometer não fazer isso.” Fico tenso, mas permaneço em silêncio, esperando que me conte mais. “Estava procurando minha pulseira que ele roubou quando encontrei essas fotos debaixo da cama...” Ela para e balança a cabeça, “fiquei tão chocada, mas acho que não deveria estar. Houve sinais por um tempo.”

“O que quer dizer?” Pergunto e tento manter minha voz nivelada com toda a fúria bombeando através de mim. “Ele sempre foi um idiota, mas...não desse tipo. Foi quando cheguei à puberdade, entrei em cosmetologia e comecei a aprender a fazer cabelos e maquiagens. Foi quando ele começou a me olhar de maneira diferente. Era como se um interruptor girasse e algo mais se juntasse ao ódio que sempre estava em seus olhos. Não sabia o que era na época, apenas que me deixava desconfortável. Então ele começou a dizer coisas, coisas que doíam, e tudo começou a partir daí. Mas nunca em um milhão de anos pensei que ele fazia isso e...eu simplesmente não conseguia, Nick. Não podia deixar Kolan contar ou mais alguém ver essas fotos. Estava tão envergonhada. As pessoas na cidade já olhavam para mim como se eu fosse lixo, teria me matado se soubessem o tempo todo que estavam certas.” Viro-a para que esteja de frente para mim, suas palavras e seu rosto triste rasgam meu coração. “Não diga isso. Você não tem nada para se envergonhar. Só ele tem. Ele estava errado, Katelyn. Não você.” Ela olha para mim, parecendo completamente quebrada. “Então por que eu me sinto tão suja?” Sua testa cai na minha com um soluço, suas palavras me atingem como um soco no estômago. Cerro os dentes contra a dor que irradia através de mim, seguro seu rosto, meus dedos engancham na parte de trás de seu pescoço. “Porque ele violou você. Não importa que ele não tenha te tocado. Invadiu sua privacidade e quebrou sua confiança muito

antes disso. É um pedaço de merda, mas suas ações não refletem quem você é. Elas nunca refletiram e nunca irão.” Lentamente, seus soluços diminuem e sua mão encontra o lado do meu queixo enquanto me olha de volta. “Você sempre soube o que dizer para não machucar tanto.” Um pequeno suspiro de alívio me deixa ao ouvir isso. “Isso é bom, baby, porque eu faria qualquer coisa para não a machucar.” Seus olhos se fecham e seus lábios molhados roçam nos meus e, como sempre, é um choque para o meu sistema. Puxo-a para mais perto, mas não faço nenhum movimento para ir mais longe, deixo-a liderar. “Tire a dor, Nick.”, ela sussurra contra minha boca e me dá a permissão que preciso. Solto um gemido antes de reivindicar seus doces lábios. ****

Katelyn É exatamente isso que preciso no momento… Estar com Nick na segurança de seus braços. Neste momento, quero me perder completamente nele e esquecer o pesadelo que pensei ter deixado anos atrás. Preciso que ele retire o lembrete sujo e o substitua por algo bonito. Suas mãos alcançam a parte inferior da minha camisa. “Levante os braços, baby.”

Faço como instruído, deixo-o deslizar o material sobre minha cabeça. Seus lábios quentes imediatamente se movem para a pele exposta no meu pescoço, enquanto suas mãos puxam minha bunda para me aproximar. Com um gemido, ele se afasta. “Onde está o cobertor?” Pegoo por trás de mim e ele joga ao nosso lado. Num movimento suave, ele me vira de costas, vindo por cima de mim. “Desta vez, vou dedicar um tempo adorando cada parte como você merece.” Meu coração esquenta quando ele começa na minha bochecha. Lentamente passa os lábios por ela, eliminando o restante das lágrimas. Então desce por meu pescoço, passa pela clavícula e para em cima do meu coração, deixando seus lábios demorarem. Enrosco os dedos em seus cabelos, seguro-o perto, enquanto um novo conjunto de lágrimas escorre dos meus olhos. Um gemido escapa quando sua língua traça o inchaço do meu peito, em seguida, afunda na linha do meu sutiã. Com a mão no meu estômago, ele aperta o fecho frontal do meu sutiã, deixando as taças caírem livres, me expondo da cintura para cima. Um calafrio assola meu corpo quando o ar da noite acaricia minha pele sensível. Nick se afasta e tira a camisa antes de voltar ao lugar, pele com pele. Meu suspiro e seu gemido se unem quando as sensações mais incríveis passam por meu corpo com o contato íntimo com ele. Levanto meu quadril, buscando atrito. Com um beijo rápido e forte em meus lábios, ele se aventura por meu corpo, percorrendo a boca sobre cada pedaço de pele nua que encontra.

Seus dedos prendem na cintura do meu short preto antes de puxá-lo, junto com minha calcinha. Suas mãos grandes seguram o interior das minhas coxas, mantendo minhas pernas abertas enquanto ele me olha. A luz da lua atrás dele lança um pequeno brilho em seu rosto forte e sombrio. Um gemido baixo irrompe do fundo de seu peito. “Você é tão linda, Kate. Estou morrendo de vontade de te provar de novo.” Mergulhando entre minhas pernas, sua língua lambe o interior da minha coxa antes de chegar ao núcleo. “Oh, Deus!” Arqueio com um suspiro, meus dedos emaranhados em seus cabelos enquanto me devora com lambidas suaves e quentes de sua língua hábil. Ele me leva à beira da explosão apenas para relaxar e não me deixar liberar o que meu corpo anseia. “Nick, por favor.” Com um gemido torturado devorando todo meu corpo, ele levanta meu quadril, suga meu clitóris inchado em sua boca e me faz voar. Um grito passa por meus lábios quando um prazer quente como um chicote percorre meus sentidos. Mal estou voltando da onda de êxtase, quando Nick se move entre minhas pernas e me enche num impulso lento e rouba minha respiração pela segunda vez. Envolvo os braços em seu pescoço, enterrando o rosto em seu ombro, deleito-me com a maneira como ele me completa… Corpo e alma. Nunca experimentei algo assim antes, exceto com ele. Nada ou ninguém jamais se comparou à segurança e prazer que ele me dá.

“Jesus, você é perfeita pra caralho. Cada parte sua.” Ele geme no meu ouvido. “Acho que você também é perfeito.” Na verdade, ele está longe de ser o típico perfeito, mas é perfeito para mim. Até as partes quebradas dele que não o deixam me amar. “Você está bem, Kate?” Ele pergunta, sua voz rouca no meu ouvido. Deito e aceno para ele. “Sim.” Ele começa a se mover dentro de mim com movimentos lentos e requintados, seus olhos nunca deixando os meus. Olha para mim de uma maneira que desejo que alguém me olhe pela vida inteira. Como se ele se importasse, como se eu fosse importante… Como sou mais. Quando for a hora dele voltar, é disso que vou me lembrar. É isso que vou manter comigo nas noites que sofrer por ele, lembrar que alguém olhou para mim assim uma vez. Mesmo que não o tenha por toda a vida, é melhor do que não ter. Assim como o próprio homem. Estendo a mão, seguro seu queixo forte com barba. Ele envolve meu pulso e beija o interior, logo acima da minha tatuagem. Não são necessárias palavras. Quando mais lágrimas começam a cair, ele se inclina e as seca com os lábios. “Sinta-me, Kate. Não sinta nada além de mim.” “Sim. Você é tudo que sinto.”

“Apenas nós.” Ele sussurra. “Apenas nós.” Envolvo as pernas em torno de seu quadril, tirando um grunhido dele quando a posição o traz mais fundo. “Foda-se, você é muito gostosa.” Posso ouvir a restrição em sua voz, senti-lo tremendo, seus músculos flexionando sob as pontas dos meus dedos. “Deixe ir, Nick. Temos a noite toda.” Sua voz soa no meu ouvido. “Só se vier comigo.” Ele muda o ângulo de seus impulsos e os acelera, um pouco mais rápido e mais profundo, atingindo o ponto escondido dentro de mim. Com um gemido, minhas unhas afundam em seus ombros suados, então chego ao orgasmo pela segunda vez. “Ah, foda-se sim, lá vem você, baby.” Mais alguns fortes movimentos de seu quadril e ele permite o próprio prazer. Quando se acalma, ele enterra o rosto no meu pescoço. Vários minutos passam enquanto o seguro com mais força, revelando nossos corações batendo como um. Ele pressiona um beijo no meu pescoço, depois no meu ombro, depois na minha boca, demorando um pouco mais. Nós gememos quando ele sai, e instantaneamente sinto frio sem ele. “Não se mexa.” Ele instrui enquanto sai de mim e puxa a calça de volta. Pega sua camisa descartada, e me limpa com ela. Estou prestes a pegar minhas roupas, mas ele as alcança primeiro. “Não. Eu as pego.” Ele envolve a pequena pilha com uma mão e depois puxa o cobertor antes de me pegar. Envolvo os

braços em seu pescoço, surpresa quando ele começa a me levar de volta para casa. “Posso andar, sabe.” “Sim, eu sei.” Com um sorriso suave, deixo a cabeça cair em seu ombro, à dor que estava no meu peito, mais sombria do que antes. Quando chegamos à porta da frente, começa a me preocupar. “Você acha que Pop ainda está acordado?” Ele encolhe os ombros. “Provavelmente não, mas não importa se ele está.” “Fale por si, sua bunda está coberta.” Ele sorri. “Então, a sua também.” Felizmente, tudo está escuro quando ele entra, exceto pela luz da entrada da frente. Nick deixa acesa enquanto me carrega pelas escadas e para seu quarto. Ele joga nossas roupas no cesto e me deita na cama. Por um breve segundo, meu coração para, imaginando se ele dormirá no quarto de hóspedes. Mas meu medo é eliminado quando ele fecha a porta, trancando nós dois. Vou para a beira da cama enquanto ele tira o jeans e desliza para baixo das cobertas. Antes que possa me aproximar, ele envolve os braços ao meu redor e me deixa colada contra ele. Meu coração dança, amando que ele fez o primeiro movimento. Olho-o com um sorriso e faço a única pergunta que venho fazendo há anos, mesmo sabendo que provavelmente não terei uma resposta. “Diga-me algo que ninguém mais sabe sobre você.”

Seu silêncio e sua expressão suave me fazem sorrir. “Ainda não está pronto para me dizer, Nick?” Ele resmunga, sem graça. Reviro meus olhos. “Certo, tudo bem. Então, pelo menos, me dê uma coisa. Conte-me sobre a Flórida, ou melhor, conte-me sobre seu trabalho. É o que esperava? Você gosta dele?” “Sim. Muito.” Ele fica quieto por um breve momento e depois encolhe os ombros. “Não sei, é difícil de explicar, mas desde meu primeiro dia na academia, sabia que fiz a escolha certa na carreira. Adorei, ainda amo, e ficou ainda melhor quando fui transferido para a Flórida. Então, para responder sua primeira pergunta, sim, também gosto de lá, mas principalmente porque gosto muito do meu trabalho.” Por mais que sinta falta dele, fico muito feliz em saber que está feliz. Ele merece. “Que tipo de coisas você faz? Existem divisões diferentes?” “Sim, tem muitas. Contra o Terrorismo, Corrupção Pública, Direitos Civis, Crime Organizado...essas são apenas algumas. Mas, dependendo do caso, posso trabalhar com todas elas. Lembra-se de Pop dizer no café da manhã sobre Ryder e eu derrubando aquele grande oficial do governo há dois anos?” Concordo. “Bem, esse caso pode se encaixar em várias categorias, corrupção pública, direitos civis, crime organizado. Ele dirigia um círculo de tráfico sexual infantil e os vendia em festas políticas privadas.” Meu estômago recua com o pensamento. “Isso é terrível.”

“Sim. Na verdade, ele era o pai de Emily.” Fico tensa. “É sério?” “Sim. Foi assim que ela e Ryder se reencontraram. Eles se conheciam no ensino médio, mas o pai dela os separou. Ryder não deixou acontecer uma segunda vez.” “Uau, pobre Emily.” Ele encolhe os ombros. “Na verdade, não. Ela está melhor sem os pais. Eles a tratavam como merda.” Talvez seja por isso que nos damos tão bem. Se alguém pode entender ter pais de merda, sou eu. Nick repentinamente envolve meu pulso, acariciando a tatuagem com o polegar. “Conte-me sobre isso.” Meu coração leve se torna mais pesado novamente. Dou de ombros, sem saber por onde começar. “Como eu disse, é um lembrete para que nunca mais esqueça.” “Quem fez você esquecer?” Sei o que ele está perguntando. Depois do que ouviu quando estávamos escondidos naquele armário, quer saber se isso tem a ver com Vince. “Não sei, Nick.” Começo suavemente, um suspiro me escapa. “Perdi a noção do que era importante e quem eu era. Namorei alguns idiotas. Parece que os atraio, mas Vince foi o pior de todos. Eu o conheci na inauguração de seu clube. Estava lá com um monte de amigas quando ele enviou bebidas para nossa mesa com uma única rosa para mim.” Fico quieta por um momento enquanto penso naquela noite. “Fiquei lisonjeada pelo dono do

clube atraente e muito bem-sucedido me escolher entre todas as mulheres de lá. Isso me fez sentir especial. No entanto, sumiu rapidamente

quando

percebi

que

ele

não

era

quem

se

apresentava. Não se importava comigo; só gostava de me ter em seu braço para exibir, como se fosse algum tipo de troféu. Pensou que era meu dono e, de certa forma… Eu deixei.” Faço uma pausa, a raiva e ressentimento familiar me enchendo toda vez que penso nele. “O que aconteceu?” Ele pressiona, sua voz tensa. “Piorou com o passar das semanas e uma noite numa briga enorme porque ele tentou me impedir de ir ao jantar de noivado de um amigo. Ele só me deixaria ir se eu o levasse. Eu não queria, mas já estava atrasada, então pensei em levá-lo e terminar depois. De qualquer forma, ele agiu como um idiota lá também e foi expulso pelos caras, um deles era o xerife que é meu amigo.” Penso naquela noite na casa de Julia, lembro como todos foram gentis comigo, mesmo que me senti horrível. “Fiquei tão aliviada que se livraram dele, mas foi de curta duração. Ele estava me esperando dentro do meu apartamento quando voltei. Cooper, um amigo que me deixou, não viu o carro dele porque Vince estacionou nos fundos. Ele ficou furioso e foi então que descobri o quão cruel realmente podia ser.” Engulo em seco. “Ele era agressivo comigo antes, mas naquela noite ele me deu uma surra. Mal conseguia andar no dia seguinte.”

Um grunhido retumba no peito de Nick, seu corpo tensiona sob o meu. O tipo de reação que espero dele. Sinto-me envergonhada por ele saber quão fraca já fui. Penso em interromper minha história por aqui, mas depois continuar. “Estava procurando algo para tomar para a dor. Puxei a gaveta da minha mesa de cabeceira, esvaziei o conteúdo no chão ao meu lado, porque doía demais segurar. Foi quando sua pedra caiu no meu colo e então eu quebrei. Naquele momento, percebi que, enquanto procurava alguém para me amar, esqueci de me amar. Esqueci que eu valia mais.” Pisco contra as lágrimas que ameaçam cair, não quero derramar outra lágrima por isso. Superei isso. “Naquela noite, quando me arrastei para a cama e segurei a pedra com força, decidi naquele momento que nunca mais me esqueceria. Uma semana depois, fiz a tatuagem.” Nick fica em silêncio por um longo momento, fazendo-me pensar o que está pensando. “Diga-me que o filho da puta pagou.” Diz ele, seu tom goteja com desdém gelado. “Não tinha certeza de como iria lidar com isso, mas foi tirado das minhas mãos de qualquer maneira.” “Como assim?” “Kolan veio na tarde seguinte. Ouviu o que aconteceu na casa do meu amigo na noite anterior e, quando não atendi, ficou preocupado. Dizer que ele ficou louco quando me viu seria um eufemismo.” Nick resmunga. Tenho certeza que ele pode imaginar.

“Ele invadiu, embora implorei para não fazer. Não queria que tivesse problemas, mas não havia como pará-lo. Ele acabou colocando Vince no hospital. Estava apavorada que fosse apresentar queixa, mas por alguma razão não o fez. Assumi que provavelmente estava com medo de eu processá-lo.” “Ou Kolan o assustou o suficiente.” “Talvez.” Fosse o que fosse, estou feliz que ele não fez. Nunca seria capaz de viver comigo se ele apresentasse queixa. Kolan teria perdido tudo pelo que trabalhou tanto. Quando Nick permanece em silêncio, olho para ele, vejo sua mandíbula tensa. “O que você está pensando?” Sussurro, nervosa ao ouvir sua resposta. “É uma coisa boa que ele esteja morto, porque não tenho certeza se seria capaz de me impedir de fazer isso.” Suas palavras escorrem feroz sinceridade. “Foi minha culpa também. Perdi a noção de quem eu era e deixei que ele me tratasse mal por muito tempo.” “Nada do que aconteceu foi sua culpa, Katelyn.” Fico quieta porque discordo. Sim, ele nunca deveria ter colocado as mãos em mim, nunca, mas eu também nunca deveria ter lhe dado à chance. Nick leva meu pulso à boca, pressionando os lábios na tatuagem. “Isso ajudou? Isso a lembra todos os dias?” Seus olhos azul-acinzentados me penetram, esperando minha resposta. “Sim. Depois de Vince, passei um tempo sozinha. Fui à terapia, que ajudou um pouco, comecei a praticar ioga e a dar

aulas. Encontrei-me novamente e o que era importante. Mas ainda fico

solitária.”

Admito

honestamente.

“Estive

em

alguns

encontros, mas nenhuma faísca. Ninguém que gostaria de ver novamente. Tenho certeza de que vou morrer sozinha e me tornar uma senhora dos gatos, mas na verdade não tenho nenhum.” Brinco, embora na maioria das vezes realmente não ache engraçado. Invejo todos os meus amigos pelo que têm e espero que um dia eu também tenha, mas acho que a única pessoa que pode me dar isso é o homem na minha frente. E sei que isso nunca vai acontecer. “Há uma razão pela qual ainda não encontrou ninguém.” Olho para ele, surpresa por seu comentário e um pouco irritada. “Sério? Esclareça-me, Romeu, por que não encontrei essa pessoa?” Ele olha para mim, sua expressão séria. “Porque não há ninguém bom o suficiente para você.” Meu coração esquenta ainda que a dor no meu peito cresça. Quero dizer a ele que não há ninguém porque sempre foi ele, mas sei que não quer ouvir isso. É frustrante. Gostaria que não dissesse essas coisas. Isso torna muito mais difícil quando for à hora dele ir. Depois do que Emily disse, questiono se ele não vive com a mesma dor. Ele me ama, mas está com muito medo e, se sim, por quê? Do que tem tanto medo? Ainda estou pensando sobre a maldita foto... “Tudo bem, sua vez.” Digo, incapaz de me impedir de perguntar.

Suas sobrancelhas franzem em confusão. “Minha vez do quê?” “De responder a uma pergunta já que respondi a sua.” “Eu já fiz. Você perguntou sobre meu trabalho.” “Bem, agora tenho outra.” “O que?” Ele pergunta e parece nervoso. “Que foto minha você tem na sua mesa?” Seu corpo fica rígido, um palavrão passa por seus lábios. “Emily e sua boca grande.” Ele resmunga. “Não foi Emily quem me disse.” Digo e espero salvar a pobre garota de sua ira. “Besteira!” Com um sorriso, viro de bruços para encará-lo. “De qualquer maneira, seu segredo está revelado. Então me diga, qual é?” “Não sei do que está falando.” Ele mente e me faz rir. “Boa tentativa, amigo. Agora fale.” Depois de me encarar por um minuto tenso, ele finalmente cede. “Lembra daquela tarde em que você, Kolan, Faith e eu fomos ao lago, depois você veio pelo riacho, sozinha?” Lembro daquele dia e instantaneamente sei qual foto agora. “Quando roubei seu celular e tirei uma selfie de nós.” Ele concorda. “Você guardou?” Seu silêncio faz meu sorriso se espalhar. “Você está tão preso.” “Não estou preso em merda nenhuma.” Ele resmunga. “Ah sim, você está. Você está secretamente apaixonado por mim.” Sinto-o tensionar, mas não o deixo me interromper, mesmo

que esteja apenas brincando, não quero ouvi-lo negar. “Você anseia por mim todos esses anos. Sentiu tanto a minha falta que provavelmente derramou uma pequena lágrima toda vez que pensou em mim. E aposto… Ahhh.” Grito quando ele me vira de costas e vem por cima de mim. “Essa sua boca, Katelyn, vai causar problemas um dia.” Levanto o quadril e solto um gemido ao sentir seu pau duro entre minhas pernas. “Ah sim? Mostre-me.” “Esperava que dissesse isso.” Suspiro quando ele entra num impulso suave, meus olhos se fechando com o prazer delicioso dele me completando. “Kate?” Ele diz, ainda dentro de mim. Meus olhos se abrem com o jeito que diz meu nome. Ele olha para mim, seu rosto apenas a um centímetro. “Senti sua falta como um louco.” Meu coração para no peito; chocada, ele acabou de admitir. Ele não me dá a chance de responder. Em vez disso, sela sua boca sobre a minha e faz amor comigo pela segunda vez, aprecia meu corpo como ninguém jamais fez. Posso não ter isso para sempre, mas pelo menos tenho uma vez, e é o suficiente para mim. Tem que ser.

CAPÍTULO VINTE Katelyn De manhã desço as escadas com meu celular na mão, envio um texto para Faith para o check-in. Meus olhos estão ardendo de tanto chorar, mas meu coração está um pouco mais quente, graças a Nick. Sorrio enquanto penso sobre como ele foi carinhoso comigo ontem à noite, como foi gentil e as coisas que disse. Ainda me sinto mal com as fotos, saber que meu pai ainda tinha algumas e chantageava Kolan. No entanto, tento deixar tudo de lado por enquanto e me concentro em encontrar Kolan. Então pensarei em como lidar com meu pai. Queria que Nick pegasse o resto delas, mas quem sabe. Pensei que Kolan e eu tínhamos nos livrado delas anos atrás... Coloco meu celular no bolso do suéter e entro na cozinha para ver Pop na mesa. O jornal estendido diante dele enquanto toma uma xícara de café. “Aí está minha garota.” Diz, de pé com um sorriso. Devolvo seu sorriso com um dos meus. “Ei, Pop.” Ele beija minha bochecha enquanto me sento ao seu lado. “Dormiu bem, querida?” “Muito bem, considerando...” Paro e limpo minha garganta, sem saber o quanto Nick disse a ele. “Onde está Nick?”

“Ele foi para a cidade rapidamente pegar o café da manhã. Disse que você gosta daqueles cafés chiques e extravagantes.” Sorrio, meu coração esquentando com sua preocupação. “Ele está certo, eu gosto. É gentil da parte dele. Posso tomar um desses hoje de manhã.” A expressão do Pop se torna sombria. Ele estica a mão e coloca sua mão áspera e desgastada sobre a minha. “Sinto muito pelo que aconteceu. Nicky não me deu detalhes, mas sei que te machucou e isso me machucou.” Meus olhos ardem quando minha garganta fica grossa novamente. “Obrigada.” “Eu sei que seja o que for, meu garoto resolverá. Ele pode ser teimoso quando se trata de seu coração, mas uma coisa que tem é honra. Fará justiça para você e seu irmão. Pode confiar nele nisso.” “Tenho certeza que posso. Só queria que ele confiasse em mim também.” Murmuro antes que possa me impedir. “Não leve para o lado pessoal, querida. Aquele garoto não confia em ninguém. Nem em mim.” Ele diz resolutamente. Ele pode aceitar, mas posso dizer que o machuca também. “Por quê?” “Porque quando você passa por algo como ele passou, não importa há quanto tempo foi, isso mexe com seu coração.” “Tem algo a ver com a mãe dele?” Questiono cautelosamente. Ele dá um firme aceno de cabeça, a dor brilhando em seus olhos. “Sim, mas não posso contar a história, não seria justo com

Nicky. Caramba, nem sei a extensão disso. No entanto, vou lhe dizer, gostaria que as coisas fossem diferentes para Lila e eu. Penso nela muitas vezes e sinto muita saudades.” “Ela morreu?” Pergunto baixinho. Ele encolhe os ombros. “Não sei. Ninguém a vê desde que Nicky tinha seis anos.” Observo-o em silêncio, imaginando o que aconteceu entre eles, mas não preciso me perguntar por muito tempo, porque ele decide compartilhar isso comigo. “Lila teve dificuldade depois que minha Helen morreu. Não importa o quanto tentei ajudá-la, não pude. Ela ficou com um cara que não gostei. Não era bom para ela e gostava de coisas ruins. Tentei proibi-la de vê-lo, mas ela não gostou disso. Na manhã seguinte, acordei e ela tinha ido embora. Bem desse jeito.” Ele estala os dedos, sua expressão dolorida. “Ela estava a meses dos dezoito anos, então a polícia parou de procurá-la depois disso, mas eu não. Procurei anos, mas nunca a encontrei. Sete anos depois, recebi uma ligação do Departamento de Polícia de Los Angeles e foi aí que cheguei ao Nicky.” A agonia é brilhante em seus olhos e meu coração se parte, não só por ele, mas por Nick também. Temo o que aconteceu, sabendo que a polícia o tinha. Puxo minha cadeira para mais perto de Pop, em seguida me inclino e envolvo os braços em seu pescoço. “Sinto muito, Pop.” “Eu também, querida.” Sua voz é rouca quando me abraça de volta com força. “Mas pelo menos eu peguei Nicky.” Ele diz e se

senta, enxugando os olhos, o que faz os meus arderem novamente. “Ele é a melhor coisa que tenho.” “Bem, sei que ele te ama muito, mesmo que tenha dificuldade em mostrar isso.” Ele concorda. “Sei disso, assim como sei que ele também te ama.” Balanço a cabeça, rejeitando imediatamente o comentário. “Acho que não.” “Sei disso. Estou lhe dizendo que ele está apenas assustado. Preocupo-me com ele. Não vou viver para sempre e, embora não me veja muito, ainda sabe que estou sempre aqui. Quando eu for embora, quero saber que ele não ficará sozinho.” “Não se preocupe”, sussurro, “Não importa o que aconteça, sempre estarei aqui para ele. Mesmo que ele não me queira. Vou garantir que saiba que não está sozinho.” Ele segura meu rosto, sua expressão triste. “Acho que você pode ser sua única salvação.” O som da porta da frente se fechando nos tira do momento. Viro e vejo Nick parado na entrada da cozinha nos observando, equilibrando um Starbucks e um saco de papel marrom na mão. “Oi.” Ele diz e olha para mim de uma maneira que faz meu coração disparar. “Oi.” “Bem, vou para o celeiro.” Pop diz, levantando-se. “Comprei alguns doces para o café da manhã.” Nick diz.

“Comi aveia e frutas mais cedo, mas agradeço mesmo assim.” Ele dá um beijo em minha cabeça quando passa e dá um tapinha no ombro de Nick. “Vejo você no almoço.” “Vou sair daqui a pouco para ajudar.” Nick diz a ele. Pop dá um aceno atrás da cabeça enquanto sai pela porta. De pé, ando e pego um dos copos dele e o saco marrom. “Obrigada, realmente posso tomar um desses esta manhã.” Digo e coloco ao lado do fogão. “Quando Pop me disse que você...” Paro com um suspiro quando de repente sinto Nick logo atrás de mim. Ele me gira, me levantando pelo quadril e me sentando no balcão, depois fica entre minhas pernas e reivindica meus lábios num beijo, acariciando minha boca com a sua. Meus braços envolvem seu pescoço e solto um gemido quando sua língua entra, deslizando contra a minha. Seus dedos agarram meu quadril enquanto ele me consome. Só se afasta quando estou completamente sem fôlego. Lentamente abro meus olhos para vê-lo me observar. “Oi”, sussurro como uma idiota, sinto como se estivesse numa névoa completa. Ele sorri. “Olá baby.” Um arrepio percorre minha coluna ao som de sua voz profunda. Ele segura meu rosto, seu polegar roçando em meus olhos. “Está se sentindo melhor esta manhã?” “Agora estou.” Cubro sua mão com a minha, inclinando-me, quero seus lábios nos meus novamente, mas então meu celular toca. Considero ignorá-lo, mas depois penso melhor. “É melhor eu atender, pode ser Faith ou Chantal.”

Com um aceno de cabeça, ele dá um passo para trás, me dá espaço, e instantaneamente quero chorar pela perda de contato. Estou com sérios problemas quando se trata dele. Pego meu celular, franzindo a testa quando olho para a tela. “Isso é estranho. Não conheço ninguém com número privado.” Nick coloca a xícara de café no balcão, e se aproxima. “Coloque no viva voz.” Aponto a parte inferior do celular em direção à minha boca, aperto o botão do alto-falante. “Alô?” “Kate, sou eu.” Toda a respiração deixa meu peito de uma só vez quando ouço a voz do meu irmão. “Ah meu Deus, Kolan?” Pergunto aterrorizada, estou ouvindo coisas. “Sim.” Soluço aliviada. “Ah, graças a Deus, estava preocupada com você.” “Desculpe não poder ligar para você antes. Diga-me...” Ele faz uma pausa, limpa a garganta. “Diga-me que sabe que o que estão dizendo sobre mim é besteira. Que sabe que eu não faria o que estão me acusando.” “Claro que sei. Nunca questionei isso.” “Bom.” Ele diz, aliviado. “Não pensei que faria, mas porra, sei que as evidências que têm contra mim são ruins. Não conte a ninguém que ouviu falar de mim. É muito importante, entendeu?” “O que está acontecendo, Kolan?” “Armaram para mim.”

“Quem?” “Ainda não posso te contar, não por telefone. Vou encontrar uma maneira de te ver e contar tudo então.” “Mas...não estou na Carolina do Sul agora.” “Onde você está?” “Em Montana.” Digo lentamente, sei que ele não vai gostar. “Que porra você faz aí?” Seu tom agora é letal e afiado com pânico. “Nós pensamos que poderia estar aqui. Não sabíamos...” “Wow. Espera. Quem é nós?” Meus olhos encontram os de Nick agora, pela primeira vez desde

que

atendi,

sua

expressão

ilegível

enquanto

ouve

atentamente. “Nick”, sussurro, nervosa por sua reação. “Nick quem?” Ele pergunta confuso. “Stone.” Há um longo momento de silêncio, tanto tempo que começo a me preocupar que desligou até ouvir uma maldição aquecida. “Katelyn, diga que você está brincando, porra.” Lágrimas se formam em meus olhos, odiando que o perturbei e me sinto mal por Nick estar ouvindo. “Não sabia para quem mais ir. Fiquei preocupada com você e precisava de alguém em quem pudesse confiar. Muita coisa aconteceu e...” “Você não pode confiar nele. É um maldito federal, o que significa que, quando me encontrar, trancará minha bunda.” “Não, isso não é verdade.” Corro para explicar.

“Sim! Há um mandado para a porra da minha prisão.” Antes que possa dizer mais, Nick entra em ação. “Ouça. Não vou trancar sua bunda, mas se não explicar o que diabos está acontecendo, e mais balas voarem em sua irmã, vou chutar sua bunda quando te encontrar.” Olho para ele me perguntando se é louco por cutucar a besta assim. Quando a ligação fica em silêncio mais uma vez, temo que desta vez Kolan realmente se foi. “Kolan?” Uma onda de alívio me enche quando ele responde. “Kate, o que está acontecendo? Do que ele está falando?” Ele pergunta em um tom tenso, ignorando Nick. “Estou bem, mas muita coisa aconteceu”, sussurro, “Tipo uma merda realmente louca. Precisamos saber o que está acontecendo.” Outro ataque de silêncio. “Não posso pelo telefone. Volte e vou lhe contar tudo.” “Tudo bem.” “Olha. Tenho que ir. Vejo você assim que puder.” “Kolan, espere!” Grito antes que ele possa desligar. “O quê?” “Eu...eu te amo, e sempre estarei do seu lado, não importa o quê.” Coloco uma mão na boca quando a última das minhas palavras sai num soluço. “Eu também te amo, Kate. Vejo você em breve. Prometo.” Sua voz rouca atinge meu coração torturado. “Stone...” Congelo, meu dedo paira sobre o botão finalizar, “se algo acontecer com ela, vou

chutar sua bunda.” Ele não dá a Nick a chance de responder antes de desligar. “Filho da puta, tinha que ter a última palavra.” Nick resmunga. “Ele está vivo.” Um grito de alegria escapa quando me jogo nele. Ele me pega com um grunhido surpreso, me segura perto. “Eu te disse. Se alguém pode cuidar de si mesmo, é aquele bastardo irritante.” Sorrio, feliz demais para me importar com a tensão amarga entre eles agora. Saber que Kolan está vivo é tudo o que importa para mim. Agora é hora de descobrir como ajudá-lo a sair de qualquer confusão em que se meteu. “Precisamos ir.” Digo e saio de seus braços. “Precisamos voltar para que ele possa me encontrar.” Ele concorda. “Vou nos colocar no primeiro voo.”

CAPÍTULO VINTE E UM Nick É um dia longo de merda. Conseguimos encontrar um voo que partiu algumas horas após o telefonema de Kolan, mas que teve duas escalas. Para piorar as coisas, parece que não consigo me livrar da culpa desde que saí da casa de Pop. Desta vez é diferente para mim, especialmente sabendo que ele está lutando. Decido que, assim que terminar aqui, vou vê-lo antes de voltar para a Flórida. Passar mais tempo com ele e ajudar com tudo, a fim de facilitar as coisas na fazenda. Afasto o sentimento que vem com o pensamento de deixar Katelyn. É algo muito mais forte do que culpa, cria uma dor aguda no meu peito apenas com o pensamento. Porra, estou com tantos problemas. “Vire à esquerda, então é a segunda entrada à direita.” Instrui Katelyn, dando-me instruções para a casa de Faith. Ela insiste em vê-la antes de fazermos qualquer outra coisa. Acho que não é má ideia. Espero que Faith saiba um pouco do que aconteceu aqui desde que partimos. Até que aquele filho da puta apareça para nos contar o que está acontecendo, preciso de todas as informações que puder ter.

Diminuo a velocidade, entro na entrada escura e escondida, à medida que aparece, e dirijo até uma grande casa de dois andares. Alguns veículos estão estacionados do lado de fora, um deles é a caminhonete de um xerife. “Merda”, Katelyn amaldiçoa, parecendo nervosa. “O que há de errado?” Antes que tenha a chance de explicar a luz da varanda acende, Faith vem correndo pelos degraus com uma trilha de garotas atrás dela. Katelyn mal sai da caminhonete antes de se lançarem nela. “Ah meu Deus, estou tão feliz que esteja bem.” “Estamos tão preocupadas com você.” Saio do meu lado quando alguns caras saem para a varanda. Todos me avaliam, parecem bem irritados. Bem, posso dizer que não será uma visita agradável. “Desculpe, não queria preocupar vocês.” Katelyn diz. “Poderia ter me enganado.” Um dos caras grita da varanda. Ele fica na frente dos outros e desce as escadas. “Cooper.” Uma das meninas avisa nervosamente. “O que diabos estava pensando em partir assim sem contar a uma maldita pessoa?” Seu tom e passos vigorosos instantaneamente me colocam em alerta. Corro pela frente da caminhonete, coloco-me na sua frente antes que ele possa alcançar Katelyn. “É melhor você recuar.”

Todos os outros caras descem as escadas, parecendo prontos para uma briga. Apenas fodidamente ótimo. “Saia da minha frente, federal.” Ele diz, claramente sabe mais sobre mim do que eu, o que não gosto. “Você chega mais perto dela e vou colocá-lo no chão.” “Ah Deus”, alguém diz atrás de mim, parece aterrorizada. “Nick, está tudo bem.” Katelyn chega ao meu lado, colocando a mão no meu braço. “Não, não está.” “Ele é um amigo.” “Sim? Bem, acho que precisa encontrar novos amigos.” Ele dá um passo para mim. “Você não sabe nada sobre mim, imbecil.” “Vocês dois, parem.” Katelyn choraminga. Uma das garotas sai de trás de mim e se insere entre nós, estendendo as mãos em nossos rostos. “Tudo bem, meninos, é o suficiente. Que tal colocarem seus paus de volta nas calças e tentar agir de maneira civilizada? Tenho certeza de que ambos têm o mesmo tamanho de qualquer maneira.” “Kayla, fique fora disso.” Ela se vira para ele e sussurra, “Não se preocupe, amor, eu sei que o seu é maior.” Uma risada abafada começa atrás de mim, as meninas claramente acham essa garota hilária.

Ela se vira e me encara de novo. “Bem, bem, bem, se não é o famoso Nick Stone.” “Kayla”, Katelyn diz com uma pitada de aviso em seu tom. “O quê? Só vou me apresentar.” Kayla dá uma piscadela antes de estender a mão para mim. “Como acabou de ouvir, sou Kayla e esse homem encantador atrás de mim é meu marido, Cooper.” Ela se inclina. “Ele realmente não é tão grosseiro, eu juro. Só está preocupado com minha amiga aqui...todos nós estamos.” Ela acrescenta e olha de lado para Katelyn. “Desculpe, vocês estarem preocupados, mas não tive escolha. Foi uma coisa de última hora.” “Tudo bem, pessoal, apenas se acalmem.” Faith diz, movendo-se para meu lado. Ela envolve os braços em minha cintura. “Desculpe pela péssima saudação que está recebendo. Estou contente que esteja bem. Obrigada por cuidar da minha prima.” “Você sabe que nunca deixaria nada acontecer com ela.” “Eu sei. Saber que você estava com ela foi a única coisa que me manteve sã nos últimos dias.” “Ei”, Katelyn diz, ofendida. “Não estou completamente desamparada. Saiba que também salvei a vida de Nick… Mais ou menos.” Resmungo antes que possa parar e ganho um olhar dela. “Hã, com licença, mas quem dirigiu o carro enquanto estávamos sendo alvejados?”

“Ah Jesus Cristo”, Cooper amaldiçoa, apertando a ponta do nariz enquanto as meninas ofegam. “Você levou um tiro?” Faith choraminga. “Sim, mas estou bem.” Ela se apressa em dizer. “Nós dois estamos bem, graças às minhas habilidades de dirigir e a mira de Nick.” Estou prestes a dizer a ela para manter a boca fechada quando uma garotinha sai correndo pela porta, vestida com uma regata masculina e um gorro na cabeça. “Tia Katelyn!” Ela desce os degraus e corre para os braços de Katelyn. “Ei, minha garota Ruthie, como você está?” Ela cumprimenta e levanta a garota. “Estou bem. Onde esteve? Todo mundo está enlouquecendo por você nos últimos dias.” “Eles estavam?” Katelyn pergunta e olha para Faith. “Sim, o grandalhão tem xingado uma tempestade. Teve que pagar muito dinheiro para o pote. Todos fizeram.” A criança olha para mim, estreita os olhos suspeitosamente. “Esse babaca é o federal que todo mundo está falando?” Um monte de risadas explode, exceto Faith. Ela se engasga, horrorizada. “Ruthie, querida, você sabe que não pode dizer isso.” “Opa. Desculpe, quis dizer federal safado.” Faith geme e aponta para um cara de gorro. “Isso está saindo do seu bolso.”

Ele encolhe os ombros, parecendo mais divertido do que qualquer coisa. Acho que este é o marido dela. “Bem”, Katelyn diz, “este federal safado não é um safado. O nome dele é Nick e é um bom amigo com quem Faith e eu crescemos. Ele está me ajudando.” Ela acrescenta suavemente. “Você tinha ajuda aqui.” Diz o cara do gorro. “Não. Não, não a ajuda de que precisava.” “Certo, vamos lá, vamos levar isso para dentro.” Faith diz e pega Ruthie de Katelyn. “Não vou lá se todo mundo só vai me atacar e ser rude com Nick.” Katelyn diz, mágoa surgindo em seu tom, o que eleva o meu temperamento a mais um nível. “Só vim aqui para avisar que estou bem. Não esperava uma emboscada.” “Não estamos aqui para emboscar você.” Diz uma garota de longos cabelos castanhos, segurando a mão de Katelyn. “Apenas ficamos preocupados e queríamos ver por nós mesmos que está bem. Desculpe-me se parece assim.” “Ninguém vai atacar ninguém.” Faith diz severamente. “Vamos entrar e todo mundo vai ser civilizado, ou então eles podem sair.” Todos os caras resmungam e se viram para entrar na casa. “Estaremos lá num minuto.” Katelyn diz e me segura. Faith parece insegura, mas concorda e apressa todos os demais, deixa-nos em paz. Katelyn se vira para mim, dor brilhando em seus olhos escuros. “Sinto muito pela forma como te trataram.”

Dou de ombros. “Não sinta. Não dou a mínima para o que pensam de mim, mas não gosto da maneira como tratam você.” “Cooper está com raiva agora. Acredite ou não, ele geralmente é muito calmo e equilibrado. Não é apenas meu amigo, mas também o xerife. Sempre cuidou de mim.” Ela se aproxima, suas mãos apertam minha cintura. “Obrigada por me defender, mas prometo que ele é um bom homem. Todos eles são, mas são cabeças quentes. Assim como você e Kolan.” Ela acrescenta com um sorriso. Resmungo. “Não sou um cabeça quente.” “Hããã, sim, você é, mas é uma das razões pelas quais gosto tanto de você.” Ela diz com um sorriso, mas sua expressão rapidamente fica séria. “Não precisamos entrar lá. Não te culparei se não quiser.” “É o que você quer, Kate. Não me importo de qualquer maneira.” Ela olha para mim, tentando avaliar se estou sendo honesto ou não. “Se tem certeza, eu gostaria de entrar e resolver tudo antes de sairmos.” “Então vamos. Apenas cuide do que diz. Não diga a eles que falou com Kolan. Entendo que são seus amigos, mas até conhecermos a história completa, precisamos ter cuidado. Há uma razão para Kolan não confiar em ninguém agora.” Ela concorda. “Vou tomar cuidado. Agora, antes de entrarmos, preciso que faça algo primeiro.” “O que?”

“Beije-me”, ela sussurra, fazendo meu pau endurecer atrás do jeans. Resmungando, ponho minhas mãos em seus grossos cabelos escuros e inclino minha boca na dela, inalando seu sabor doce que morro para sentir desde esta manhã. Quando um gemido de fogo escapa dela, penso em esquecer tudo o que acabei de dizer e levá-la para casa para dormir, mas, infelizmente, somos interrompidos. “Tia,

o

grandalhão

diz

para

trazer

seu

rabo

para

dentro...quero dizer, traseiro.” Katelyn se afasta com uma risadinha. “Venha.” Ela diz antes de olhar para mim, suas bochechas rosadas e olhos quentes de desejo. “Mais tarde?” Pergunta, esperançosa. “Sim, mais tarde.” Prometo com um gemido, desejando que mais tarde seja agora. “Vamos lá, vamos acabar logo com isso.” Passo um braço em volta dos seus ombros, beijo o lado de sua cabeça e começo a caminhar até a casa. Estou prestes a perguntar a ela qual é o problema dessa garota Ruthie, mas a garota ainda espera na porta e me olha com desconfiança. Katelyn se abaixa e a pega nos braços enquanto caminhamos para dentro. Todo mundo espera na sala, uma tensão estranha enche o ar. “Onde estão as outras crianças?” Katelyn pergunta. “No Jaxson e Julia com Anna e Logan.” Faith responde.

“Tenho que ficar porque o grandalhão e eu vamos acampar hoje à noite na barraca. Apenas nós dois. Mia ainda é pequena, mas Faif diz que talvez no próximo ano.” “Ruthie, querida, por que não come seu lanche na sala de TV enquanto espera por Cade.” “Ah cara, eu sempre perco as coisas boas.” Katelyn a beija na bochecha antes de soltá-la. Uma vez que a criança sai correndo, ela volta para a sala nervosamente. “Bem, agora que as pessoas parecem um pouco mais calmas, acho que vou começar com as apresentações adequadas.” Ela aponta para o primeiro casal, à esquerda. “Nick, esses são Jaxson e Julia. Ao lado deles estão Sawyer e Grace.” As meninas acenam para mim com um sorriso, enquanto os caras mal acenam. “Você já conheceu Cooper e Kayla.” Kayla me dá um aceno atrevido, facilita a compreensão de porque ela e Katelyn são amigas. “Você conhece Faith, e ao lado dela está seu marido Cade, também conhecido como o grandalhão. É um cara muito feliz, cheio de energia borbulhante o tempo todo.” Acrescenta, lançando sua atitude ao redor. Cade resmunga, não impressionado. “Fico feliz em ver que não perdeu o sarcasmo.” “Você age como se eu estivesse fora há meses. Faz apenas alguns dias.” “Considerando que pensamos que estava morta até que Faith a encontrou, esperar alguns dias por uma explicação melhor

parece

um

longo

tempo.”

Interrompe

Cooper,

seu

tom

instantaneamente me irritando. “Você parou para pensar que foi a primeira vez que consegui falar com alguém?” “Tem alguma ideia de como foi aparecer em sua casa e encontrá-la virada de cabeça para baixo e você não estar em lugar algum?” “Ela acabou de te dizer que falou com você na primeira chance que teve. Agora pare de pressionar!” Ordeno, tendo o suficiente desse idiota. “O que você tem a ver com isso, federal? Este é o meu maldito caso!” “Ele está aqui porque eu liguei para ele para me ajudar a encontrar Kolan.” Katelyn retruca. “Que diabos pensa que tenho feito? Sentado aqui com o polegar na bunda?” “Eu precisava de alguém do meu lado. Alguém que conhece Kolan tão bem quanto eu e acredita em sua inocência. Você está tentando encontrar meu irmão para prendê-lo, não o ajudar. Mas está errado, ele não fez isso!” Sua voz quebra, lágrimas transbordam em seus olhos. “Você está errado”, ela soluça, “ele não é um estuprador. Nunca faria isso com alguém.” A visão de sua dor me destrói. Estou prestes a tirá-la daqui, mas todas as meninas a cercam antes que eu tenha a chance, puxando-a para um abraço.

“Nós não achamos que ele é culpado, Katelyn.” Grace diz, sua própria voz soa cheia de emoção. “Podemos não o conhecer bem, mas se você diz que ele não fez isso, acreditamos em você.” “É isso mesmo, estamos sempre do seu lado” Kayla diz, antes de olhar de volta para o marido, que parece tão culpado quanto deveria. “Corrija isso agora!” Ela resmunga. Balançando a cabeça, ele se aproxima e a puxa para seus braços. Considerando que o cara me tratou da maneira errada desde que o conheci, não gosto, mas fico de boca fechada, a menos que Katelyn diga o contrário. “Sinto muito por ser um idiota. Fiquei aterrorizado quando encontrei sua casa assim. Você sempre veio a mim se precisava de algo. Odeio que não o fez desta vez.” “Como posso quando você pensa que ele é culpado?” Ela chora. “Não que eu o ache culpado, Katelyn. Quero acreditar na sua inocência, mas preciso do lado dele da história para fazer isso, especialmente quando as evidências estão contra ele.” “Você não vê, é por isso que ele está fugindo.” Katelyn recua, enxuga os olhos. “Alguém está tentando incriminá-lo, Cooper.” “Quem?” “Eu não sei, mas alguém está.” “Ela está certa”, acrescento e a puxo de volta contra mim. Seu olhar desconfiado dispara para o meu. “Sim, e como você sabe disso?”

“Porque estávamos no apartamento de Kolan quando os invasores entraram e mataram Vince Padalecki.” Choque enche a sala, as garotas ofegam e os caras se levantam. “Jesus, alguém vai me dizer o que diabos está acontecendo?” Cade grita. Começo a contar a eles toda a história, ou tudo o que sinto que é necessário que saibam, até nosso tiroteio na interestadual. “Merda”, Cooper amaldiçoa. “Acho que isso explica o Escalade destruído que encontramos sem vítimas.” “Como assim, eles não estavam lá?” Ele balança a cabeça. “Não, e o veículo está registrado com um nome e endereço falsos.” Merda! “Você não reconheceu nenhum deles?” Sawyer pergunta a Katelyn, falando pela primeira vez. Ela balança a cabeça tristemente. “Não tenho ideia de quem são, mas nós os ouvimos dizer para jogar a arma na lixeira traseira, porque as impressões de Kolan estavam nela.” Ela olha de volta para Cooper. “Estou lhe dizendo, alguém está armando para ele.” Ele solta um suspiro frustrado, passando a mão pelos cabelos. “Eu sabia que algo não estava certo. Encontrar o corpo de Vince levantou bandeiras vermelhas para mim, não porque pensei que Kolan não poderia matá-lo porque, vamos encarar, a maioria das pessoas poderia quando se trata desse idiota. Mas a

arma que encontramos com as impressões dele é a mesma que foi usada para matar Victor Donnelly.” Katelyn tenciona. “De jeito nenhum! Victor era a pessoa mais próxima de Kolan, ele nunca o machucaria.” Cooper concorda. “Eu sei. Foi por isso que disse que não acho que ele matou Vince. Também acho que ele não seria burro o suficiente para fazer isso em seu apartamento enquanto fugia da polícia.” Ele faz uma pausa, olha diretamente para Katelyn. “Todo esse tempo você assumiu que estou tentando encontrar seu irmão para prendê-lo, mas esse não é o caso. Eu o quero por respostas. Só quero a verdade e encontrar os bastardos responsáveis por isso.” “Sinto muito”, ela sussurra, culpa engrossando sua voz. “Mas, sabemos que você questionou a inocência dele, e não o culpo. Mesmo que doa, entendo por que não o conhece como eu. É por isso que tive que me afastar de vocês. Amo todos como família, mas sou a única pessoa que Kolan tem, a única em quem confia, e ele precisa ser o primeiro agora. Por isso liguei para Nick. Ele o conhece, melhor do que ninguém. Sabe que não é capaz disso.” “Só porque não o conheço bem, não significa que não o ajudaria.” Cooper diz. “Você falou com ele?” Cade pergunta. Respondo antes que Katelyn possa. “Não.” Todos grunhem, sabem que estou cheio de merda, mas realmente não me importo. Pela expressão dura de Cooper, é

evidente que não está satisfeito com a minha resposta. “Você deve saber melhor do que ninguém que reter informações em uma investigação é ilegal.” Katelyn endurece, mas eu sorrio, brincando com a ameaça sutil. “Sim é. É uma ofensa federal, para minha sorte.” Os olhos dele se estreitam ainda mais. “Esta não é sua investigação, é minha, e até federais podem ir para a prisão.” “Então me prenda. Porque estou lhe dizendo agora, até que eu saiba por que Kolan não está confiando em você ou em qualquer outra pessoa, quebrarei todas as malditas regras que existem, se isso significa mantê-la segura.” “Vocês dois parem com isso!” Katelyn diz, seus olhos brilham de raiva. “Estamos todos do mesmo lado aqui e precisamos ajudar um ao outro, não brigar.” “Concordo. Pare com isso, Cooper” Kayla diz, olhando para o marido. “Ouça”, Katelyn começa novamente, seu tom mais calmo. “Ele me ligou uma vez. Sei que está vivo, mas é tudo. Não tenho ideia de onde está ou se vou ouvi-lo novamente. Foi por isso que voltamos de Montana o mais rápido possível. Para que ele possa me encontrar se precisar de mim.” “Montana?” Faith pergunta, chocada com a informação. “O que diabos estava fazendo lá?” “Pensamos que ele poderia estar lá, mas estávamos errados.” Ela sussurra. Faith sente que ela está chateada e deixa ir.

“Por que eles destruiriam seu apartamento?” Sawyer pergunta. “Por que sabiam que você estava lá quando mataram Vince? Isso não faz muito sentido.” “Não, não tem nada a ver com isso.” Respondo. “Eles já iam para o apartamento dela antes disso. Não olharam direito. Depois de ver o que fizeram nos apartamentos de Victor e Kolan, acho que estão procurando por algo. Só não sei o quê.” “Eu concordo.” Cooper diz. “Eles não tiveram a chance de procurar em todo o seu apartamento. Alguém ligou antes que eles pudessem terminar. Apenas sua sala de estar e sua cozinha foram saqueadas, mas é claro que estavam procurando por algo.” “Não tenho ideia do que poderiam estar procurando ou por que acham que eu teria isso.” “Ainda estou tentando descobrir como isso tudo se liga ao circuito subterrâneo.” Jaxson diz e chama minha atenção. “Que circuito subterrâneo?” Jaxson me dá o resumo. Tudo, desde o clube de lutas ilegais, até a pessoa disfarçada que os federais tinham que diz que viu Kolan lá. Então ele me conta sobre o tiroteio em sua casa meses atrás. Por que diabos Kolan estaria lá? Naquela época, essa era sua cena, mas agora com sua carreira, não faz sentido. “Perguntei a ele depois do tiroteio”, Cooper acrescenta e corta meus pensamentos. “Ele negou estar lá. Não encontrei nenhum vínculo entre ele e o prefeito Allen.”

“Não acho que Logan mentiria”, Katelyn diz. “Mas se Kolan estava lá e mentiu sobre isso, então há uma razão. E eu definitivamente sei que ele não tinha nada a ver com o tiroteio.” “Nunca pensei por um segundo que ele tivesse.” Jaxson diz. “Mas o fato é que ele estava lá, e estou imaginando se isso de alguma forma está relacionado ao que está acontecendo agora.” “Não sei, talvez.” Ela suspira cansada e esfrega a mão pelo rosto, a exaustão do dia a alcançando. “Por que vocês não dormem aqui? Pode ficar no quarto de hóspedes.” Faith oferece, mas Katelyn rapidamente balança a cabeça. “Aprecio isso, mas não. Preciso estar em casa. Se Kolan entrar

em

contato

comigo,

será

lá,

ele

não

virá

aqui.

Especialmente quando sabe que todos vocês têm esta casa equipada com segurança.” Três dos caras resmungam e me faz pensar quem diabos são. Por que diabos teriam suas propriedades manipuladas assim? Todos moram aqui? “Mas não é seguro. E se eles voltarem para você?” Faith pergunta preocupada. “Então cuidarei deles.” Digo resolutamente. “Não gosto do fato de ela estar lá também, mas pode funcionar a nosso favor. Se alguém aparecer não apenas se arrependerá, mas também teremos um suspeito e mais alguém para responder nossas perguntas.”

“Vou ter alguém patrulhando por lá também.” Cooper diz antes de me olhar. “Não tenho que trabalhar com você, federal, mas vou, se você trabalhar comigo. Nós dois temos o mesmo objetivo aqui e obteremos as respostas muito mais rápido se trabalharmos juntos.” Concordo. “É justo, mas precisa confiar em mim com Kolan. Katelyn está certa, ele não confiará em mais ninguém agora, e suas mãos estão atadas quando se trata dele. As minhas não estão. Se ele vier até nós, levarei tempo para obter todas as informações, e minha prioridade é garantir que ele seja inocente, já que é.” “Sim, tudo bem.” Katelyn deixa meus braços e caminha até ele, abraça-o. “Muito obrigada, Cooper.” Ela diz contra seu peito. Kayla também o abraça. “Adoro quando você é lógico, me deixa excitada.” As outras garotas se juntam ao abraço. Por que diabos ele recebe todos os elogios? Como se sentisse meus pensamentos, Cooper olha para mim com um sorriso arrogante, provando que me superou. Olho em volta para todos os outros caras e os vejo com o mesmo sorriso. Idiotas. “Onde fica o banheiro?” Murmuro. “Passe pela cozinha e pelo corredor à sua direita.” Cade responde desde que Faith e todas as meninas ainda estão abraçadas como se ele encontrou a paz mundial para elas.

Seja como for, pelo menos estamos na mesma página e ele concordou em recuar um pouco no que diz respeito à Kolan. A última coisa que quero é brigar com ele quando está claro que Katelyn se importa com ele. Com todos. E, por mais que me atingiu da maneira errada, estou agradecido por ter ajudado Kolan a vigiá-la. Quando termino no banheiro, envio uma mensagem para Ryder e faço o check-in. Quando abro a porta para sair, paro quando vejo a garota Ruthie parada do lado de fora. Ela olha para mim com uma caneta e papel na mão. “Olá.” “Oi.” Digo sem jeito. “Tem um minuto? Gostaria de fazer algumas perguntas.” Em vez de esperar por uma resposta, ela se dirige para a sala de TV, espera que eu a siga. Olho para o corredor, tento pensar em uma maneira de escapar disso, mas não encontro nada. Não sou ótimo com crianças. A única que já estive por perto foi Rosa e ela ainda não fala. Não querendo ser um idiota, relutantemente sigo-a. “Sente-se.” Ela diz e aponta para o sofá. “Está tudo bem, vou ficar de pé.” Ela inclina os óculos no nariz, me encara com desaprovação por cima das armações. Faz-me sentar no sofá como uma merda de covarde. “Posso ter seu sobrenome, Nick?” Faço uma careta. “Por quê?” “Porque preciso disso.”

“Stone.” “Nick Stone.” Ela repete suavemente e depois concorda. “Bom nome.” “Obrigado”, respondo, sem saber o que mais dizer. “E quantos anos você tem, Nick Stone?” “Vinte e sete”, respondo lentamente, perguntando-me por que isso importa. “Onde você mora?” “Flórida.” “Você gosta de Charleston?” Dou de ombros, não tenho a menor ideia, já que não vi muito. Ela suspira cansada, parece que estou sendo complicado. “Deixe-me fazer uma pergunta mais fácil. Você gosta da minha tia Katelyn?” Percebo rapidamente onde tudo vai, mas tento difundir a direção o mais rápido possível. “Sim, somos amigos.” “Amigos de beijar?” Merda. Permaneço em silêncio, não quero ter essa conversa com ninguém, especialmente ela. “Deixe-me ir direto ao assunto, Nick Stone”, ela responde, empurra os óculos pelo nariz, “eu e o grandalhão cuidamos muito da minha tia e precisamos garantir que ela seja cuidada adequadamente ou então...” Ela deixa a ameaça pairar no ar. Decido ser sincero com ela e colocar um fim nisso agora. “Olha garota. Gosto da sua tia. Somos bons amigos, mas minha

vida está na Flórida. Só estou aqui para ajudá-la agora. Nada mais.” Ela olha para mim, seu rosto sem expressão. Isso me deixa ainda mais desconfortável. Andando, ela se senta ao meu lado e coloca a mão no meu ombro. “Você está com medo, hein?” Fico tenso, imediatamente na defensiva. “O quê? Não estou com medo.” “Com certeza você está. Posso ver. Cade costumava ter medo também.” “Não estou com medo.” “Relaxa, qual é o problema? Minha tia é linda, doce, engraçada, e você terá cortes de cabelo gratuitos por toda a vida. Ela não sabe cozinhar muito bem, mas está tudo bem. Você sempre pode pedir comida.” Meus lábios se curvam na última parte. “Katelyn é perfeita, ela não é o problema. Sou eu.” Falo antes mesmo de ter uma chance de pensar sobre isso. Que merda acabei de dizer? Seu rosto suaviza, parecendo triste. Antes que eu possa me preparar, ela enfia sua bunda magricela no meu colo e envolve seus braços com força no meu pescoço. “Faif diz que às vezes um simples abraço pode tirar todos os seus problemas.” Dou um tapinha nas suas costas sem jeito, sem saber mais o que fazer. Katelyn escolhe esse momento para entrar. “Ei, aí está você.”

Levanto-me do sofá, Fazendo a garota voar pelo ar. Pego-a rapidamente antes que ela caia no chão, fazendo-a rir. Katelyn olha para nós, um sorriso provoca seus lábios. “O que estão fazendo?” “Nada.” Apresso-me em dizer. A garota faz de mim um mentiroso e coloca um braço em volta do meu pescoço. “Estávamos apenas nos unindo, nos conhecendo. Não é isso, Nick Stone?” Limpo minha garganta. “Hã, sim.” Ergo-a do meu peito, e a entrego para Katelyn. “Bom conversar com você, garota.” Acrescento, não querendo ser um idiota completo. Assim que Katelyn a leva, saio da sala como se minha bunda pegasse fogo. “Você também. Pense no que eu disse.” Ela grita quando saio. Além de um simples aceno atrás de mim, não diminuo a velocidade e saio desse lugar para que possa respirar novamente.

CAPÍTULO VINTE E DOIS Katelyn Abro minha porta, ligo a luz da entrada à medida que caminhamos pelo meu apartamento. Nick me para com um braço no peito, seu corpo duro cobre minhas costas. “Espere aqui enquanto verifico as coisas.” Ele sussurra no meu ouvido e envia um arrepio em minha coluna. Incapaz de falar, concordo e espero na porta enquanto ele caminha pela minha casa. Quando volta um momento depois, autorizando-me entrar, faço um inventário da minha sala de estar e cozinha. Meu coração se aquece ao ver que tudo foi limpo e colocado de volta no lugar. Deve ter sido Faith e as garotas. O pensamento de alguém mexer em minhas coisas pessoais me deixa violada. Odeio isso. Como se lesse meus pensamentos, Nick aparece atrás de mim, seus braços envolvem meu corpo. “Você está bem?” Afundo contra ele, seu calor me traz conforto. “Estarei quando ver Kolan.” Ele pressiona os lábios no meu ombro nu. “Tenho certeza de que vamos ouvir dele em breve.”

Concordo, rezando para que ele esteja certo. “Está com fome?” “Sim.” Ele resmunga e morde meu ombro. “Quis dizer de comida.” Digo com uma risadinha e me viro para encará-lo. “Posso pedir pizza?” Um sorriso repentino curva seus lábios. “O quê?” Ele balança a cabeça. “Nada, apenas pensando em algo que a garota Ruthie disse.” Minha cabeça se inclina. “O que ela disse?” “Que você não sabe cozinhar.” Ele diz, seu sorriso se espalhando. “O quê? Ela disse isso?” “Sim.” “O que mais ela disse?” Pergunto, cruzando os braços defensivamente sobre o peito. Ele me puxa contra ele, parecendo divertido. “Que você é linda, inteligente e engraçada. Coisas que eu já sabia.” Ah ha! Então a coisinha doce não me jogou debaixo do ônibus. “Bem, ela realmente é uma garotinha muito verdadeira.” “Sim, aposto, especialmente sobre a culinária.” Ele responde com uma risada. “Sei cozinhar, só não faço com muita frequência porque sou só eu.” “Certo”, ele admite com um sorriso incrédulo e dá um beijo nos meus lábios.

Empurro seu peito duro. “Tanto faz. Estou morrendo de fome, então vou pedir uma pizza, mas só porque ainda não fui às compras. Se tiver sorte, posso dividir com você.” Acrescento, caminhando para a cozinha para recuperar a pilha de menus de pedidos que tenho em mãos. Resmungando, ele pega sua bolsa e começa a caminhar em direção ao meu quarto. Enquanto olho o menu, ele pergunta onde está o controle remoto da TV, quer conferir as notícias. “Procure na minha mesa de cabeceira.” Grito de volta, depois endureço, percebo meu erro. “Espere, não!” Corro para o meu quarto querendo impedi-lo, mas estou muito atrasada. Ah merda. Sinto meu rosto queimar enquanto Nick se senta na beira da minha cama, segurando meu vibrador. Meus olhos se fecham de vergonha e desejo que o chão se abra e me engula. “Bem, o que temos aqui?” Com a provocação presunçosa abro meus olhos para vê-lo me olhar com diversão e algo mais. Algo sombrio. “Dê-me isso.” Corro até ele e tento agarrar, mas ele segura meu pulso e me puxa para entre suas pernas. “Falo sério, Nick, não estou brincando.” Ele o tira do meu alcance. “Mas as muitas maneiras que poderíamos brincar, seria muito divertido.” Fico tensa, sua voz suave soando como uma calorosa promessa.

“Pare.” Sussurro, sem nenhuma verdade real por trás das palavras. Ele levanta a barra da minha blusa, inclina-se e pressiona seus lábios quentes no meu estômago nu, enviando um arrepio ao longo da minha coluna. “Vamos, Kate, não tenha vergonha. Brinque comigo, baby.” Ele murmura, percorrendo os lábios ao longo da minha pele. Aperto seus ombros com um suspiro suave quando se dirige para o ápice das minhas coxas e pressiona um beijo firme e persistente, sua respiração quente penetrando o material fino da minha calça de ioga. “Isso é um sim?” “Qual foi a pergunta mesmo?” Pergunto, totalmente sem ar. Com uma risada, ele me puxa para baixo para montá-lo. Engulo um gemido quando sinto o quão duro ele está entre minhas pernas. “Vou tomar isso como um sim.” Ele sela a boca sobre a minha, tirando mais oxigênio dos meus pulmões, e saboreio cada segundo. A maneira como sua língua se enrosca na minha e como seu gosto inunda meus sentidos, isso faz minha cabeça e corpo flutuarem da melhor maneira. “Levante-se, baby.” Levanto meus braços quando ele me livra da minha blusa, agradecida pelo bojo embutido. Pego sua camisa e faço o mesmo. Nossa pele quente colide, a sua firme contra a minha macia, enviando uma explosão de sensações por todo meu corpo. Sua

boca encontra a minha novamente, sem perder o ritmo. Com uma mão no meu quadril, ele nos vira, vindo por cima de mim. Choramingo quando ele move o quadril, seu pau duro roçando onde o quero mais. Ele passa os lábios por minha clavícula. Espero sentir sua boca quente e molhada no meu mamilo sensível, mas ele se senta de joelhos, tomando cuidado para manter seu peso longe de mim. Gemo de decepção, mas sou interrompida quando um leve zumbido enche o ar. Congelo, meus olhos abrindo para ver Nick segurando meu vibrador na mão. Ele me encara, o olhar como fogo líquido antes de baixar o cilindro suave e pulsante no meu seio. Suspiro com o contato, minhas costas arqueiam de prazer quando ele o arrasta através da minha pele sensível. “Mamilos tão bonitos.” Ele geme. Meus dentes afundam no lábio inferior, vergonha sumindo quando ele o leva para meu mamilo dolorido. Enquanto brinca com um, ele se inclina e captura o outro na boca, roçando-o bruscamente com os dentes. Grito, minhas mãos agarrando em seus cabelos quando uma onda de calor se instala entre minhas pernas. “Nick”, peço baixinho, precisando que ele faça algo para me tirar dessa requintada miséria. “O que você quer Kate?” “Mais”, digo entre respirações suplicantes. Ele se abaixa entre nós, trazendo o brinquedo entre minhas pernas. “Aqui?”

Minha resposta é um ruído incoerente. Ele sorri, divertido com a minha falta de expressão. “Não se preocupe, baby. Vai conseguir mais. Muito mais.” Ele desliza por meu corpo até que está ajoelhado entre minhas pernas. Seus polegares engancham na cintura da minha calça antes de deslizála para baixo, levando minha calcinha junto com ela. Minhas pernas se abrem automaticamente, um gemido estrangulado escapa quando o ar frio acaricia meu centro palpitante. “Jesus, você é fodidamente perfeita.” Ele resmunga. Lentamente, ele começa a arrastar o brinquedo por dentro da minha coxa, as vibrações disparam para o feixe de nervos gritando por atenção. Tremores de prazer percorrem meu corpo enquanto espero o doce atrito que preciso desesperadamente, mas ele para. “Mostre-me.” Hã? A ordem me tira da névoa sexual. Levanto meus cotovelos e o vejo segurar o vibrador sobre minha parte mais íntima. “Mostre-me como você gosta. Quero ver você se divertir.” Oh Deus! Sinto minhas bochechas ficarem rosadas, o pensamento ao mesmo tempo excitante e aterrorizante. Nick pega a embalagem de lubrificante na gaveta aberta e reveste o vibrador antes de colocá-lo na minha mão. De pé, ele me encara, seus olhos ferozes. Desço meu olhar para suas mãos

enquanto abrem seu jeans e liberam seu pau duro e pronto. Minha respiração para quando ele começa a se acariciar, meus olhos fixos na visão erótica. “Isso te excita, me ver acariciar meu pau?” “Sim”, respondo sem fôlego. “É por isso que quero assistir você. Deixe-me ver, baby.” Ele exige sua voz rouca de excitação. Engulo, minha garganta seca, pegando a ponta do vibrador e deslizo através das minhas dobras escorregadias e nuas. Caio de costas quando passo por cima do meu clitóris, um gemido ardente me escapa. “Isso menina. Somos apenas você e eu, Kate. Deixe o prazer assumir.” Seguro meu seio, aperto meu mamilo pontudo, mantenho a vibração no meu clitóris inchado, revelo as sensações mais incríveis que me atravessam. “Você pensa em mim quando faz isso consigo mesma?” Ele pergunta, um toque de esperança escondido em seu profundo tom de barítono. “Sim, sempre.” É a verdade mais honesta. Nick é o único homem que aparece em minhas fantasias. Ele é o único que sempre quis. Nick se acaricia cada vez mais rápido. “Eu também baby. Fodi minha mão pensando em você mais vezes do que posso contar.” Minha respiração acelera quando me aproximo do penhasco da destruição. “Ainda não”, ele resmunga quando sente

meu orgasmo iminente, “leve-o para dentro dessa pequena buceta apertada. Quero ver tudo. Não se contenha.” Movo o vibrador para baixo, empurrando a ponta dentro de mim e grito com a bela invasão. O prazer chicoteia através dos meus sentidos quando começo a levantar meu quadril no ritmo da minha mão. “Boa menina. Foda-se.” Bom Deus. Nunca estive tão excitada em toda a minha vida. “É bom, baby?” “Sim”, respondo com um suspiro duro. “Tão bom quanto eu?” Balanço a cabeça. “Nunca. Nada nunca foi tão bom quanto você.” “Maldita seja.” Ele resmunga. Antes que eu possa entender seu próximo passo, ele tira o brinquedo de mim. “O que está fazendo?” Solto um gemido, quero chorar pela perda do contato. Eu estava tão perto. “Dando a você a coisa real.” Num movimento rápido, ele me vira, colocando-me de joelhos, depois entra em mim com um impulso rápido. Meu grito atravessa o ar, a deliciosa intrusão produz poderosas explosões de prazer por todo o meu corpo. “Foda-me, você é malditamente perfeita.” Nick geme, sua voz gutural.

Meus punhos se enrolam nos lençóis quando ele começa a mover-se dentro de mim com golpes fortes e rápidos, rouba a respiração dos meus pulmões. “Oh Deus!” “Está gostoso, Kate?” Pergunta com voz rouca. “Tão gostoso.” “Isso é porque somos nós, baby. Toda vez é sempre melhor que a anterior.” A esperança brilha dentro de mim com suas palavras. Que talvez ele perceba que o que temos é diferente de qualquer outra coisa. Toda vez que me toca, ele me destrói para qualquer outro homem. Nada, ninguém, jamais vai se comparar a ele. Eles nunca tiveram e nunca terão chance. Sua palma acerta minha bunda, o estalo ecoando pelo quarto. A picada aguda me faz gritar e recuar por mais. “Você gosta de levar um tapa na bunda, Kate?” “Sim”, choramingo de prazer. “Amo tudo o que faz comigo.” Ele geme. “As coisas que quero fazer com esse seu corpo.” “Mostre-me”, digo a ele entre respirações aquecidas, repito as palavras que ele me disse antes. Ele diminui o ritmo e sua mão emaranha nos meus cabelos, inclina minha cabeça para trás com uma ardência deliciosa. Ele se inclina em mim, trazendo sua boca até meu ouvido. “Cuidado com o que pede. Não tem ideia do que sou capaz de fazer com você.” Seu aviso não me assusta… Só me excita. “Quero você e tudo que tem para me dar.”

Incluindo seu coração. Mantenho essa última parte para mim, mas ela permanece no ar da mesma forma. Seus lábios gentilmente roçam meu ombro em uma carícia aquecida. “Tenha certeza, porque uma vez que se der por bem, vou corromper todas as partes do seu corpo, para que ninguém nunca possa me apagar dele.” Se ao menos ele entendesse que ninguém pode tomar seu lugar, nem no meu corpo ou no meu coração. “Tenho certeza.” Ele agarra meu quadril e fica de pé, seu pau ainda enterrado profundamente dentro de mim. Uma mão se move para acariciar a carne macia da minha bunda antes que seus dedos procurem a entrada proibida. Meu coração acelera tanto em antecipação quanto em território desconhecido. “Alguém já te levou aqui, Katelyn?” Ele pergunta. Balanço a cabeça, seu gemido baixo me atinge como uma onda de calor. “Isso me deixa tão feliz.” Um suspiro separa meus lábios quando de repente sinto algo frio atingir pela minha bunda. Rapidamente percebo que é lubrificante quando o dedo de Nick espalha a substância entre as fendas. “Nós vamos fazer isso devagar, baby. Apenas relaxe e sinta meu pau encher sua buceta.” Ele

começa

a

mover-se

dentro

de

mim

novamente.

Acompanho-o a cada impulso perfeito, pois ele eleva meu corpo a

alturas que só ele pode me dar. Respiro fundo, meu ritmo vacilando quando sinto seu polegar liso entrar. “Ah, Deus!” Suspiro, o ajuste ainda mais confortável do que pensei que seria. “Você tem alguma ideia de como será bom quando meu pau entrar nessa sua linda bunda?” Balanço a cabeça, incapaz de imaginar quando o polegar dele me enche tanto quanto ele. Ele acelera o ritmo, seu pau atingindo o ponto mágico dentro de mim, aquecendo meu corpo com tanta força que sinto que estou prestes a entrar em combustão. Um gemido irregular sai de mim quando ele desliza outro dedo para dentro, estica-me além do imaginável. “Calma, baby.” “Nick, por favor.” Imploro, preciso escapar dessa doce tortura. Sua outra mão se move do meu quadril para entre as minhas pernas, um dedo deslizando através da minha fenda molhada para o feixe de nervos pulsantes. “Ah merda!” Um grito agudo ecoa quando meu corpo fica sobrecarregado de prazer. Seu pau e polegar nunca vacilam quando ele levanta a mão e dá um delicioso tapa na minha buceta, fazendo-me voar. Um grito rasga minha garganta quando gozo com força e rapidez, subo para um lugar tão alto que tenho certeza de que nunca descerei. Meu corpo fica suave e lânguido, tremores de êxtase ainda me atormentam quando ele desliza seu pau de mim e começa a penetrar na minha bunda. “Oh Deus”, suspiro, tentando encontrar ar.

“Calma, Kate tente manter seu corpo relaxado.” Nick murmura, sua voz tão áspera quanto uma lixa. Tento fazer o que ele diz; respirando através da plenitude enquanto ele lentamente se arrasta para dentro, esticando e me enchendo de maneira que nunca pensei possível. Um fogo requintado me consome, como apagar uma chama jogando gasolina. Não sei se quero forçá-lo a sair ou ter mais dele. “Apenas sinta tudo, baby. Aprecie isso.” Ele fala através da bela corrupção que está dando ao meu corpo. “Deus,

Nick”,

choramingo,

uma

vez

que

ele

está

completamente dentro de mim. Ele para, dando-me tempo para me ajustar. “Você está bem?” “Sim”, murmuro, mas não tenho certeza. “Você quer que eu saia?” Balanço a cabeça. “Não, não. Gosto de você aqui. É apenas...diferente, mas bom.” “Você é tão gostosa.” Sua mão acaricia suavemente minhas costas e a curva da minha bunda. “Você está pronta para mais?” “Sim”, sussurro. Ele começa a entrar e sair de mim com uma precisão lenta e cuidadosa. Meus dentes afundam em meu lábio inferior, unhas afundando no colchão. O prazer doloroso não é como qualquer coisa que já senti antes. Quanto mais ele empurra, melhor é. Meus músculos liberam a tensão anterior, acolhendo-o na parte mais íntima do meu corpo.

“Aí está você, suave e relaxada.” Seus dedos fortes agarram meu quadril quando ele se retira e depois volta. Eventualmente, começo a recuar por mais, buscando mais do prazer ardente que explode em meu corpo. Um som que só pode ser descrito como ruídos animalescos saem do fundo do seu peito. “Olhe para mim, Kate.” Giro a cabeça para olhar por cima do ombro, meus pulmões roubados do ar precioso ao vê-lo. Seu corpo poderoso está à mostra, coberto com um brilho de suor como o meu. O jeito como me olha com tanto desejo, deixa-me absolutamente sem fôlego. “Minha.” Ele diz, suas palavras possessivas me pegando de surpresa. “Diga que isso é meu.” Não tenho ideia se ele fala de mim ou do meu corpo, mas de qualquer forma ambos pertencem a ele, sempre pertenceram. “Sua.” “Isso mesmo, e é melhor nunca esquecer.” Antes que possa entender essas palavras bonitas, ele começa a mover-se cada vez mais forte, fazendo-me perder todo o senso da realidade. “Oh Deus!” Choramingo, quando uma vibração deliciosa começa entre as minhas pernas. Olho para baixo, vejo-o me acariciando com meu vibrador. “Não vou durar muito mais tempo, baby, e quero que você goze comigo.” Quando ele começa a circular meu clitóris inchado, meus braços cedem, meu peito cai no colchão, trazendo seu pau ainda mais fundo. O intenso prazer que meu corpo recebe me faz

autodestruir. Minha boca abre num grito silencioso, o êxtase me rouba a fala. “Jesus, porra!” O gemido deixa Nick no momento em que ele para, enchendo-me com seu gozo. Alguns segundos passam antes que ele saia lentamente de mim. Com um gemido, minhas pernas cedem e caio no meu estômago. O calor do corpo de Nick cobre o meu quando ele se apoia em mim, nossa pele suada fundindo-se. Sinto-o beijar minha cabeça antes que seus lábios se movam para minha têmpora, depois ombro, depois coluna. Nenhuma palavra é dita, mas o calor de seus beijos me diz tudo que quero ouvir. Eles me fazem sentir amada, querida, algo que desejei sentir toda a minha vida por esse homem. “Eu já volto.” Ele sussurra antes de sair. Fico fria sem o calor do seu corpo. Ouço o chuveiro ligar no banheiro antes que ele volte para me pegar. Resmungo em desaprovação, não quero me mover por pelo menos alguns dias, mesmo que precise desesperadamente de um banho. Ele sorri. “Vamos ser rápidos, prometo.” Ele entra no banheiro, e nos coloca sob a água quente. Ele me coloca de pé, mas me mantém em seus braços. Graças a Deus por isso, porque não tenho energia para me sustentar no momento. Inclino-me nele, descanso a cabeça em seu peito enquanto ele me lava. Permanecemos em silêncio, mas há algo no ar entre nós que não estava lá antes. Como se soubéssemos que

acabamos de cruzar algo do qual não há volta. Pelo menos é assim que me sinto. Ele mantém sua promessa, conclui a tarefa rapidamente e depois me envolve em uma toalha antes de me levar de volta para a cama. Depois que se deita ao meu lado, imediatamente me encosto nele, encontrando meu lugar em seus braços. Ele olha para mim, a escuridão não faz nada para disfarçar sua expressão suave, enquanto sua mão segura o lado do meu rosto. “Você está bem?” Ele pergunta, parecendo preocupado. “Hummm sim. Mais do que bem.” Seus olhos brilham com alívio. “Bom.” Ele beija minha testa. “Você ainda está com fome?” “Deus não. Acho que nem tenho energia para levantar a mão e me alimentar.” O som de sua risada rouca me aquece de dentro para fora. Sempre foi uma das minhas coisas favoritas sobre ele e sinto tanto a falta disso quanto dele. Refletir sobre o passado me faz perceber quanto tempo perdemos. Como se sentisse meus pensamentos, parte de seu riso desaparece. “Posso te perguntar uma coisa?” Sussurro e odeio quando sinto seus músculos tensionarem com apreensão. “Sim.” “O que aconteceu entre você e Kolan que fez você sair sem se despedir?” A pergunta sai mais suave do que eu pretendia, uma dor no peito.

Ele fica quieto por um longo momento, mas seus olhos permanecem presos aos meus. “Você já perguntou a Kolan?” “Sim, muitas vezes, mas ele nunca respondeu e me disse para não pensar mais nisso.” Faço uma pausa, tentando avaliar sua expressão, mas no fundo eu sei. “Ele descobriu sobre nós, não foi?” “Sim. Ele me viu saindo naquela noite enquanto ainda me vestia, não que eu teria mentido sobre isso de qualquer maneira.” Meus olhos se fecham quando a culpa toma conta de mim. “É tudo culpa minha. Sua amizade terminou por minha causa.” “Isso não é verdade.” Olho para ele, meu olhar embaçado com lágrimas não derramadas. “Sim. Se não tivesse pressionado por aquela noite, isso nunca teria acontecido e vocês ainda seriam amigos. Você nunca

teria

partido.”

O

entendimento

atinge

meu

peito

dolorosamente. Nick rapidamente me empurra de costas e se aproxima, sua expressão severa. “Não é sua culpa. Eu ia embora, Katelyn. Recebi a carta de aceitação na academia uma semana antes. Só não sabia como lhe contar, por isso deixei o recado. Porque de todos que tive que deixar para trás, você foi a mais difícil.” Calor floresce dentro de mim com suas palavras, mas desaparece rapidamente quando posso ver que ele lamenta a admissão. Com uma respiração áspera, ele apoia a testa na minha, cerrando a mandíbula. “Não se arrependa daquela noite, porque eu não me arrependo.”

“Não me arrependo, mas odeio que sua amizade tenha acabado por causa disso.” “Foi mais do que isso. Nós dissemos e fizemos coisas que não podíamos retirar. Mas não pense por um segundo que retiro isso, porque não aceitarei.” Seus lábios capturam os meus num beijo abrasador. Envolvo os braços em seu pescoço, perco-me no presente, mas não no passado, porque dói demais. Tanta dor e tempo perdido. Como vou sobreviver uma segunda vez? Não posso, não vou. Decido que vou lutar. Sei que ele também me ama. Posso sentir isso a cada toque e beijo, exatamente como sinto agora. De repente, sinto-o vacilar e rapidamente me pergunto se acidentalmente disse as palavras em voz alta. Isso é até senti-lo tirar a mão debaixo do meu travesseiro. Ele se afasta e olha a pedra cor de rosa em forma de coração. “Sempre

foi

meu

presente

mais

querido.”

Explico

suavemente. “Mas desde aquela noite com Vince, eu a mantive ainda mais perto, substituindo as lembranças feias pelas minhas favoritas. Você e eu.” Minha garganta começa a arder de emoção. “Isso me lembra de que sou mais do que um rosto bonito.” Seus olhos se movem para os meus, perfura-os com uma intensidade que sinto até a minha alma. Ele pega a pedra macia e começa a arrastá-la para baixo do meu peito entre os meus seios, deixando arrepios em seu rastro.

“Não há dúvida de que você é linda, Katelyn, mas nunca esqueça que você é mais. Muito mais porra.” Ele olha para mim do jeito que estou acostumada a ser olhada por homens, mas sempre foi diferente com ele. Quando ele faz isso, sinto-me preciosa, não barata. “Qual sua coisa favorita sobre mim?” Pergunto baixinho, depois corro para elaborar. “Sobre minha aparência, quero dizer. Se pudesse escolher apenas um atributo físico, qual seria?” Ele não hesita com sua resposta. “Seu sorriso.” Sua resposta traz um no meu rosto. “Por quê?” Pergunto, incapaz de me impedir. “Porque significa que você está feliz e merece isso. Você merece sorrir a cada segundo de cada dia.” É por isso que ele é diferente, porque sempre foi diferente. É por isso que vou lutar por ele, por nós. Não vou perdê-lo uma segunda vez.

CAPÍTULO VINTE E TRÊS Nick Um som me tira do sono, imediatamente colocando-me em alerta. Quando vejo que são três da manhã, cutuco Katelyn acordando-a e deslizo para longe do seu corpo doce e quente. “O que é? O que está errado?” Ela pergunta suavemente, esfregando os olhos. “Vista isto.” Jogo minha camisa para ela antes de colocar meu jeans. “Espere aqui. Não saia a menos que eu diga.” Estendo a mão, tirando minha arma da minha bolsa. “Nick, o que está acontecendo? Por que...” Ela faz uma pausa, ouve o mesmo som que acabei de ouvir um minuto atrás. “Fique parada e mantenha o celular próximo.” Jogo o celular para ela e saio rapidamente do quarto, fechando a porta silenciosamente atrás de mim. Com

minha

arma

apontada, caminho pelo corredor,

tentando ouvir de onde vem o som. Ao mesmo tempo em que passo pelo quarto de hóspedes, surge uma figura alta e sombria. Não hesito. Esmago meu cotovelo no rosto dele, fazendo-o recuar um passo. Rapidamente evito o punho de retaliação, mas não rápido o suficiente. Ele acerta o lado da minha mandíbula, e juro que a porra da coisa se despedaça.

Movemo-nos ao mesmo tempo, nossos corpos colidindo com força brutal. Seu impacto é mais forte e nos leva ao corredor. Lutamos, rolamos para a cozinha com os punhos balançando enquanto tentamos prender um ao outro. Bato com a coronha da minha arma, atordoando-o o suficiente para conseguir a vantagem, depois pressiono o aço frio no centro da testa. “Jesus Cristo, Stone, pare. Sou eu.” Reconheço a voz de Kolan, e me acalmo. “Por que diabos não disse algo antes?” “Seu cotovelo bateu no meu rosto antes que eu tivesse a chance, idiota!” “Porque você invadiu. Já ouviu falar em usar um maldito telefone?” “Foda-se, esta é a casa de minha irmã. Não preciso ligar primeiro. Agora saia de cima de mim.” Antes que eu possa antecipar ele me joga para longe, com uma força tão grande e rápida que caio de costas com um impacto estridente. Resmungo e ofego por ar, sentindo como se um pulmão desmoronasse. “Idiota”, ele resmunga e se levanta. Antes que possa ir, coloco uma perna em torno de seu tornozelo e o derrubo. “Merda!” Ele tenta se endireitar usando a mesa da cozinha, mas acaba afastando algumas cadeiras e cai não muito longe de mim. Ele joga uma cadeira para mim, mas eu a mando de volta. “Foda-se.” Solto um gemido e me sento, agora que posso finalmente respirar.

“Nick! O que está acontecendo? Você está bem?” O medo na voz de Katelyn me faz levantar rapidamente. Ignoro a dor sutil no meu peito, ando pelo corredor e abro a porta do quarto dela. Ela se joga em mim antes mesmo que possa entrar. “Oh Deus, você está bem? O que foi tudo isso?” Envolvo os braços em torno de seu corpo trêmulo, sentindome mal por chatear Kolan em vez de informar a ela que está tudo bem. “Está tudo bem. É apenas seu irmão.” Seu corpo endurece em meus braços. Afasta-se de mim e olha para ver Kolan no final do corredor. A luz da cozinha está acesa, brilha sobre ele e a destruição que acabamos de fazer. “Oi, Kate. Desculpe, não queria te assustar.” Um soluço explode dela pouco antes dela correr pelo corredor para os braços dele. “Estou tão feliz que esteja bem. Fiquei preocupada com você.” “Desculpe não ter entrado em contato antes. Tudo está uma bagunça, mas estou bem. Posso me cuidar, você sabe disso.” Ele esfrega suas costas, tenta acalmá-la. “E você? Está bem?” Ela dá um passo para trás, enxuga o rosto. “Estou graças a Nick.” Seu queixo trava quando ele a olha vestindo minha camisa. “Sim, parece que ele está cuidando muito bem de você.” Ele olha para mim e começo a pensar que os punhos estão prestes a voar novamente. “Não demorou muito, não é?”

“Kolan, não.” Katelyn diz, antes que eu possa dizer a ele para se foder. Então ela toca o lado de seu rosto, roça a superfície vermelha e irritada. “O que diabos aconteceu?” “O RoboCop ali sentiu a necessidade de provar a si mesmo.” Diz ele, olhando para mim novamente. Ela gira para me encarar. “Você bateu nele?” “Sim!” Kolan responde antes que eu possa responder, parece convencido. “Nem me deu a chance de explicar. Só começou a me bater e quase explodiu minha cabeça.” Katelyn suspira horrorizada. “Você colocou sua arma na cabeça dele?” Encaro-a incrédulo. “Ele invadiu sua casa. Como diabos deveria saber que era ele? E para o registro, ele me bateu também. Pensei que meu pulmão do caralho tivesse caído.” Ela se vira contra ele, mas ele não lhe dá a chance de dizer nada. “Ele também quebrou sua cadeira.” Aponta para o chão, mostrando-lhe os pedaços de madeira quebrados. “Ah, foda-se, idiota, você foi quem quebrou a cadeira.” “Tudo bem, tudo bem, vocês dois, é o suficiente.” Ela repreende. “Vamos nos acalmar e sentar na sala de estar. Não haverá mais brigas ou xingamentos. Entenderam?” “É com o RoboCop que precisa conversar.” Ele resmunga, tentando me culpar. Katelyn revira os olhos. “Com os dois. Agora vamos, sente-se e conte-nos o que está acontecendo.” Ela o conduz para sala de estar com uma mão nas costas, cuidando do filho da puta como

se ele fosse frágil e não um monstro que se agarra às pessoas, perfurando seus pulmões. Esfrego meu peito com a memória e sigo atrás deles. Kolan prende Katelyn entre ele e o final do sofá, para que eu não possa me sentar ao lado dela, então me sento na poltrona. Idiota. “Certo, conte-nos o que está acontecendo.” Começa Katelyn. Quando ele olha para mim e hesita, ela pega sua mão. “Pode confiar nele. Ele está me ajudando a tentar limpar seu nome. Sabemos que não fez isso, Kolan. Fale conosco.” “Estou sendo incriminado.” “Por quem?” Ela pergunta. “Bem, isso, não tenho certeza. Mas se tivesse que dar um palpite, apostaria meu dinheiro em Bruce Warren.” “O gerente da sua academia?” Ela se engasga. No entanto, não estou surpreso. Sabia que algo estava errado com aquele filho da puta. “Sim.” “Mas por quê? Como?” Ela gagueja. “Porque sei merda que ele não quer que vaze. Victor...”, ele faz uma pausa, cerrando a mandíbula. “Victor está morto.” Katelyn coloca a mão no ombro dele. “Nós sabemos. Sinto muito. Sei que vocês eram próximos.” “Eles o mataram. Sei que fizeram e vão pagar por isso.” “Quem são eles?” Pergunto. “Bruce e seu maldito grupo que ninguém conhece.”

“Como você pode ter certeza de que foi eles?” Pergunto. “Porque Victor tinha provas para me limpar. Ele me ligou no dia em que morreu e me disse para ir. Disse que tinha provas e que tudo era uma armação. Disse-me para não confiar em ninguém, especialmente nas pessoas da nossa casa. Ou seja, a academia.” Ele explica. “Eu estava hospedado em um motel na interestadual a cerca de uma hora de distância. Quando cheguei a casa dele, já era tarde demais. Ele estava morto.” Ele engole, aperta a mandíbula com fúria. “O que quer que tivesse agora se foi, e não tenho ideia do que era. Suponho que Warren saiba.” “Aposto que não.” Digo. Seus olhos se voltam para os meus. “Por que diz isso?” “Porque quem está fazendo isso, está procurando algo, e acho que é a mesma coisa que você tenta encontrar. É por isso que eles destruíram seu apartamento e vieram pegar sua irmã.” Ele se vira para Katelyn, seus olhos brilhando de raiva. “Eles vieram aqui?” Ela concorda. “Sim, mas eu não estava.” O corpo dele relaxa. “Bom.” “Bem, na verdade não”, ela começa em voz baixa, “porque eu estava na sua casa quando eles invadiram e mataram Vince.” “O quê?” Ela conta a ele toda a história, de nós escondidos no armário e escapando, apenas para acabar em uma perseguição em alta velocidade.

“Porra!” Ele se levanta e começa a andar de um lado para o outro. “Juro que vou matá-los.” “Você sabia sobre Vince?” Katelyn pergunta calmamente. “Sim, vi no noticiário e sei que acham que eu fiz isso.” “Bem, Nick e eu podemos testemunhar em seu nome, porque vimos, mas não sabemos quem eles são.” “Não entendo como Padalecki ficou preso nessa merda. Não que eu me importe, o bastardo é um desperdício de pele, mas por que usá-lo para me enquadrar? Por que não outra pessoa?” “Porque ele me deu informações.” Katelyn sussurra. Kolan para no meio do caminho. “Que diabos você está falando? Pensei que não tinha mais nada a ver com ele.” Ela engole nervosamente. “Não tinha. Não desde… Bem, você sabe. Mas ouvi dizer que Nikki tinha laços com ele, então fui e perguntei onde poderia encontrá-la. Foi quando ele me contou sobre a Annihilation.” O corpo inteiro de Kolan fica tenso, horror passando por ele. “Diga-me que você não foi lá.” “Bem…” As mãos de Kolan vão para a cabeça, parece que está pronto para explodir. “Jesus, não posso acreditar nessa merda.” Decido que agora é um bom momento para seguir em frente, porque se ele ouvir como a encontrei, sairá rapidamente do controle. Ainda me enfurece quando penso nisso. “E quanto ao seu pai? Onde ele se encaixa em tudo isso?”

Ele olha para mim, um aviso silencioso em seus olhos duros. “Não se preocupe com ele. Não tem nada a ver com isso.” “Eu sei sobre as fotos.” Katelyn diz, a dor em sua voz me estripa mais uma vez. Kolan permanece em silêncio, sem fazer contato visual com ela. Permanece imóvel, sua expressão tão torturada quanto à de sua irmã. “Amo você por tentar me proteger, mas não deveria ter lhe dado o dinheiro.” “Não há como eu deixar essas fotos saírem.” “Pensei que tínhamos todas elas.” Ela sussurra, parece quebrada. “Eu também.” Ele diz. “Não entendo por que, depois de todo esse tempo, ele as usaria contra nós.” “Ele tem um problema de jogo”, Kolan responde, me surpreendendo. “Ele devia aos apostadores uma tonelada de dinheiro. Por isso paguei pela primeira vez. Ele me deu algumas horas para transferir o dinheiro ou disse que divulgaria as fotos na Internet. Então o fiz. Depois fui e bati nele. Pensei ter tirado o resto das fotos, mas aparentemente não, porque ele voltou uma segunda vez.” Raiva corre em minhas veias, e juro que quando tudo isso terminar o filho da puta vai pagar, mas não até que eu possa ter certeza de que tudo fique escondido.

“Quando me recusei a pagar, eles vieram aqui. Encontrei-os vigiando seu salão um dia.” Katelyn endurece com a informação. “Eu os conheci naquela noite no clube de luta subterrâneo em que Knight estava transtornado.” “É por isso que estava lá?” “Sim. Também foi lá que vi Bruce e descobri sobre seu pequeno negócio secundário. Enfim, acabei pagando, mas disse que era a última vez. Que se houvesse mais dívida, era melhor matá-lo, porque se voltassem eu os mataria. Então os mandei embora com alguns ossos quebrados e eles não voltaram mais.” “Espere”, interrompo. “Então é isso que você tem contra Warren? Ele fazia parte de algum ringue de luta ilegal? Parece um pouco extremo querer você morto por isso.” Kolan encolhe os ombros. “Na verdade não. Ele fez um grande nome para si mesmo na indústria da luta, e quando o chamei, sabia que perderia tudo. É claro que me deu um motivo idiota para estar lá, mas quando mencionei isso para Victor, disse que não estava surpreso. Ele achava que Bruce também aposta em lutas legais. Quando o bastardo começou a espalhar boatos sobre mim, e o conselho me pediu para fazer um teste de drogas, recusei porque sabia que o filho da puta encontraria uma maneira de me pegar. Mas acho que ele ainda encontrou um caminho.” Jesus, que merda! O som de uma respiração dolorida enche a sala e vejo Katelyn chorar. Ela se levanta e vai para Kolan, os braços passando pela cintura dele. “Sinto muito que estejam fazendo isso com você.

Desculpe papai ter feito isso, porque se não fosse por ele, você nunca seria pego nisso. E tudo para me proteger.” “Não é sua culpa.” Ele diz e a abraça de volta. “Faria tudo de novo se fosse necessário. Ninguém fode conosco, e vou provar quando encontrar essa evidência.” “Nós vamos encontrar.” Prometo. “Enquanto isso, vou mandar uma mensagem para o meu parceiro e fazê-lo começar a investigar o passado de Warren. Talvez possamos encontrar outra coisa para atraí-lo.” Kolan concorda. “Se você acha que Warren não tem as evidências, não me importaria em voltar para o Victor e olhar em volta. Só vou ter que esperar até que o lugar não esteja cheio de policiais.” “Quero que fique aqui.” Katelyn diz e dá um passo para trás. “Não vá embora novamente. Não aguento mais. Preciso saber que está bem.” “Kate, vou ficar bem. Posso cuidar de mim mesmo.” “Por favor, Kolan. Por mim?” Ele hesita, claramente não gostando da ideia, mas incapaz de dizer não a ela. “Pode não ser má ideia.” Digo. “Durma aqui e será mais fácil comunicar o que encontrarmos. Podemos nos reagrupar pela manhã e decidir qual será o próximo passo.” Depois de pensar por mais um minuto, ele concorda com relutância.

Katelyn se lança nele. “Eu te amo. Prometo que vamos descobrir isso.” “Eu também te amo.” Ele resmunga. “Você pode ter o quarto de hóspedes. Tudo o que precisa deve estar lá.” “Tudo bem. Stone pode ficar lá. Vou ficar com o sofá.” Encaro sua dica não tão sutil. “Nick

está

dormindo

no

meu

quarto.”

Katelyn

diz

nervosamente. “Então, onde diabos você está dormindo?” “Afaste-se”, resmungo, tendo o suficiente de suas besteiras. “Ela é uma menina grande e pode tomar suas decisões.” Ele dá um passo em minha direção. “Escute aqui, filho da puta, você não é...” “Kolan pare.” Katelyn fica na frente dele. “Nick está certo. Posso tomar minhas decisões. Ele esteve ao meu lado esse tempo todo tentando ajudar a limpar seu nome. Não merece sua hostilidade, merece seu agradecimento.” Sua mandíbula endurece os olhos fixos nela. “Ele vai embora quando isso acabar. Você sabe.” Ela se encolhe como se ele lhe desse um tapa e meu temperamento atinge o ponto de ruptura. “Não é da sua conta, o que...” “Vocês dois parem!” Katelyn grita, sua voz embargada pela emoção. “Vocês costumavam ser melhores amigos. Mata-me ver vocês agirem assim um com o outro. Por favor, apenas...parem!”

Ela sai correndo da sala, mas não antes que eu veja as lágrimas escorrerem pelo seu rosto. Isso me faz sentir um merda. O silêncio enche a sala enquanto nos encaramos, a tensão fluindo entre nós. “Faça o que quiser, mas não pense por um segundo que não vou buscá-lo se você a deixar quando isso acabar.” Com isso, ele se afasta e bate à porta do quarto de hóspedes. A raiva que sinto ferve logo abaixo da superfície. A necessidade de atingir algo, qualquer coisa, torna-se esmagadora. Por mais que odeie sua intrusão, ele está certo. Sei que vou machucá-la, mesmo que seja a última coisa que queira fazer. Apenas o pensamento de deixá-la tem dor cortando meu peito como uma lâmina quente. Essa dor só piora quando entro no seu quarto e a encontro enrolada numa bola em sua cama, seu corpo tremendo de dor. Fecho a porta atrás de mim, aproximo-me dela e a puxo contra meu corpo. “Sinto muito”, murmuro e beijo seu ombro. “Vocês dois significam mais para mim do que qualquer outra pessoa no mundo. Odeio ver vocês assim.” “Eu sei. Realmente sinto muito. A última vez que nos vimos não terminou bem. Temos merda que precisamos limpar, mas agora não é a hora. Prometo que vou me esforçar mais. Não quero que se machuque.”

Com uma fungada, ela vira para mim, sua mão macia e esbelta vem para o meu rosto. Há perguntas em seus olhos que não posso responder. Não agora. Então, em vez disso, selo minha boca sobre a sua, provo o salgado de suas lágrimas e tento inalar sua dor. Jesus, como diabos devo me afastar quando isso acabar? Porque sei da possível repercussão, se não pode ser ela quem me deixará, e isso dói muito mais do que qualquer outra coisa.

CAPÍTULO VINTE E QUATRO Katelyn Tensão ainda envolve Nick e Kolan na tarde seguinte, mas, estão sendo mais educados e por isso estou agradecida. Incomoda-me ver como estão com raiva um do outro e ainda mais perturbador saber que isso é sobre mim. Estou exausta, o estresse da semana passada me afetando. Estou preocupada com meu irmão e como vamos tirá-lo disso. Depois, há o estresse do que Nick pensará quando eu disser que o amo e que quero que ele fique. Meus sentimentos não devem ser uma surpresa, mas eu lutar por ele provavelmente será. Especialmente porque temos um combinado, algo que sei que nunca seria capaz de seguir adiante. Pelo menos, eu o amo mais agora do que há sete anos, se isso é possível. “E essa Nikki?” Nick pergunta e me traz de volta ao presente. “Qual é a ligação dela com Warren?” Kolan encolhe os ombros. “Imagino que ele se aproximou dela quando descobriu meu… Envolvimento no Annihilation.” Ele não faz contato visual comigo enquanto fala sobre o clube secreto. Não é algo que tenho certeza que ele goste que eu saiba. “Ele provavelmente a pagou. É uma cadela faminta por dinheiro e não tem consciência. Está mais fodida do que eu e isso diz algo.”

“Não diga isso sobre você.” Odeio quando ele fala assim. Ele é muito melhor do que pensa. Ele me dispensa como se eu não tivesse dito nada. “Fui à casa dela logo depois que encontrei Victor, mas ela não estava lá.” “Ela tem que estar por perto. Não tem permissão para sair da cidade.” Nick diz. “Bem, quando a encontrarmos, vou chutar sua bunda.” Digo por entre os dentes. Meu sangue ferve com o pensamento dela aceitar dinheiro tão facilmente em troca de arruinar a vida de alguém. Nick e Kolan me olham de uma maneira que me dá um arrepio nas costas. “O quê? Posso resolver isso e não é como se você pudesse bater nela.” “Calma aí, gafanhoto”, Kolan diz e bate na minha cabeça. “Vamos interrogá-la primeiro, depois pode torturá-la com seus inúmeros produtos para cabelo.” Nick sorri, acha divertido. “Você tem alguma ideia de como minhas tesouras são afiadas, Kolan? Pode cortar seu dedo imediatamente. Então sorria, mas durma com um olho aberto, caso contrário pode acordar com algo faltando...e isso vale para você também, sorria.” Acrescento e olho para Nick. “Agora não faça isso”, Kolan diz e se senta na cadeira com um sorriso. “RoboCop não será capaz de portar sua arma. Ele terá deficiência e terá que fazer serviço de escritório.”

Nick olha para ele. “Vamos ver quão bom você é no seu trabalho com duas pernas quebradas, idiota. E não consegue pensar em nada melhor que RoboCop? Nem pareço com ele.” “Sim”, digo defensivamente. “Ele é muito mais gostoso que o RoboCop. É mais parecido com o Miami Vice.” O olhar de Nick volta para mim. “O quê? Estou te defendendo. Você nunca viu o remake? Colin Farrell.” Assobio. “Ele está bem, mas não se preocupe, não é nada como você.” Termino com uma piscada. Kolan começa a rir e é aí que perco a compostura, sorrindo junto com ele. É bom esquecer toda a escuridão que nos atormenta por alguns momentos. “Difícil, porra, difícil”, Nick resmunga, fazendo-nos rir mais. Kolan se levanta e me dá outro tapinha na cabeça. “Essa foi boa. Te ensinei bem.” Ele vai ao banheiro. “Miami Vice.” Ele diz novamente, sua risada é interrompida quando fecha a porta. Olho para Nick e o vejo parecer tudo menos divertido, seu olhar sério promete retribuição. O pensamento faz minhas coxas apertarem. Levanto-me, contornando a mesa, indo até ele. “Ah, não fique bravo, Nicky Boy.” Murmuro, sei que vou para um território perigoso. Subo minha saia jeans o suficiente para montar nele, suspiro quando me puxa para baixo com a velocidade da luz, colocandome sobre seu pau duro. “Você tem alguma ideia do que essa boca inteligente faz comigo, Katelyn?”

Ele dá um tapa forte na minha bunda nua. Uma respiração áspera passa por meus lábios, e vira um gemido enquanto rebolo sobre ele. Uma mão envolve meus cabelos, inclinando minha cabeça para trás, enquanto a outra mão acalma a picada. “Jesus, o que diabos você tem aqui embaixo?” “Hummm, você não gostaria de saber?” Tento ser uma espertinha, mas sai sem fôlego e carente. Ele agarra a renda da minha calcinha e puxa para que o centro da minha calcinha deslize contra o pacote de nervos pulsando por atenção. “Acho que quer que eu descubra.” Seus dentes começam a morder a pele delicada do meu pescoço. “Você gostou do que fiz com você ontem à noite, baby? Gostou quando eu tive meu pau em sua bunda linda?” “Deus sim.” Dou um gemido, suas palavras provocativas são quase o suficiente para me fazer gozar. “Foi o que pensei.” Ele resmunga, antes de me puxar para um beijo ardente. É áspero e incrivelmente quente; envia meu sangue já aquecido num frenesi. Nossa paixão chega a um ponto estridente quando há uma batida na minha porta. “Katelyn? É Faith.” Tensa, olho para o corredor e vejo que Kolan ainda está no banheiro. “Já vou!” Pulo de Nick, endireitando minha saia e corro para a porta, feliz que seja ela nos interrompendo e não meu irmão.

Isso teria terminado muito mal. Respiro fundo, abro a porta para ver que Faith e Cade. “Oi pessoal!” Saúdo-os alegremente, esperando que Kolan me ouça. “Oi”, Faith diz, e espera que eu os convide a entrar. Tento pensar rápido, não quero magoar os sentimentos deles, mas sei que Kolan não quer que mais ninguém saiba agora. “Podemos entrar?” Ela pergunta. “Na verdade, Nick e eu estávamos saindo e...” “Ei, Miami Vice, talvez você possa...” Kolan para quando me vê na porta. “Merda!” Faith suspira e passa por mim. “Ah meu Deus, Kolan!” Ela corre e pula nele da mesma maneira que fiz ontem à noite. “Estou tão feliz que esteja bem. Estávamos tão preocupados.” Faith é provavelmente a única outra pessoa, além de mim, que pode fazer isso com ele. Kolan não gosta de ser tocado e definitivamente não tem carinho, mas ele tem um fraquinho por ela. No entanto, sua

recepção ainda

é

desconfortável e

embaraçosa. “Estou bem. Bem, além do fato de que alguém está tentando me foder.” Faith recua. “Espero que saiba que não acreditamos naquilo nem por um segundo. Sabia que você nunca faria algo assim.” “Obrigado. É bom saber que pelo menos algumas pessoas o fizeram.” “Cooper sabe que está aqui?” Cade pergunta, entrando.

Kolan está visivelmente tenso, estreita os olhos. “Não, e ele não vai saber.” Limpo a garganta, tentando quebrar a tensão. “Por que não se senta e vamos explicar tudo.” Está claro que Kolan não está feliz com o meu convite, então corro para tranquilizá-lo. “Está bem. Podemos confiar neles.” “Você pode”, Faith acrescenta. “Cade manterá isso para si mesmo, se é isso que você quer.” Posso dizer que ele está nervoso em confiar neles, mas cede com um aceno de cabeça e nos segue até a cozinha. Sou eu quem lhes dá o resumo, com Kolan e Nick complementando algo quando necessário. Até digo a eles sobre meu pai, mas deixo de fora sobre as fotos. É algo que não estou pronta para que alguém saiba, incluindo Faith. Ela e seus pais já sentem tanta culpa por Kolan e por minha educação que não quero que se sinta responsável por isso também. Quando termino, Faith está chorando e abraça Kolan. “Sinto muito que isso esteja acontecendo com você, mas vamos resolver. Você tem nosso apoio.” “Obrigado”, Kolan murmura e se move desconfortavelmente. “Ainda não entendo por que não vai ao Cooper com essa informação.” Cade diz. “Porque se eu for, ele não tem escolha a não ser me prender, e uma vez que me colocar atrás das grades, estou fodido. Nunca vou sair. Não com a evidência que eles têm. Suas mãos estão

atadas e sua posição não é confiável. Veja o que aconteceu com Knight por causa daquele maldito policial.” “Isso não tem nada a ver com ele.” “Talvez não, mas ainda era seu oficial. Veja quantas pessoas foram pegas nessa merda. Não confio em ninguém. Não quando se trata da minha liberdade.” Cade finalmente recua. “Justo.” “Então, o que faremos?” Faith pergunta. “Qual é o primeiro passo?” Nick está prestes a dizer algo quando o celular toca. Ele olha para o identificador de chamadas antes de responder. “Stone.” Seus olhos se movem para Kolan enquanto escuta na outra linha. “O quê?” O tom em sua voz nos coloca em alerta. “Sim, tudo bem. Chego logo.” Ele diz antes de desligar. “O que está acontecendo?” Pergunto. “Era Cooper” Ele diz, surpreendendo-me. “Ele tem os dois caras do tiroteio em custódia e estão dando suas confissões.” “O quê?” Kolan e eu falamos ao mesmo tempo. “Não sei o que diabos está acontecendo, mas disse a ele que vou até lá. Por que vocês não vão à casa deles, já que fica perto da Delegacia?” Ele gesticula para Cade e Faith. “Posso ir lá depois e te informar.” “Não”, Kolan diz e descarta a sugestão imediatamente. “Eles têm filhos. Não estou levando possíveis problemas para eles.” “Se quer se esconder, esse é o lugar mais seguro para você.” Cade diz. “Ninguém pisa em minha propriedade sem que eu saiba.

As crianças podem ficar com Jaxson ou Sawyer. Christopher viajou, então pode usar a casa de hóspedes pelo tempo que precisar.” Kolan fica quieto enquanto considera a ideia. Coloco minha mão em seu braço. “Ele está certo, é o lugar mais seguro para você no momento.” Ele

está

relutante, mas

concorda. “Sim, tudo

bem.

Obrigado.” “Vamos então.” Nick diz, de pé. “Quero descobrir o que diabos está acontecendo.” Também quero, e espero que por algum milagre isso seja verdade e essas pessoas limpem o nome de Kolan. Então só tenho mais uma coisa para resolver para tornar meu mundo certo novamente, e isso é tentar segurar um homem que está com muito medo de amar alguém.

CAPÍTULO VINTE E CINCO Nick “Eles estão mentindo.” Digo a Cooper quando estou ao lado dele, olhando através do espelho enquanto os homens assinam suas confissões. Sabia que era mentira no momento em que confessaram ter matado Vince e disseram que toda a organização foi organizada por Keith Slade. “Não acha que o pai deles é capaz disso?” Cooper pergunta. “Ele definitivamente é capaz. É um pedaço de merda, mas também é burro, não tem como ter inteligência para fazer algo assim. Também não tem dinheiro para contratar alguém.” “Imaginei. Algo não parecia certo, mas por que diabos entrar e confessar?” Dou de ombros. “Talvez estejam assustados. Já vi pessoas caírem muitas vezes por medo. Eles são os mesmos caras do Kolan que encontramos e mataram Vince, mas Keith não tem como orquestrar tudo isso.” “Não sei muito sobre o pai deles, só o pouco que Katelyn contou a Kayla. Vou pelo menos alertar a polícia local...” “Não, não!” Ele olha para mim. “Você sabe como isso funciona, Stone.”

“Sim, eu sei, e estou lhe dizendo que serão notificados eventualmente, mas discretamente. Se não quer machucar Katelyn, precisará confiar em mim.” Essa última parte o faz recuar. “Porra! Bem. Vou cavar mais fundo a história deles e ver o que posso apresentar por inconsistências. Felizmente, vou encontrar uma abertura que me levará na porra da direção certa.” “Enquanto estiver nisso, faça uma pesquisa sobre Bruce Warren. Ele dirige a academia onde Kolan treina e está no conselho de diretores da EFC.” “Sei quem ele é.” Ele me observa, com suspeita em seu olhar. “Suponho que conversou com Slade. Você quer me dizer o que está acontecendo?” Decido que é justo, já que ele confiou em mim o suficiente sobre Keith, mas não conto tudo a ele. Digo a ele que falei com Kolan, mas deixo de fora a parte de que sei onde está. Então, digo do que suspeitamos. “Jesus.” Ele passa a mão cansada pelo rosto. “Não esperava isso. Tenho muitas evidências em torno desse ringue subterrâneo e o nome dele nunca apareceu.” “Não significa que nunca esteve lá. Significa apenas que ele tem o poder de apagar seu rastro. Assim como tem os meios para armar algo como isso e incriminar Kolan.” Ele concorda. “Vou ver o que posso encontrar.” “E Nikki? Agora que esses dois confessaram, a história dela não faz sentido. Podemos ser capazes de fazê-la falar a verdade.”

“Bem, esse é o problema”, ele diz, sua expressão dura, “enviei um oficial para a casa dela algumas horas atrás e ele disse que estava completamente vazia. Tudo se foi, inclusive ela.” Porra. “Vou passar no Annihilation e ver se ela voltou lá. Caso contrário, conheço outro lugar em que ela possa estar.” Ele balança a cabeça. “Jesus, o que aconteceu com viver em uma cidade pequena e pacífica?” Sorrio com sua frustração. “Não sei. Nós, ‘rapazes do topo’, estamos acostumados a brincar com os bandidos.” Seu olhar tem uma risada refletida “Mantenha contato, xerife.” Depois de um tapinha no ombro, saio da sala. “Malditos federais.” Ouço quando a porta se fecha atrás de mim. Depois da delegacia, vou para a fazenda e dou a todos um resumo. “Foda-se”, Kolan diz. “Estou lhe dizendo, é Bruce. Keith é burro demais para algo assim.” “Eu sei. Cooper não tem escolha a não ser aceitar suas confissões. Eles mataram Vince, mas, está mantendo tudo em sigilo por enquanto e olhando mais fundo para a história deles. Ele também não acredita neles. Também disse a ele para interrogar Warren.” Os olhos duros de Kolan seguram os meus. “Você disse a ele onde eu estava?”

“Não, mas disse a ele que falei com você e contei o que suspeitamos.” “Porra!” Ele amaldiçoa, irritado. “Escute, confio nele, e agora precisamos de toda a ajuda que pudermos conseguir. Existe uma razão para esses idiotas estarem assumindo a culpa, e precisamos saber o porquê.” Cade me apoia. “Ele tem razão. Cooper vai guardar isso para si, especialmente pela importância do caso.” “Então, o que fazemos enquanto isso?” Katelyn pergunta. “Continuamos

fazendo

tudo

igual.

Kolan

permanece

escondido, e fica aqui como Cade sugeriu, e continuamos procurando. Temos pessoas suficientes nisso e vamos descobrir algo em breve. E se Warren é tão arrogante quanto acho que é, acabará por tropeçar.” “Realmente preciso reabrir meu salão.” Ela diz. “Estou perdendo muito dinheiro.” “Não se preocupe com o dinheiro. Sabe que eu te ajudo.” Kolan diz. Ela sorri suavemente para ele. “Obrigada, mas não se trata apenas do dinheiro. Não quero perder meus clientes. Esse lugar significa tudo para mim. Quanto mais tempo fico fechada, maior a chance de perdê-lo.” “Faça suas garotas irem trabalhar, mas você não.” Digo. “Não quero você lá até saber o que está acontecendo.” Ela concorda, mas não parece feliz com isso. “Ok, vou dizer a Chantal e Shawna para abrir amanhã.”

“Vocês querem ficar aqui também?” Faith pergunta. “Temos o quarto de hóspedes do andar de cima.” “Stone pode ficar aqui e Katelyn pode ficar comigo na casa de hóspedes.” Kolan diz, fazendo Faith sorrir. Katelyn revira os olhos. “Tudo bem. Nós ficaremos na minha casa. Todas as nossas coisas estão lá de qualquer maneira. Voltaremos de manhã.” “Parece bom. Terei o café da manhã pronto.” “Obrigada por tudo.” Katelyn diz, dando-lhe um abraço antes de se virar para Kolan. “Pare de ser tão rabugento.” Ela lhe dá um grande beijo em seu rosto. “E seja bom.” Resmungando, ele a abraça, mas me olha por cima do ombro, um aviso silencioso em seus olhos. Tanto faz. Ele precisa superar isso. Katelyn se levanta e se vira para Cade. “Eu lhe daria um abraço, grandão, mas todos sabemos o quão incomodado você fica a menos que sejam suas garotas. Então aqui...” Ela beija sua mão e em seguida, dá um tapinha em sua bochecha. “Apenas para você.” Ambas as garotas sorriem de sua expressão menos do que divertida. Sorrio, feliz por saber que outra pessoa está na extremidade de sua boca inteligente. Isso até ela se virar para mim com um sorriso atrevido. “Estou pronta, Miami Vice, vamos lá.” Ela me dá um tapa na bunda enquanto passa.

Enquanto a sigo para fora da porta, penso em todas as maneiras pelas quais vou fazê-la pagar por isso. **** Paramos no caminho para comer algo e voltamos ao apartamento já de noite. Eu a faço esperar na porta novamente, enquanto verifico as coisas, só para ter certeza. Depois de hoje, não espero problemas, mas algo está acontecendo e ainda me deixa tenso. Quando viro, ela está encostada na parede e ergue uma sobrancelha para mim. “Tudo limpo, Miami Vice?” Num movimento rápido, prendo-a contra a porta, meu corpo pressionando contra suas curvas suaves e delicadas enquanto minha mão envolve seus longos cabelos grossos. “Cuidado, Katelyn, somos apenas você e eu agora, e estou prestes a enfiar algo nessa boca atrevida.” Seus olhos castanhos brilham, seu peito sobe e desce. Ela lambe aqueles lábios carnudos e cheios que estou morrendo de vontade de foder. “Era o que eu estava esperando.” Meu

controle

quebra

com

as

palavras

ofegantes.

Resmungando, inclino minha boca sobre a dela, inalando sua doçura antes de sugar sua boca. Então meu telefone toca e quebra minhas intenções. Pego o aparelho, verificando o número e não o reconheço. Considero ignorá-lo, especialmente ao ver os lábios cheios de Katelyn, mas decido contra.

“Não se mexa”, ordeno. Ela sorri, suas mãos indo para meu cinto enquanto respondo. “Sim?” Resmungo, minha voz rouca. “É Nick Stone?” Franzo a testa com o tom da mulher desconhecida. “Sim.” “O filho de Lila Stone?” Tudo no meu corpo congela, gelo inundando minhas veias. Katelyn interrompe suas tentativas e me olha, sua imagem desfocada na minha frente enquanto o sangue pulsa em meus ouvidos. Eu te amo, mãe. Por favor, volte. A dor me domina e dificulta a respiração. Solto-me do passado antes que ele possa me sugar para seu abismo escuro. “Quem diabos é?” “Sinto muito, sei que isso deve ser uma surpresa, mas tive que ligar para você. Meu nome é Mira Gonzalez e sou enfermeira no hospital St. Michael aqui em Las Vegas. Fui cuidadora de sua mãe nos últimos três meses.” Cuidadora? “Ela...” Ela para, com a voz embargada. “Ela faleceu.” “Faleceu?” Pergunto, ainda tendo dificuldade em registrar esta ligação. “Sim. Lila foi diagnosticada com HIV há mais de um ano. Não tinha dinheiro para o seguro médico e sua condição deteriorou-se rapidamente sem a medicação adequada. Ela entrou no hospital muito doente e faleceu ontem.” Entro na sala e me sento no sofá, sentindo-me entorpecido.

“Sei que isso deve ser uma responsabilidade muito grande, Sr. Stone, especialmente considerando o seu relacionamento com ela.” Uma risada amarga escapa. “Bem, é aí que está errada, senhora. Nós não tivemos um relacionamento. Não a vejo desde os seis anos de idade.” “Estou ciente disso.” Ela responde suavemente. “É algo que Lila compartilhou comigo, e posso dizer que é algo de que se arrependeu profundamente ao longo dos anos.” “Besteira!” Respondo. Quando o choque se esvai, uma fúria se enraíza dentro de mim e a agarro, não querendo sentir a dor abrasadora no meu peito quando penso nessa mulher. “Olha, sei que isso não é da minha conta, mas liguei porque Lila escreveu uma carta. Está endereçada a você. Ela nunca teve a intenção de enviá-la, mas...acho importante que você entenda. Ela era uma mulher perdida que cometeu erros e pagou muito por eles. Morreu sozinha.” Acrescenta num sussurro. “Essa foi à escolha dela, porra. Ela tinha uma família e foi embora!” “Senhor Stone, por favor, tente entender, ela estava doente. Pessoas com...” “Olha, senhora, está perdendo seu tempo. Não dou a mínima para o problema dela. Esteve morta para mim a maior parte da minha vida. Isso não muda nada.” “Entendo”, ela diz firmemente, mas, não entende. Ninguém entende. Eles não podem.

“Vou guardar a carta aqui se mudar de ideia e...” “Eu não vou. Desculpe-me, perdeu seu tempo.” Termino a ligação, meu punho cerrado firmemente em torno do pequeno dispositivo. “PORRA!” Com a fúria bombeando meu corpo, jogo o celular do outro lado da sala, quebrando-o contra a parede. “Nick?” A voz suave e chorosa mal penetra através da minha raiva, e me viro para encontrar Katelyn me observar, lágrimas em seus olhos. Esqueci completamente que ela estava aqui. “Você está bem?” “Estou bem.” “Quer falar sobre isso?” “Não!” Ela tem uma ideia muito boa sobre quem aquela ligação era e Lila não é alguém de quem falarei com ela. Com ninguém. Exceto Pop. Merda, como diabos contarei a ele? Não consigo pensar nisso agora. Não posso pensar, porra, não com todo esse tumulto lutando dentro de mim. “Por favor, fale comigo.” Ela implora. “Está me matando vêlo assim.” “Deixe para lá, Katelyn. Não é da sua conta.” Fagulhas brilham em seus olhos, mas ela levanta um queixo teimoso. “É da minha conta porque eu te amo.” Sua admissão, embora não seja surpreendente, ainda me atravessa como um golpe doloroso, aumentando as emoções destrutivas dentro de mim. “Nick, eu te amo e se você apenas pudesse confiar em mim...”

“Não!” Aponto o dedo para ela e paro suas palavras antes que possam destruir o que resta de mim. “Não diga isso, porra.” “Por quê? É a verdade. Sempre foi e sabe disso. Por que não me deixa te apoiar?” “Não faça isso comigo. Temos um acordo, um combinado. Não volte atrás!” A dor que passa em seu rosto quase acaba com todas as outras emoções dentro de mim. “Você está me dizendo que tudo nesta semana não passou de um acordo? Sério?” “Que porra você quer de mim?” “A verdade!” Ela grita. “Eu disse a verdade. Não posso dar o que você quer, porra!” “Não pode ou não quer?” Quando permaneço em silêncio, ela solta uma risada amarga e balança a cabeça. “Você me diz que sou mais, mas não sou o suficiente para você. Todos esses anos apreciei essas palavras, mas você não as entende. Nunca entendeu.” “Isso não é sobre você, porra! Isso tem a ver comigo. Isto é quem sou e quem sempre serei. Nunca vou amar ninguém!” “Porque é um covarde.” Ela me ataca. “Está tão preocupado em se proteger que está disposto a machucar alguém que o amou desde o momento em que o conheceu. Nem pode estar lá para o homem que lhe deu tudo quando você não tinha nada. Acabou fugindo. Como isso o torna diferente dela?” Suas últimas palavras me atingem como um soco no estômago e penetram através da única barreira que restava.

Com um soluço, ela se afasta, bate à porta do quarto e me deixa com uma dor muito maior do que posso compreender. Principalmente porque… Porra, a verdade dói.

CAPÍTULO VINTE E SEIS Nick Passado Seis anos de idade O som de uma discussão me acorda. Meu coração começa a acelerar enquanto ouço atentamente, com medo do que está acontecendo. Ouço sussurros, mas não consigo entender o que eles estão dizendo. Uma voz pertence à minha mãe e a outra parece zangada. Pode ser qualquer um. Sempre tem homens entrando e saindo daqui, na maioria das vezes machucam minha mãe e eu quando tento ajudá-la. Decido ir checá-la e garantir que está bem, mesmo que provavelmente ela fique com raiva de mim. Ela não gosta quando a ajudo, mas não me importo. Ninguém machuca minha mãe. Olho pela janela quebrada do meu quarto, vejo que está completamente escuro lá fora. Coloco meus chinelos de dinossauro que a senhora do outro lado da rua me deu, pois está muito frio em nossa casa. Mais frio que o normal. Abrindo a porta do meu quarto, pisco para a luz brilhante e vejo minha mãe ajoelhada no chão, pegando um vaso de vidro que quebrou na nossa porta da frente.

Não reconheço o homem ao lado dela, mas ele não parece muito legal. “Você se apresse, precisamos ir!” Ir? Onde eles estão indo? “Apenas me dê um segundo. Não quero que ele se machuque no vidro.” Uma vez que ela recolhe os cacos quebrados com a pá de lixo, ela se levanta. “Mamãe?” Ela gira e é quando vejo que está chorando. “Oh, Nicholas, você me assustou, querido.” Ela diz com a mão no coração. “Desculpe, não quis te acordar.” De repente, noto sua mala na porta. “O que está fazendo? Por que tem uma mala?” “Mamãe tem que ir.” Ela diz, um soluço escapa antes dela cobrir a boca. “Ok, espere. Vou pegar minhas coisas.” Não faço ideia para onde vamos, mas sempre a seguirei. Eu me viro para sair, mas ela me chama de volta. Cai de joelhos na minha frente, seus olhos chorando muito grandes e vidrados. É assim que sei que ela tomou o remédio. Aquele que a faz agir de maneira engraçada. Às vezes ela nem consegue falar e dorme por dias. Eu odeio isso... Assusta-me. Ela segura meu rosto em suas mãos macias e trêmulas. “Você não pode vir, baby.”

Uma dor aguda atinge meu peito, medo deslizando por minha coluna. “O que quer dizer? Por que não posso?” Ela tenta responder, mas chora muito. “Por que você está chorando tanto?” Olho para o cara atrás dela, deixando que ele saiba que é melhor não ser por causa dele. “Sinto muito, Nicky, mas é melhor assim. Não sou boa para você.” Dor rasga meu pequeno corpo, fazendo meus olhos queimarem com lágrimas. “Não diga isso. Nós temos um ao outro. Vou cuidar de você, mãe, eu prometo. Serei um bom garoto.” Ela olha para o cara ao lado dela, tentando reprimir sua dor. Ele balança a cabeça. “Sem caralho de filhos. Você sabe disso. Agora vem ou não?” Ela me puxa para seus braços, chora histericamente. “Eu te amo. Por favor, nunca esqueça isso. Sinto muito. Vou mandar alguém em breve.” Ela me libera com um beijo. Pânico ameaça me sufocar quando ela se levanta e pega a mala. “Não, pare! Você não pode me deixar.” Agarro sua mala e tento puxá-la para trás, com lágrimas escorrendo por meu rosto. “Nicholas, por favor. Não faça isso.” “Jesus Cristo.” O cara me empurra com uma força que me derruba e tira meu ar. “Não coloque as mãos nele!” “Então vamos! Ou vou embora sem você. Avisei que não tenho tempo para essa merda.”

Vejo minha mãe sair de casa. Ela olha para mim mais uma vez. “Você ficará melhor

sem

mim. Vou mandar

alguém

imediatamente.” Seus soluços são cortados pela batida da porta. NÃO! Recuperando o fôlego, levanto-me e corro para vê-los sair. “Espera. Por favor!” Choro, corro o mais rápido que posso atrás deles, meus chinelos de dinossauro me fazendo deslizar no cascalho. “Eu te amo, mãe. Por favor, volte.” Depois que a caminhonete desaparece, caio de joelhos enquanto os soluços assolam meu peito. “Por favor, não me deixe!” Quando uma das luzes do vizinho acende, fico de pé e rapidamente corro para dentro. Fecho a porta grande e pesada, caio contra ela e deslizo para o chão. Incapaz de suportar a agonia que rasga meu coração. Ela voltará. Ela voltará. Esperei e rezei para que ela voltasse, mas nunca voltou e nunca enviou ninguém para mim. Levou quatro dias para a polícia me encontrar, e jurei que nunca mais amaria ninguém. Nunca daria a ninguém a chance de me destruir de novo.

CAPÍTULO VINTE E SETE Katelyn Com um coração machucado e olhos inchados, olho o relógio e vejo que são cinco da manhã. A agonia que me percorre ainda está na mesma intensidade de quando me deitei na cama ontem à noite. Não só sofro por mim e do que nunca terei com o único homem que já amei, mas também sofro profundamente por Nick. Jamais esquecerei a dor que vi em seu rosto enquanto ele falava com quem estava no telefone na noite passada. Isso tem a ver com a mãe dele, pelo que sei, e pelas poucas palavras que o ouvi dizer, parece que ela faleceu. Tudo que eu queria fazer era estar lá para ele como ele está para mim. Não queria que uma briga acontecesse, só queria que ele me deixasse entrar. Sinto-me horrível por algumas das coisas que disse, mas elas precisavam ser ditas. Percebi o quanto o amo e quero estar lá para ele, mas não posso forçá-lo. Não tenho dúvida de que ele também me ama, mas não posso fazê-lo ver isso, nem forçá-lo a uma vida comigo quando ele está com muito medo de ter. Mas posso deixá-lo ir embora? Especialmente quando sei que precisa de mim tanto quanto preciso dele.

Mais lágrimas começam a escorrer dos cantos dos meus olhos. Com uma fungada frustrada, dou uma batidinha no rosto e me sento. Tenho que sair daqui. Preciso clarear a cabeça e conversar com alguém que entenda, e sei que Faith entenderá. Depois de vestir um short jeans e uma blusa, tomo algumas aspirinas para aliviar minha dor de cabeça. Se ao menos houvesse algo para aliviar a dor no meu coração. Silenciosamente, saio, seguindo pelo corredor e vejo a porta do quarto de hóspedes parcialmente aberta, com Nick dormindo na cama. Rapidamente desvio o olhar quando sinto vontade de ir para perto dele. Odiei dormir sem ele, senti falta de seus braços ao meu redor, eu me acostumei em tão pouco tempo. Escrevo um recado e o deixo saber que me encontrará na casa de Faith, pego minha bolsa e saio. Vou para a entrada dos fundos do meu estacionamento; grata por Faith ter trazido meu carro para mim depois que fugi da casa de Kolan. Quando saio, vejo o sol da manhã começar a nascer e decido ir primeiro ao salão antes para Faith, dando-lhe mais tempo para acordar.

Estou

tão

distraída

vasculhando

minha

bolsa,

procurando a chave, que não registro os passos rápidos e pesados antes que seja tarde demais. Um grito escapa quando sou agarrada por trás. “Cale a boca.” Diz uma voz sinistra, enviando terror gelado através do meu corpo. Um pano horrível cobre minha boca e nariz, sufocando

meu

choro.

O

instantaneamente meus sentidos.

cheiro

pungente

inunda

“Rápido, pegue as pernas dela.” Um cara de capuz preto agarra minhas pernas enquanto chuto com tudo o que tenho, mas de repente não tenho controle sobre mim. Minha visão começa a embaçar e meu corpo fica pesado, enfraquecendo minhas tentativas a nada. Oh Deus, isso não está acontecendo. Esse é o meu último pensamento antes que meu mundo fique preto.

CAPÍTULO VINTE E OITO Nick Dirijo para a fazenda furioso por ela ter saído sem mim. Estou com muita raiva, porque se eu fosse ela, também não esperaria. Não tenho ideia de que hora ela saiu, e não tinha como ligar para ela desde que quebrei meu celular depois daquela porra de telefonema. Esperava ser um pesadelo, mas quando acordei sabia que era verdade. Tento não pensar nisso, porque ainda não sei o que diabos pensar. Desde essa ligação, parte de mim parece que nem sabe mais quem é e odeio isso. Odeio me sentir inseguro e odeio pensar nela, porque apenas traz à tona a dor sombria e enterrada. Uma coisa que sei é que não gostei de acordar sem Katelyn. Senti falta do seu cheiro, da sensação de seu corpo quente em volta do meu, e apenas… Ela. Isso não deveria acontecer, mas eu sabia que era inevitável porque é Katelyn. A única garota que já foi capaz de romper minhas defesas. “Você me diz que sou mais, mas não sou o suficiente para você. Todos esses anos apreciei essas palavras, mas você não as entende. Você nunca entendeu.” Se ela soubesse o quão perto eu a mantive comigo.

“Está tão preocupado em se proteger que está disposto a machucar alguém que o amou desde o momento em que o conheceu.” O pensamento de nunca senti-la novamente me incomoda, mas quando penso no que pode acontecer se eu arriscar com ela, e ela ser a pessoa a finalmente me deixar… Apenas o pensamento me destrói. Sou puxado do meu tumulto interno quando chego a Faith e não vejo o carro de Katelyn. Faço uma careta. Que porra é essa? Alguém a pegou? O sentimento que tenho no estômago não é bom. Saio da caminhonete, subo correndo os degraus da frente e tento a porta para encontrá-la destrancada. Entro sem bater e vejo Cade, Faith e Kolan todos na sala à direita, mas não Katelyn. “Onde está Katelyn?” Faith faz uma careta. “O que quer dizer? Ela não está com você?” Todo o sangue para de correr e é substituído por puro medo frio. Balanço a cabeça. “Tinha saído quando acordei esta manhã. Ela me deixou um bilhete dizendo que me encontraria aqui.” “Como assim ela saiu?” Kolan grita, levantando-se. “Acalme-se.” Faith diz. “Ela tem que estar em algum lugar. Talvez saiu um pouco antes de você e fez uma parada rápida.” Balanço a cabeça, desconsidero a sugestão imediatamente, o sentimento de medo fica mais forte. “Alguém liga para ela. Não tenho a porra do meu celular.”

Kolan pega o dele antes que eu possa terminar minha frase. Meu pior medo é confirmado quando o vejo tenso, raiva endurecendo sua expressão. “Quem diabos é?” “Viva voz!” Ordeno com um sussurro áspero, aproximandome. Ele o faz e segura o celular em sua frente. “Estou surpreso que não reconheça minha voz, Sr. Slade.” “Juro por Deus, Warren, se colocou uma mão na minha irmã, vou te destruir.” “Ah, então sabe quem é. Excelente. Embora, não faria ameaças assim se fosse você. Pode acabar saindo pela culatra e pode perder alguém que significa muito para você.” “Não é uma ameaça. Se você a machucar, eu vou te matar.” “Entendo”, diz o bastardo e parece divertido. “Você não é quem detém o poder aqui, Sr. Slade. Eu o tenho. E fará o que eu digo ou sua irmã morrerá. Depois que terminar de me divertir com ela, é claro, porque ela é bonita demais para não aproveitar.” Uma respiração afiada e dolorida deixa Faith antes que a sufoque contra o peito de Cade, seus ombros tremendo. Meu estômago aperta em fúria, a violência bombeia fortemente através do meu sangue. “Que porra você quer?” “Quero a evidência que Victor deu a você.” Os olhos de Kolan se voltam para os meus, confusão tomando seu rosto. Balanço a cabeça, avisando-o para não dizer a verdade.

“O que te faz pensar que a tenho?” “Vi a mensagem de texto que ele lhe enviou. Depois de virar Charleston de cabeça para baixo e não encontrar, cheguei à conclusão de que só resta um lugar para estar e é com você.” “E se eu dissesse que não tenho?” “Pelo seu bem, espero que sim, porque tem uma hora para me trazer ou sua linda irmã morre.” “Onde?” Kolan pergunta com os dentes cerrados. Ele relata a localização de algum armazém localizado a 50 quilômetros de distância e é quando Cade sai da sala, pegando o celular. “Você vem sozinho. Nenhum policial, incluindo o namorado federal, ou cortarei a porra da garganta dela. Entendeu?” “Quero saber se ela ainda está viva.” “Ela está.” Ele promete. “Prove. Deixe-me falar com ela.” Um momento de silêncio, que tem medo acelerando meu peito. “Claro, um momento, por favor.” Um som de farfalhar antes de ouvir um grito agudo escapar de Katelyn. Aquece meu sangue além do ponto de ebulição. “Seu irmão quer falar com você, minha querida.” “Kolan?” Katelyn soluça, o som de sua voz aterrorizada me cortando. “Sou eu, Kate. Estarei aí em breve. Apenas espere.” “Não, não! Ele vai nos matar se o fizer. Apenas, por favor, diga a Nick o quanto sinto muito e diga a ele...”

Ela é cortada por um estalo repentino e alto. Seu grito de dor despedaça minha compostura. Viro e lanço meu punho através da parede ao meu lado, não sentindo nenhum impacto sobre a raiva que me atinge. “Vou te matar, porra.” Kolan grita, dizendo as palavras que estão perto de explodir de mim. “Errado. Vai fazer o que digo ou te farei assistir enquanto torturo todas as partes do corpo dela. Não brinque comigo, Sr. Slade. Você tem uma hora.” “Não se preocupe. Estou indo atrás de você, filho da puta!” Ao som da ligação sendo encerrada, Kolan joga seu celular com um rugido. “Vou matá-lo, porra!” Não se eu o pegar primeiro. “O que vamos fazer?” Faith soluça, caindo no sofá. “Iremos trazê-la de volta.” Digo com absoluta certeza, uma calma aterradora tomando conta de mim. “E como diabos vamos fazer isso quando não tenho as provas?” “Não importa. Vamos matar o bastardo antes que ele tenha chance de pedi-las.” Cade volta a entrar. “Sawyer e Jaxson estão a caminho.” “E Cooper?” Pergunto. Ele me olha surpreso. “Ligo para ele?” Concordo. “Não!” Kolan interpõe. “Você o ouviu. Sem policiais, ou ela morrerá. Vou entrar sozinho.”

“Isso não irá acontecer. E não vamos entrar sem reforços.” “Ele está certo.” Cade diz. “Vamos entrar antes que saibam que você está lá.” Kolan olha para ele como se fosse louco. “E como diabos você planeja fazer isso?” “Deixa essa parte comigo.” Cade diz. “É para isso que sou treinado para ser… Um fantasma.” Fantasma ou não. Vamos usar armas de fogo, e que Deus ajude quem colocou a mão nela.

CAPÍTULO VINTE E NOVE Katelyn Depois de desmaiar acordei aqui neste armazém frio abandonado, amordaçada e amarrada numa cadeira por ninguém menos que Bruce Warren e quatro homens que o obedecem a cada comando. Minha cabeça lateja violentamente, meu olho parece que está prestes a explodir do meu rosto pelos golpes que recebi por causa da minha recusa em dizer a eles onde Kolan está. Mas nenhuma quantidade de dor pode ser comparada ao medo que passa por mim, enquanto seguro firmemente a bomba à qual minhas mãos estão vinculadas. Um cobertor cobre meu colo, escondendo o dispositivo quadrado de metal que tem todos os fios coloridos saindo dele, os números digitais vermelhos congelados na marca de cinco minutos. Meu polegar está preso em cima de uma alavanca em que foi forçado a descer. Uma que acenderá a explosão se for retirado, tirando minha vida e de qualquer outra pessoa ao meu redor. E é tudo culpa minha. Não devia ter saído sem Nick esta manhã. Não pensei que estaria em perigo indo até a casa de Faith sozinha, especialmente

com Cooper tendo aqueles dois caras sob custódia. Agora, as chances de eu sair dessa viva são pequenas. Não duvido que meu irmão venha me buscar, embora eu o tenha avisado, e sei que Nick estará com ele. O pensamento traz uma nova onda de lágrimas quentes rastejar pelo meu rosto. Sei que Nick ouvia o celular quando Kolan atendeu, e foi por isso que pedi desculpas. Espero que ele saiba que não é só por sair esta manhã, mas também por nossa briga na noite passada. Saber que essas serão as últimas palavras que falamos um para o outro me despedaça. Só queria ter dito a ele que o amava mais uma vez antes de ser silenciada com um golpe poderoso. Um toque inesperado no meu rosto me tira dos pensamentos atormentados e me faz recuar. Meus olhos se abrem ao ver Bruce Warren passar o dedo viscoso pelo meu rosto, um sorriso malicioso curvando seus lábios. “Está quase na hora do show, querida. Você está pronta?” Afasto minha cabeça do seu toque, meus olhos se estreitando com ódio. Como parece enganador. O homem que usa um terno cinza que vale mais do que todo o meu guarda-roupa não parece nada além do típico empresário. No entanto, aprendi que ele é muito mais perigoso do que parece. “Agora não seja assim. Eu lhe disse que sinto muito por ter sido pega, mas seu irmão não me deixou escolha. É crucial recuperar o pen drive. A reputação de muita gente depende disso, incluindo a minha.”

Se não estivesse amordaçada, diria para ele enfiar sua reputação na bunda. “Acredite em mim quando digo que tem sorte que sou eu com quem está lidando. As outras pessoas com quem poderia estar agora são muito mais perigosas do que eu.” Ele coloca a mão no meu ombro, seu dedo percorre a pele exposta do meu peito, fazendo meu estômago revirar. “As coisas que fariam com seu corpo bonito te deixaria implorar para que tirassem sua vida. Se seu irmão aparecer, prometo que morrerá rapidamente. Se não… Bem, não vamos aí ainda, ok?” Acrescenta ele com uma piscadela. “Acabei de saber que ele está vindo, chefe, e está sozinho.” Diz um dos homens, fazendo minha garganta fechar de medo. De jeito nenhum. Nick está com ele. “Ah,

perfeito,

e

vinte

minutos

adiantado.

Muito

impressionante.” Diz, como se Kolan aparecesse para nada além de uma reunião casual e não nossa morte iminente. “Mann e Yates, vão cumprimentar nosso convidado, por favor, e certifiquese de revistá-lo completamente.” “Sim, senhor.” “Qual é o ETA no meu helicóptero, Graham?” “Cinco minutos, senhor.” “Fantástico”, diz ele alegremente e esfrega as mãos. A porta lateral do outro lado do armazém se abre, mostrando Kolan sendo escoltado por dois homens que receberam ordens de revistá-lo. Ambos têm as armas apontadas para ele, a visão cruel me faz chorar por trás da mordaça.

O olhar duro de Kolan se concentra apenas em mim, observando cuidadosamente minha aparência. “Você está bem, Kate?” Bruce é o único a responder. “Ela está bem… Por enquanto.” Os olhos de Kolan disparam para ele, sua mandíbula flexiona proeminentemente. “Sorte sua.” Bruce sorri, sem medo, quando a maioria das pessoas caga nas calças com Kolan. No entanto, meu irmão não tem ideia de como estamos ferrados. “Que bom que pode se juntar a nós, Sr. Slade, e com um tempo impecável.” “Corte a besteira, Warren, e deixe-a ir.” “Bem, tenho medo de não poder fazer isso. Mas entregue as evidências pacificamente e prometo tornar isso o mais indolor possível para vocês dois.” “Nenhuma evidência até que você a deixe ir.” Olho para Bruce, vendo sua diversão anterior desaparecer. “Talvez você não esteja entendendo a gravidade da situação.” Ele se inclina e tira o cobertor de mim e revela a bomba presa entre minhas mãos. “Jesus”, Kolan ofega, as mãos percorrendo seu cabelo desgrenhado. O olhar de total desânimo em seu rosto rasga meu coração já torturado. Ele sabe que não há como escapar disso, assim como eu. Agarrando meus cabelos, Bruce puxa minha cabeça dolorosamente e arranca um grito.

Ele traz seu rosto nojento para perto do meu. “Não é lindo?” Ele diz, antes de descer e apertar um botão que coloca o relógio em contagem regressiva. Um gemido abafado de desespero me deixa, o medo que me agarrou se transforma em terror gelado. “Você tem menos de cinco minutos, Sr. Slade, antes eu de atirar em você e deixá-lo aqui para morrer com ela.” “Foi um grande erro.” Kolan diz e parece muito mais calmo do que eu me sinto. “Sim, erro seu”, Bruce retruca, “agora entregue o pen drive!” “Na verdade, foi seu.” Antes que eu possa registrar a resposta de Kolan, vejo-o rapidamente socar o cara em sua esquerda no mesmo momento em que tiros explodem pela sala. Tento gritar através da mordaça enquanto a cena se desenrola, confusa sobre o que está acontecendo. Meu sangue ruge quando sinto uma bala passar por minha orelha. Fecho meus olhos com força enquanto espero a dor me atingir. “Merda, ele está no topo.” Grita alguém que soa muito como Jaxson. “Estou nele.” Outra pessoa chama, este parece Sawyer. “Cooper, guarde minhas costas, temos um helicóptero chegando.” Cooper? “Vá em frente e ajude os outros. Temos isso.” Nick? “Kate, você está comigo? Vamos, baby, olhe para mim.” Registro o calor em minhas bochechas, abro os olhos para ver Nick

ajoelhado na minha frente. Um soluço de alívio me escapa ao vêlo, mas dura pouco quando vejo que o tempo na bomba é de dois minutos e quarenta e cinco segundos. “Está tudo bem, estou com você.” Diz ele, cortando minha mordaça. Kolan cai no chão ao lado dele, cortando as cordas dos meus tornozelos. “Jesus, Stone, por favor, diga que sabe como desativar essa coisa.” “Não há tempo suficiente” Ele fala desanimado e olha para o dispositivo que seguro. “Como assim, não há tempo suficiente? Você faz o tempo, porra.” Kolan começa a desamarrar minhas mãos quando Nick o afasta. “Não! Ainda não. Não toque em nada.” “Que diabos está fazendo? Vamos arrancar dela e dar o fora daqui antes que detone.” Esse foi o meu pensamento também. “Se o polegar dela sair dessa alavanca, temos quinze segundos para limpar o lugar antes que ele exploda. Há barris de gasolina em todo o lugar, nunca chegaremos longe o suficiente.” “Oh Deus.” Choro quando o desespero absoluto toma conta de mim. Nick segura meu rosto novamente. “Fique calma, Kate. Prometo que vou tirar você daqui. Confie em mim.” A determinação em seu olhar me faz concordar, mesmo que não tenha ideia de como ele conseguirá. Quando sinto sua mão se

mover sobre a minha, olho para baixo e o vejo empurrar contra a alavanca antes que remova lentamente o pedaço de fita adesiva do meu polegar. Meu olhar se volta para ele. “O que você está fazendo?” Ele não me responde e mantém a cabeça baixa. “Liberte-a, Kolan, rápido.” Kolan obedece, soltando rapidamente da fita grossa que prende minhas mãos à bomba. O tempo todo continuo focada em Nick. “Nick, responda-me! O que está fazendo?” A cabeça dele continua abaixada. Não tenho certeza se me ignora de propósito ou apenas foca na bomba. Kolan finalmente me liberta do dispositivo mortal. “Agora tire-a daqui.” Nick diz, enviando puro terror através de mim enquanto ele se levanta. “O que?” Kolan pergunta antes que eu possa, seus olhos se voltam para Nick. “Vá depressa! Vou me encontrar com você.” Dou um tapa em Kolan enquanto ele me agarra. “Não! Nick, o que diabos está fazendo?” Começo a ir atrás dele quando ele sai correndo do armazém, mas Kolan me agarra pela cintura e me carrega para outra direção. “Não! Solte-me! Não podemos deixálo.” Luto contra seu abraço, lágrimas inundando meu rosto. Há uma cena enorme quando chegamos lá fora, policiais pulando pelos terrenos e homens que nunca vi algemados. Alguns

deles estão indo para o armazém antes de ver Kolan correr em sua direção comigo em seus braços. “Vai! Vai! Vai!” ele grita em aviso. “Onde está Stone?” Cooper pergunta, seguindo o nosso ritmo. “Com a bomba.” “O que?” “Não havia tempo para desativar.” Explica Kolan, sua voz tensa enquanto nos move mais rápido. Tento implorar que Cooper vá atrás dele, mas não consigo falar através dos soluços que atormentam meu corpo. Quando chegamos ao outro lado da estrada, onde estão todos os veículos da polícia, Kolan me solta. “Leve-a.” Ele diz e me empurra para Cooper. “Vou voltar para ele.” Assim que ele se vira, a explosão acontece, chamas alaranjadas brilhantes iluminam o céu atrás do armazém. Embora longe o suficiente, o som ainda é ensurdecedor, mas não tão ensurdecedor quanto os gritos que rasgam minha garganta e se quebram no ar ao meu redor. A agonia que atinge minha alma me deixa de joelhos. “NICK!” Grito seu nome repetidamente até que minha garganta fique crua e a dor substitua todo o resto. “Oh Deus, oh não.” Soluços duros fazem meu corpo tremer de desespero, roubando meu fôlego. Assisto Kolan correr na direção da destruição. Cade, Jaxson e Sawyer o seguem.

“Fique com ela e aguardem o corpo de bombeiros!” Cooper ordena a um dos policiais antes de apontar para os outros. “Vocês tirem o resto desses idiotas daqui.” Então ele corre atrás dos outros. O homem que Cooper ordenou que ficasse comigo, ao meu lado, enrola um cobertor em volta dos meus ombros, enquanto os outros carros saem. No entanto, não sinto calor pelo tecido pesado. Não sinto nada além de uma dor agarrar o centro de meu peito e irradiar por todo o meu corpo. Olho o local onde os caras desapareceram, rezo e espero que eles voltem. À medida que os minutos passam, o pouco de esperança que segurei diminui. Mas então os vejo, suas figuras emergindo através da fumaça escura, todos voltam devagar. Começo a contar cada pessoa, já que estão muito longe para enxergar com clareza e, quando conto mais de cinco, fico de pé e corro. Ao me aproximar do grupo, uma pessoa começa a se mover mais rápido que as outras, vindo direto para mim. Um soluço foge de mim, meu coração já sabe quem é, e me atiro nos braços de Nick. “Oh, graças a Deus.” Choro. Erguendo-me, ele me abraça. “Sinto muito, Kate. Sinto muito, porra.” Seguro seu rosto e olho seus olhos azul-acinzentados, cheios de culpa e lágrimas não derramadas. “Não, a culpa foi minha. Não deveria ter saído esta manhã, mas isso não importa mais. Nada mais importa.”

Ele não diz nada em troca, mas sua boca se funde com a minha, derretendo o medo e o desespero que me invadiam. Se eu soubesse que seria nosso último beijo, teria segurado e nunca o deixaria ir.

CAPÍTULO TRINTA Nick Quando estou fora do hospital St. Michael, considero voltar para minha caminhonete e dirigir para longe. A quantidade de emoções lutando dentro de mim me faz suar frio. Jesus, Stone, entre, faça o que precisa fazer e dê o fora daqui. Depois de muito pensar, decido que tenho que fazer isso. Pelo meu bem, pelo meu futuro, por Pop e… Por Katelyn. Só de pensar nela, culpa me percorre e aumenta a tempestade interna. Odeio deixá-la, especialmente sem uma explicação. Depois de ajudar Cooper a encerrar o caso, saí para cuidar da merda com a qual preciso lidar antes de tentar dar a ela o que merece. O que eu queria dar a ela por tantos anos. E isso é colocar esses demônios para descansar. Ou melhor, a dolorosa lembrança da única mulher que amei. “Posso ajudá-lo senhor?” Uma enfermeira no balcão da frente pergunta. “Uh, sim, existe uma Mira...” “Sr. Stone.” Olho a pequena enfermeira mexicana, parada no final do corredor. Ela sorri. “Reconheço você de uma foto. Estou feliz que mudou de ideia e veio.” Minha foto?

Concordo, tendo dificuldade em encontrar palavras no momento. “Venha comigo.” Sigo-a pelo corredor até um quarto. “Acabamos de arrumar as coisas dela. Não tinha muito quando veio. Doei as poucas roupas que tinha para o abrigo das mulheres na rua.” Estou apenas ouvindo o que ela diz. Olho ao redor, tenho uma sensação estranha de saber que minha mãe estava aqui há apenas alguns dias, morrendo sozinha. Minha garganta começa a ficar apertada com o pensamento e odeio isso. Odeio a culpa que sinto quando não deveria sentir nenhuma quando se trata dela. “Por que você não se senta, Sr. Stone.” Ela aponta para uma cadeira no canto, em seguida, pega uma pequena caixa de madeira e a traz para mim. “Essas são as coisas que ela mais estimava. Sua carta está aí. Vou te dar um pouco de privacidade enquanto lê.” “Obrigado.” Ela sai do quarto, fechando a porta atrás de si. Olho para a caixa, nervoso para abri-la. Com uma respiração pesada, levanto a tampa e vejo um envelope com meu nome. Abaixo estão algumas fotos e um recorte de jornal meu quando Ryder e eu resolvemos o grande caso envolvendo o pai de Emily, provando que ela pensou em mim há pelo menos alguns anos atrás. Pego as fotos, vejo uma dela e Pop quando parecia adolescente, ela e minha avó que nunca conheci, e algumas de nós quando eu era criança. Meu braço está em volta do ombro dela enquanto beija minha bochecha. Parecia

feliz, algo que não me lembro de sentir quando criança. Na outra foto, os braços dela estão ao meu redor, um grande sorriso no rosto, mas seus olhos parecem como sempre me lembro deles, vítreos, injetados e distantes. Pego o envelope endereçado a mim, minhas mãos tremem enquanto tiro o pedaço de papel e começo a ler. Nicholas, Você provavelmente nunca lerá esta carta porque estou com muito medo de lhe entregar, mas imaginei por que não escrever de qualquer maneira. Preciso eliminar essa culpa que senti a maior parte da minha vida. Sei que deve me odiar, e não o culpo. Eu me odeio também na maioria dos dias, e agora estou sofrendo o destino que mereço. Mas quero que saiba que não passou um dia em que não pensei em você. Por mais difícil que seja acreditar, penso em você todos os dias desde aquela noite horrível, vinte e um anos atrás. Você nunca saberá o quanto lamento esquecer-me de enviar alguém para você. Não estava no meu perfeito juízo, e fiquei ainda mais confusa para enterrar a dor de deixar você. Pensei que estava fazendo a escolha certa, que você estava muito melhor sem mim. Com o estilo de vida que vivi e os homens que entraram, estava destruindo a única pessoa que mais amava no mundo. E não importa o quanto eu tentasse, não conseguia melhorar. Então, tive uma oportunidade, um lugar que alguns chamariam de inferno, e eu a aproveitei, pensando que não merecia nada melhor. Foi um erro que me arrependi a vida toda.

Uma semana depois que saí, e estava sóbria o suficiente para perceber o que fiz, liguei, rezando para que você estivesse bem. Fiquei aliviada ao descobrir que estava com meu pai, o melhor homem que já conheci. E sabia que ficaria bem, mais seguro do que se estivesse comigo. Sabia que ele lhe daria uma boa vida. Eu era uma garota perdida depois de deixar meu pai, por alguém que pensei me amar, mas nunca me amou. Cometi tantos erros que não achei que pudesse voltar para casa. Quão diferente seria nossa vida se eu deixasse de lado meu orgulho e voltasse para meu pai, de quem senti muita falta. Desde o momento em que você nasceu, segurou meu coração, era a única coisa boa que fiz desde que parti, e embora não posso receber crédito pelo homem que você se tornou, quero que saiba o quanto estou orgulhosa de você. De longe vi você crescer e ser tudo o que sabia que seria. Um herói. Assim como foi meu por aqueles curtos anos, sempre me protegendo com uma intensidade muito maior do que sua idade. Se há uma coisa que eu poderia lhe ensinar com tudo isso, seria se apegar às pessoas que amam você e nunca deixar ir. Não os tome como garantidos. O mundo é tão grande e solitário quando você não tem ninguém. Viva sem arrependimentos, porque a vida é muito curta. Não vou pedir perdão, porque sei que não mereço, mas… Eu te amo, Nicholas, sempre e para sempre. Com amor, mamãe.

As últimas das palavras borram diante de mim, a dor no meu peito irrompe como lava quente. Enterro a cabeça nas mãos, fazendo o que não faço desde os seis anos de idade. Choro, não só por mim, mas também pela mulher que me deixou. Uma mulher que se odiava, e foi esse ódio que destruiu todos nós. Tantas emoções passam por mim, raiva, ressentimento, mas acima de tudo, culpa. Se não tivesse mantido minha raiva todos esses anos, poderia ter tentado encontrá-la e ajudá-la. Se ao menos ela viesse até nós quando estava doente. Tanto arrependimento sem sentido por nada. Se há uma coisa pela qual estou bravo com ela, é isso. Mas, me recuso a segurar isso por mais tempo, recuso-me a deixar isso destruir minha vida como fez com ela. “Sr. Stone?” Rapidamente deslizo uma mão pelo rosto antes de levantar a cabeça e olhar a enfermeira enquanto me encara com uma simpatia que não quero. “Você está feliz por ler?” Estou? No momento não tenho tanta certeza, porque isso não muda nada. Ela se foi e nada pode ser corrigido quando se trata dela. “Não sei.” Respondo, minha voz rouca. “Certo. Quer ficar com isso?” Ela pergunta, apontando para a caixa. “Sim.” “Bom. Sei que Lila gostaria isso.”

“Onde está o corpo dela?” Pergunto, pensando nisso pela primeira vez. “Nós a enviamos para ser cremada. É o que fazemos quando não há família. O estado paga por isso.” Ela faz uma pausa, sua voz calma. “Eu ia espalhar suas cinzas em algum lugar que sei que ela gostava de ir, mas se você as quiser...” Concordo sem hesitar, especialmente penso em Pop. “Sim. Eu quero.”

CAPÍTULO TRINTA E UM Nick Se eu achava que ler a carta seria a coisa mais difícil que já fiz, estava errado. O que foi mais difícil foi assistir Pop ler. Ver sua dor, a mesma que guardo dentro de mim, e ver um homem adulto quebrar é fodidamente difícil, especialmente alguém como Pop. Sua cabeça cai em suas mãos da mesma forma que a minha, seus ombros largos tremem de dor. “Eu a amava muito, Nicky. Faria qualquer coisa para ajudála.” “Eu sei, Pop. Eu também.” Digo com voz rouca, batendo no ombro dele. “E acho que ela sabia disso. Acho que é por isso que nunca veio até nós. Não sentiu que merecia.” E esse pensamento por si só é doloroso. “Tentei tanto fazer o certo por ela.” “As decisões dela não são culpa sua. Não são nossas. Só podemos ajudar as pessoas se nos permitem isso.” “Eu sei, mas é difícil não sentir culpa. Ela era minha filha.” “Eu sei.” “Era uma boa pessoa, Nicky, apenas...perdida.” “Sei disso também.”

Ele se senta, esfregando a mão no rosto antes de me olhar, a dor em seus olhos me acerta no peito. “E você?” Ele pergunta. “Sabe disso agora? Estava com tanta raiva e com boas razões, garoto. Não pense por um segundo que te culpo por isso. É mais fácil para mim, porque lembro dela antes que estivesse doente. Brilhante, vibrante, bonita, com um coração de ouro. Ela lhe daria tudo o que tinha, mesmo que não tivesse muito. As drogas fazem coisas terríveis com as pessoas, faz com que se tornem algo que não são. É mais do que egoísmo. Vícios são uma doença, tão destrutiva quanto qualquer outra doença por aí.” Concordo com a cabeça, engulo em seco a queimação excruciante na minha garganta. “Sim. Eu sei.” Passo a mão pelos cabelos, soltando um suspiro pesado. “Olha, Pop, sei que tenho sido um neto de merda.” Ele acena uma mão no ar e me interrompe. “Não, pare com isso. Você tem sido ótimo, garoto. Estou muito orgulhoso de você.” “Não, não sou. Eu fiquei longe por tanto tempo porque… Estava com medo.” Digo, tendo dificuldade em admitir isso. “Mas não quero mais viver assim. Não quero acabar sozinho como ela, e definitivamente não quero que você fique assim também. Não há nada que possamos fazer para mudar o que aconteceu com ela, mas posso garantir que isso não aconteça conosco.” “Foi por isso que insisti com Katelyn. Ela te ama, Nicky. Muito. Um amor como esse não acontece todos os dias. Tive a sorte de ter isso uma vez, mas foi mais curto do que deveria ser.

Não desperdice outro maldito segundo para agarrá-la. Ela precisa de você tanto quanto você precisa dela.” Concordo. “Sei e pretendo fazer isso, mas precisava corrigir algumas coisas primeiro e uma delas é com você.” “Não há nada a corrigir comigo, garoto. Eu te amo e nada pode mudar isso.” O fato dele me perdoar tão facilmente só me faz sentir mais culpado. “Eu sei, é por isso que quero que venha para Charleston comigo. Venha morar com Kate e eu para que possamos cuidar de você.” Os olhos dele se arregalam de surpresa. “Você está se mudando para lá? Mas e o seu trabalho?” “Ainda não conversei com o chefe, vou para lá depois que sair daqui, mas vou fazer uma transferência para a sede em Columbia, que não fica longe.” Sei que meu chefe ficará chateado, mas não ligo. A vida de Katelyn está lá e não vou pedir que ela a deixe. Não tenho nada na Flórida além do meu trabalho, e Ryder, é claro. Perder meu parceiro será péssimo, mas desistiria de qualquer coisa por Katelyn. “Ah, inferno, não sei, Nicky. Como disse antes, isso é tudo que conheço. Minha vida está aqui, minhas lembranças de Lila e Helen...” “Você sempre terá suas lembranças delas, não importa aonde vá. Às vezes, a mudança pode ser boa. Vamos arranjar um lugar agradável para você, talvez até um pouco de terra, já que sei

que gosta da solidão da vida no campo. Estaremos mais próximos um do outro. Somos a única família que temos e quero começar a compensar o tempo perdido. Eu me mudaria para cá, mas os negócios de Katelyn estão lá e ela pertence lá. Está cercada por pessoas boas. Charleston é realmente um lugar muito legal, acho que vai gostar, e terá George para se meter nessa merda.” Ele resmunga. “Não vejo esse bastardo louco há muito tempo.” Diz com carinho. Seus olhos encontram os meus pensativos. “Sim, ok, eu irei. Mas não por causa de George ou de qualquer outra pessoa, eles são apenas bônus. Vou por você e Katelyn. Senti sua falta ao longo dos anos, e se existe uma chance de vê-lo com mais frequência, aceito.” “Definitivamente nos veremos mais. As coisas vão melhorar para nós, prometo.” Ele me agarra pelos ombros e me puxa para um forte abraço. “Obrigado por me perguntar. Eu amo você, garoto.” “Também te amo, Pop.” Ele recua, enxuga os olhos novamente. “Tudo bem, agora apenas uma pergunta.” “Fale.” “O que acontece se a senhorita Sassy Pants não aceitar sua bunda teimosa de volta.” Diz ele com um sorriso. E isso não é o problema. “Não aceito não como resposta. Vou trabalhar todos os dias até que ela diga que sim.”

Seu sorriso se espalha, uma risada escapa dele quando bate no meu ombro. “Esse é o meu garoto. Use essa sua teimosia para algo de bom.” Resmungo e penso que ela é muito mais teimosa do que eu. “Então você irá para a Flórida em breve?” “Sim, mas tenho mais uma coisa que preciso cuidar aqui antes de sair.” E isso é para garantir que Keith Slade pague pelo que fez e nunca tenha a chance de machucar Katelyn novamente.

CAPÍTULO TRINTA E DOIS Katelyn Três semanas depois A caneca fumegante de chá na minha mão não faz nada para aquecer a fria solidão que tenho dentro de mim desde que descobri que Nick foi embora sem nem mesmo um adeus. Sabia que as chances dele ficar eram pequenas, mas nem mesmo dizer adeus? Da última vez, pelo menos ele deixou uma carta. E aquele beijo quando pensei que o tinha perdido? O beijo que destruiu qualquer outro beijo que já compartilhamos. Pensei que isso significasse que tudo ficaria bem, mas acabou que foi um beijo de despedida. O bastardo. “Por favor, posso chutar a bunda dele?” Kolan pergunta e me tira dos pensamentos deprimidos enquanto se senta na minha sala de estar na minha frente. Dou-lhe um sorriso triste. “Não, mas obrigada.” Ele resmunga com decepção. “Avise se mudar de ideia.” “Você será o primeiro, a saber.” Prometo, sentindo meu sorriso

deslizar.

“Sinto

muito

ultimamente. Vou ficar bem.” Um dia.

por

estar

tão

deprimida

“Não se preocupe com isso.” “Tudo bem, chega de mim, diga-me o que está acontecendo com você. Já decidiu o que vai fazer agora que não está mais lutando?” O caso envolvendo o ringue de luta ilegal em que Logan estava envolvido, acabou por ser apenas metade da história. Parece que Bruce Warren também tinha um negócio paralelo apostando nas lutas legais, como Victor suspeitava, e tinha muito dinheiro em Kolan perdendo sua próxima luta. Uma onde ele devia às pessoas mais dinheiro do que tinha. Quando percebeu que Kolan venceria, mantendo o título de campeão dos pesos pesados, tentou encontrar uma maneira de parar a luta antes que pudesse perder tudo. Exceto, que seu plano de se livrar de Kolan antes que a luta ocorresse saiu pela culatra. A evidência que Victor foi descoberta embaixo do assoalho de sua casa. Nela havia um pen drive com todas as apostas das pessoas, incluindo alguns grandes nomes da EFC, e Ricky Spencer, que é obviamente o motivo pelo qual ele ajudou mantendo a boca fechada quando sabia que Kolan não machucaria Nikki. Também foi recuperada uma fita de vídeo de Bruce Warren pagando Nikki após sua declaração a Cooper. Victor foi quem gravou e, em troca, perdeu a vida enquanto tentava salvar a de Kolan. Algo pelo qual sempre serei grata. Pelo menos agora todos estão pagando por sua parte e a reputação do meu irmão foi recuperada… Principalmente. Sempre haverá pessoas por aí que só querem ver o mal nos outros, algo

com o que Kolan e eu crescemos, mas as pessoas que importam sabem a verdade e é isso que é importante. Kolan descobriu outras pessoas que tinham uma mão em sua organização, incluindo alguns de seus companheiros de luta. Eles sabiam o que acontecia, mas mantinham em segredo, então ele decidiu que não queria mais fazer parte disso. Para grande consternação do presidente do EFC, mas acho que foi uma boa escolha para ele. Ele chegou ao topo de sua carreira; é melhor sair num bom momento. Não precisa estar perto de pessoas que estão dispostas a jogá-lo debaixo do ônibus para seu próprio ganho pessoal. E por minhas próprias razões egoístas, fico feliz que ele escolheu não lutar mais. “Não tenho certeza. Tem algumas oportunidades que estou considerando, mas nada de concreto.” “Ah, como o quê?” “Anna veio até mim e mencionou um programa que ela quer lançar para o Men of Honor Center.” Diz, falando sobre a organização sem fins lucrativos que ela criou há pouco tempo. Anna fornece moradia para veteranos de rua e os ajuda a lidar com as lutas após a guerra, enquanto se recuperam. É realmente uma organização incrível, e mal posso esperar para ver tudo de bom que isso fará. “Então, qual é o programa?” “Treinarei os veteranos em artes marciais mistas, o que aumentará suas habilidades de combate e, em troca, eles treinarão crianças carentes. Aquelas que não têm dinheiro para

ter aulas. Isso os tirará da rua e os ajudará a queimar sua agressão de maneira positiva. Ela acha que isso dará propósito a ambos, e concordo. Perguntou se vou dirigir o programa. Vai acontecer na academia, e Jaxson perguntou se eu também ajudaria nas aulas de autodefesa.” Meu queixo cai com a notícia e sinto minha garganta apertar. Estive tão perdida na minha festa de piedade que não me mantive atualizada e isso me faz sentir horrível. “Isso é fantástico, Kolan. Você seria incrível.” Ele dá de ombros, ficando desconfortável. “Não sei, mas me daria algo para fazer e não é como se eu estivesse precisando de dinheiro. Disse a ela que daria uma resposta até o final da semana.” “Espero que aceite, e estou feliz que os caras te chamaram. Acho que todos serão grandes amigos.” Sorrio para sua carranca. “Não faço amigos.” Ele diz, de pé. Meu sorriso diminui. “Eu sei, mas gostaria que fizesse. Odeio que esteja sozinho.” Tenho esperança de que um dia ele encontre alguém que o ame tanto quanto eu. Que mostrará a ele que é muito mais do que pensa e que não é a pessoa fodida que nosso pai fez uma lavagem cerebral nele para acreditar ser. Ele resmunga. “É assim que eu gosto. Você sabe disso.” Abaixando-se, ele beija o lado da minha cabeça. “Tenho que ir. Você vai ficar bem?”

Aceno para ele ir. “Sim, sim, vou ficar bem. Vou tomar outra xícara de chá e depois ir para a cama. Vou para o salão amanhã cedo. Ainda estou tentando recuperar o tempo perdido com os clientes de quando estava fechado.” “Está trabalhando demais ultimamente e isso é claro. Você parece exausta.” “Uau, obrigada.” Digo, fingindo aborrecimento. Se ele soubesse por que estou tão cansada... “Falo sério, Kate. Peça às outras garotas que ajudem.” “Não se preocupe. Ficarei bem.” Balanço a cabeça, ele desiste e me dá um último adeus e depois sai, fechando a porta. Minha mão imediatamente se move para meu estômago enquanto penso na vida preciosa que tenho crescendo dentro de mim. Descobri a alguns dias que estou grávida. Quando fui ao médico para descobrir como era possível, ele disse que meu DIU se moveu e eu não estava protegida enquanto Nick e eu estivemos juntos. Diria que é algo de que me arrependo, mas não é. Nunca poderei me arrepender de um bebê, especialmente de um criado por Nick e eu. Ainda não contei a ninguém, e isso está me matando, mas acho que Nick deve saber primeiro. Só estou tendo dificuldade em descobrir como contar a ele, especialmente quando estou tão magoada no momento. Quando as lágrimas começam a se acumular em meus olhos, ignoro tudo antes que possa ser sugada por outra crise de choro e vou encher minha xícara de chá.

Olho para a janela da minha sala de estar enquanto me sento, pensando ter ouvido alguma coisa, mas depois dou de ombros quando percebo que provavelmente é apenas a chuva. Choveu a noite toda. Agarro o cobertor no canto do sofá, me cubro e ligo a televisão, tentando me concentrar no programa e não no meu coração dolorido. Quando ainda estou ouvindo aquele som estranho de tiquetaque alguns minutos depois, levanto-me com um bufo, sentindome irritada. “Há algo solto nessa coisa estúpida?” Resmungo e caminho até a janela. Um estalo alto acontece exatamente quando a alcanço, fazendo-me dar um pulo para trás, meu coração dispara um milhão de quilômetros por minuto. “Que diabos...” Levanto o vidro coberto de chuva para olhar melhor lá fora. “Já estava na hora!” Olho para a pessoa abaixo e pisco várias vezes, achando que estou vendo coisas. Nick está lá, com um punhado de pedras nas mãos que claramente joga na minha janela. A chuva diminuiu para uma garoa, mas, pelo que parece, ele está lá há um tempo porque está encharcado. Um milhão de emoções me atormenta, mas em vez de perguntar o que diabos está fazendo aqui, a pergunta que sai da minha boca é: “Já ouviu falar em usar uma porta?” Ele sorri, levanta os braços ao lado do corpo. “Onde estaria a diversão nisso?”

Uma risada escapa, mas rapidamente se transforma num soluço. Cubro a boca, perguntando-me o que ele está fazendo aqui, assustada por meu coração partido. “Deixe-me entrar Katelyn.” Ele exige e aponta para a escada de incêndio. Balanço a cabeça, lágrimas entopem demais minha garganta para falar. “Você pode me deixar entrar ou eu vou arrombar sua porta, mas de qualquer maneira você vai me ver.” Ha! Pergunto-me o que ele pensaria se eu tivesse Cooper vindo para prendê-lo, ou melhor ainda, posso ligar para Kolan e deixá-lo chutar sua bunda. “Ele pode vir aqui comigo.” Minha cabeça vira para o lado para ver a Sra. Myrtle, a senhora idosa que mora a algumas portas abaixo de mim, acenar para Nick. Nick faz um aceno educado, mas se aproxima da minha janela, parece nervoso. “Deixe-me entrar.” Ele sussurra. Deveria deixá-lo lá fora para a Sra. Myrtle, mas decido contra, não quero uma porta quebrada, porque sei que ele faria isso. Inclino-me na janela, empurrando a escada de incêndio de metal para que possa descer para ele. Moro no terceiro andar de quinze, então não é longe. “Ah, merda.” Diz a Sra. Myrtle enquanto Nick sobe na escada de incêndio, fazendo-me rir. Ela olha para mim com um sorriso. “Divirta-se com isso, querida.” Zombo baixinho, mas finjo um sorriso para ela antes que volte para dentro.

Nick

sobe

a

escada

rapidamente,

mostrando

suas

habilidades de Tartaruga Ninja novamente. Afasto-me quando ele entra pela minha janela. Enquanto fica em pé, meus olhos percorrendo cada centímetro dele. Mesmo que esteja brava com ele, não posso evitar a maneira como meu coração acelera ao vêlo novamente. “Oi”, Ele me cumprimenta, seus olhos viajando por conta própria. Cruzo os braços sobre o peito protetoramente, tentando evitar mais danos ao meu coração. “O que está fazendo aqui, Nick?” Sua mão corre pelos cabelos molhados de chuva, a mesma coisa que meus dedos estão ansiosos para fazer. “Uh...dê-me um segundo, ok? Apenas um.” Ele anda pelo meu apartamento com seus sapatos molhados. Vou para a beira da sala e o vejo entrar no meu quarto. Estou prestes a perguntar o que diabos ele está fazendo, mas ele volta um momento depois e fica na minha frente, entregando-me a pedra que me deu anos atrás. “Pergunte-me”, ele diz, seus olhos cinza-azulados perfurando os meus. Eu o encaro como se ele fosse um lunático. “Perguntar o que?” “Faça-me a pergunta que sempre faz, mas nunca respondi.” Quando não digo nada, ele elabora. “Pergunte-me o que eu nunca disse a mais ninguém.”

“Nick...” Paro, balançando a cabeça. “Por favor, Kate, apenas pergunte.” Ele parece tão nervoso que me encontro incapaz de negar, então brinco. “Diga-me algo que ninguém mais sabe sobre você.” Sussurro, sentindo meus olhos arderem. “Estou apaixonado por você desde os dezessete anos.” Minha respiração para, lágrimas escorrem por meu rosto. Balanço a cabeça, recusando-me a acreditar, com muito medo de acreditar nele. “Sim”, ele diz, recusando minha negação. “Veja, Kate, o problema é que estou começando a perceber que estava certa o tempo todo.” “Do que diabos está falando?” Ele enfia a mão no bolso, mas seu olhar nunca sai do meu. “Que às vezes duas peças quebradas formam um todo.” Tomando a pedra da minha mão, ele me mostra o que tirou do bolso e isso me tira completamente o fôlego. É a outra metade do meu coração, é por isso que era oco. Na parte de trás está gravada: Ela é mais. Ele coloca as duas peças juntas, tornando-as inteiras, depois devolve para mim. “Onde conseguiu isso?” Pergunto, quase incapaz de respirar. “Tive comigo o tempo todo. Você sempre esteve comigo.” Olho para ele, e antes que possa parar, dou um soco no ombro dele. “Ow, que porra é essa?”

“Você teve isso o tempo todo e nunca me contou?” Dou um tapa nele, com lágrimas escorrendo por meu rosto. “Todos esses anos perdidos quando me amou o tempo todo.” Segurando meus pulsos, ele me puxa contra ele, sua expressão dura. “Escute-me. Estraguei tudo, sei disso, e nunca saberá o quanto sinto muito. Desculpe-me por todo o tempo perdido, mas não consigo pensar nisso ou isso vai me deixar louco. Tudo o que posso pensar é o aqui e agora. Eu quero você, Katelyn. Preciso de você.” Ele resmunga, sua voz áspera. “Por favor, deixe-me fazer as pazes com você.” Olho para ele, meu coração esperançoso e ainda doendo muito. “Você acabou de ir embora.” Choro. “Nem se despediu. Tem alguma ideia do que passei nessas últimas três semanas? Nem uma palavra, Nick, e agora devo confiar em você com meu coração depois que o destruiu pela segunda vez.” Ele cai de joelhos na minha frente, suas mãos seguram meu quadril enquanto coloca sua testa na minha barriga. “Eu sei, sinto muito. Tive que ir embora. Tive que lidar com o passado antes que pudesse seguir em frente.” Ele faz uma pausa e olha para mim. “Ela me deixou. Eu tinha seis anos, apenas uma criança. Implorei para ela ficar, mas ela saiu assim mesmo. Fiquei sozinho por quatro malditos dias até que a polícia me encontrou.” Respiro fundo, meu coração se parte com sua expressão atormentada. Minha mão está contra seu rosto e ele se inclina para o meu toque. “Tive que lidar com isso. Tinha que seguir em frente e

precisava fazer isso sozinho. Percebi que, embora o pensamento de você me deixar me assusta, assusta mais não ter você. Quero cada segundo que esteja disposta a me dar.” “Nunca irei te deixar.” Digo através de respirações doloridas. “Espero que continue assim, porque preciso de você, Kate, para sempre, e se for embora, isso me destruirá.” “Não sou ela, Nick. Nunca faria isso com você porque sei como é.” Uma nova onda de dor toma conta de seu rosto. “Sinto muito, sinto muito, porra. Por favor, me perdoe.” Respiro fundo, tentando me recompor. “Meu amor é incondicional e é para sempre, mas preciso do seu em troca, caso contrário não posso fazer isso.” “Você tem, sempre terá. Juro que nunca vou te deixar. Isto é para sempre. Pedi transferência, quebrei meu contrato e me mudei. Pop também virá para cá, assim que vender o rancho. Espero que não se importe, mas disse a ele que encontraríamos um lugar para ele perto de nós e...” “Espere. Você… Você pediu transferência? Deixou seu emprego?” Ele concorda. “Mas você ama aquilo lá.” “Não tanto quanto eu te amo. Amo nada mais do que você e não ia pedir para você ir embora. Você pertence aqui...comigo.” “E Pop.” Choramingo, meu coração disparado.

“Sim, baby, e Pop”, ele diz com um sorriso. “Então isso é um sim?” “O que é um sim? Você não me perguntou nada.” Digo com uma risada. “Acho que não.” Ele sorri antes de deixar o silêncio pairar no ar por um longo momento. “Case-se comigo, Katelyn.” “Ok.” Concordo, já que ele nunca perguntou. “Essa é a porra mais complacente que já disse.” Ele diz, pegando-me em seus braços e se levantando. Envolvo meus braços em seu pescoço. “Bem, não se acostume.” “Nunca.” Sua boca reivindica a minha, nossos lábios num frenesi aquecido enquanto compensamos o tempo perdido, seu gosto e cheiro inundam meus sentidos e penetram em minha alma. “Jesus, senti sua falta.” Ele resmunga no beijo. “Eu também muito.” “Nunca mais, baby.” “Nunca.” Suas mãos vão para minha bunda, segurando-a para me levantar. Minhas pernas envolvem seu quadril e meus dedos agarram seus cabelos molhados enquanto ele nos guia pelo corredor até o meu quarto. Nossos lábios nunca se afastam enquanto ele me deita na minha cama. Um gemido carente me escapa ao sentir seu corpo duro, pressionado contra o meu.

“Nick”, suspiro quando ele passa a boca na minha garganta, deixando um rastro de calor. “Preciso de você. Preciso estar dentro de você.” “Sim”, concordo, mas de repente lembro do bebê. “Oh merda, espere. Preciso te contar uma coisa.” “Foder primeiro, falar depois.” Ele continua seu delicioso ataque, seus dentes encontram meu mamilo sensível através do tecido fino da minha blusa, arrancando um gemido aquecido de mim. “Não, agora. É importante.” “Nada é mais importante do que estar dentro de você.” “Um bebê é.” Deixo escapar antes que possa me controlar. Todo seu corpo fica parado, seu olhar vindo para o meu. “O que disse?” Mordo meu lábio nervosamente, meu coração acelerado agora por outra razão. “Descobri a três dias que estou grávida.” Ele olha para mim, seu rosto sem expressão, e isso leva minha ansiedade a outro nível. “Mas como?” Olho para ele, me perguntando se está falando sério. Ele balança a cabeça. “Quero dizer, pensei que estava no controle da natalidade.” “Estava. Eu tinha um DIU dentro de mim que se moveu.” “Um o quê?” Sorrio de sua expressão horrorizada. “Um DIU. É um dispositivo de controle de natalidade. É muito eficaz, exceto quando se move e foi o que aconteceu comigo.”

Depois de um longo momento de silêncio atordoado, ele se move para baixo e levanta minha camisa, sua mão grande cobre meu abdômen, logo abaixo do meu umbigo. “Meu bebê está aqui?” Ele pergunta com um sussurro, ainda parecendo chocado. “Sim.” Ele não diz nada, apenas continua olhando para minha barriga. “Você está chateado?” Pergunto, meu coração doendo com o pensamento. Ele imediatamente balança a cabeça. “Não. Chocado, sim, mas não chateado.” Seus lábios macios caem em minha barriga, dando um beijo longo e persistente. “Será uma mãe tão boa, Kate.” Meu coração aquece com as palavras dele. “E você será um bom pai.” Ele concorda. “Eu serei, prometo.” “Não precisa me prometer. Eu sei. Mesmo quando não pensei que voltaria, sabia que estaria lá para nosso bebê.” Um barulho de dor sai de sua garganta enquanto descansa sua testa suavemente na minha barriga. “Sinto muito por não estar aqui quando você descobriu.” “Está bem. Tudo o que importa é que está agora.” “Para sempre.” Ele murmura. “Para sempre.” Seus lábios macios percorrem a área exposta da pele, criando arrepios. “Nick”, sussurro. “Sim?” “Podemos voltar ao que estávamos fazendo?” Com um gemido, ele se levanta e se livra da camisa, expondo sua pele bronzeada e corpo duro. Antes que ele possa fazer

qualquer outra coisa, rapidamente sento e pressiono um beijo em seu estômago tonificado, minha língua percorrendo seu abdômen esculpido. A maneira como suas mãos seguram meus cabelos me faz desfazer seu jeans e puxar seu pau duro. Olho para ele, dando um pequeno sorriso antes de me inclinar e tomá-lo na minha boca. “Foda-se!” O barulho primitivo que sai de sua garganta me estimula, e o levo mais fundo, amando o jeito que enche minha boca. “Boa menina, chupa meu pau, assim, baby.” Choramingo, suas palavras sujas fazem meu clitóris palpitar. Minha mão vai para seu pau, onde minha boca não pode alcançar, e acaricio enquanto chupo de volta ao topo. Gemendo, seus dedos apertam meus cabelos e ele começa a mover o quadril, fodendo minha boca com movimentos rápidos e constantes, tirando meu controle, e eu absolutamente amo isso. Olho para ele, observando sua expressão carnal, e o amor que posso fazê-lo sentir. Que posso lhe trazer prazer da mesma maneira que ele faz comigo. “Tem alguma ideia de quantas vezes pensei em foder essa boca atrevida?” Solto um gemido, tentando transmitir o quanto pensei nisso também. O quanto pensei nele. Enquanto empurra mais uma vez, agarro seu quadril, relaxo a garganta e engulo. “Porra!” Ele sussurra, e rapidamente se afasta, o fogo em seus olhos mostrando seu ponto de ruptura. Ele rapidamente remove meu short de pijama da Victoria Secret e depois me levanta e vira, trazendo-nos de volta à cama

comigo montando nele. Solto um gemido com a sensação do seu pau entre as minhas pernas, a barreira do laço não faz nada para mascarar a sensação quente e dura dele. “Tire a camisa.” A ordem tem um arrepio de prazer percorrendo minha coluna. Às vezes, ele é realmente sexy quando é mandão. Minhas mãos se movem para a borda da minha blusa antes de puxá-la sobre a cabeça. Ele se senta antes que eu possa descartá-la e leva um dos meus mamilos sensíveis em sua boca quente e molhada. “Oh Deus.” Eu roço sobre ele, meus dedos deslizam por seus cabelos magníficos. Suas mãos se movem para o lado da minha calcinha e a rasga do meu corpo. Então, ele desliza para dentro de mim num movimento suave. Suspiro, minhas unhas cravando em seus ombros, amando o jeito que ele me completa. “Porra, eu te amo tanto.” As palavras que desejei ouvir dele por tantos anos me enchem como nada mais poderia. “Diga de novo.” Minha voz está cheia de emoção, fazendo-o vacilar. Ele se afasta o suficiente para me olhar, sua mão segura meu rosto suavemente. “Eu te amo, Katelyn. Sempre amei e sempre amarei.” Minha testa cai sobre a dele, minhas lágrimas correm pelo rosto. Seus lábios se movem por meu rosto, beijando as gotas antes que pegue meus lábios. “Minha”, ele sussurra. “Sua.”

Ele passa a mão por meus cabelos numa carícia suave, deixando-a deslizar pelas minhas costas até o meu traseiro, seus dedos agarrando minha pele. “Minha.” “Sua.” Sussurro, um pouco mais sem fôlego. Ele levanta o quadril, indo mais fundo dentro de mim. “Minha.” Concordo com a cabeça, incapaz de falar com o prazer que paira em mim. Começa em meu rosto, ele passa um dedo pelo meu pescoço até meu peito, parando no meu coração antes de pressionar o beijo mais suave lá. “Meu.” “Para sempre.” Prometo. Seu rosto permanece enterrado no meu peito, seus braços me seguram apertado. “Você nunca vai me deixar. Não vou deixar você.” “Nunca. Te amarei por toda a eternidade.” Erguendo o rosto, seus lábios encontram os meus, selando a promessa entre nós de que isso será para sempre, nós seremos para sempre. Por vontade própria, meu quadril começa a procurar o prazer novamente. Com um gemido, ele se deita de costas e isso o leva muito mais profundo. “Monte-me, baby. Mostre-me o quanto me quer.” Meus dentes afundam no meu lábio inferior enquanto apoio as mãos em seu peito e começo a tomar cada centímetro dele. Seu olhar ardente nunca sai do meu. “Jesus, você parece um anjo do caralho assim sobre mim.”

Sorrio, suas palavras me aquecendo de dentro para fora, e me estimulando a dar mais a ele. Quando suas mãos se movem para os meus seios e roçam meus mamilos, solto um gemido e pego ritmo. “Boa garota, foda-me.” Seu quadril começa a ganhar velocidade própria, seu pau bate naquele ponto escondido profundamente dentro de mim. “Oh Deus, Nick. Vou gozar.” Choramingo, minhas unhas marcando sua pele. “Faça isso, Kate, goze comigo, baby.” Quando seus dedos agarram as pontas duras dos meus mamilos, beirando ao limite da dor, explodo em torno dele. Minha cabeça cai para trás enquanto o êxtase corre pelas minhas veias. No meio do meu prazer, sinto Nick se libertar. Caio sobre ele, meu corpo mole de prazer. “Eu te amo” Murmuro, beijando seu peito. “Eu te amo mais.” Um pequeno sorriso toma meus lábios. Nunca vou me cansar dele dizendo essas palavras. Depois de me limpar, ele nos coloca de volta na cama, nossos corpos nus emaranhados um com o outro. Olho para ele, um grande sorriso bobo no meu rosto. “Nós vamos nos casar e ter um bebê.” Sussurro animadamente. Ele sorri. “Sim, baby. Vou levá-la para comprar um anel amanhã.” “Não ligo para isso.”

“Eu ligo. Teria conseguido um antes, mas estava com pressa de voltar para você.” Levanto uma sobrancelha para ele. “Com pressa? Parece que se foi por uma eternidade.” Ele dá um beijo nos meus lábios. “Eu sei, mas havia muita coisa para resolver, e não preciso voltar, exceto para ajudar Pop a fazer as malas quando vender o rancho.” “Estou animada por ele vir para cá. Fico feliz que perguntou a ele.” “Eu também. Acho que vai ser bom para ele. Só precisamos encontrar um lugar certo. Ele está acostumado com o rancho.” “Talvez possamos comprar uma área cultivada como Cade e Faith, e ter uma casa de hóspedes para ele. Dessa forma, ele ainda pode estar no campo, mas não precisará se preocupar com o trabalho.” Eu o vejo considerar a sugestão. “Sim, é uma boa ideia, e tenho certeza que adorará estar tão perto de nós, especialmente agora com o bebê.” Ele diz, sua mão tocando minha barriga. Minha mão cobre a dele, tudo parece bem no meu mundo. “O que você fez com as coisas do seu apartamento?” “Ryder está com a maior parte até que eu possa providenciar a mudanças para cá.” “O que disseram quando avisou que estava se mudando?” Ele encolhe os ombros. “Ryder não pareceu tão surpreso, embora não ficou feliz por receber outro parceiro.” Diz com um sorriso. “Emily é Emily, feliz, mas chorona.”

“E seu chefe?” Sussurro, lembrando o que Emily disse. Nick resmunga. “Ele é um bastardo miserável, mas me deu a transferência porque sabia que eu sairia de qualquer maneira.” “Odeio que deixou tanto para trás apenas para estar comigo.” Admito suavemente, a culpa cresce dentro de mim. Seus olhos seguram os meus. “Não. Eu lhe disse, Katelyn, nada importa mais do que você. É aqui que quero estar.” Dou-lhe um sorriso desanimado, ainda me sentindo mal. Então uma ideia se forma, uma que espero que possa fazer acontecer. Ele me puxa para perto quando um bocejo me escapa. “Durma, baby. Falaremos sobre todo o resto amanhã.” Seus dedos começam a descer por minha coluna. Um som suave de contentamento escapa quando ouço o ritmo constante de seu coração. Este é o meu lugar, onde sempre deveria estar. Quando estou prestes a cair em um sono tranquilo, ele pressiona um beijo na minha cabeça e sussurra palavras que foram gravadas na minha alma para sempre: “Você é mais.”

EPÍLOGO Nick Um mês depois “Então, Slick Nick, você está animado para começar seu novo emprego na segunda-feira?” Kayla pergunta, colocando a cereja da bebida na boca. O quintal de Cade e Faith está cheio de pessoas para um churrasco, já que Faith insistiu em celebrar meu noivado com Katelyn e a novidade do nosso bebê. Todo o grupo está aqui, incluindo o casal que ainda não conhecia, Anna e Logan. Até Pop chegou a tempo; ele e George estão atirando pela merda da última hora e correndo com todas as crianças. “Sim, RoboCop, você está animado para voltar ao trabalho e pegar aqueles bandidos?” Kolan provoca com um sorriso. Idiota. “Ele não é RoboCop, ele é Miami Vice.”

Katelyn corrige,

dando-me uma piscada atrevida que deixa meu pau duro. “Eu ainda gosto de Slick Nick.” Kayla diz. “É um nome muito bom, de se dizer. “Uau, espere.” Sawyer interrompe. “Por que diabos esse idiota tem três nomes e não tenho nem?”

“Você tem um. Sexy Sawyer.” Jaxson zomba, fazendo todos rirem. “Só minha mulher me chama assim, idiota.” “Todos vocês têm um.” Kayla diz com um encolher de ombros. “Só precisamos encontrar um para Kolan agora. Estive pensando muito sobre isso, mas você é um cara complicado, Slade.” Kolan resmunga. “Hulk”, digo, lembrando a maneira que aquele idiota se chocou contra mim. “Não pode, é de Jaxson.” Kayla dá um soco no ombro dele. “Não é mesmo, Hulkmeister?” Ele a encara impressionado, enquanto Julia sorri. “Espere? Todos nós temos um?” Sawyer pergunta. “Sim.” Kayla aponta para Jaxson. “Ele é o Hulk, porque é um atrapalhado. Cade é Thor, porque é silencioso e muito sorridente. Sawyer, você é o Homem de Ferro porque… Bem, você é o mais arrogante.” Sawyer recua, ofendido. “Foda-se isso. Sou o Homem de Ferro porque ele é durão e o mais inteligente do grupo.” Grace revira os olhos e Kayla acena para ele. “Seja como for, você não tem voz. Nós os escolhemos.” “Oh sim? Então quem seu marido é?” Kayla olha Cooper com um sorriso sedutor. “Ele é meu favorito. Capitão América, ou às vezes Oficial Sexy.” Ela encolhe os ombros. “O que eu tiver sentindo no momento.”

Cooper olha para ela, parecendo tão impressionado quanto os outros. “Então esses caras são super-heróis e eu sou Slick Nick?” Pergunto, tentando ver onde está a justiça nisso. “Não, imbecil, você é RoboCop.” Olho para Kolan, pronto para dar um sorriso presunçoso em seu rosto. “Sabe, pensei no nome perfeito para você.” “E qual é?” Kayla pergunta. “Mulher Gato.” “Mulher Gato?” Ela repete, seu rosto franzido em confusão. “Por que acha isso?” “Porque ela ama seus chicotes e couro.” Digo, tentando suprimir meu sorriso. Os olhos de Kolan se estreitam, sua diversão desaparecendo. Mesmo gostando de me irritar, as coisas estão melhores entre nós. Chegamos a um entendimento, um acordo de que a única coisa que importa é Katelyn e sua felicidade. Ele sabe que eu morreria por ela. Vou protegê-la com a minha vida. Acho que o fato de ter trancado o pai dele pelo que fez com os dois também ajudou. Graças ao chefe por ter telefonado para a agência em Montana, assegurei-me de que a prisão fosse mantida em silêncio e que as fotos restantes de Katelyn nunca fossem públicas porque foram destruídas. Nada ou ninguém jamais a machucará novamente, incluindo eu. Kolan respeita isso e acho que um dia teremos até a amizade que perdemos, sei que é algo que Katelyn quer.

“Estou perdendo alguma coisa aqui?” Kayla pergunta, ainda confusa. “Não!” O rápido grito vem de Katelyn e Cooper. Antes que alguém possa dizer mais, o som de um veículo para. Katelyn se vira para mim, um enorme sorriso assume seu lindo rosto enquanto bate palmas animadamente. “É a sua surpresa!” Surpresa? Ela se levanta da cadeira, acena para algo atrás de mim. Viro e fico tenso em choque quando vejo Ryder e Emily vindo com Rosa. “Que diabos?” Murmuro. Levanto e sigo Katelyn enquanto ela desce o convés para cumprimentá-los. “Estou tão feliz que concordaram.” Diz, dando um abraço em Emily. “Sim, obrigada pelo convite.” Aperto a mão de Ryder. “O que diabos está fazendo aqui? Sentiu tanto minha falta que veio até aqui para jantar?” Ele sorri. “Na verdade, começo meu novo emprego na segunda-feira.” Faço uma careta de confusão. “Novo emprego?” “Sim, consegui uma transferência e estão me associando a um idiota sexy que acha que sabe tudo. Aparentemente, formamos uma boa equipe.” Olho para ele, o choque passa por mim. “Você está falando sério?”

Emily é a única a responder. “Muito sério. Estamos nos mudando para cá.” “Como diabos conseguiu isso?” “É tudo graças a sua garota bonita!” Minha cabeça vira para o lado ao som da voz do meu chefe. “Chefe? O que diabos está fazendo aqui?” Pergunto, sentindo-me um disco quebrado. Jesus, não poderia estar mais chocado agora se Rosa pegasse minha cerveja e começasse a beber. “Não estou prestes a perder os melhores agentes que já tive. Sou eu quem merece todo o crédito por vocês.” Ele resmunga e para ao lado de Katelyn, colocando o braço em volta dela. “Prazer em finalmente conhecê-la, querida. Você é tão bonita quanto ela.” Ele diz, apontando para Emily. “O que diabos está fazendo com ele?” Emily e Katelyn sorriem, achando fodidamente hilário. “Chefe.” Katelyn o cumprimenta com um sorriso. “Estou feliz que deu certo e pôde vir também.” “Bem, como eu disse, não perderia meus melhores agentes. Fui eu quem os achou. Ninguém mais vai tê-los. Além disso, o chefe desse local foi afastado, precisavam de alguém mais… Qualificado.” Ele acrescenta com um sorriso. Ryder e eu grunhimos. “Então, onde está o bolo? Isso é uma festa, não é?” Ele diz rudemente.

“Com certeza.” Katelyn sorri. “Vamos. Deixe-me apresentar meus amigos e familiares.” Emily olha para mim se desculpando, mas tem um sorriso divertido. “Desculpe-me, ele insistiu em vir conosco.” Aposto que sim. Ela se move para me abraçar. “Estou feliz que Katelyn pensou nisso e não o perdemos. Pelo pouco de Charleston que vimos, posso dizer que vou adorar.” Meus olhos se movem para Katelyn enquanto ela anda de braços dados com o Chefe, ainda me sinto em choque. Nós nos juntamos a todos os outros e Katelyn faz as apresentações, apontando para cada casal. “Pessoal, esse é o chefe Reynolds, o chefe de Nick; Ryder, seu parceiro; Emily; e a filha deles, Rosa.” “Ótimo, mais federais, exatamente o que preciso.” Cooper resmunga. “Quem diabos é você? E o que tem contra os federais?” Chefe pergunta, ofendido pelo comentário. “Você é um criminoso?” “Não é bem assim, ele é o xerife aqui.” Explico divertido. E uma boa o que disse. Ele é outra pessoa com quem cheguei a um entendimento, e se não conseguisse essa transferência, provavelmente teria procurado um emprego. “O xerife?” Chefe grita de surpresa. “Bem, inferno, por que não disse isso logo? Deixe-me puxar uma cadeira e ensinar uma coisa ou duas, novato.” Sorrio com o olhar no rosto de Cooper.

“Você pode aprender uma coisa ou duas com Starsky e Hutch aqui.” Diz ele, apontando Ryder e eu. “Starsky e Hutch!” Kolan solta uma risada exagerada. “Puta merda, essa é melhor ainda.” Todo mundo se junta à risada dele, menos Ryder e eu. “Bem, estou feliz que há outra menina doce para adicionar ao grupo.” Julia diz com um sorriso e aponta para Rosa. “E logo haverá outro bebê.” Faith diz, olhando para Katelyn. Puxo Katelyn contra mim, minha mão cobrindo sua barriga. Agora é minha parte favorita do corpo dela. “Agora isso é algo para se alegrar.” Kayla diz e levanta o copo tomando um gole. “Espero que seja um menino.” Interrompe Sawyer. “Estamos começando a ficar seriamente em menor número.” Grace lhe dá uma cotovelada e depois olha para Emily. “Quanto tempo tem Rosa?” “Quinze meses.” “É quase a mesma idade que minha Ella.” Kayla diz, levantando-se. “Vamos. Assumirei você e a apresentarei.” Ela aponta para onde Anna segura a filha no quintal. Grace e Julia seguem. Kolan fica ao lado e puxa Katelyn de mim, dando-lhe um abraço. “Tudo bem, estou fora daqui. Mas você e Starsky têm uma boa festa...Ou você é Hutch?” Ele pergunta, olhando para mim presunçosamente. “Você já está saindo?” Katelyn pergunta tristemente.

“Sim, você me conhece. Isso é entretenimento suficiente por uma noite, mas encontro você amanhã.” “Tudo bem.” Ela murmura, passando os braços em volta da cintura dele. Obrigado por ter vindo. Sei que não é sua coisa.” “Qualquer coisa por você.” “Vai gostar mais depois de se casar.” Digo, sabendo que o comentário ficará sob sua pele. Ele resmunga. “Diria que nunca serei amarrado como você, mas tem sorte de respirar o mesmo ar que minha irmã e muito mais em se casar com ela.” Não posso discutir com ele. Depois de se despedir de todos e agradecer a Faith, ele sai. “Ei, Jameson.” O chefe grita. “Venha aqui e conte a esse cara sobre o caso Lux que acabamos de encerrar.” Sawyer dá um tapa no ombro de Cooper com uma risada, recebe um chute e até oferece uma cerveja para ele. Katelyn se vira, seus braços passam pela minha cintura enquanto olha para mim, e a puxo para perto. “Você está surpreso?” “Muito. Não precisava fazer isso. Não que eu não esteja feliz com isso, mas não era necessário.” Ela encolhe os ombros. “Acho que era. Quero que seja feliz e esteja cercado por todos que se importam com você. Não quero que se sacrifique apenas para ficar comigo.” “Nunca me sacrifiquei quando saí. Só ganhei.” Inclino-me um pouco, a levanto, trago seu rosto ao nível do meu para que possa

beijar seus doces lábios. “Tudo que preciso para ser feliz é você. Então tenho tudo.” Ela me dá um de seus sorrisos bonitos que sempre me derrubam. “Bem, agora tem mais, assim como merece, e nosso bebê terá ainda mais família. Família que se importa. Nós temos um círculo completo, Nick.” Ela está certa, nós temos. Por deixar todos à distância por causa do meu passado, agora sei que algumas pessoas devem ficar por perto. As pessoas neste quintal, novas e velhas, são algumas delas e a garota nos meus braços é a mais importante de todas. Uma garota que nunca poderei viver sem.
Acts of Honor 2 - An Act of Salvation

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