TEMA PARA TCC 3

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Análise comparativa do custo de uma casa unifamiliar nos sistemas construtivos de alvenaria, madeira de lei e Wood Frame Janeiro/2013

Análise comparativa do custo de uma casa unifamiliar nos sistemas construtivos de alvenaria, madeira de lei e Wood Frame Laurilan Gonçalves Souza – [email protected] Master em Arquitetura Instituto de Pós Graduação IPOG Florianópolis, SC, 26 de Abril de 2012 Resumo Novos materias e tecnologias construtivas residenciais com baixo custo incentivaram a realização desse trabalho, cujo foco principal é de se mostrar o menor custo de uma mesma casa no sistema construtivo de madeira de lei, alvenaria e Wood frame na região de Santa Catarina. Mas qual seria o custo total de cada uma destas três técnicas? O presente estudo se dá através da comparação deste custo de construção para uma modelo de casa com 51,00m², com o intuito de demonstrar o custo/beneficio de cada um dos sistemas acima citados. Trabalhou-se com as hipóteses de que cada método e técnica têm seus prós e contras em relação ao custo/benefício e rapidez de cada um. O quadro comparativo demonstra as tecnologias de cada sistema, bem como seu custo e mão de obra. Foi analisada através de pesquisas bibliográficas sobre madeira, bloco cerâmico, Wood Frame e seus métodos de construção. Diante destes, possibilita o conhecimento de custos para cada caso analisado. Palavras-chave: Madeira de Lei. Alvenaria. Wood Frame.

1. Introdução O presente estudo deve ajudar a conhecer melhor os custos dos diferentes sistemas comuns e correntes que existem no mercado da construção civil para a edificação de casas uni e multifamiliares. Um dos sistemas, o Wood Frame que é usado em outros países há muitos anos, mas que somente agora em pleno século XXI é que se tenta um espaço no mercado brasileiro e o seu surgimento no Brasil tornou se possível a partir do momento em que se instalou uma unidade de fabricação dos materiais para este fim, na cidade de Curitiba - PR e que produz os materiais a um preço competitivo no mercado da construção civil. Este grupo formado por 50 (cinquenta) empresas de 05 (cinco) estados brasileiros tem pretensão de divulgação e implantação do uso da tecnologia Wood frame no Brasil e defende que a técnica traz benefícios para o meio ambiente. (GAZETA, 2010). Nas construções brasileiras há o predomínio do uso da alvenaria, seja ela em tijolo cerâmico ou concreto. Não diferente, em Santa Catarina há também esta clara preferência devido ao pouco conhecimento de outros possíveis sistemas construtivos.

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Percebe-se, portanto que um dos problemas enfrentados no Brasil é a questão de uma boa moradia uni familiar com custo acessível. Diante de tal situação, levantou-se a hipótese de que pouco se busca e ou se conhece sobre soluções alternativas à alvenaria. Portanto este estudo tem como meta avaliar através de análise comparativa dos custos de uma mesma casa uni familiar de 51,00m² nos três sistemas de construção: Sistema Madeira de Lei (Angelim pedra), Alvenaria (Tijolo de barro), e Wood Frame (Perfil de madeira leve). Através desta análise, pretende-se chegar a indicações para cada sistema de construção em termo de qualidade, rapidez da obra e com a melhor relação custo benefício. É importante conhecer estes três sistemas construtivos para informar corretamente o cliente sobre os preços, vantagens e desvantagens dos sistemas em questão.

2. Descrições dos sistemas a comparar:

2.1 Casas de madeira encaixada pré-fabricada (Madeira de Lei) Este sistema é o mais amplamente divulgado e conhecido no Brasil. O material usado é madeira de lei oriunda de nossas florestas da Amazônia. Hoje em dia, a maioria é extraída a través de manejos florestais sustentáveis e com o aval do IBAMA. Quando aqui se fala de casas pré-fabricadas subtende-se automaticamente este tipo de construção. Estas casas são normalmente de parede simples de 03 (três) até 06 (seis) cm de espessura em tábuas macheadas, com a largura de 14 cm múltiplo de 210 cm que é a altura do topo da porta. Elas estão ancaixadas lateralmente em pilares de 12 x 12 cm ou até mais. As tábuas não são pregadas para poderem ficar flutuando, podendo compensar assim o encolhimento e dilatamento, conforme a umidade do ambiente. Como estas casas têm somente uma parede e relativamente fina, esta construção adapta-se muito bem em nosso clima subtropical/tropical, mas não é recomendável em localidades de clima muito frio.

2.2 Casas de alvenaria (tijolos cerâmicos)

No entender de Martins: Alvenaria é o sistema construtivo de paredes e muros, ou obras semelhantes, executadas com pedras naturais, tijolos ou blocos unidos entre si com ou sem

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argamassa de ligação, em fiadas horizontais ou em camadas parecidas, que se repetem sobrepondo-se sobre as outras, formando um conjunto rígido e coeso. (MARTINS, 2009, p. 03).

A alvenaria convencional é formada por pilares, vigas e lajes de concreto, sendo que os vãos são preenchidos com tijolos cerâmicos para vedação. Neste caso, o peso da construção é distribuído nos pilares, vigas, lajes e fundações e, por isso, as paredes são conhecidas como “não-portantes”. Para a construção de elementos como pilares e vigas são usados aço estrutural e formas de madeira. Depois da construção das paredes, é preciso “rasgá-las” para embutir as instalações hidráulicas e elétricas. Em seguida, deve ser iniciada a etapa de revestimento, caracterizada pela aplicação do chapisco, massa grossa, massa fina e pintura. (http://www.fkcomercio.com.br/alvenaria_convencional.html). No Brasil, a construção civil ainda é predominantemente em alvenaria caracterizada pela baixa produtividade e principalmente pelo grande desperdício. Porém, o país já começa a dominar a tecnologia de obras industrializadas, tanto na área industrial quanto na residencial, possibilitando a execução de construções com rapidez e qualidade. 2.3 Casas em “Wood Frame” (estrutura leve de madeira) Construções em “Wood frame” é o método predominante para construir casas e apartamentos nos Estados Unidos. É utilizado naquele país também para construção de edifícios comerciais e industriais, que podem alcançar até cinco andares. Casas “Wood frame” são econômicas e ótimo isolamento térmico que proporciona o máximo conforto. Além disso, este sistema de construção permite estilos de arquitetura dos mais variados e tradicionais à arquitetura futurística. Dentro do sistema Wood frame distingue-se ainda dois tipos clássicos de construções, o “Platform frame” e o “Balloon frame”. No primeiro tipo se ergue um andar e se cobre formando uma plataforma, sobre esta se constrói o próximo andar e assim por diante. É o sistema atualmente mais usado, e que vamos contemplar. A madeira após sua decadência na arquitetura monumental, cedendo lugar ao ferro, aço e concreto, teve aplicação em uma escala imensa na arquitetura vernácular americana como resultado deste sistema. O método tradicional de poste e viga requeria

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madeiras muito pesadas (de grande seção) e considerável habilidade de carpintaria na lavração da madeira. Com o sistema Wood frame era requerido apenas habilidades elementares para fixar por pregação apenas peças leves de madeira de dimensões padronizadas. Este sistema versátil e simples tornou-se a maneira de fazer casas na América do Norte, mesmo naquelas com lâmina de tijolos nas paredes externas em lugar do fechamento em madeira. O segundo tipo tem montantes que vão do solo até o telhado do segundo andar. Este sistema é menos usado, sendo restritivo para a altura da construção. O sistema plataforma se originou do sistema Balloon frame. O fato de o Platform frame ter se tornado altamente padronizado e somado a sua simplicidade, tem feito com que ele seja muito mais

usado

do

que

o

próprio

sistema

“Balloon”

ao

qual

vem

substituindo.

(http://www.usp.br/nutau/madeira/paginas/introducao/sistema.htm). As estruturas de madeira ou aço em conjunto com as placas estruturais LP OSB Home permitem a construção de edificações leves tão resistentes quanto às de concreto. Extremamente flexível, o Sistema permite a utilização de qualquer tipo de acabamento exterior e interior, pode ser aplicado em qualquer estilo arquitetônico e é indicado tanto para edificações unifamiliares de pequeno ou médio porte como para construções multifamiliares e com altura de até cinco pavimentos. (http://www.lpbrasil.com.br/aplicacoes/aplicacoes-nacontrucao-ces.asp).

3. O homem e a construção civil Historicamente o homem sempre foi capaz de grandes construções e continua crescendo e evoluindo suas técnicas em obras monumentais e grandiosas, obras imponentes e que demonstram resistir ao tempo, desafiando a gravidade, para deixar para as futuras gerações uma rica herança. Porém houve um “estacionamento” sobre determinadas técnicas e uso de determinados materiais para construção civil, principalmente para as residenciais. Faz-se urgente a revisão e conhecimento de novas técnicas construtivas a fim de modernizar este setor, oferecer qualidade e facilitar a aquisição de moradia de forma universal. Observa-se no Brasil o predomínio do uso da alvenaria, seja ela em tijolo cerâmico ou concreto, apesar da baixa produtividade e principalmente pelo grande desperdício e resíduos deixados quando utilizada esta técnica. Mesmo assim, nota-se que um dos maiores problemas

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enfrentados é a questão de uma boa moradia unifamiliar com custo acessível. Diante de tal situação, levantou-se a hipótese de que pouco se busca e ou se conhece em soluções alternativas à alvenaria. Esta falta de informação e de interesse por meios e técnicas construtivas alternativas em relação ao convencional acaba gerando uma insegurança na escolha, pois é uma situação que envolve valores altos haja vista as dificuldades da grande maioria da população em adquirir sua casa própria.

4. Madeira de Lei O uso da madeira como pilares e vigas foi descoberto ainda na pré-história e em muitas civilizações ainda antes do fogo. Cada civilização individualmente teve sua importância na utilização da madeira na construção. Em cada uma delas, seu uso na arquitetura se deu de forma diferente, devido ao clima e condições do terreno que determinaram um método a ser usado. Logo, cada localidade com os seus tipos de árvores, adaptou suas necessidades ao que lhe era disponível. A madeira era utilizada como principal elemento construtivo ou combinada com outros materiais como: o barro, a palha, a pedra, o ferro e outros. Com a disponibilidade e facilidade de ser trabalhada, os primeiros barcos surgiram dela, assim como também para fabricação de utensílios domésticos, ou de trabalho, móveis, esculturas, etc. No Brasil, a enorme variedade de espécies de árvores permitia inúmeras utilidades: tinta, canoas, vigas, pilares, armas de caça, instrumentos musicais e instrumentos de trabalho pelos índios, únicos habitantes em terras brasileiras até a chegada dos portugueses. A partir de então, passou a extração da madeira a ser a principal atividade econômica, logo se tornando o principal produto de exportação. (http://www.arq.ufsc.br/arq5661/Madeiras/historia.html). A arquitetura inicial era basicamente feita com madeira, nas formas e estilos europeus e utilizando as técnicas indígenas locais, o que explica a enorme miscigenação arquitetônica no período colonial. Com o tempo, a extração da madeira além de servir como produto de exportação, servia também como matéria prima para a produção de energia, o que fez com que a devastação fosse bem mais acentuada. A madeira deixou por um bom tempo de ser utilizada nas construções, para ser queimada nas embarcações que passavam pelo litoral brasileiro. Na arquitetura ficou rebaixada à estrutura, e as casas tendo o adobe e a taipa, como revestimento. Como se pode ver, a madeira esteve sempre muito relacionada com a

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colonização, tanto que o nome do país se deu por causa da madeira que produzia os pigmentos, o Pau-Brasil. Em 1680, a Corte Portuguesa com intuito de preservar madeiras brasileiras, baixou uma lei protegendo as espécies mais fortes e resistentes, que só poderiam ser extraídas com autorização do governador, surgindo então o termo Madeira de lei, principalmente das matas situadas nas regiões de Pernambuco, Alagoas e sul da Bahia. Algumas espécies ali encontradas eram importantes para a construção de navios de guerra e mercantes portugueses. (http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA78EAF/madeira-lei). A falta de profissionais formados e qualificados para este sistema desacreditam as construções em madeira levando a um preconceito na qualidadeda construção. Construções com este material é comum ouvir falar: “casa de madeira, é fraca”, isso demonstra a o alto desconhecimento do asssunto. Testes realizados em laboratórios apontam o bom desempenho do material em itens como durabilidade, resistência, conforto térmico e acústico. Observadas as questões de projeto, de tratamento adequado e de manutenção, são moradias previstas para 50 anos ou mais. (FARIA, 2009). Outro aspecto importante e desconhecido pela sociedade refere-se à questão ecológica, ou seja, quando se pensa no uso da madeira é automático para o leigo imaginar grande devastação de florestas. Consequentemente, o uso da madeira parece representar um imenso desastre ecológico. No entanto, é esquecido que, em primeiro lugar, a madeira é um material renovável e que durante a sua produção (crescimento) a árvore consome impurezas da natureza transformando-as em madeira. A não utilização da árvore depois de vencida sua vida útil devolverá à natureza todas as impurezas nela armazenadas. Em segundo lugar, não se deve esquecer jamais que a extração da árvore e o seu desdobro são um processo que envolve baixíssimo consumo de energia, além de ser praticamente não poluente.

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Figura 1 – Detalhe da montagem do sistema Madeira de Lei Fonte: Laurilan Gonçalves Souza (2012)

4.1 Vantagens e desvantagens do uso da Madeira de Lei

VANTAGENS Elevada resistência mecânica Custo médio Isolante dielétrico (isolante de eletricidade) Baixa condutibilidade térmica Grande diversidade de espécies Boa elasticidade e de fácil corte nas dimensões exigidas Material natural renovável e de fácil obtenção

DESVANTAGENS Higroscopiscidade Resistência unidirecional Retratilidade Heterogeneidade na estrutura Limitação dimensional Anisotropia (estrutura fibrosa, propriedade direcional)

Figura 2 – Tabela de vantagens e desvantagens do sistema Madeira de Lei Fonte: Laurilan Gonçalves Souza (2012)

Considerando os inconvenientes do uso da madeira, entende-se o motivo pelo qual se optou pelo aço e concreto armado. Porém, processos de modernização e aperfeiçoamento no tratamento e manuseio da madeira permitem atualmente anular estas características negativas,

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fazendo com que ainda seja um material de muito bom resultado nas edificações.

5. Alvenaria A alvenaria é tão antiga como a história da arquitectura, iniciada com as primeiras civilizações, cerca de 9000 a 7000 a.C., tendo surgido como uma técnica de construção. Foi a simplicidade do seu conceito (colocar uma pedra sobre outra) que permitiu a sobrevivência dos recém-sedentários, naturalmente que aperfeiçoando materiais e tecnologias ao longo dos tempos.

(http://www.ruadireita.com/servicos-construcao/info/alvenaria-um-servico-de-

construcao-civil-com-10-000-anos/#ixzz1rrDlLiP6%29). No início do século XX a construção em alvenaria perdeu a condição de principal estrutura suporte, com o surgimento de edifícios em grandes alturas, mantendo, porém, sua supremacia em edifícios de um e dois pavimentos. Ressurgiu na Europa e EUA na década de 60 com o desenvolvimento do PCAE (processos Construtivos de Alvenaria Estrutural) para edifícios multipavimentos. No entanto, não perdeu a condição de principal material para vedação dos edifícios,

principalmente

vedação

externa.

(http://tgp-mba.pcc.usp.br/TG-004/TG004-

AULA%202B.pdf). Atualmente, a alvenaria é a técnica mais utilizada para o fechamento de paredes de edifícios, muros a monumentos, sendo os blocos mais vulgares de cerâmica e de betão. A qualidade dos materiais empregados, as incorreções ao nível da concepção e as deficiências na execução, são responsáveis por anomalias nas edificações que causam além de aumento de custo, tempo de execução e desgaste da obra. Trata-se de desempenhos não compatíveis com a importância funcional e econômica da alvenaria e compromete o resultado esperado nesta técnica construtiva. No Brasil, o sistema convencional ainda impera devido a forte cultura construtiva brasileira e a maior necessidade de planejamento no caso de outros métodos construtivos. Os dois tipos de blocos cerâmicos mais utilizados são: Blocos de vedação destinados à execução de paredes, com capacidade de suportar seu peso próprio e pequenas cargas, geralmente utilizados com os furos na horizontal, e o bloco estrutural ou portante, que além de exercerem função de paredes, podem ser utilizados em edificações podendo substituir pilares e vigas de

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concreto devido a sua elevada resistência mecânica. Para vedação, o bloco cerâmico mais utilizado é o de 06 (seis) e 08 (oito) furos.

Figura 3 – Montagem de paredes do sistema convencional em alvenaria Fonte: http://ambientalle1.blogspot.com.br/

5.1 Vantagens e desvantagens do uso da Alvenaria

VANTAGENS Bom isolamento térmico e acústico Boa estanqueidade à água Excelente resistência mecânica e ao fogo Durabilidade superior a qualquer outro material Facilidade de produção por montagem ou conformação Facilidade e baixo custo dos componentes Excelente versatilidade e flexibilidade

DESVANTAGENS Mão de obra especializada Baixa produtividade na execução Elevada massa por unidade de superfície Domínio técnico centrado na mão de obra executora Necessidade de materiais adicionais para ter a textura lisa Deficiente na limpeza e higienização “Desconstrução” (quebradeira de parede em caso de reparos na rede hidrossanitária) o que gera desperdício

Ótima aceitação pelo usuário e sociedade Figura 4 – Tabela de vantagens e desvantagens do sistema de Alvenaria Convencional Fonte: Laurilan Gonçalves Souza (2012)

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Sendo a alvenaria de bloco cerâmico, a estrutura de vedação mais popular utilizada no Brasil, levando em consideração o alto índice de carência em habitação neste país juntamente com a maior desvantagem deste tipo de técnica, que é o tempo de execução, tem-se a ideia de que este sistema não seria o mais adequado para a situação brasileira. Não somente por esta razão, pois o peso da edificação neste caso é o mais elevado em comparação aos 02 (dois) outros materiais aqui estudados. Logo mais adiante, este estudo mostrará em termos de custo em que posição fica a alvenaria convencional comparada às técnicas de Madeira de lei e Wood frame. 6. “Wood Frame” O termo Wood frame refere-se a uma técnica de construção de edifícios muito usada em diversos países do mundo, em especial no continente norte americano e no norte da Europa. O principal material estrutural do sistema é a madeira. Aplicada em forma de perfis montantes com duas polegadas de largura com seção que pode variar de 04 (quatro) a 12 (doze) polegadas. As primeiras casas em madeira transportadas para o local de montagem que temos notícia surgiram ainda no período colonial, como os casos das casas pré-fabricadas em 1578 levada da Inglaterra ao Canadá e o da Great House, construída por Edward Winslow em 1624, levada da Inglaterra até Massachussets e depois remontada em outros lugares. No entanto, nesse período, apesar de já demonstrar facilidades importantes, as casas préfabricadas eram ainda casos pontuais. Somente com a Revolução Industrial e com a expansão nos EUA é que os sistemas pré-fabricados ganham impulso. O espaço entre os elementos de madeira, encaixados entre si em posições horizontais, verticais ou inclinadas, era então preenchido por argamassa e pedras ou tijolos. Naqueles anos, a população do país multiplicou-se por dez, sendo necessário recorrer aos materiais disponíveis localmente e a métodos práticos e céleres que permitissem aumentar a produtividade na construção de novas habitações. Este tipo de sistema construtivo com estrutura em madeira á usualmente designado por Wood frame. A madeira passou a ser utilizada então como principal elemento estrutural dos edifícios e assim permaneceu até hoje. O método Wood frame, que consiste em um esqueleto de ripas de madeira, foi possível a partir de inovações nas maquinarias e serrarias mecânicas, que permitiram obter secções de madeira muito finas e com maior rapidez. Desse modo, a introdução de técnicas industrializadas permitiu uma construção mais

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barata, capaz de ser facilmente montada e desmontada, substituindo o emprego dos carpinteiros por mão de obra não especializada. (http://www.futureng.pt/origens). Com a colonização da América, os povos do norte da Europa levaram consigo os seus conhecimentos de marcenaria e carpintaria tendo à sua disposição abundantes recursos florestais. Cidades inteiras eram construídas com estruturas em madeira, usando elementos de grande seção. Disponível no Brasil há 14 anos, só agora começa a se disseminar, sobretudo em regiões com boa oferta de madeira reflorestada, como o Paraná e o Espírito Santo. “Se pretendemos melhorar o clima e cuidar da natureza, é imprescindível passarmos a usar matéria-prima renovável e industrializar os processos”, avalia Caio Bonatto, da fornecedora Tecverde, que cita como vantagens a reduçãode 80% das emissões de CO2 durante aconstrução e de 85% dos resíduos do canteiro. O tempo de obra é ao menos 25% menor que na alvenaria comum. A oferta de mão de obra, ponto crítico nos vários sistemas do gênero, é melhor neste caso, em que

as

paredes

são

montadas

na

fábrica

e

levadas

prontas

para

a

obra.

(http://casa.abril.com.br/materia/obra-seca-e-rapida-conheca-sistemas-construtivos-muitoeficientes). Segundo a LP Brasil Building Products, em entrevista a revista Téchne, apesar de o Wood frame ser utilizado em outros países, a atual norma brasileira NBR 7190:1997 Projeto de Estruturas de Madeira - não apresenta critérios muito apropriados para o dimensionamento dessas estruturas leves, pois considera em suas especificações dimensões mínimas para elementos estruturais considerando-se a segurança de estruturas isostáticas e de treliças. Assim, é necessário observar normas de outros países nesse dimensionamento (...) (http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/161/imprime182186.asp). No Brasil, o que barra o crescimento das técnicas alternativas é a sua tímida divulgação e muita insegurança quanto ao sistema, justamente por falta de conhecimento da técnica, por falta da normatização e da mentalidade de que o uso da madeira gera o desmatamento e consequente desastre ecológico.

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Figura 5 – Detalhe da montagem de paredes em Wood frame Fonte: http://giem.ufsc.br/upload/20090417153433.pdf acessado em 18.04.2012

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6.1 Vantagens e desvantagens da técnica Wood Frame

VANTAGENS

DESVANTAGENS

Obra seca e limpa gera menos resíduos

Mão de obra especializada

Pré-construção em ambiente industrializado reduz tempo da obra Utiliza madeira de reflorestamento, única matéria prima renovável na construção civil; Sustentabilidade, rapidez e limpeza da obra, durabilidade e eficiência das construções Estabilidade do preço da matéria prima

Altura das edificações de no máximo 5 pavimentos Baixa oferta de mão de obra especializada Baixa oferta de ferramentas específicas Resistência do mercado (preconceito da sociedade)

à

mudança

Flexibilidade de projeto Conforto e resistência Figura 6 – Tabela de vantagens e desvantagens do sistema Wood Frame Fonte: Laurilan Gonçalves Souza (2012)

A prática do sistema Wood frame no Brasil depende quase que exclusiva do conhecimente da técnica, pois visto que, além das poucas desvangatens em relaçào aos demais sistemas (Alvenaria e madeira de lei) trata-se de uma construção de casas de madeira de alta tecnologia, qualidade, velocidade, flexibilidade, conforto térmico e acústico e com preço competitivo. Portanto a divulgação e conscientização da população em relação às técnicas e materiais podem mudar a realidade brasileira em termos de habitação. 7. Comparando os custos de uma obra de 51,00m² nos 3 (três) sistemas analisados

Fase

Técnica

Madeira de Lei

Alvenaria

Wood Frame

Projeto completo

R$ 5.505,00

R$ 5.505,00

R$ 5.505,00

Mão de obra

R$ 7.650,00

R$ 15.300,00

R$ 9.180,00

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Material

R$ 46.449,00

R$ 38.015,00

R$ 34.388,00

Total em R$/m²

R$ 59.604,00

R$ 58.820,00

R$ 49.073,00

Total em m²

R$ 1.168,00

R$ 1.153,00

R$ 962,00

Total em %

113,6%

112,5%

100%

Figura 7 – Comparativo de custos entre os sistemas estudados Fonte: HOLZHAUS ARQUITETURA (2012)

Figura 8 – Planta Modelo para os três sistemas Fonte: Laurilan Gonçalves Souza (2012)

8. Conclusão O uso de técnicas e materiais alternativos na construção civil que possam vir a competir ou mesmo substituir as técnicas convencionais pode servir de apoio e solução para casos como no Brasil, onde há um déficit habitacional e com condições precárias de habitação apesar de

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ser um país com grande potencial florestal. Aqui, diferentemente dos países norte-americanos, europeus e Japão predomina o preconceito em relação à madeira, por exemplo. Estas inovações na construção civil podem inclusive levar o Brasil a competir com estes países mais desenvolvidos, desde o processo tecnológico da matéria prima até seu desempenho final e custo beneficio ao usuário. Como estes sistemas alternativos permitem uso conjugado de diversos tipos de materiais e soluções racionalizadas, torna-se possível a flexibilidade de projeto na grande maioria das obras. Essa flexibilidade torna a edificação interessante, pois possibilita o uso de determinado material localmente encontrado, tornando a obra mais barata e mais rápida, bem como tornar competitivo o sistema, o que seria o caso no Brasil com todo seu potencial madeireiro. Bem como se esperava, cada técnica e material tem seus prós e contras, não só em relação a custos, mas também em relação à trabalhabilidade, disponibilidade local da matéria prima, mão de obra para cada caso, tempo de execução, durabilidade e ao final, também o gosto do cliente. A análise comparativa nos mostra que o sistema em Alvenaria e Madeira de lei referente a custo total, são praticamente iguais, de maneira que a decisão final baseada na preferencia por Alvenaria ou Madeira de lei caberá ao cliente. A disponibilidade da mão de obra respectiva também influenciará para a escolha de um ou outro sistema de construção. Já o sistema Wood Frame, mesmo que de forma tímida no Brasil, pode ser considerada a melhor opção a ser adotada, pois este sistema mostra uma clara vantagem em termo de custo sobre os outros 2 (dois) sistemas considerados. Este fato vai influenciar sem dúvida a escolha do cliente, ainda mais quando se considera as outras vantagens que apresenta o sistema Wood frame, quando comparado com os demais. Logo, se faz necessário que haja certo empenho das empresas envolvidas e donos das técnicas na conscientização da sociedade e dos profissionais do ramo, para que a aceitação destes novos sistemas se torne realidade e tragam resultados positivos quanto à utilização da matéria prima, que é a madeira nas construções brasileiras.

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Referências

FARIA, R. Industrialização econômica. Revista TÉCHNE n°. 136 Julho de 2008.p.2. Disponível em: http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/136/artigo95948-2.asp.

GAZETA. Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/imobiliario/conteudo.phtml?id=1224807. Acesso em: 13 Abr 2012. IMPORTÂNCIA HISTÓRICA DA ALVENARIA. Disponível em: mba.pcc.usp.br/TG-004/TG004-AULA%202B.pdf). Acesso em: 06 Abr 2012.

(http://tgp-

MARTINS, João Guerra. Alvenarias – Condições Técnicas de execução. 2009. Pág. 03. http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA78EAF/madeira-lei. Acesso em: 06 Abr 2012. http://www.gazetadopovo.com.br/imobiliario/conteudo.phtml?id=985834. Acesso em: 12 Abr 2012. http://www.usp.br/nutau/madeira/paginas/introducao/sistema.htm. Acesso em: 12 Abr 2012. SERVIÇOS CONSTRUÇÕES, Disponível em: http://www.ruadireita.com/servicosconstrucao/info/alvenaria-um-servico-de-construcao-civil-com-10-000-anos/#ixzz1rrDlLiP6. Acesso em: 12 Abr 2012.

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http://www.lpbrasil.com.br/aplicacoes/aplicacoes-na-contrucao-ces.asp. Acesso em: 12 Abr 2012. http://www.arq.ufsc.br/arq5661/Madeiras/historia.html. Acesso em: 12 Abr 2012. http://www.fkcomercio.com.br/alvenaria_convencional.html. Acesso em: 12 Abr 2012. http://www.futureng.pt/wood-framing. Acesso em: 16 Abr 2012. http://www.stamade.com.br/artigos/publ02_revista_techne148.pdf. Acesso em: 16 Abr 2012. http://www.futureng.pt/limitacoes-do-lsf. Acesso em:16 Abr 2012. http://www.ppgcc.ufpr.br/dissertacoes/3d0032.pdf. Acesso em: 17 Abr 2012 http://www.cecc.eng.ufmg.br/trabalhos/pg1/Sustentabilidade%20na%20Constru%E7%E3o% 20CivilL.pdf. Acesso em: 18 Abr 2012. http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/161/imprime182186.asp. Acesso em: 18 Abr 2012. http://ambientalle1.blogspot.com.br/. Acesso em:18 Abr 2012 Anexos

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