AULA.02.VIOLENCIA NA CULTURA

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Tópicos avançados: violência na contemporaneida de Aula 02: A violência na cultura

Tópicos avançados: violência na contemporaneidade | aula 02 | Violência na cultura Prof. Ms. Christopher Rodrigues Anunciação

O que é violência? • O problema ético • A ética está baseada no princípio da autonomia (autós – si mesmo; nomia – regra, norma), ou seja, aquele que consegue dar a si mesmo as regras e normas de sua atuação. • A ética para os gregos estava ligada a formas de vida, cuidados de si e estéticas de existência que possibilitassem a vida na pólis • Ética x Moral: a heteronomia social produz um conflito entre os princípios éticos individuais e a moral social

CHAUÍ, M. Sobre a violência. In: Escritos de Marilena Chauí – volume 5. Ed. Autêntica. 2015. p 29-50

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O que é violência? • A política • A política como forma de governo surge na Grécia e em Roma como forma de lidar com os problemas da pólis, ou seja, da coletividade; • “A política foi inventada quando surgiu a figura do poder público, por meio da invenção do direito e da lei (isto é, a instituição dos tribunais) e da criação de instituições públicas de deliberação e decisão (assembleias e o senado)” (p. 31). • Invenção da lei e do direito • Invenção da cidadania

CHAUÍ, M. Sobre a violência. In: Escritos de Marilena Chauí – volume 5. Ed. Autêntica. 2015. p 29-50

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O que é violência? • A política • O surgimento da democracia e da república como formas de governo • Princípios da isonomia e isegoria • Formação do Senado, do patrício e da plebe

• O papel da revolução burguesa • • • • •

Divisão dos três poderes Direitos individuais e direitos sociais Os problemas coletivos versus o individualismo liberal Liberdade, Igualdade, Fraternidade A democracia como questão de eficácia: eliminação dos radicalismos e das contradições

CHAUÍ, M. Sobre a violência. In: Escritos de Marilena Chauí – volume 5. Ed. Autêntica. 2015. p 29-50

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O que é violência? • A política • Necessidade, carência e privilégio: oposições e distensões da noção de sujeito de direitos • O direito a vida • “Dizemos, então, que uma sociedade – e não um simples regime de governo – é democrática quando, além de eleições, partidos políticos, divisão dos três poderes da república, respeito à vontade da maioria e das minorias, institui algo mais profundo, que é condição do próprio regime político, ou seja, quando institui direitos e essa instituição é uma criação social, de tal maneira que só há democracia com a ampliação contínua da cidadania” (p. 35) CHAUÍ, M. Sobre a violência. In: Escritos de Marilena Chauí – volume 5. Ed. Autêntica. 2015. p 29-50

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O que é violência? • A violência • “A violência é a presença da ferocidade nas relações com o outro enquanto outro ou por ser um outro, sua manifestação mais evidente se encontra na prática do genocídio e na do apartheid” (p. 36)

• Violência simbólica, física e psicológica • O campo de concentração como modelo na contemporaneidade (G. Agamben)

CHAUÍ, M. Sobre a violência. In: Escritos de Marilena Chauí – volume 5. Ed. Autêntica. 2015. p 29-50

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O que é violência? • O mito da não violência brasileira • Documentário: Guerras do Brasil (netflix)

CHAUÍ, M. Sobre a violência. In: Escritos de Marilena Chauí – volume 5. Ed. Autêntica. 2015. p 29-50

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O que é violência? • O mito da não violência brasileira • Segundo Chauí, o mito da não-violência brasileira se alimenta da crença de que o brasileiro é um ser não-violento, amoroso, sensual, gentil, acolhedor; • Para a autora, esse mito é propagado na historiografia brasileira e principalmente por Gilberto Freire em Casa-grande e Senzala; • Para Jessé Souza, a nossa fantasia de Brasil é tributária, fundamentalmente, da obra de Sérgio Buarque de Holanda (o homem cordial) CHAUÍ, M. Sobre a violência. In: Escritos de Marilena Chauí – volume 5. Ed. Autêntica. 2015. p 29-50

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O que é violência? • O mito da não violência brasileira

• O que sustenta o mito da não-violência brasileira são basicamente cinco mecanismos: • Exclusão – os que cometem violência são menos brasileiros ou não fazem parte de nossa nação; • Distinção – uma explicação entre o essencial e o acidental, colocando a violência como um acontecimento efêmero, uma epidemia ou uma onda passageira;

• Jurídico – a violência fica circunscrita ao campo da delinquência, do assassinato e da violação da propriedade privada. Nós X eles. Mocinhos e bandidos • Sociológico – anomia causada pela migração ou o fim da escravidão produziriam o fenômeno violento através de atos isolados que marcam apenas a “transição de um período” na sociedade brasileira • Inversão do real – a produção de máscaras que visam dissimular comportamentos violentos como o machismo, homofobia, sexismo, xenofobia, etc

CHAUÍ, M. Sobre a violência. In: Escritos de Marilena Chauí – volume 5. Ed. Autêntica. 2015. p 29-50

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O que é violência? • O mito da não violência brasileira

• Entrevista com Marilena Chauí https://www.youtube.com/watch?v=R0YvaTEOiJQ

CHAUÍ, M. Sobre a violência. In: Escritos de Marilena Chauí – volume 5. Ed. Autêntica. 2015. p 29-50

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O que é violência? • Contribuições da psicanálise ao debate da violência: • A sociedade ocidental teria surgido de um ato violento, segundo Freud, que foi o parricídio do pai da horda (psicologia das Massas; Totem e Tabu) • A não-violência não é uma escolha deliberada na neurose, mas uma escolha imposta pela castração (primeira tópica) e sustentada pelo mecanismo superegóico (segunda tópica) • O supereu, ao mesmo tempo que tem o papel de censura dos impulsos violentos, por exemplo, é a instância psíquica responsável por nos tornar tiranos com o outro, através da imposição de nossas próprias concepções morais, visões de mundo ou ideologia política. É a forma como Freud compreendeu o totalitarismo, por exemplo • Os mecanismos que sustentam o mito da não-violência do brasileiro, segundo Chauí, assemelham-se aquilo que Freud nomeou como “O inquietante” (Das Unheimliche)

CHAUÍ, M. Sobre a violência. In: Escritos de Marilena Chauí – volume 5. Ed. Autêntica. 2015. p 29-50