2- The Fae Warrior

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Dois guerreiros Faes, uma missão perigosa e uma química que poderá inflamar seu amor ou queimar seu reino até o chão...

Keaton pode ter sangue azul correndo em suas veias, mas ele é mais feliz cuidando de sua fazenda do que navegando na politica da corte real. A paz e o contentamento preenchem seus dias, e ele deseja encontrar uma esposa doce e solidária para começar a sua própria família.

Rainie tem mais experiência em matar homens do que namora- los. Como capitã da guarda Imperial, ela deve trabalhar duro para que as pessoas vejam além de sua impressionante beleza. Claro, sempre há um grunhido que se recusa a respeitar a sua autoridade, mas não têm a chance de cometer esse erro duas vezes.

A Quando a Família Real sofre uma terrível traição, Rainie entra em ação para fazer justiça. Mas a missão pela frente é repleta de perigos, e o Rei Fae tem um pedido impossível: ela deve se unir a um confidente real que é mais adequado para cuidar de gado do que liderar homens. Faíscas voam, a tensão aumenta e logo fica claro que, mesmo diante do grande mal, trabalhar em conjunto pode ser apenas o maior desafio de Rainie e Keaton.

Tradução: Athenna Keepers Revisão Inicial: Isabela Keepers Revisão Final: Daiana Leitura e Conferência: Aysha Keepers Formatação: Annah e Aysha Keepers

Keaton afundou-se na cadeira em que estava sentado no que parecia dias, depois se levantou, sabendo que seria muito fácil adormecer nessa posição. Ainda faltando horas para o sol nascer, ele estava começando a sentir efeitos de pouco sono e muita excitação. O café que estava bebendo também não estava ajudandoo a ficar acordado, mas estava começando a fazer seu corpo. Parecer que estava vibrando, e seu estômago doía.

Ele olhou para onde Reese estava sentado em uma cadeira semelhante à dele, sua cabeça balançando com exaustão também, e não se sentia tão mal. Ambos tiveram alguns choques nos últimos dias, e ia levar algum tempo para digerir tudo o que tinha acontecido. O casamento de Colin com um Fae comum e sua súbita transformação em um completamente diferente, embora melhor, o homem era um dos maiores.

Mas não foi por isso que todos estavam reunidos na biblioteca do castelo com o rei e a rainha de Ballantine, embora ele tivesse certeza de que o assunto surgiria eventualmente. Um príncipe Fae não podia apenas se casar com um plebeu; era contra a lei, e todos os ditames sociais. Colin não parecia se importar se isso lhe custaria à coroa, mas Keaton imaginou se ele ainda se sentiria da mesma maneira daqui a um ou dois anos. Claro, se as coisas continuassem.

Indo do jeito que estavam, pode não haver uma coroa com que se preocupar.

Ele nunca sonhou que, quando ele veio aqui duas semanas atrás, para conversar com a família real, suas pequenas férias se tornariam uma luta para salvar Ballantine. Mas foi exatamente isso que ele passou as últimas vinte e quatro horas fazendo, e embora a ameaça tenha sido tratada no momento, graças a Darby, o responsável ainda conseguiu desaparecer. Agora estavam todos trancados a portas fechadas, tentando convencer o rei de que seu conselheiro mais próximo, Samuel, era à força da destruição de Ballantine e uma ameaça que não podia ser ignorada.

Começava a parecer que o rei nunca iria acreditar neles quando o ministro das Finanças entrou na sala. Um homem baixo e nervoso, ele parou do lado de fora da porta, olhou ao redor da sala, depois se curvou profundamente para o rei e a rainha. — Qual o significado disso? O rei perguntou. — Dei instruções estritas de que não seríamos interrompidos. — Sinto muito, senhor, mas acabei de descobrir que estão faltando as joias da coroa, disse o homenzinho, depois ficou tremendo por um segundo antes de acrescentar: — Os guardas relatam que Samuel veio e as levou mais cedo nesta noite, supostamente em suas ordens.

Rainie tinha acabado de fechar os olhos depois de um longo dia patrulhando as regiões mais distantes do reino, quando houve uma batida forte na porta da frente. Ela estava fora da cama e saindo do quarto em segundos, a urgência das batidas fazendo seu sangue começar a bombear. Quando ela abre a porta, ela ofegou ao ver seu segundo no comando, Thomas, que estava sangrando na varanda.

Ele abriu a boca, mas nenhuma palavra saiu então ele começou a cair, então ela estendeu a mão e o agarrou. Tropeçando sob o peso dele, ela o puxou para dentro da casa, aliviada quando seu pai apareceu ao seu lado. Juntos, eles o carregaram pelo corredor e entraram na cozinha, sua mãe dando ordens enquanto eles passavam. — Coloque-o sobre a mesa e me traga o kit de primeiros socorros que estão embaixo da pia, disse a mãe, varrendo tudo da mesa com um golpe do braço.

O som de vidro quebrando encheu a sala, acordando o resto da casa. Logo sua mãe estava dando ordens e a cozinha estava cheia de atividades, enquanto a água era fervida e as ataduras eram preparadas. Sabendo que não tinha valor no quarto, ela pegou uma cadeira e sentou-se ao lado de Thomas, que ainda não havia aberto os olhos, mas estava respirando mais normalmente.

Quando ele finalmente abriu os olhos, ele sorriu para ela, mas então seus olhos se encheram de medo e confusão. Ele tentou se sentar, mas Rainie o segurou. — Apenas fique quieto e me conte o que aconteceu.

— Darrel e eu estávamos no cume... Aconteceu tão rápido... Não posso ter certeza de que era ele... Ele disse, depois fechou os olhos e fez uma careta.

Ela olhou para sua mãe, que balançou a cabeça e voltou a limpar as feridas de Thomas. — Está tudo bem; não tenha pressa. Tente começar do começo - ela disse. Thomas respirou fundo, estremecendo. — Eu estava de guarda na cordilheira, naquela árvore velha que todos gostamos de usar.

De repente, senti algo queimando meu braço - ele disse, e prendeu a respiração quando a mãe dela começou a costurar uma ferida no braço dele. — No segundo que eu levei para olhar para o meu braço, outros lugares começaram a arder e então ouvi o zumbido e vi os insetos e picavam como urtigas num enxame em volta de mim, disse ele. — Quando olhei para Darrel, ele estava coberto por eles também e aí pulou da árvore. Eu o ouvi cair no chão e depois pulei. — Mas não temos urtigas aqui, disse ela. — De onde eles vieram? Thomas olhou para ela por um segundo. — Você não vai acreditar em mim. Eu mesmo não tenho certeza se acredito em mim mesmo. Não faz nenhum sentido.

Rainie estava tentando ser paciente, mas ela precisava saber quem tinha feito isso e onde eles estavam. — Eu preciso saber Thomas, mesmo que não faça sentido.

Seus olhos examinaram a sala, então ele sussurrou. — Foi Samuel. Eu o vi, Rainie. Ele estava carregando uma grande caixa de madeira com o selo real e montando o grande garanhão que ele sempre monta.

O rei Alexandre ficou de pé; seu rosto se encheu de raiva. — Onde está Jamison? Ele gritou.

Esquecido o esgotamento, Keaton estava mais acordado do que ficara a noite toda, o que havia sido quase um desastre, de repente, foi ainda pior do que eles imaginavam. As joias da coroa eram mais do que apenas um belo adorno que o rei e a rainha usavam em ocasiões especiais; elas protegeram Ballantine do mundo exterior. Sem elas, o reino e todos os seus habitantes seriam vulneráveis??Aos Invisíveis e seus poderes do mal. O ministro das Finanças parecia que ia desmaiar. — Não tenho certeza, Vossa Graça, mas vou tentar encontrá-lo, disse ele, saindo da sala, com as pernas quase incapazes de segurá-lo.

Quando o rei voltou a sentar-se, a rainha Isabella estendeu a mão e deu um tapinha em seu braço. — Você não deveria ter gritado com Clarence assim, não é culpa dele, disse ela. O rei balançou a cabeça. — Não, é minha por confiar em Samuel, disse ele.

Nesse momento, Jamison entrou correndo pela porta, o rosto sombrio, as roupas amarrotadas e sujas. — Conseguimos restaurar a paz na cidade, mas cerca de metade dos guardas desertou. Eles saquearam a cidade e começaram um incêndio antes de escapar por uma doca que parece ter sido construída esta tarde ao sul do porto.

Houve um longo silêncio na sala. E os guardas imperiais? - perguntou o rei, estreitando os olhos para Jamison. — A maioria dos meus homens permaneceu em seus postos, apesar de termos perdido alguns, disse ele, com o rosto vermelho de vergonha. — Eles desapareceram esta tarde. — Você já ouviu falar das joias da coroa, presumo? - o rei perguntou, encarando o filho mais novo com um olhar que teria murchado qualquer outro homem. — Sim, senhor, e o guarda que o deixou levá-los está nas paliçadas agora, aguardando punição, disse Jamison. Mantendo seu terreno. — Em sua defesa, senhor, Samuel tem acesso total aos cofres há algum tempo.

Keaton assistiu, fascinado a troca entre pai e filho, mas sentiu-se terrível por Jamison. Se ele tivesse escolhido um caminho diferente, poderia ter sido ele parado diante do rei naquele momento, mas ele recusou o posto em favor de seu sonho ao longo da vida. Ele nunca se arrependeu de ter virado as costas para a Guarda Imperial, e essa escolha parecia ainda mais sábia agora. — Hum, bem, sim, suponho que seja verdade, disse o rei. — Mandamos uma equipe de busca para ir atrás dele?

O rosto de Jamison empalideceu. — Bem, senhor, parece que ele escapou para as montanhas. Assumimos que ele tentará passar sobre a passagem. — Isso é impossível, a passagem está fechada há décadas, ninguém poderia passar sobre ela agora, disse o rei. — Deve ser um truque. Jamison balançou a cabeça. — Temos inúmeras testemunhas que o viram cavalgando na direção do desfiladeiro com pelo menos uma dúzia de homens, todos montados e armados, disse ele. — Você alertou a Guarda Alpina? O rei perguntou, levantando-se e começando a andar. — Eles devem ser capazes de detê-lo. — Receio que não tenhamos conseguido alcançá-los, disse Jamison. — Nossas chamadas ficaram sem resposta.

Rainie diminuiu o passo do cavalo, examinando a paisagem ao seu redor, tentando se orientar. Fazia anos desde que ela esteve em Ballantine, e as coisas mudaram muito, mas não o suficiente para ela não notar a destruição da tempestade de alguns dias atrás. Eles o viram rodopiando e cuspindo sobre o porto, mas das montanhas, não parecia tão feroz quanto deveria ter sido.

Quando chegaram ao topo da colina que estavam subindo, viram pela primeira vez Ballantine aninhado no porto, ela parou o cavalo e ficou olhando. Não restava nada do longo cais que ela se lembrava de e, embora a Main Street

parecesse bem, as ruas estavam desertas como se todos tivessem fugido. O medo saltou à vida profundamente dentro dela, e ela deu um chute no cavalo, seus companheiros a seguindo sem necessidade de direção.

Mas quando se aproximaram da cidade, ela começou a ver sinais de vida, guardas subindo e descendo as ruas tranquilas, vizinhos entrando e saindo das casas uns dos outros e pequenos grupos de pessoas consertando suas casas em silêncio. Ainda alarmados, mas não estavam em pânico, eles trovejaram pelas ruas tranquilas até os portões que separavam os membros da realeza dos plebeus.

Ela só foi ao castelo duas vezes: uma vez quando era criança e uma vez em que sua mãe pensara que precisava ir a um baile. Nenhuma das viagens foi muito divertida, e essa também não seria, mas primeiro ela teve que passar pelo guarda do portão, que os encarava com a boca aberta.

Se sua missão não fosse tão séria, ela teria rido da expressão do pobre homem quando pulou do cavalo e fechou a distância entre eles com passos determinados. Ela sabia que Steven e Adam estavam logo atrás dela, e que juntos, eles devem ter feito uma visão assustadora, então ela usou isso para sua vantagem. — Posso ajudar? Ele gaguejou quando ela ficou na frente dele. — Estamos aqui para ver o rei Alexandre e a rainha Isabella, disse ela, olhando para ele. — Hum, bem, eu não deveria deixar ninguém entrar sem um passe, disse o guarda.

Rainie olhou em volta. — Parece que você está aqui sozinho, disse ela. — Você realmente vai tentar nos parar? — Não, acho que não, ele murmurou. — Agradeço sua cooperação, disse ela, montando seu cavalo. — Você teria a gentileza de abrir os portões para nós?

Keaton estava prestes a perguntar quem era a Guarda Alpina quando a porta da biblioteca se abriu repentinamente e três figuras vestidas com longas capas pretas, capuzes sobre a cabeça, entraram a passos largos na sala. Um guarda os perseguia, gritando e tentando detê-los, e ele estava.

Instantaneamente em alerta, seus longos anos de treinamento se iniciando.

Quando os três homens continuaram chegando, ele se levantou e atravessou a sala para proteger o rei e a rainha antes que pudesse pensar no que estava fazendo. Mas Reese e Colin estavam certos com ele, e os três avançaram no grupo, prontos para a batalha, se necessário. — Quem é você e o que você quer? Keaton exigiu, parando a alguns metros do trio. Para sua surpresa, a voz de uma mulher disse. — Vamos passar, precisamos conversar com o rei Alexandre e a rainha Isabella. É uma questão de grande preocupação para o reino. — Remova seus capuzes e se mostre, exigiu Keaton.

Ela estendeu a mão, deslizou o capuz da capa e, por um instante, ele ficou impressionado com a beleza dela. Os olhos verdes dela brilhava com determinação e uma paixão que ele raramente via nos Fae, fazendo seu coração bater um pouco mais rápido e suas mãos ficarem suadas. Mas então ela deu um passo à frente como se quisesse passar por ele, e o feitiço foi quebrado, a realidade da situação o tirando de seu estupor momentâneo. — Não chegue mais perto, disse ele, abrindo os pés e respirando fundo.

Ele deixou a mágica que corria em suas veias reais se agitar, focado nos olhos verdes da mulher e afastou a chama do desejo que ameaçava quebrar sua concentração. Mas não importa o quanto ele tentasse; ele não conseguia penetrar no nevoeiro que parecia proteger seus pensamentos dele. Ele rodopiava ao redor deles, lançando sombras que ele não podia ver.

Determinado a ultrapassar a barreira, ele mudou de tática, procurando um caminho para a consciência dela, mas era bloqueado a cada curva pela densa camada de neblina pesada. Quase ao limite dele, ele saiu da mente dela, tentando não deixar sua frustração aparecer, mas era quase impossível quando ele viu o sorriso presunçoso no rosto dela. — Isso não vai funcionar comigo, disse ela, sorrindo para ele.

Keaton estava perto de recorrer à violência física quando ouviu o rei rindo atrás dele. — Ela está certa. Os Fae guerreiros são imunes ao controle da mente ele disse depois se levantou. Mas isso foi divertido de assistir. Pensei que ele tivesse você por um momento, Rainie.

A mulher caiu em uma profunda reverência e depois se levantou. — Lamento entrar aqui dessa maneira, mas tenho notícias que mal posso esperar pelos canais apropriados.

Keaton olhou da mulher para o rei e voltou. — Você a conhece? Ele finalmente perguntou. O rei sorriu. — Conheço Rainie desde que ela era uma pequena Fae, disse ele. Mas o sorriso desapareceu rapidamente de seu rosto. — É demais para mim esperar que você tenha capturado Samuel? Rainie balançou a cabeça. — Lamento informar que ele matou um dos meus homens e feriu outro gravemente, mas como você sabia? — Acho melhor discutirmos isso durante o café da manhã, disse o rei, olhando para a rainha Isabella, que acenou com a cabeça. — Jamison e Colin, juntem-se a nós e tragam Darby também.

Ele ainda estava parado no mesmo lugar quando a porta se fechou atrás deles, deixando apenas ele e Reese na sala. — Sinto que perdi alguma coisa, disse ele, virando-se para olhar Reese. Ele encolheu os ombros. — Você nunca conheceu um Fae Guerreiro? — Eu nunca soube que havia algo assim, disse ele. — E o que é a Guarda Alpina? Também nunca ouvi falar disso.

Reese olhou para ele em choque. — Como você chegou até aqui na Guarda Imperial sem aprender sobre o Fae Guerreiro e a Guarda Alpina? Keaton estava começando a ficar irritado. — Você já vai me dizer? Ele disse. — Ok, ok, mas acho que precisamos de um café da manhã também. Estou morrendo de fome - disse Reese. — Tudo bem, disse ele, percebendo que estava com fome. — Mas comece a falar. Eu odeio não saber algo que eu deveria. Reese revirou os olhos. — Você não mudou nada, mudou? Ele perguntou. — A Guarda Alpina é um grupo de elite de guerreiros Fae que protegem a passagem da montanha desde que os invisíveis se mudaram para cá séculos atrás. — A passagem pela montanha está fechada há muito tempo, disse Keaton, seguindo Reese para fora da sala. — É por isso que nunca ouvi falar deles? Ele assentiu e Keaton deu um passo ao lado dele. — Mas essa é apenas uma das razões. A Guarda Alpina é nossa defesa final contra os invisíveis, o poder que os derrotará se eles atacarem Ballantine. — Então como Samuel passou por eles? Ele perguntou ainda não tão impressionado. Reese deu de ombros. — Acho que é isso que o tio Alexander quer descobrir.

Depois de comerem o suficiente do bufê de café da manhã. Como sempre foi servido no castelo, eles voltaram para a biblioteca, mas ainda estava vazio. — Sugiro que durmamos enquanto podemos, tio Alexander saberá onde nos encontrar se precisar de nós.

Quando ele chegou ao quarto e olhou para a cama, ele sabia que nunca iria dormir. Tanta coisa havia acontecido nos últimos dias e meio que sua mente estava girando, e ele sabia que precisava resolver tudo. Forçando-se a deitar na cama, ele colocou as mãos embaixo da cabeça e olhou para o teto, traçando mentalmente um caminho através dos eventos que o levaram até aqui.

Quando chegou ao momento em que Rainie abaixou o capuz, as pálpebras estavam pesadas, então ele fechou os olhos e deixou a imagem dela flutuar em sua mente. Ele adormeceu pensando em tirar os alfinetes dos cabelos dela e passar os dedos pelas ondas grossas, depois começou a sonhar com os olhos verdes dela cheios de paixão quando ele a beijou.

Rainie seguiu o rei e a rainha por um corredor dos fundos do castelo, Colin e a mulher que ele chamou de Darby na frente dela, Jamison ao lado dela. Ela ainda estava irritada por ter tido que lutar contra o ataque do homem na biblioteca, mas conseguiu sorrir para sua velha amiga. Fazia anos desde a última vez que Colin e Jamison haviam visitado Rushbrooke, mas ela ouvira falar muito sobre ambos por fofocas da vila.

Enquanto caminhavam, ela notou que o Darby estava brilhando um pouco e se virou para olhar Jamison para ver se ele havia notado. — Ela está brilhando, ela sussurrou. Jamison assentiu, depois ficou com um olhar desagradável no rosto. — Ela enviou o demônio da tempestade de volta ao submundo usando algo chamado Flor da Lua e está fazendo-a brilhar, disse ele. Então se inclinou para mais perto e sussurrou. — Ela é parte bruxa.

Rainie não conseguiu esconder sua surpresa. — Em Ballantine? Eu pensei que as bruxas foram proibidas... Quer dizer, acho que foi bom ela estar aqui, mas... Jamison não parecia que ele concordou. — Colin casou com ela ontem, disse ele. — Keaton realizou a cerimônia mesmo depois que eu disse para ele não fazer. — Ele se casou com ela? Ela perguntou, ainda não acompanhando. — Quem é Keaton? — Foi ele quem tentou entrar na sua cabeça; ele era o melhor amigo de Colin quando eles eram crianças, mas agora ele é apenas um fazendeiro ou algo assim - disse Jamison com desdém. — Ele nem deveria estar aqui. Tenho certeza que papai o mandará embora logo. — Quem era o outro cara? Ela perguntou feliz por não ter que lidar com Keaton novamente.

— Oh, esse é meu primo Reese; ele está bem - disse Jamison. — O que aconteceu aqui, Jamison? - ela perguntou, precisando entender por que Samuel havia fugido. — Perdi um homem bom ontem à noite, e Ballantine parece que estar com problemas. — Samuel tem trabalhado com os invisíveis; seu plano era destruir Ballantine com um demônio da tempestade e depois deixá-los assumir o controle, mas nós o impedimos, disse Jamison, inchando o peito. — Mas ele conseguiu as joias da coroa e metade dos guardas para sair, disse ela, finalmente avaliando a situação. Jamison imediatamente começou a se irritar. — Não é minha culpa que ele tenha as joias da coroa. Samuel entrava e saía daquele cofre o tempo todo. Não há como meu homem saber que ele não deveria levá-los.

Rainie desejou não ter sido tão franca, mas sabia que era sua maldição. Sinto muito, Jamison. — Eu não queria insinuar. — Você deixou escapar, ele atirou de volta para ela.

Suas palavras a atingiram com força, como um soco no estômago, e ela soube naquele instante que sempre seria a capitã da Guarda Alpina que deixava as joias da coroa escaparem. Incapaz de respirar quando o peso do que isso significava a atingiu, ela só pôde dar um passo após o outro até finalmente trazer um pouco de ar aos pulmões. Ela olhou para Jamison, que estava sorrindo triunfantemente para ela, então ela rapidamente desviou o olhar, lembrando agora o quanto ela não gostava dele quando criança.

Para seu alívio, eles chegaram à sala de jantar privada do rei e da rainha e ela foi afastada de Jamison para se sentar.

Ao lado do rei. Quando eles foram servidos, o rei ouviu em silêncio enquanto ela contava sua história, fazendo poucas perguntas, depois pousou o garfo ao lado do prato. — Está claro para mim que precisamos segui-lo, mas devemos ter muito cuidado. Ele está usando magia; isso está claro, ele disse. — Eu não quero mais derramamento de sangue por este homem. Do outro lado da mesa, uma voz calma disse: — O feitiço que ele usou contra os guardas era simples e poderia ter sido bloqueado por um feitiço de proteção.

Todos os olhos giraram do rei para Darby, que estava sentado ao lado de Colin. — E isso é algo que você pode fazer? O rei perguntou seu rosto uma mistura de descontentamento e curiosidade. — Sim, é um feitiço simples que pode ser usado repetidamente, disse ela. — Obrigado, Darby, disse ele, depois voltou-se para Rainie. Quero que você divida seus homens em grupos e deixaremos que Darby use o feitiço dela. — Então quero que alguns viajem e protejam as fronteiras e o resto acompanhem você para rastrear Samuel.

Rainie ficou paralisada por um momento, incapaz de encontrar uma maneira de explicar que o que ele acabara de pedir era impossível. Finalmente, ela

apenas deixou escapar a verdade. — Eu não tenho mão de obra ou suprimentos para fazer isso.

O rei a estudou por um minuto, e ela sentiu seu rosto começar a ficar vermelho de vergonha. — Explique como isso é possível, disse o rei, estreitando os olhos para ela. — A Guarda Alpina sempre teve o apoio total e completo do povo de Ballantine. Foi à vez de Rainie olhar. — Não temos o apoio de que o senhor está falando há anos, disse ela. — Samuel nos cortou a cerca de dez anos atrás, pelo seu ditado, se bem me lembro. Ele disse que não éramos mais úteis e que era hora de seguirmos em frente.

O rei bateu com a mão na mesa com tanta força que a louça sacudiu, depois recostou-se na cadeira e respirou fundo. — Quão ruim é isso? Ele perguntou. — Eu tenho seis homens, alguns cavalos e armas, mas é só isso, disse Rainie, erguendo os ombros com os suspiros de choque ao redor da mesa. — E seu pai? O rei perguntou. — Ele renunciou à sua comissão e me passou cerca de oito anos atrás; ver a guarda dissolvida partiu seu coração - disse ela, tentando falar através do nó na garganta. — Nós enviamos cartas para o senhor; meu pai até tentou ver o senhor duas vezes, mas Samuel o bloqueou nas duas vezes. O rei se levantou. — Acredito que é hora de assumir o controle do meu reino novamente, disse ele. — Quero que você vá para casa e prepare os homens

que tem. Vou receber suprimentos assim que possível. Por favor, pergunte ao seu pai se ele vai me ver hoje mais tarde. Devo-lhe um pedido de desculpas. — Como o senhor quiser, disse ela, sentindo um raio de esperança pela primeira vez desde que Thomas apareceu em sua varanda.

Um punho batendo na porta acordou Keaton de um sono profundo, destruindo o sonho que ele estava tendo e fazendo-o querer jogar alguma coisa. Em vez disso, ele se levanta tropeçando na cama e foi até a porta, abriu-a e disse: — O que você quer? O criado do outro lado da porta recuou alguns metros e disse: — O rei e a rainha gostariam que você se juntasse a eles na biblioteca depois do almoço.

Keaton não pôde deixar de fazer uma careta para o homem, mesmo que ele estivesse apenas entregando a mensagem. — Que horas são? Ele perguntou, passando as mãos pelos cabelos e percebendo que precisava de um banho. O homem pigarreou. — Você tem tempo para se limpar antes do almoço ser servido na marquise, senhor, disse ele. — Obrigado, disse Keaton, depois fechou a porta e foi para o banheiro.

Ele ligou a água o mais quente que pôde, depois tirou suas roupas sujas e as coloca no cesto. De pé sob o jato do chuveiro, ele sentiu as camadas de sujeira desaparecerem, levando o fedor do mal.

Quando ele saiu do banheiro, limpo e muito mais acordado, a ideia de almoçar na marquise parecia muito mais atraente.

Reese estava esperando por ele quando ele entrou e, juntos, eles encheram seus pratos de outro bufê elaborado e sentou-se em um canto isolado. — Você ouviu alguma coisa? Ele perguntou assim que estavam estabelecidos. — Não, apenas que devemos ir à biblioteca depois do almoço, disse Reese. — Depois de tudo o que aconteceu, eu me pergunto se devo ir para casa e verificar as coisas lá.

Keaton não sabia muito sobre Reese ou o reino que chamava de lar; eles foram reunidos para as celebrações recentes, mas ele gostou do homem. — Eu não culpo você. Além disso, aposto que seus pais devem estar preocupados com você. Reese deu de ombros. — Duvido disso, mas se não for necessário aqui, me sentiria melhor se fizesse uma checagem de qualquer maneira. Meus pais estão um pouco fora de contato com o mundo real. — Melhor prevenir do que remediar, disse Keaton. — Os invisíveis devem ser uma ameaça maior do que se pensava, sempre fomos ensinados que eles haviam sido derrotados de uma vez por todas na grande guerra. — Eu não acho que o mal possa realmente ser destruído; como sempre, está sempre lá. Podemos ter vencido eles naquela época, mas eles claramente estavam escondidos nas sombras e aguardavam a hora certa de voltar à superfície, disse Reese, depois voltou a almoçar.

Eles terminaram o almoço em silêncio, as palavras de Reese pesando no ar ao seu redor. Enquanto caminhavam juntos para a biblioteca, Keaton se perguntou se ele havia cometido um erro no ano passado, recusando a nomeação para o chefe da Guarda Imperial. Na época, fazia todo o sentido, mas agora ele não podia ajudar,

Mas pensou que se ele estivesse no comando, em vez de Jamison, as joias da coroa poderiam estar exatamente onde elas pertenciam.

Quando eles abriram a grande porta e entraram na biblioteca, ele esperava ver todos reunidos lá, mas eram apenas o rei e a rainha. Juntos, eles se aproximaram do casal real, fizeram uma reverência e esperaram o rei falar. O rei, que rabiscava furiosamente um pedaço de papel, olhou para cima, uma carranca no rosto, depois apontou para o sofá. — Sente-se e sinta-se à vontade. Vamos dispensar todas as reverências e arranhões, ele disse, e esperou até que eles se sentassem. — Vou direto ao ponto: vocês dois fizeram um trabalho maravilhoso, impedindo que Samuel destruísse nossa pequena cidade, mas ainda estamos com problemas, então preciso da sua ajuda.

O estômago de Keaton caiu, ele tinha tanta certeza de que o rei iria agradecê-los e enviá-los embora, mas não parecia que isso iria acontecer agora. Ele já estava fora da fazenda por duas semanas. Ele deixou um bom homem no comando, mas ainda ansiava pelo silêncio da vida que escolhera. — Reese, quero que você comece em casa assim que terminar esta carta, disse o rei. — Estamos desesperados por homens e suprimentos e espero que seu

pai possa ajudar. Arranjei para você usar um barco de pesca, mas eu quero que você tome alguns homens com você no caso de você topar com algum problema. É vital que você leve essa mensagem para seu pai e retorne o mais rápido possível, estamos desesperados por esses suprimentos. — Sim, senhor, eu ficaria honrado em ser seu mensageiro, disse Reese, levantando-se. — Eu vou arrumar minhas coisas. — Pare no quartel e escolha oito homens para acompanhá-lo, disse o rei. — Quero saber que você está bem protegido.

O rei voltou a rabiscar e Keaton se perguntou se ele havia esquecido que ele estava lá, mas então largou a caneta e olhou diretamente para ele. — Eu sei como você se sente sobre a Guarda Imperial, você deixou isso bem claro no ano passado, mas eu gostaria de pedir que você retome seu cargo por apenas um tempo. Ele queria recusar, mas sabia que Ballantine precisava dele. — O que o senhor tem em mente? Ele perguntou. — Precisamos de uma escolta nas montanhas. Devo visitar a Guarda Alpina - disse o rei - e não consigo pensar em outro soldado em quem confiaria mais em nossa segurança.

O sol estava se pondo mais baixo no céu, enquanto Rainie andava de um lado para o outro pelo complexo, os restos em ruínas da maior parte da vila atrás

dela. O pai dela estava parado ali observando-a por mais de uma hora, mas ele finalmente estendeu a mão e segurou o pulso dela.

Rainie faça uma pausa. Pode levar horas até que eles cheguem aqui e você não tem dormido muito - disse ele, forçando-a a ficar ao lado dele. — Estou tão nervosa, disse ela, olhando para o pai, que parecia mais em paz do que em anos. — Estou humilhado e animado, tudo ao mesmo tempo. Ele sorriu para ela. — Você precisa parar de se culpar pela fuga de Samuel, disse ele. — Mesmo se você soubesse que ele estava vindo, não tenho certeza de que você seria capaz de detê-lo e então teríamos perdido o pouco que resta da guarda.

Ela sabia que seu pai estava certo, mas isso não acalmava aquela sensação feia na boca do estômago. — Eu só espero que o rei Alexandre tenha decidido me deixar ir atrás dele, disse ela. — Eu sei que posso pegá-lo e nas montanhas, mesmo com a magia dele, terei a vantagem. O pai dela balançou a cabeça. — Ele já tem um bom avanço, você pode não pegá-lo deste lado das montanhas - ele disse. — Eu quero que você me prometa que não vai desistir por si só. Rainie suspirou. — Eu não vou, pai, prometo, disse ela, mesmo que isso fosse exatamente o que passava por sua mente.

Depois de estudá-la por mais alguns segundos, ele desviou o olhar, satisfeito, e ela começou a andar de novo. Mas apenas alguns minutos depois, o som de cavalos subindo a colina, alertaram-na de que seus visitantes estavam se

aproximando e seu estômago tremeu desconfortavelmente. Ela sabia que só tinha uma chance de reparar não apenas sua reputação, mas a da Guarda Alpina, e que, se não o fizesse, a vida que sempre conhecera teria desaparecido.

Ela voltara para casa de sua viagem a Ballantine cheia de esperança, mas um olhar para a pequena vila esfarrapada e seus moradores desgastados havia entorpecido a sensação. Agora, quando o rei e a rainha apareceram, ela se perguntou o que eles estavam pensando, se eles viram o que ela tinha visto esta manhã. Mas, sabendo que não havia nada que ela pudesse fazer para mudar as coisas, ela parou de andar e esperou enquanto andavam em direção a eles, com a cabeça erguida.

O rei e a rainha estavam vestidos como qualquer outro viajante, com uma das principais presença: eram ladeados por todos os lados por guardas que se espalhavam para cercá-los quando entravam no pátio. Quando a procissão parou na frente deles, o rei pulou e ajudou a rainha a descer do cavalo e a levou até eles. Ele sorriu para Rainie e acenou com a cabeça, mas depois virou-se para o pai, com um sorriso de prazer no rosto. — Já se passaram muitos anos desde que nos vimos José, disse o rei, estendendo a mão.

O pai dela pegou a mão do rei e apertou-a, sorrindo para ele calorosamente. — Alexander, você parece bem, os anos foram gentis com você - ele disse depois se virou para a rainha. — Isabella, você é tão bonita quanto eu me lembro. — É melhor você não deixar Marjorie ouvir você dizer isso, disse a rainha. — Onde ela está a propósito?

O pai dela revirou os olhos. — Você conhece minha esposa, ela está em casa preparando um grande banquete para comemorar sua visita. — Então é melhor eu encontrá-la e detê-la ou ajudá-la, disse ela, beijando o rei na bochecha e partindo para a casa.

Rainie a observou se afastar, três dos guardas a seguindo, imaginando o quão perto sua mãe e a rainha estavam, e por que ela nunca soube. Mas ela estava começando a entender por que seus pais ficaram tão magoados quando o casal real parou de visitar: havia claramente uma amizade calorosa entre eles.

Observando o pai conversando animadamente com o rei Alexandre, ela percebeu que pelo menos uma coisa boa vinha de terríveis eventos dos últimos dias. Mas eles estavam longe de serem seguros e ela sabia que era hora de terminar a pequena reunião, então ela se virou para caminhar até eles. Antes que ela pudesse dar um passo, no entanto, ela viu o homem que esperava nunca mais ver ao lado do rei, e ela congelou.

Quando ele olhou para cima e os olhos deles se encontraram do outro lado do pátio, o coração dela começou a bater forte e as palmas das mãos ficaram suadas. Ela

Preparou-se, esperando que ele tentasse usar sua magia nela, mas ele apenas olhou para ela, seus olhos deixando seu rosto e vagando lentamente sobre seu corpo. No fundo, ela sentiu um formigamento de excitação e uma emoção a invadir quando seus olhos se encontraram com os dela novamente. Sem fôlego, e congelada no lugar, ela só podia olhar quando um sorriso conhecido se espalhou pelo rosto dele.

Desgostosa consigo mesma, ela desviou o olhar, quebrando o feitiço, depois caminhou até os homens. — Temos refrescos no alojamento principal, se todos se juntarem a mim lá, disse ela, tentando, ao máximo, parecer que estava no controle.

Keaton tentou não sorrir enquanto seguia os outros homens até o alojamento, mas não conseguiu se conter. Ele pode não ter sido capaz de entrar no cérebro de Rainie, mas chegou ao corpo dela isso ficou claro pelo olhar em seus olhos apenas alguns segundos atrás. Ele sabia que não deveria estar pensando em uma mulher agora, mas a princesa guerreira capturou sua imaginação e ele não foi capaz de calá-la.

Observando-a liderar o caminho através do pátio, ele não pôde deixar de notar que ela se elevava sobre a maioria dos outros homens de Ballantine. Tampouco podia sentir falta do seu corpo flexível nas calças e camisa pretas justas que ela usava seus cabelos ruivos a única mancha de cor brilhante, a menos que ela voltasse seus profundos olhos verdes para ele novamente. Sentindo que ele estava apenas se torturando, ele tentou desviar o olhar, mas encontrou seus olhos atraídos para Rainie várias vezes.

Quando eles finalmente entraram na escuridão do alojamento, seus olhos levaram um segundo para se ajustar à luz fraca. Mas então ele viu que a sala estava quente e convidativa, cadeiras e sofás confortáveis??Estavam agrupados em torno de uma enorme lareira em uma extremidade, uma cozinha ocupada na outra, com mesas e cadeiras preenchendo o resto do espaço.

Rainie levou-os até a lareira, esperou até que o pai e o rei estivessem sentados, depois desenrolou um mapa e o prendeu na parede ao lado da lareira. Ele sabia que essa seria mais uma daquelas longas reuniões, então ele desapareceu nas sombras, pegou uma cadeira e sentou-se, indicando que os outros guardas deveriam fazer o mesmo. Para se sentir mais confortável, ele procurou Rainie, contente em passar a reunião deixando seus olhos a beberem.

Mas não demorou muito para que sua mente começasse a vagar por lugares que não deveriam ter ido: imagens de Rainie nua debaixo dele, visões dela tremendo de paixão, os lábios abertos para os beijos dele e só dele. Antes que ele pudesse parar, seu corpo estava latejando, e ele se sentiu como um adolescente novamente, seu corpo no controle de sua mente. Ainda bem que ele estava sentado nas sombras, ele tentou tirá-la de sua mente, mas apenas o som da voz do rei foi capaz de afastar as imagens. — Keaton e alguns da Guarda Imperial se juntarão a você, disse o rei.

Keaton? Rainie perguntou.

O rei sentou-se em sua cadeira e olhou ao redor da sala e Keaton se levantou. Saindo das sombras, ele se perguntou pelo que acabara de ser voluntário. — Estou aqui, senhor.

Os olhos de Rainie se arregalaram. A boca dela se abriu e depois fechou novamente. Finalmente, ela desviou o olhar dele e voltou para o rei. — Eu acho que seria melhor se eu fosse sozinha, disse ela. — Se pudéssemos poupar alguns dos meus homens, isso seria diferente, mas esse passe é perigoso. Tomar alguém, muito menos um grupo inteiro, seria tolice.

— Alexander, Rainie está certa, disse o pai. — Existem muitos perigos nas montanhas que apenas os mais fortes dos Fae podem vencer. Enviar seus homens com ela pode levar alguém a perder a vida. — Então, eu vou sozinha, interrompeu Rainie, com um olhar satisfeito no rosto. — Mas, disse o pai, levantando a mão, — Ela não pode ir sozinha.

Keaton estava começando a sentir um aperto no estômago, e toda a esperança de ir para casa desapareceu rapidamente quando ele percebeu o que eles estavam falando. Então, cristalizou em seu cérebro que o rei o havia voluntariamente oferecido para ir atrás de Samuel, a única coisa que ele nunca se viu fazendo. Ao mesmo tempo, o empolgou e assustou pensar em viajar sobre o desfiladeiro e entrar em território desconhecido e uma parte dele queria recusar. — Keaton e dois da Guarda Imperial se juntarão a Rainie e dois da Guarda Alpina, disse o rei, o tom de sua voz deixando claro que a discussão havia terminado. — Mas... Rainie começou a se opor, depois fechou a boca. Ele ficou tentado a fazer a mesma coisa, mas disse: — Será um prazer localizar Samuel e ver ele pagar por tudo o que fez com Ballantine. Rainie lançou-lhe um olhar sujo e disse: — Se essa é sua decisão final, eu vou arrumar as malas. Partimos em dez minutos.

Quando o rei assentiu, ela se virou e saiu do alojamento, deixando a porta se fechar atrás dela. Keaton não sabia se estava enojado ou excitado por sua demonstração de raiva e se perguntou como seria ter aqueles olhos verdes brilhando para ele do jeito que estavam no rei. Decidindo que ele provavelmente descobriria antes do fim do dia, ele foi para o mapa e puxou-o para baixo na parede, levou para fora para estudá-lo enquanto ele esperava.

Ele estava esperando apenas alguns minutos quando um grupo de seis homens marchou para o pátio e parou. Eles eram claramente o que ele viria a reconhecer como Guerreiro Fae, mas seus uniformes estavam rasgados e esfarrapados, desgastados por longo uso. Eles pareciam ridículos. Era tudo o que ele podia fazer para não rir, mas conseguiu abafar o riso, imaginando como seriam os cavalos.

As risadas ameaçaram novamente, mas Rainie se aproximou e ele rapidamente limpou o sorriso da cara. — É a Guarda Alpina? Ele perguntou, ainda tentando não rir. Ela o estudou por um segundo. — Você acha isso engraçado? - ela perguntou seu rosto ficando vermelho. — Não, é só que eu esperava um pouco mais do que isso. Não é à toa que o rei decidiu me enviar com você - ele disse.

Seu rosto ficou ainda mais vermelho e uma pequena veia no pescoço começou a pulsar, fazendo-o querer estender a mão e acariciá-lo com o dedo. Os olhos dela estavam brilhando para ele com raiva, exatamente como ele imaginara, seu peito estava subindo e descendo a cada respiração, e ele queria beijá-la mais naquele momento do que jamais desejara beijar uma mulher.

— Primeiro, deixe-me esclarecer perfeitamente que não preciso de você. — De fato, ainda acredito que você e seus homens vão nos atrasar. Segundo eles podem não parecer muito, mas esses homens poderiam derrubar um seu em um segundo, se quisessem - ela disse, colocando as mãos nos quadris e olhando para ele.

A raiva voltou à vida e ele sabia que tinha levado as provocações um pouco longe demais, mas não conseguia se conter. — Bem, o rei sentiu diferentemente e quem pode culpá-lo. Você e seus homens deixaram Samuel passar por vocês. Rainie olhou para ele, um olhar horrorizado no rosto. — Deixe-me lembrálo de que perdi um homem e que alguém se machucou seriamente graças a esse homem e ninguém se deu ao trabalho de nos alertar sobre ele, disse ela, depois se virou e seguiu em frente.

Keaton sabia que tinha ido longe demais, mas seu temperamento o havia superado. Ele apenas falou a verdade, talvez desconfortável, mas ficou claro para qualquer um por que Samuel não teve problemas em passar por eles. A Guarda Alpina se foi. O que antes fora uma grande força do bem, não passava de um lamentável grupo de Guerreiros Fae que deveria ter se mudado há muito tempo.

Rainie tinha certeza de que nunca tinha ficado tão brava como estava naquele momento, mas quando se aproximou do celeiro, começou a desaparecer, substituída por uma intensa determinação de se livrar de Keaton e de seus

homens. A passagem da montanha era traiçoeira, uma paisagem em constante mudança de criaturas inacreditáveis??Que não lhes pareceriam gentis a quem se intrometesse e, com uma pequena ajuda delas, não demoraria muito para que eles estivessem voltando para casa.

Ela estava ansiosa para ver Keaton enquanto se afastava o sorriso presunçoso apagado do rosto e a cabeça inclinada de vergonha. Mas até lá, ela teria que tentar parecer que estava sendo útil, uma tarefa que seria especialmente desagradável. Lembrando a si mesma que valeria a pena quando ela provasse o nobre que ele era, ela colocou um sorriso no rosto.

Quando chegou ao celeiro, ficou surpresa ao ver a maior parte da vila esperando por eles, e diminuiu os passos um pouco quando um nó chegou à garganta. O pai e a mãe estavam de pé com o rei e a rainha e lágrimas surgiram em seus olhos quando ela viu o sorriso em seus rostos. Respirando fundo e engolindo várias vezes, ela se aproximou deles, sentindo o peso de sua missão pela primeira vez.

Fazia muito tempo que a Guarda Alpina havia saído em missão e ela sabia que a sobrevivência da guarda estava em jogo, mas nunca tinha sido tão claro para ela como naquele momento. Então isso a atingiu, não apenas o modo de vida dela estava em perigo, mas Ballantine e as pessoas que moravam lá dependiam dela. Até as tribos nos vales das montanhas seriam feridas se os invisíveis vencessem.

Ela cambaleou quando a realidade do que estava prestes a fazer se estabeleceu mais fundo em seu cérebro, mas ela sentiu uma mão em seu cotovelo e sua força voltou à tona. Claro, que era um de seus homens, ela olhou apenas para encontrar Keaton sorrindo para ela e o olhar de gratidão em seu rosto

desapareceu. Puxando o braço livre com um empurrão, ela deu-lhe um olhar sujo e continuou andando. Quando ela chegou ao pai, ela disse: — Eu tenho que ir selar Damien, depois apontou por cima do ombro para Keaton. — Mantenha-o longe de mim.

Seu pai olhou para ela um pouco alarmado, depois para Keaton, que parecia inocente a alguns metros deles. — Tudo bem, querida, se é isso que você quer, disse o pai dela. — Esse seu cavalo causará problemas de qualquer maneira. — Ele é um idiota, disse ela. — Mas ele é um grande cavalo quando não está sendo idiota, disse o pai dela. Ela olhou para ele. — Eu não estava falando sobre Damien, disse ela, em seguida, entrou no celeiro.

Demorou muito mais tempo do que ela gostaria de convencer Damien de que era do seu interesse cooperar, mas ela finalmente saiu do celeiro, a vencedora. A batalha dela com o cavalo teimoso tirara a dor de sua raiva e aborrecimento. Ela também teve mais tempo para pensar em como iria ter ajuda da montanha e convencer Keaton e seus amigos de que eles deveriam voltar.

Percebendo que esse era um momento decisivo em sua vida, ela ergueu os ombros, determinada a deixar claro que estava no comando, que ela e apenas ela estava no controle. Seus homens estavam prontos no curral, seus uniformes esfarrapados substituídos pelas roupas escuras e mantos que todos usavam, e só precisou de um aceno de cabeça para que eles se alinhassem atrás dela.

Ela se aproximou do rei e curvou-se profundamente, seus homens seguindo sua liderança. — Estamos prontos para partir, disse ela.

O rei olhou em volta da multidão à procura de Keaton, depois franziu o cenho quando o viu conversando e rindo com um grupo de moradores. Ele pigarreou e a multidão ficou em silêncio. — Se você estiver pronto, Keaton, disse o rei, sua voz ecoando pelo pequeno espaço.

Keaton olhou em volta, depois caminhou até ficar ao lado dela, com um sorriso no rosto. — Lamento mantê-lo esperando, mas acho que você nunca pegaria aquele cavalo, disse ele. — Mas foi divertido assistir você.

Ela queria bater nele, queria socá-lo bem no nariz, mas em vez disso, cerrou os dentes e respirou fundo. — Eu devo avisá-lo agora que Damien não gosta de ninguém além de mim, disse ela. — Seria mais seguro você não se aproximar dele. Seus olhos começaram a brilhar com diversão. — Ele não parece tão difícil para mim, disse ele, estendendo a mão para o cavalo.

Damien bufou, depois balançou a cabeça. Keaton deu um pulo para trás, e foi tudo o que ela pôde fazer para não cair na gargalhada. — Agora que você se encontrou, vamos seguir a trilha, ela conseguiu dizer.

Keaton não estava realmente com medo do cavalo, mas o poder que ele sentiu vindo do magnífico animal o pegou de guarda baixa. Ele se recuperou rapidamente e pegou seu cavalo, depois fez um gesto para que seus homens se alinhassem atrás dele, o que fizeram com muito barulho e confusão. Ele tentou não se encolher quando os viu, e manteve os olhos para frente, não querendo ver o sorriso no rosto de Rainie como eles fizeram tolos a si mesmos. Quando eles finalmente estavam no lugar, o rei disse: — Se finalmente estivermos prontos, há algo que precisamos resolver antes de você sair. Alguns de vocês podem não gostar muito, mas peço que mantenham a mente aberta e sei que só peço isso para sua própria segurança.

Ele deu um passo atrás e a rainha Isabella deu um passo à frente, com um embrulho de couro nos braços. Um garoto trouxe uma mesa, colocou-a ao lado dela e depois correu de volta para a segurança do celeiro. Ela largou o embrulho e, lentamente, puxou a coberta para revelar uma vela, uma tesoura e o que lhe pareciam bolsas de couro com cordões presos a elas.

O rei se aproximou e pegou a vela da rainha, segurou-a enquanto ela a acendia e ficou esperando, a chama queimando intensamente mesmo à luz do dia. A rainha pegou uma das bolsas de couro, segurou-a acima da chama, os lábios se

movendo enquanto ela silenciosamente cantava algo que ele não podia ouvir. Quando ela se virou para encará-los, olhou primeiro para ele e depois para Rainie. — Darby lançou um feitiço de proteção para quem quiser, disse ela. — Eu só preciso de uma pequena mecha do seu cabelo.

Keaton começou a dar um passo à frente, ele viu o trabalho de Darby e sabia que o poder dela era alimentado por magia branca, mas então ele se conteve curioso para ver o que Rainie faria. Ele não ficou surpreso quando ela deu um passo à frente, estendeu a mão por cima do ombro e puxou sua longa trança por cima do ombro. Quando a rainha Isabella cortou uma mecha de cabelo e a jogou no saco de pano, ele a viu engolir várias vezes, mas ela se levantou queixo erguido, ombros jogados para trás.

Por um momento, parecia que a bolsa de couro estava se movendo, mas a rainha a deslizou sobre a cabeça de Rainie e ele não teve certeza. Rainie olhou para o pequeno embrulho, depois levantou os dedos e envolveu-os, um olhar de surpresa no rosto. Quando ela sorriu para a rainha Isabella, ela sorriu de volta para ela, depois voltou para a mesa e pegou outro pacote.

Ele sabia que não tinha escolha a não ser dar o passo seguinte, mas depois de assistir Rainie, ele se viu subitamente nervoso. A rainha sorriu para ele quando ela cortou o cabelo dele, e ele não pôde deixar de ofegar quando a bolsa começou a tremer quando ela deslizou a mecha de cabelo para dentro. Antes que ela colocasse sobre sua cabeça, seu corpo inteiro começou a se sentir estranho e ele quase entrou em pânico, mas quase instantaneamente, ele ficou cheio de uma sensação de bem-estar.

Incapaz de parar o sorriso que se espalhou por seu rosto, ele olhou para Rainie, que também estava sorrindo. Mas quando ela o viu sorrindo para ela, o sorriso desapareceu substituído por um olhar de determinação que enviou uma emoção por ele. Ele ainda estava sorrindo estupidamente quando a rainha terminou com o último guarda e soprou suavemente a vela. Houve um longo silêncio, e Rainie declarou: — Agora vamos cavalgar.

Um grito de alegria subiu da multidão reunida no curral, e ele notou pela primeira vez que o cavalo de Rainie era maior que o dele. Ela deu um chute no cavalo, e ele ficou observando o cavalo e a amazona por alguns segundos antes de cavar os calcanhares e ir atrás dela. Quando a alcançou, ele estava sem fôlego de desejo, seu corpo pulsando o suficiente para deixar a sela desconfortável pela primeira vez em sua vida.

Ele não tinha certeza do que era mais atraente, a mulher ou o cavalo, mas enquanto a observava cavalgar pelo canto do olho, percebeu que eles eram igualmente fascinantes. Eles cavalgaram em silêncio, e embora ela fingisse ignorá-lo, ele a pegou olhando mais de uma vez e se perguntou o que ela estava pensando. Mas seus olhos verdes não revelaram nada e, por um breve momento, ele pensou em tentar entrar em sua cabeça novamente, mas descartou o pensamento imediatamente.

Ao seu redor, a paisagem começou a mudar, os altos pinheiros começaram a diminuir e ele se viu começando a suar. Logo os cavalos estavam arando em solo arenoso, seus cascos afundando a cada passo e o sol começou a parecer que o estava assando. Surpreso ao se encontrar subitamente no deserto, ele olhou ao redor de um cacto gigante, quase fazendo-o cair do cavalo dele.

Quando ele olhou para Rainie, ela estava sorrindo e balançando a cabeça. — Acho que você não deu uma boa olhada nesse mapa, não é? Ela perguntou. — O que é este lugar? Ele perguntou. Como está aqui? — Tentei lhe dizer que essas montanhas eram imprevisíveis, disse ela, sorrindo para ele. — Pronto para voltar? Ele balançou a cabeça e tirou a jaqueta. — Não, um pouco de calor não vai me incomodar, disse ele. — Se você tivesse me avisado, eu teria mudado esse uniforme ridículo.

Ela olhou para ele, depois olhou para frente novamente, então ele continuou, enfiou a jaqueta no alforje, amarrou o lenço na cabeça e tentou ignorar o calor. Não demorou muito para que ele estivesse encharcado de suor, a camiseta branca que vestia sob a jaqueta estava completamente encharcada. Ele esvaziou o cantil alguns quilômetros atrás e sua garganta estava seca e ressecada, mas ficou na sela, determinado a não mostrar nenhuma fraqueza, disposto por seu orgulho.

Rainie estava começando a se sentir um pouco culpada, eles deveriam ter parado quilômetros atrás e esperaram atravessar o Parque do Diabo depois do anoitecer. Mas este foi o primeiro passo em seu plano de se livrar de Keaton e seus amigos, então ela endureceu seu coração e os levou adiante no calor. Eles não alcançariam a única fonte de água por mais 16 quilômetros e ela os interromperia durante a noite ali, mas ela não contou isso a Keaton.

Em vez disso, ela o observou suar enquanto cavalgavam pela paisagem árida, os únicos sinais de vida era um cacto irregular e os lagartos que corriam debaixo das pedras quando eles passavam. Quando eles finalmente chegaram ao riacho, o olhar de alívio no rosto de Keaton quase a fez rir alto e, por um segundo, ela pensou em dizer a ele que a água estava envenenada.

Mas sua sede venceu então ela pulou e caiu na correnteza, suspirando quando a temperatura caiu, depois colocou as mãos em concha e bebeu. Keaton estava logo atrás dela e o suspiro que ele soltou fez ela soltar o riso, que ela estava segurando, mas ele apenas sorriu para ela e pegou mais água. Ela apenas se inclinou para pegar mais para si mesma quando sentiu um spray de gelo encharcar suas costas. Gritando, ela se virou no momento em que Keaton jogou água outra vez nela, atingindo-a no rosto e fazendo-a engolir ar.

Ele se dobrou de tanto rir, então ela se aproximou dele e deu-lhe um grande empurrão. Um olhar de choque apareceu em seu rosto enquanto seus braços se agitavam no ar, tentando encontrar algo para agarrar, mas ele caiu de qualquer maneira, aterrissando de bunda no chão com um grande estrondo. Antes que ela pudesse se afastar, ele agarrou suas pernas e a puxou para seu colo, seus braços se fechando em volta dela como um vício.

Ela lutou por apenas um segundo antes que ele a soltasse e se afastou dele. O som de risadas ao redor deles a lembrou que os homens estavam todos assistindo, e ela tropeçou em seus pés, com o rosto vermelho. Keaton estava rindo junto com os homens e ela queria dar um tapa nele, mas, em vez disso, saiu do riacho, com os cabelos e as roupas pingando, e olhou para todos eles.

— Vamos acampar aqui durante a noite, ela latiu, depois se virou e se afastou, arrastando Damien atrás dela, na esperança de manter um pouco de dignidade.

O som do riso a seguiu enquanto ela caminhava ao redor, procurando o melhor lugar para acampar, imaginando como as coisas haviam saído de seu controle tão rapidamente. O que deveria ter sido uma lição para Keaton e seus homens haviam se transformado em uma briga pela água que não a fazia parecer muito com um líder. A única coisa que poderia ter piorado seria se ele a beijasse, ela pensou, e não conseguiu se mover por um segundo enquanto a imagem dele a beijando surgiu em sua cabeça.

Quase instantaneamente, suas mãos estavam suadas, seu batimento cardíaco começou a subir e uma emoção a percorreu, mas ela empurrou-a para longe. Keaton não poderia ser o homem que iria despertar a paixão trancada dentro dela, simplesmente não poderia ser. Ele não era nada como o homem que ela sempre imaginou. Ele era da realeza, por um lado, e um idiota completo por outro, e nada de bom poderia vir dos sentimentos que ela estava tendo.

Mas ela estava tendo sentimentos, uma nova experiência para ela, uma que ela desejava poder estar desfrutando. Em vez disso, ela estava confusa com os desejos de seu corpo e o que sua mente sabia que era bom para ela. Querendo gritar, ela subiu e desceu a margem do rio, Damien seguindo atrás dela como um filhote, procurando o acampamento que ela sabia que estava escondido em algum lugar na mata.

Aliviada quando ela finalmente viu o pequeno anel de fogo, ela suspirou uma preocupação de sua mente e voltou-se para os homens, apenas para encontrar

Keaton bloqueando o caminho. — Eu pensei que você poderia ter se perdido, disse ele, aproximando-se alguns passos. — Eu estava encontrando nosso acampamento durante a noite para poder tirar essas roupas molhadas, disse ela. — E agora, se você sair do meu caminho, eu vou cuidar de Damien. — Eu apenas pensei que você parecia um pouco quente, disse ele, com um sorriso enorme no rosto. — O engraçado é que você parece ainda mais quente agora que suas roupas estão todas molhadas e grudadas em você.

Rainie ofegou, ela não conseguiu se conter. O desejo irrompeu dentro dela tão rapidamente que ela só pôde encará-lo enquanto seu corpo formigava profundamente. Mas depois de alguns segundos olhando fixamente em seus brilhantes olhos azuis, ela conseguiu respirar fundo e encontrar sua voz. — Eu apreciaria se, no futuro, você se contivesse de brincadeiras infantis como essa, disse ela, estreitando os olhos para ele, buscando raiva para substituir o desejo. — Relaxe um pouco, Rainie, disse ele. — Os homens riram muito e todos nos sentimos melhor.

Foi a primeira vez que ele usou o nome dela e ouvi-lo dizer lhe causava arrepios na espinha, mas ela se agarrou à raiva. — Não estamos aqui para nos divertir ou ser felizes. Temos um homem perigoso para rastrear e brincar na água como um bando de crianças não vai conseguir fazer isso.

Keaton podia pensar como Rainie o repreendeu e como linda que ela era quando ela estava com raiva e ele se perguntou o quão longe ele deve empurrá-la, mas o som do resto dos homens subindo a trilha o deteve. Quando os viu, fechou a boca e respirou fundo,

Depois endireitou os ombros e começou a latir ordens.

Ele não perdeu o olhar sujo que ela atirou nele enquanto passava por ele, arrastando o cavalo incrivelmente enorme atrás dela. Era tudo o que ele podia fazer para não sorrir para ela, mas Damien virou a cabeça e beliscou-o enquanto ele passava e ele teve que pular para trás para evitar os dentes rangendo do cavalo. Ele ficou chocado quando Rainie riu depois se virou e sorriu para ele. — Eu te avisei sobre Damien, disse ela. — Parece que ele também não gosta de você.

Desta vez, o sorriso se espalhou pelo rosto dele assim que ela virou as costas. — Finja o que quiser Rainie, mas eu sei a verdade, disse ele, depois virou e se juntou ao resto dos homens.

Não demorou muito tempo para montar o acampamento simples, ou para as roupas secarem no calor, mas quando o sol começou a se pôr, a temperatura começou a cair e ele sabia que iria.

Ser uma noite fria e desconfortável. Seu estômago começou a roncar e ele se perguntou o que eles comeriam no jantar desde que tinha visto pouco em termos de comida quando desempacotaram os sacos de dormir.

Ele estava apenas começando a pensar em sair à noite para ver o que poderia caçar quando Rainie se aproximou do fogo escasso que eles haviam feito. Ela vestiu roupas secas e entrou e saiu do acampamento algumas vezes naquela noite, mas ele a deixou sozinha, preferindo estudar o mapa, o que não o ajudou em nada. Cheio de marcas estranhas, ele não conseguiu decifrá-lo e, eventualmente, acabou por desistir e colocou no bolso. — Prontos para o jantar, meninos? Ela perguntou, segurando duas bolsas de couro.

Os homens gemeram, mas se levantaram e foram até Rainie, que abriu as malas e começou a entregar algo aos homens. Encolhendo-se por ter uma boa ideia do que eles estavam jantando, ele se levantou e se juntou à fila curta na frente de Rainie. Quando ela colocou biscoito e carne seca em suas mãos estendidas, ele gemeu. — Você está falando sério? Ele perguntou. — Eu pensaria que poderíamos comer um pouco melhor que isso. Não há nada lá fora que possamos comer?

Rainie deu de ombros. — Se você quer ir lá ao escuro e caçar, isso depende de você, disse ela. — Mas se você quiser meu conselho, coma isso e fique satisfeito, ou você pode acabar sendo o jantar de alguma coisa.

Ele não podia ter certeza de como ela fez isso, mas naquele momento havia o som de algo uivando na escuridão e ela ergueu as sobrancelhas para ele, uma pergunta silenciosa. Olhando para o jantar patético em suas mãos, depois.

Na noite escura, quando outro uivo cortou o ar, ele fechou as mãos ao redor da comida e se afastou o riso silencioso dela enchendo a noite.

Aglomerados ao redor do pequeno fogo e sua chama fraca, os homens jantaram, conversando em voz baixa entre si. Rainie estava andando de um lado para o outro atrás deles, mastigando o jantar metodicamente e olhando para o fogo. Ele podia sentir a tensão em seu corpo enquanto ela andava de um lado para o outro e, por um momento, lembrou-se de um grande gato perseguindo sua presa. Quando ela parou de andar e olhou para ele, seus olhos se encontraram, e uma emoção tomou conta dele, tirando o frio da noite e fazendo seu sangue correr um pouco mais quente.

Ela ficou olhando para ele por alguns segundos, ele viu um arrepio percorrê-la e ela rapidamente se afastou, mas não antes que ele visse o desejo brotando em seus olhos. Decidindo que ele havia vencido aquela rodada, ficou de pé, espreguiçou-se e caminhou ao redor do fogo algumas vezes, sentindo os olhos dela nele. Ele puxou o mapa do bolso e o desdobrou, depois fingiu olhá-lo à luz do fogo.

Quando ele se virou, ela o observava abertamente, com um pequeno sorriso no rosto. — Como está indo a leitura do mapa? Ela perguntou. — Você viu o que enfrentaremos amanhã?

De repente, percebendo que ele se deixara aberto ao ridículo, para que fosse forçado a admitir que não conseguia ler o mapa, ele disse: — Parece que vai ser um dia longo, mas nada que não possamos lidar. — É melhor dormirmos logo, disse ela. Quero começar antes do amanhecer. — Ainda temos alguns quilômetros a percorrer antes de sairmos de Devil's Ridge, e se hoje houver alguma indicação, não queremos ficar aqui no meio do dia.

Keaton estava começando a sentir o frio da noite se aproximando dele e sabia que ele teria que buscar o calor do saco de dormir em breve, mas viu uma oportunidade que não pôde resistir. Chegando um pouco mais perto dela, ele se inclinou e pressionou o braço contra o dela. — Vai ficar muito frio hoje à noite e isso não é muito fogo. Talvez devêssemos nos manter aquecidos, ele sussurrou em seu ouvido. Ele a sentiu estremecer e então ela continuou. — Não, obrigada, eu resolvo isso, ela disse, depois se levantou.

Ela foi até o fogo, olhou para ele por cima do ombro, depois enfiou a mão no bolso e removeu um pequeno pedaço de madeira. — Foi um dia longo e precisamos começar cedo amanhã, disse ela, depois jogou a vara no fogo. — Quero que todos durmam um pouco.

O fogo voltou à vida como se ela tivesse jogado uma carga de madeira, e uma onda de calor o alcançou, fazendo-o tremer de alívio. Um por um, os homens pegaram seu saco de dormir, espalharam-se ao longo do fogo e entraram então ele se juntou a eles, os eventos do dia finalmente começando a cobrar seu preço. Mas ele ficou olhando o fogo até que Rainie finalmente subiu no saco de dormir, rolou para o lado e fechou os olhos.

Rainie podia sentir os olhos de Keaton nela enquanto tentava dormir, pequenas pontadas de calor que faziam seu coração bater mais rápido e arrepios irromperem em seu corpo. Ela nunca havia sentido algo assim antes e não tinha certeza se gostava da maneira como se sentia, mas não conseguia parar e esperou que ele fechasse os olhos em breve. Ela estava tentando ficar longe dele,

Mantendo distância esperando que o tempo curasse a atração, mas isso também não parecia ajudar.

Quando o sentimento começou a desaparecer, ela sabia que ele finalmente fechou os olhos. Aliviada, ela finalmente deixou seus olhos se fecharem. Exausta de tão pouco sono, não demorou muito para que ela adormecesse profundamente e começasse a sonhar, sonhos cheios do homem que a deixava louca de tantas maneiras. Ela sonhava com todas as coisas que não ousava imaginar quando estava acordada e, quando acordou algumas horas antes do amanhecer, com o corpo ainda formigando por um desses sonhos, ficou claro que estava com problemas.

A raiva que ela sentia não apenas de si mesma, mas o desejo que sentia por um homem que ela nem gostava, a impulsionou para fora do calor do saco de dormir. Ela caminhou pelo acampamento, acordando os homens enquanto fazia um pote de café, um luxo que nem ela estava disposta a pular, até que apenas Keaton permaneceu em seu saco de dormir. Quando o café foi feito, ela cutucou-o nas costelas com a ponta da bota de montaria e sorriu maliciosamente quando ele se levantou. — O que? Ele perguntou confuso, fazendo-a sorrir ainda mais. — Aqui está o seu café - ela disse, empurrando o copo na cara dele. — Não espere que eu pegue para você todas as manhãs enquanto você estiver deitado.

Ele olhou para ela, ainda meio adormecido, depois pegou o copo e olhou em volta, seu rosto endurecendo quando viu que ele era o único ainda estava deitado. — Obrigado, disse ele, saindo rapidamente do saco de dormir.

Ela se afastou satisfeita consigo mesma, decidindo que a tensão estava começando a aparecer tanto em Keaton quanto em seus homens. A falta de sono e fome poderia afastá-los, enquanto ela e seus homens ficariam bem, precisando de muito menos sono ou.

Comida que os outros Fae, eles eram perfeitamente adequados para a missão.

De volta à trilha, pouco tempo depois, Keaton cavalgou ao lado dela, tentando manter sua fachada de liderança, mas meio adormecido na sela. Ela deveria ter ficado satisfeita, mas estava começando a se sentir um pouco culpada por pressioná-los com tanta força e pensou em parar assim que saíram do cume do

diabo. A próxima etapa da jornada seria ainda mais difícil do que a primeira e, através de seu orgulho, Keaton entraria nela totalmente despreparado.

Eles cavalgaram pela manhã cedo, a escuridão ao redor deles profunda e silenciosa, mas não demorou muito para que Keaton acordasse. — Acho que não sou bom companheiro de viagem. Eu fiquei um pouco mole desde que deixei a guarda - ele disse, olhando-a com um sorriso envergonhado. — O que você quer dizer? Você estava de uniforme hoje - disse ela, confusa. — Você tentou proteger o rei de mim na manhã de ontem. Keaton suspirou. Eu estava na guarda. — Parei há um ano para fazer outra coisa, disse ele. O rei Alexandre me enganou para ir com ele como guarda. Eu não tinha ideia de que ele estava planejando me enviar com você.

Ela o estudou por um segundo, absorvendo essa nova informação, e perguntou: — Por que você parou?

Ele olhou na escuridão, depois de volta para ela, e ela pensou por um minuto que ele ia fazer uma piada. Em vez disso, ele disse: — Quando o rei me pediu para liderar a Guarda Imperial, eu sabia no fundo que não era o que eu queria fazer, então parei. — Você desistiu? Ela perguntou surpresa. — Você parou e foi embora. — Havia outras coisas que eu queria fazer da minha vida e, na época, eu não tinha ideia do que Samuel estava fazendo. Se eu soubesse, poderia ter escolhido diferente, ele disse, encolhendo os ombros.

— Que outra coisa? - ela perguntou, ainda tentando entender como ele poderia ter se afastado.

Ele estava olhando na escuridão, mas ele se virou na sela e a estudou por um segundo, seus olhos encontrando os dela e enviando uma emoção pela espinha. — Sou o terceiro filho de uma família que não é mais muito real, então tive duas opções: passar minha vida no castelo imerso em um mundo que odeio ou arriscar meu sonho de criar cavalos, disse ele. — Eu tenho uma pequena fazenda fora de Ballantine, e minha primeira geração de potros estará aqui no final do verão.

Ele a pegou completamente de surpresa: um Real que fazia qualquer coisa, exceto ficar sentado o dia inteiro vivendo dos impostos dos Fae comuns eram algo novo para ela. — Você realmente limpa os esterco e coisas assim ou você apenas paga alguém para fazer todo o trabalho? - ela perguntou, ainda não sendo capaz de acreditar nele. Sua risada encheu o silêncio da manhã. — Gostaria de ter dinheiro para pagar a alguém para fazer todo o trabalho sujo, mas receio que essa não seja a minha realidade. Eu limpo o esterco, lanço feno, alimento galinhas e ordenho a vaca, não exatamente a vida de um real, mas eu tive que encontrar uma maneira de ganhar meu próprio dinheiro, disse ele. — E você acha que os cavalos vão fazer você ficar rico? - ela perguntou, pensando que o plano dele era falho. — Não rico, mas feliz. Dinheiro não é a única coisa na vida que traz felicidade - ele disse, olhando nos olhos dela. — A única coisa que falta agora é alguém com quem compartilhar.

Keaton não tinha a intenção de revelar tanto, mas estava cochilando e sonhando com a fazenda, então tudo acabou por sair. Ele esperou Rainie fazer um comentário rude, mas ela o estava estudando, um olhar no rosto que ele nunca tinha visto antes. Foi um choque leve perceber que era compaixão, e ele teve que desviar o olhar. — E você?

Você sempre quis estar na Guarda Alpina? - ele perguntou, esperando desviá-la. Ela encolheu os ombros. — Eu nunca pensei em fazer mais nada, mas é difícil e diferente para mim, ela disse. — Guerreiros Fae tem uma necessidade embutida de proteger, isso nos impulsiona e é por isso que fazemos soldados perfeitos. Temos protegido Faes reais há séculos. Foi por isso que fomos criados em primeiro lugar, mas estamos morrendo. Esse pensamento foi um pouco assustador e levou um minuto para falar. — Eu apenas pensei que todos foram embora, não que eles realmente se foram, disse ele.

— Em Rushbrooke, foi uma combinação de ambos, disse ela. — Samuel dirigiu muitas pessoas, mas a vila já estava.

Muito menor do que tinha sido uma geração atrás. Nós não tivemos que proteger Ballantine por um longo tempo, então muitos Fae seguiram em frente, procurando um desafio maior. — Mas não sua família, disse ele. Ela balançou a cabeça. — Tão triste quanto meu pai estava, ele nunca poderia sair. Nossa família tem laços profundos com Rushbrooke e Ballantine, laços que nunca serão quebrados. — O que você fará se os invisíveis... Ele começou a perguntar, mas não conseguiu terminar a pergunta, a ideia horrível demais para verbalizar. Sem hesitar, ela disse: — Eu vou ficar e lutar até que não haja mais nada pelo que lutar.

Keaton ficou em silêncio por um momento, sua declaração o fez pensar se ele estava disposto a morrer por Ballantine. - Entendi o que você está dizendo, mas às vezes me pergunto se Ballantine vale mais a pena salvar. — As coisas ficaram muito ruins, e nem tudo é culpa de Samuel, ele apenas expôs nossas fraquezas. Ela olhou surpresa para ele. — Você realmente acha que isso é verdade? Ele deu de ombros e disse. — Diz-me você. Vi como você é forçada a viver para proteger pessoas que nem se importam com você.

Eles seguiram em silêncio depois disso, mas logo o céu começou a clarear com o amanhecer e, gradualmente, a temperatura começou a subir. Quando o sol finalmente surgiu no horizonte, era como se alguém tivesse ligado uma fornalha e ele começou a suar imediatamente. Mas desta vez, ele notou que o calor era diferente e que, enquanto andavam na escuridão, a paisagem começara a mudar.

O ar estava cheio de umidade, um alívio do calor seco e ao seu redor havia brotos verdes de grama saindo do solo arenoso. Sentindo as espirais começarem a se levantar, pensando que o pior já havia passado, ele se endireitou na sela e se viu ansioso pela próxima parte da jornada. Enquanto viajavam, a umidade aumentou no ar até que eles passavam por uma névoa fina que envolvia tudo ao seu redor e fizesse difícil para ver.

Mas através da névoa, ele podia ver uma floresta verde, árvores altas que, mesmo à distância, pareciam mais altas do que qualquer coisa que ele já vira. Rainie ficou em silêncio por tanto tempo, ele se perguntou se ela havia adormecido, mas quando ele olhou para ela, ela tinha uma expressão de intensidade no rosto que o assustou por um segundo. Lembrando que ele nunca desvendou os segredos do mapa, ele se perguntou se a floresta na frente deles apresentava mais perigos do que o deserto atrás deles. — Isso é uma selva? - ele perguntou, apertando os olhos através da névoa. Rainie assentiu. — Eu nunca vi a névoa tão longe, disse ela sem tirar os olhos à floresta na frente deles. A intensidade em seu olhar o preocupou. — O que isso significa? - ele perguntou seus olhos examinando o horizonte.

— A montanha está com raiva, disse ela, olhando para ele, preocupação em seus olhos pela primeira vez.

Ele abriu a boca para perguntar novamente o que aquilo significava, mas o céu se abriu e o que havia sido uma névoa suave caindo em seu rosto foi subitamente uma chuva de raiva. No instante seguinte, um raio cortou o céu e o trovão retumbou tão alto que o chão tremeu e seu cavalo tentou disparar. Ele continuou enquanto a égua pulava e empinava tão assustada que seus olhos pareciam sair da cabeça dela, mas ele continuava murmurando palavras suaves para ela.

Eventualmente, ela se acalmou e ele acariciou seu rosto, inclinando-se para sussurrar em seu ouvido até que sentiu seu coração parar de acelerar. Quando ele finalmente se sentou na sela, Rainie estava olhando para ele com uma mistura de respeito e desejo que fez sua frequência cardíaca já rápida subir ainda mais. Mas a chuva forte rapidamente acalmou sua resposta e ele gentilmente cutucou o cavalo de volta para uma caminhada.

Eles se arrastaram através da chuva, encharcados até a pele, a chuva ficando cada vez mais forte à medida que viajavam mais fundo na selva escura, silenciando qualquer som, exceto os estrondos do trovão. Por horas, eles percorreram a trilha lamacenta, a densa folhagem ao redor deles se fechando, as árvores altas bloqueando quase toda a luz, até chegarem a um rio furioso.

Quase fora de suas margens, milhares de litros de água corriam, batendo nas rochas e fazendo um spray que ele podia sentir a vários metros de distância. Ele olhou para Rainie, que estava observando a água, claramente tão sobrecarregada por sua força quanto ele. Mas então ela ergueu os ombros, limpou a chuva do rosto com as costas da mão e virou-se para ele.

— Temos que atravessar aqui, disse ela, o olhar de desafio em seu rosto impossível de perder.

Rainie estava feliz por ainda estar sentada em seu cavalo, porque o medo fez seus joelhos tremerem como suas mãos e ela provavelmente teria caído. Deixando o sentimento tomar conta dela, ela observou a água, visões de todos varridos invadindo seu cérebro e dificultando a respiração. Mas ela os afastou e tomou uma profunda

Respiração. Eles teriam que atravessar, e este era o único lugar seguro por quilômetros.

Ela estava esperando por esse momento desde que deixaram Rushbrooke, mas agora que estava nele, ela se viu hesitando, a ideia de estar aqui sozinha de repente não é tão atraente. De fato, ela não tinha certeza de poder atravessar o rio sozinha, ela nunca sonhou que estaria tão cheio. — Temos que atravessar aqui, disse ela novamente, tentando ver como era.

Dizer as palavras não ajudou em nada, e ela desejou que todos pudessem voltar, mas isso não era possível, então ela pulou do cavalo e caminhou até o rio. Ela ouviu Keaton surgir atrás dela e o som dos homens desmontando, mas concentrou-se em como ela atravessaria. Ele ficou em silêncio ao lado dela, a chuva caindo nele e ela fez o possível para não deixar a visão da camisa dele agarrada úmida ao peito musculoso a distrair.

— Não podemos atravessar isso, ele finalmente disse. Ela olhou para ele. — Eu preciso, ela disse, — mas você não precisa. Pegue os homens e volte. Eu te avisei que seria perigoso. Ele balançou sua cabeça. — Eu não vou deixar você sozinha, você nunca conseguirá atravessar, ele disse. — Não há outro lugar que possamos atravessar? — Não para cinco ou seis milhas, e quanto mais tempo ficamos, pior vai ficar, ela disse, afastando-se do rio. — Eu preciso falar com meus homens.

Ela só deu alguns passos quando sentiu a mão de Keaton em seu braço. — Espere um segundo. Acho que estou perdendo alguma coisa, ele disse. — Por que isso só vai piorar? Por que não podemos simplesmente esperar a tempestade? Puxando o braço dela, ele disse: — Quando a montanha fica com raiva, chove e as pessoas na montanha a enlouquecem. Keaton olhou para ela por um segundo, depois perguntou: - — Você está me dizendo que a montanha não nos quer aqui, então está fazendo chover? Ela assentiu. — E Samuel já passou por aqui, então é realmente louco, disse ela, querendo bater nele quando ele tinha um olhar paternalista no rosto. — Essa é a coisa mais louca que eu já ouvi, ele finalmente disse, tentando não rir.

Assim que as palavras saíram de sua boca, um enorme raio atingiu uma árvore a menos de um metro de onde ele estava um trovão sacudiu o chão e seu rosto ficou pálido. — Não parece tão louco agora, não é? Ela perguntou. — Pronto para ir para casa?

Ela esperava que ele concordasse, fosse com o rabo entre as pernas, voltando pelo caminho que vieram, mas um olhar de determinação se espalhou por seu rosto, e seu coração afundou. — Estou enviando meus homens para casa, mas não vou a lugar nenhum, disse ele, passando por ela em direção aos homens. — Se você pode atravessar, eu também posso.

Alguns minutos depois, todos os homens estavam voltando para Rushbrooke, os dela e os dele, com instruções para tentar segui-los em poucos dias, quando a montanha se acalmar. Seus homens não estavam felizes com a decisão e, pela primeira vez em seu comando, ameaçaram desobedecer sua ordem direta. Mas ela finalmente conseguiu convencê-los a voltar para casa e seis homens cavalgaram na névoa, deixando ela e Keaton sozinhos no rio furioso. — Qual é o seu plano? Ele perguntou, tirando a camisa de molhada.

Ela rapidamente se virou e começou a remover a corda amarrada à sela, tentando ignorar o peito nu. — Acho que se ancorarmos uma corda a uma árvore do outro lado, podemos segurá-la e atravessá-la, disse ela, engolindo em seco várias vezes quando olhou para ele.

A água escorria pelo peito, os cabelos escorregavam para trás do rosto e um dia de barba cobria o queixo. Ele assentiu, depois tirou a corda da sela e a levantou. — Amarraremos este na cintura e depois em uma árvore deste lado, disse ele, com os olhos cheios de emoção.

Ela o estudou por um segundo e perguntou: — Tem certeza de que quer fazer isso? Ele encolheu os ombros. — Eu não tenho muita escolha. Você vai tentar atravessar o rio comigo ou sem mim e acho que você tem uma chance melhor comigo - ele disse, seus olhos encontrando os dela. — Mas você pode morrer, disse ela, incapaz de desviar o olhar. — É um risco que estou disposto a correr, disse ele. — Por quê? - ela perguntou, seu coração batendo forte no peito, seu corpo formigando profundamente por dentro. Ele sorriu para ela. — Caso você não tenha notado, eu meio que gosto de você, Rainie.

Seu coração fez algo engraçado em seu peito e uma onda de calor tomou conta dela, mas ela fez uma careta para ele, não querendo que ele saiba como ele a afetou. — Você tem uma maneira engraçada de mostrar isso, disse ela. — Bem, então, no futuro, terei que encontrar uma maneira melhor de mostrar a você. Então, novamente, não há tempo como o presente, disse ele.

Rainie sabia o que ele ia fazer com o olhar dele, mas ele se moveu tão rápido que ela estava em seus braços antes que percebesse, a boca dele na dela. Ela lutou por apenas um segundo antes de abraçá-lo e abrir a boca para o beijo dele. Quando ele deslizou a língua entre os lábios dela, ela os separou e o deixou invadir sua boca, agarrando-se a ele e gemendo baixinho.

Mas então ela percebeu o que estava acontecendo e o empurrou, seu peito subindo e descendo enquanto o encarava. — Isso foi ... você não deveria ... não faça isso de novo.

Keaton não estava sorrindo dessa vez, ele estava chocado demais com o jeito que sentiu ao beijar Rainie para fazer algo além de ficar olhando para ela, com a boca aberta. Ele beijou muitas mulheres em sua vida, mas nunca havia sentido algo assim antes e levou um segundo para fazer seu cérebro começar a trabalhar novamente. Seu primeiro instinto foi agarrá-la e beijá-la novamente, mas ele o descartou quando um trovão sacudiu o chão, lembrando-o de onde eles estavam e o que eles estavam enfrentando.

Agitando a paixão que o dominara momentaneamente, ele gritou: — Vamos enviar os cavalos primeiro. Ela olhou para os cavalos e depois para a água. — Você acha que eles vão atravessar sem a gente? Ele assentiu. — Deixe-me lidar com isso, disse ele, depois foi até a égua.

Tendo certeza de pelo menos uma coisa, ele desamarrou a égua e a levou até o rio. Ela se afastou, com medo a princípio da água corrente, mas ele começou a falar com ela, palavras que pouco faziam sentido para ele, mas pareciam acalmá-la. Quando ela se acalmou o suficiente, ele colocou as rédeas sob a sela e

sussurrou em seu ouvido até que, com um determinado aperto de mão. Ela recostou-se nas pernas traseiras e pulou no rio.

A corrente ameaçava pegar a égua e carregá-la rio abaixo, mas ela logo se pôs em pé e atacou a água corrente, depois subiu na margem. Ela balançou a cabeça, enviando um spray de água para o ar, soprou seu peito duas vezes e depois começou a pastar na grama ao longo da margem. Rainie olhou para ele em choque. — O que você disse a ela? Isso foi uma linguagem diferente?

Keaton deu de ombros, pronto para dar uma resposta vaga, depois decidiu a verdade. — Honestamente, eu não sei. As palavras simplesmente vêm a mim, eles vêm desde que eu era pequeno e eu conheci meu primeiro cavalo. — Damien pode não ser tão fácil, disse ela, desatando-o e levando-o para o rio. — Amarre uma ponta da corda à sela, ele instruiu, dando pequenos passos em direção ao cavalo.

Quando ela segurou a corda, Keaton estendeu a mão para acariciar a cabeça de Damien e ele se encolheu um pouco, mas assim que começou a falar, ele abaixou a cabeça. Sussurrar as palavras que ele não entendeu foi mais fácil na segunda vez e logo Damien estava pastando ao lado de Lady, quase sem fôlego de sua viagem pelo rio. Ele agarrou a ponta livre da corda e amarrou-a a uma árvore, depois olhou para Rainie e sorriu.

Ela acenou com a cabeça e foi para o rio, mas ele se lembrou da outra corda. — Espere, ele gritou, agarrando-o e correndo até ela.

Ele amarrou um laço em uma extremidade, deslizou-o por cima da cabeça e desceu pelo corpo, depois apertou-o com força. — Vou me agarrar a esse fim, disse ele, mas não se mexeu.

Rainie olhou para ele, seus olhos verdes cheios de medo e determinação e ele percebeu de repente que ela era o tipo de mulher pela qual ele podia se apaixonar. Sexy e bonita, ela também era teimosa, corajosa, incrivelmente forte e determinada. Mas ele sentiu que em algum lugar no fundo ela também era macia e sensível e esperava ter a chance de descobrir esse lado dela.

Ele se abaixou e acariciou sua bochecha, sua mente cheia com tudo o que ele queria dizer, mas ele não conseguiu encontrar as palavras. — Eu terei você deste lado se algo der errado, disse ele. — Não lute muito contra a corrente, deixe-a empurrar você.

Ela assentiu e ele pensou ter visto lágrimas nos olhos dela. — Estou pronta, disse ela, depois estendeu a mão e o beijou na bochecha. Obrigado por ficar. Eu verei você do outro lado.

Seus olhos travaram por alguns segundos, e algo entre eles se encaixou. Ele ficou tentado a se inclinar e beijá-la, mas ela respirou fundo e foi para o rio, deixando-o segurando a outra ponta da corda. Enrolou-o na cintura, depois no braço, pegou a ponta da mão, abriu as pernas e se preparou.

Na beira do rio, ela estendeu a mão e agarrou a corda esticada sobre a corrente furiosa, depois hesitou apenas um segundo antes de ousadamente entrar. Ela se levantou para se acostumar com a corrente, depois começou a dar um passo lento após o outro na água, preparando-se após cada passo. A água subia a cada

passo que dava até a cintura e mal conseguia se mover, mas ela segurou a corda e avançou.

Ele ficou observando seu progresso dolorosamente lento, seus músculos tensos, prontos para pular e resgatá-la, mas começou a relaxar quando ela passou da metade do caminho. Desejando poder gritar encorajamento para ela, mas com medo de distraí-la, ele segurou a corda puxando e forçando seus músculos. Rainie estava quase do outro lado do rio quando um raio disparou pelo céu, dividindo uma árvore no rio. Ele explodiu em chamas e caiu na água correndo.

O tronco ardente veio correndo rio abaixo, as chamas saltando no ar pela chuva forte e ele gritou o nome dela bem a tempo de Rainie se abaixar sob a água. Ela foi imediatamente varrida dos pés dela. A única coisa que a impedia de ser carregada rio abaixo era uma mão pálida segurando a corda e a corda em volta da cintura. Ele a segurou enquanto a corrente a puxava repetidamente, sentindo-se impotente enquanto ela emergia ofegante por ar.

Rainie sentiu como uma boneca de pano sendo jogada em uma máquina de lavar enquanto a correnteza a sugava, mas ela estava presa onde estava, o tronco ardendo preso nas rochas a poucos metros dela. Seu aperto na corda estava começando a afrouxar, e ela não sabia quanto tempo ela poderia aguentar, mas a corda em volta da cintura estava apertada e ela podia ver Keaton na beira tentando puxá-la de volta pelo rio.

Ela tentou ajudá-lo, mas a corrente era forte demais e tudo o que ela podia fazer era tentar ficar acima da água tempo suficiente para sugar um pouco de ar em seus pulmões. Começando a entrar em pânico, ela se debateu na água, a mão mal segurando a corda e depois os dedos escorregaram e ela sabia que sua luta havia terminado. Mas ela só desceu alguns metros rio abaixo antes de sentir a corda em volta da cintura apertar mais, depois um par de braços fortes a agarrou. — Pare de lutar, Keaton gritou sobre o som do rio furioso.

Relaxar naquele momento foi à coisa mais difícil que ela já havia feito, mas a sensação de seus braços fortes em volta dela a tranquilizou e ela deixou seu corpo ficar mole. Ele a abraçou com mais força, gritou algo que ela não conseguia entender e então ela se sentiu sendo puxada pela água. Sua cabeça afundou na água novamente e ela sugou um enorme pulmão cheio de água, mas apenas um minuto depois ela sentiu o banco embaixo dela e Keaton batendo nas costas.

Ele a rolou do lado dele. Um enorme jato de água saiu de sua boca e ela sugou um pulmão cheio de ar, tentando não tossir. Ela ficou lá, com a garganta queimando, engasgando e tossindo até que Keaton a pegou nos braços e a levou para longe do rio e para as árvores. Ele a colocou no chão, depois desabou ao lado dela, seu peito arfando enquanto tentava recuperar o fôlego.

Eles ficaram ali na lama, encostados a uma árvore enorme por um longo tempo, sem falar. Os cavalos estavam pastando por perto como se nada tivesse acontecido e lhe pareceu engraçado que eles quase tivessem morrido, mas os cavalos estavam completamente satisfeitos. Risos borbulharam dentro dela, depois explodiram, deixando-a rir histericamente, incapaz de parar. Mas então Keaton a abraçou e a puxou para perto e as risadas se transformaram em soluços.

Ela soluçou em seus braços quando o medo, foi liberado pela sensação de seus braços fortes ao seu redor, finalmente rompeu. Ele a segurou, balançando para frente e para trás, sussurrando: — Está tudo bem, nós conseguimos, em seu ouvido repetidas vezes até que o medo evaporou.

Quando as lágrimas finalmente pararam e ela pôde falar, olhou para ele e disse: — Obrigado por me salvar. Ele se abaixou e alisou um pedaço de cabelo solto no rosto dela. — Foi um prazer, disse ele. — Você e eu temos negócios inacabados.

Ela pensou que ele iria beijá-la e então, ela teria recebido bem esse beijo, mas começou a tremer e um olhar de alarme apareceu em seu rosto. — Você está bem? - ele perguntou, puxando-a mais para seus braços. Balançando a cabeça, ela gentilmente o empurrou. — Eu estou bem, mas devemos voltar à trilha, disse ela, seu corpo ainda tremendo. — Eu não acho que você deveria estar andando agora, disse ele, balançando a cabeça. — Deveríamos tentar encontrar algum abrigo. Tem que haver uma caverna ou algo por aqui. Rainie se levantou devagar, tremendo um pouco. — Não é tão longe daqui, a alguns quilômetros no máximo, disse ela. Keaton se levantou. — Você vai andar comigo, disse ele como se ela não tivesse voz.

Estou bem. Eu posso andar sozinho - ela retrucou.

Mas quando ela tentou dar um passo, suas pernas não a seguravam e Keaton teve que estender a mão e agarrá-la antes de cair no chão. — Você tem certeza sobre isso? - ele perguntou, com um sorriso no rosto.

Ela suspirou, a sensação de seus braços ao redor dela derretendo sua raiva. — Eu acho que pode não ser uma má ideia, ela admitiu, sem olhar para ele.

Em um movimento fluido, ele a pegou nos braços, depois a levou para o cavalo e a levantou na sela. — Eu já volto; não se mexa, ele disse, dando-lhe uma olhada

isso deveria ser duro, mas fez seu coração começar a bater mais rápido.

Quando ele voltou, Damien estava seguindo atrás dele obedientemente e ela não pôde deixar de sorrir. — Parece que você o conquistou, disse ela. Ele olhou-a. — Espero que ele não seja o único, disse ele, depois saltou para a sela atrás dela.

Os braços dele a envolveram quando ele agarrou as rédeas e ela se recostou no peito dele, um suspiro escapando antes que pudesse detê-lo. Eles não conversaram enquanto cavalgavam na chuva e não demorou muito para que ela sentisse as pálpebras começando a ficar pesadas, o ritmo constante do batimento cardíaco de Keaton a embalando em um sono exausto.

Quando a respiração de Rainie tornou-se mais uniforme, ele sabia que ela tinha adormecido e puxou-a para mais perto dele, aninhando-a mais segura entre as pernas. Ele deixou Lady dar um passo na trilha enlameada, contente em ficar sentado com Rainie em segurança nos braços. Ela disse que estavam a apenas alguns quilômetros da floresta e, embora ele ainda não tivesse ideia do que estava por vir, ela não parecia preocupada com o que eles encontrariam do outro lado.

Ele ainda estava sofrendo com a experiência deles no rio e com o conhecimento que havia se espalhado por ele quando a viu mergulhar na água. Por mais improvável que parecesse, Rainie já era uma parte dele, já havia encontrado seu caminho em seu coração e, naquele instante em que a cabeça dela afundou, ele sabia que tinha que salvá-la para se salvar.

Agora, ela estava aninhada nos braços dele e ele não sabia ao certo o que fazer. O que havia sido um desejo puramente físico mudara, tornara-se mais profundo, transformara-se em uma verdadeira paixão por uma mulher que não podia ser dele. Eles eram de mundos diferentes, à procura de coisas diferentes na vida e isso só significaria sofrimento no caminho quando a vida voltasse ao normal.

Parecia injusto que ele finalmente encontrasse uma mulher que desejava com uma paixão que nunca havia sentido antes, mas que não podia tê-la. Ele esperou muito tempo, suportou as provocações e críticas de seus amigos sobre seu estilo de vida celibatário para encontrar a mulher certa e agora que ele tinha, ela estava fora de seu alcance. Mas então Rainie se moveu em seus braços e uma explosão de desejo passou por ele, seguida por um calor que ele nunca havia sentido antes e ele percebeu que seria um tolo em desistir sem lutar.

A vida não lhe dava tantas chances de encontrar felicidade e jogar fora uma dessas preciosas oportunidades seria estúpido. Ele não sabia como faria isso ou quando, mas estava determinado a explorar os sentimentos que tinha por Rainie, a descobrir se o que estava sentindo era uma coisa real. Uma onda de ternura tomou conta dele quando ele pensou em reivindicá-la como sua e no fundo, algo se encaixou.

Ele estava tão perdido em seus pensamentos que não havia notado a chuva caindo, ou o afinamento da vegetação ao seu redor enquanto saíam da selva. Quando eles finalmente emergiram do denso crescimento para a luz do sol, foi um choque e ele teve que fechar os olhos por um segundo para permitir que se ajustassem. Abrindo-os devagar, ele não pôde deixar de ofegar quando viu o vale verde se estender diante deles.

Rainie se mexeu nos braços dele, abriu os olhos e olhou para ele sonolenta. — Nós conseguimos, disse ele. — Existe algo que eu deva me preocupar? Árvores furiosas ou lagos perturbados? Ela sorriu para ele. — Você não viu no mapa? ela perguntou.

Ele sentiu as bochechas corarem. — Sim, bem, sobre esse mapa, disse ele. — Eu não consegui ler. — Eu pensei que sim, disse ela, rindo. — Mas você fez um bom trabalho de fingir. — Você não dá uma polegada, não é? - ele perguntou, um pouco sombrio. Ela se sentou um pouco mais ereta, depois o beijou na bochecha. — Não.

O beijo o surpreendeu tanto que ele quase caiu da sela, levando-a com ele, mas ele conseguiu corrigi-los no último segundo. — Acho que preciso de um descanso, disse ele, notando que as roupas estavam fumegando. — E para secar um pouco. Rainie estremeceu. — Parece uma boa ideia para mim, disse ela. — Estou encharcado o tempo todo.

Cavalgaram por alguns minutos procurando um lugar para parar, depois Rainie viu um caminho que levava à floresta. — Siga isso, disse ela, apontando.

Apenas alguns minutos depois, após uma curta viagem por uma floresta de pinheiros agradavelmente familiar, eles emergiram em uma clareira. Cercada por árvores, a clareira tinha apenas 800 metros de diâmetro, pontilhada de enormes pedregulhos, viva com flores silvestres e grama tão verde que quase machucava seus olhos. O alívio tomou conta dele, o sol o aqueceu e,pela primeira vez em dias, ele conseguiu relaxar.

Quando ele parou o cavalo, Rainie pulou antes que ele pudesse dizer para ela ir devagar. Os joelhos dela dobraram e ele teve que saltar da sela para pegá-la desta vez. O único problema era que ele estava tão cansado. As pernas dele também não se sustentavam e juntos caíram no chão, braços e pernas emaranhados. Eles ficaram lá, ambos chocados demais para se mover por um segundo, depois Rainie caiu na gargalhada e se desembaraçou. — Acho que não preciso agradecer novamente por me salvar, disse ela, se levantando lentamente. Ele a observou balançar um pouco antes de começar a sorrir e depois rir. — Acho que esse não foi o meu momento mais gracioso, disse ele. Rainie sorriu para ele. — Tudo bem, você foi ótimo quando contava - ela disse.

Seu coração deu um salto em seu peito quando o elogio dela tomou conta dele e ele se perguntou como apenas algumas palavras poderiam fazê-lo se sentir tão bem. — Damien fez a maior parte do trabalho, disse ele, subitamente envergonhado. — De alguma forma, duvido disso, disse ela, depois virou-se para o cavalo. — Você acha que há algo seco nesses alforjes?

Keaton estava apenas se levantando, esticando e balançando as pernas para fazer a circulação voltar a funcionar. — Eu aposto que o meu está seco. Eu tenho um truque - ele disse, caminhando até Lady e abrindo o alforje.

Eu também tenho um truque. Vamos ver qual funcionou melhor - ela disse, um desafio em seus olhos. Ele parou e olhou para ela. — E o que o vencedor ganha? - ele perguntou, lambendo os lábios em antecipação ao beijo que ele extrairia dela, se fosse ele.

Os olhos de Rainie ficaram grandes, seu rosto ficou rosa e ela gaguejou: Roupas secas. — Eu estava pensando que um beijo poderia ser um prêmio melhor, disse ele, — ou seja, a menos que você esteja com medo. Ela o estudou por um segundo. — Se eu ganhar, você precisa obter lenha e se você ganhar, pode me beijar, disse ela, seus olhos verdes brilhando.

Rainie não sabia o que a possuía para aceitar a aposta de Keaton, mas as palavras saíram de sua boca antes que ela pudesse detê-las. Ela odiava o fato de nunca poder desistir de um desafio ou aposta, sua natureza competitiva simplesmente não a deixaria e agora ela poderia ter se metido em uma situação que estava acima de sua cabeça. Assim como no rio, de repente ela se sentiu se afogando, mas desta vez não era a água que a arrastava: eram Keaton e seus olhos azuis.

Ela deveria ter se concentrado em localizar Samuel, ao contrário, ela estava flertando com um homem que não era certo para ela, um homem que nunca

poderia ser aquele com quem ela passaria o resto da vida. Ele era um Fae real e, mesmo que não gostasse da maioria da realeza, havia muita distância entre suas vidas, muitas coisas que os separavam. Deixar-se ceder ao que seu corpo queria acabaria apenas com o coração partido, e havia muita coisa em jogo agora para que ela tivesse um coração partido.

Mas ela não podia recuar, não podia deixar que ele visse que ele a alcançara, ela tinha a sensação de que, se o fizesse, ele nunca a deixaria em paz. Respirando fundo, ela tirou o pacote embrulhado em pano de óleo do alforje, desejando manter a boca fechada quando ele a provocou. Um beijo agora pode ser mais do que ela poderia suportar. Ela mostrou a ele. — Meu pai me ensinou esse truque há muito tempo, disse ela, depois olhou para o que ele estava segurando. Keaton começou a rir. — Um velho marinheiro me mostrou, disse ele quando se recuperou. — Parece que nenhum de nós vence esse.

Rainie ficou chocada ao sentir uma pontada de decepção e tentou escondêla, mas Keaton a observava atentamente. — Claro, existe uma solução, disse ele. — Nós dois podemos pegar lenha, e eu ainda posso te beijar. Ela balançou a cabeça. — Não, essa não foi à aposta, disse ela, começando pelas árvores. — Eu vou mudar. Ele deu um passo ao lado dela. — Você não abriu, disse ele. — É melhor eu ir com você e garantir que suas roupas não estejam molhadas.

Rainie parou e retirou as camadas de óleo. — Veja: seco como um osso, disse ela. — Abra o seu.

Demorou alguns minutos, mas ela finalmente conseguiu se livrar de Keaton para deslizar nas árvores e trocar de roupa. As camadas encharcadas não eram a experiência mais agradável, o ar frio em sua pele nua a fez tremer e ela ansiava por um bom fogo quente. Ela não tinha certeza de quanto tempo ela seria capaz de resistir a Keaton e desejava que houvesse alguém com quem pudesse conversar, alguém para lhe dizer como desligar o que parecia já ter começado.

Emergindo das árvores, ela olhou em volta, aliviada quando a clareira estava vazia. O sol estava alto no céu e um fogo quase tão bom, então ela pegou um pente da sela e se estabeleceu em uma pedra plana ao sol. Tomando a ponta da trança na mão, ela desamarrou a pulseira de couro e soltou a trança, suspirando de alívio. Ela passou as mãos pelos longos fios, depois o jogou sobre um ombro e começou a passar o pente por ele.

Ela fechou os olhos, aproveitando o calor do sol, deslizando o pente pelos cabelos, puxando os nós. Quando estava quase seco, ela percebeu que Keaton havia voltado e abriu os olhos. Ele estava parado a alguns metros dela, observando-a com um olhar que a deixou sem fôlego e a encheu de antecipação. Ela conhecia aquele olhar e sabia o que estava por vir, mas não se moveu quando ele se aproximou dela.

Ele parou bem na frente dela, seus olhos se encontraram, fazendo seu coração bater forte no peito. — Eu queria fazer isso desde a primeira vez que te vi, disse ele, passando os dedos pelos cabelos dela.

Ela suspirou com seu toque gentil e fechou os olhos, incapaz de suprimir o suspiro que escapou por seus lábios entreabertos. Quando ele passou os longos fios em volta dos dedos e inclinou a cabeça para trás, ela abriu os olhos para encontrá-lo olhando fixamente para ela, os olhos cheios de desejo. Então sua boca desceu sobre a dela com força e exigência, sua língua invadindo sua boca, mas ela não resistiu, em vez disso, passou os braços em volta do pescoço dele e deixou que ele a beijasse.

Ele passou entre as pernas dela, onde elas pendiam da rocha, uma mão ainda presa em seus cabelos, à outra ao seu redor. Ela estava presa em seu peito duro, seus seios esmagados contra ele quando uma emoção após outra a inundou e o desejo a fez formigar profundamente por dentro. Antes que ela soubesse o que estava acontecendo, ele a empurrou sobre a rocha e estava deitado entre as coxas entreabertas, sua masculinidade latejante pressionada contra ela.

Sua boca ainda na dela, ele a beijou até que ela começou a se contorcer sob ele, seu corpo começando a pulsar com uma necessidade que ela nunca havia sentido antes, a umidade brotando entre suas pernas. Ele desembaraçou a mão do cabelo dela e deslizou-a pelo estômago e segurou um de seus seios, provocando seu mamilo com o polegar.

O corpo de Rainie explodiu de prazer, começou profundamente dentro dela e se espalhou, ocupando todos os espaços vazios, preenchendo-a de uma maneira que nunca havia sentido antes. Quando a mão de Keaton deslizou entre as pernas dela e o dedo deslizou por seu nó palpitante, ela gritou, quebrando o beijo entre eles e ele começou a mordiscar seu pescoço. Deslizando a mão pelo estômago dela, ele segurou seu seio novamente, depois abaixou a cabeça e chupou o mamilo através do pano da blusa.

Quando a paixão profunda dentro dela ganhou vida, o mundo ao redor de Rainie desapareceu, seu único foco era o homem que lhe dava um prazer tão intenso. Ela bloqueou a pequena voz gritando que isso estava errado, que isso não significava nada para Keaton, ela ignorou dizendo que, quando ele a preenchesse, ele seguiria em frente. Ele a levou além do ponto de cuidar, e ela estava pronta para cair no desconhecido, Keaton, como seu guia.

Keaton sabia que ele deveria parar, que este não era do jeito que ele queria para batizar a paixão entre eles, mas ele não poderia parar e deixar Rainie ir. Seu corpo flexível era dele para o que quisesse, qualquer resistência havia desaparecido com o primeiro beijo e ele deveria estar se regozijando, mas não parecia certo. Ele estava reunindo forças para se afastar de Rainie quando sentiu um forte golpe no quadril, seguido por outro e outro.

De joelhos, ele encontrou doze pares de olhos muito zangados olhando para ele e Rainie. Quando ela abriu os olhos e os viu, soltou um pequeno grito, saiu debaixo dele e empoleirou-se na rocha. Ele rapidamente se levantou, olhando em volta e avaliando a situação. Embora não sejam grandes, os homens reunidos ao redor deles seguravam lanças com pontas muito afiadas, se o sangue que escorria das perfurações no quadril fosse alguma indicação.

Ele olhou para Rainie, que também estava avaliando a situação, os olhos dela percorrendo os homens, procurando uma fraqueza. Ela se virou e olhou para ele, sacudiu a cabeça e desceu muito lentamente da rocha, com as mãos na frente dela. Um dos homens latiu algo para ele, apontou para o chão e depois em Rainie. Ele recebeu a mensagem, desceu a rocha e ficou ao lado dela.

— Eu pensei que você disse que estávamos seguros aqui, ele sussurrou. — Deveríamos estar, disse ela, com um olhar de confusão no rosto. — Essa tribo geralmente não se afasta da aldeia. — Devemos tentar fugir? ele perguntou. — Eu poderia dizer aos cavalos para fugir ou algo assim e nós poderíamos fugir. Rainie balançou a cabeça. — Não, acho que eles não vão nos machucar, disse ela. — Pelo menos ainda não

Quando um dos homens cutucou Keaton nas costelas e apontou para os cavalos, ele sabia que era sua chance, mas Rainie estava balançando a cabeça para ele, então ele se aproximou e os trouxe de volta. Eles montaram e depois de mais algumas ordens latidas que ele não conseguia entender, eles voltaram por onde vieram. De volta à trilha principal, ele seguiu silenciosamente ao lado de Rainie, que mantinha os olhos em frente, sem expressão no rosto.

Não demorou muito para que eles saíssem da trilha principal e começaram a subir mais alto nas montanhas, os homens empurrando-os com mais força quando o sol começou a se pôr. Eles os levaram ao centro de uma pequena aldeia no alto das montanhas, onde um velho homem e uma mulher os aguardavam ao lado de uma grande fogueira. Um dos captores cutucou Keaton com sua lança novamente e ele deslizou de seu cavalo, Rainie seguindo sua liderança.

Sabendo o que deveria fazer graças há todos os anos que serviu ao rei e à rainha, ele pegou a mão de Rainie e se aproximou do casal, depois se curvou profundamente. Rainie pareceu confusa por um segundo, depois curvou-se também, olhando-o pelo canto do olho. Havia uma fúria de discussão em torno

deles como eles ficaram ali, mas ele não conseguia entender o porque eles estavam ficando.

Rainie parecia estar ouvindo, mas ele não podia ter certeza e não se atreveu a abrir a boca para perguntar a ela. Então a velha deu um passo à frente e levantou as mãos no ar, encerrando a discussão repentinamente. Ela caminhou até Rainie, pegou o rosto entre as mãos, girou para um lado e depois para o outro, depois a soltou, andou por trás dela e segurou a trança à luz do fogo.

Keaton quis dar um tapa na mão da mulher quando ela desamarrou a tira de couro que segurava a trança de Rainie e estendeu o cabelo, deixando-o flutuar entre os dedos. Rainie não se mexeu, mas ele podia ver a tensão em seus ombros, a veia em seu pescoço pulsando quando a mulher varreu os cabelos mais uma vez e deixou-os cair. Então ela agarrou Rainie pelos ombros, virou-a e a abraçou. — Faz muito tempo desde que te vi, Rainie, mas eu reconhecia esse cabelo ruivo em qualquer lugar, disse ela, sua voz pesada com um sotaque. — Você era apenas uma garotinha da última vez que seu pai te trouxe aqui, mas é tão bonito quanto era.

O rosto de Rainie se encheu de confusão, mas ela sorriu para a mulher. — Sinto muito, mas não lembro de você, disse ela.

Suponho que você era muito pequena, mas não importa. Eu sei quem você é, disse a mulher, pegando a mão de Rainie na mão nodosa. — Eu sou Alania e este é Hammond. Entre, que vai ter algo para comer e você pode me dizer o que você está fazendo aqui em cima.

Rainie olhou para ele, uma pergunta em seus olhos. Ele assentiu e ela deixou a velha levá-la embora. Ele a seguiu, aliviado ao ver que os homens com lanças haviam desaparecido.

A multidão se reuniu ao redor deles, mas estava em guarda. Até que ele soubesse que eles eram realmente seguros, ele não iria relaxar, apesar de ter dormido apenas algumas horas nos últimos dias e a exaustão estar deixando seu cérebro um pouco nublado.

Rainie estava sentada entre Hammond e Alania, imaginando como tinha passado de prisioneira a convidada de honra, mas estava cansada e com fome naquele momento para se preocupar com isso. Sua cabeça zumbia com falta de comida e exaustão, seu corpo finalmente esgotou suas últimas reservas, então ela aceitou com gratidão o prato de comida entregue a ela. Cheirava tão bem que seu estômago começou a doer e ela se perguntou se ia vomitar, mas o sentimento passou após a primeira mordida.

Ela comeu devagar, deixando a conversa que ela não conseguia entender tomar conta dela e examinando a sala, esperando um flash de memória de estar lá. Construída com troncos colhidos na selva próxima, à sala comprida tinha uma lareira em uma extremidade, tetos baixos e sem janelas, mas tapeçarias coloridas iluminavam o espaço escuro. Lanternas brilhando dos cantos da sala espalham uma luz quente sobre eles enquanto comem e ela se viu relaxando.

Quando o prato estava vazio, a velha pegou o empilhou-o com o resto, depois virou-se para Rainie. — Agora que você comeu, podemos conversar um pouco antes de descansar, disse ela. — Obrigado pela refeição, estava maravilhosa - disse Rainie. — Agradecemos sua hospitalidade, mas tenho que perguntar por que seus caçadores estavam tão longe da vila? Alania balançou a cabeça tristemente. — Alguns dias atrás, alguns homens apareceram na vila exigindo toda a nossa comida, disse ela. — Quando recusamos e tentamos combatê-los, eles lançaram algo de mal sobre nós e, quando partiram, com vários de nossos homens como escravos, a maior parte da vila foi destruída. Este edifício sobreviveu porque é sagrado, o mal não pode tocá-lo, mas quase todo o resto se foi. — Samuel, disse Rainie, encontrando os olhos de Keaton do outro lado da sala. — Você conhece esse homem? Alania perguntou. Rainie assentiu. — É por isso que estamos tentando atravessar a montanha, disse ela. Ele também fez coisas terríveis em Ballantine e escapou com as joias da coroa. Achamos que ele está trabalhando com os — invisíveis. Houve um suspiro na sala, mas Alania assentiu. — Eu estava com medo daquilo. Isso explica por que ele foi capaz de nos encontrar e dominar nossos guerreiros, disse ela. — Temos sorte de que alguns deles estavam caçando quando ele apareceu, ou estaríamos totalmente indefesos agora.

— Ele está usando magia negra, disse Rainie, mas era mais uma pergunta do que uma afirmação. Alania assentiu. — Sua aura estava cheia de trevas e ele tinha total controle de seus homens, eles o obedecem como se estivessem em transe, disse ela. — Ele fez a mesma coisa com nossos homens e eu temo com o que ele pode fazer com que eles façam.

Mais uma vez, o peso do que ela tinha que fazer caiu sobre ela, mas desta vez não a sobrecarregou, isso apenas a fez querer lutar ainda mais. Samuel tem que ser parado e ela estava determinada a ser quem o deteria, mas não seria fácil e ela não poderia fazê-lo sozinha. Olhando para Keaton, ela percebeu que, por enquanto, ele era a única ajuda que ela tinha.

Seus olhos estavam cheios da mesma raiva e determinação que ela sentia e uma emoção a percorreu, seguida por uma enorme explosão de desejo. Em qualquer outra circunstância, ela poderia ter conseguido convencer-se a ceder à paixão entre eles, mas era uma distração que eles não podiam ter, um desperdício de energia que poderia ser usado para derrotar Samuel e salvar Ballantine. — Nós vamos pegá-lo e levá-lo de volta para Ballantine. Vamos recuperar seus homens - disse ela, sua voz cheia de convicção. — Samuel não vai se safar disso, ele machucou muitas pessoas.

Alania a estudou por um minuto, depois estendeu a mão e deu um tapinha no braço dela. — Eu acredito que você vai, Rainie, disse ela, um sorriso se espalhando por seu rosto. — Agora, acho que vocês dois devem descansar. Parece que você não dorme há dias.

Keaton, que ficou em silêncio o tempo todo, levantou-se e disse: — Obrigado por sua hospitalidade. Sinto muito por todos os seus problemas, mas vamos encontrar Samuel e esclarecer as coisas.

Alania e Hammond assentiram para ele e Rainie percebeu que o velho também não havia dito uma palavra o tempo todo, mas ela podia ver que ele estava absorvendo tudo. — Você realiza uma jornada difícil. Que a pouca ajuda que podemos oferecer seja sua, ele finalmente disse. — Sua hospitalidade é tudo o que pedimos, disse Rainie.

Quando o casal se levantou, Rainie e Keaton também o fizeram, e logo estavam acompanhando uma jovem pelo que restava da vila até uma cabana que parecia construída às pressas, mas sólida o suficiente. Eles passaram pela porta para encontrar dois colchões com cobertores dobrados no final esperando por eles e, para Rainie, parecia à cama mais confortável que ela já vira.

A menina correu noite adentro e Rainie foi para o colchão mais próximo, mas Keaton chegou lá antes dela, abaixou-se e deslizou o colchão pela sala até ficar ao lado do outro. Ele se sentou em um dos colchões e começou a tirar os sapatos dele, como se tudo estivesse perfeitamente normal, quando apenas aquele pequeno gesto fez seu coração bater violentamente no peito. — O que você está fazendo? - ela finalmente perguntou quando ele apenas se preparava para dormir. — Eu vou dormir, ele disse como se a pergunta dela fosse boba. — Você não vem?

Rainie sabia que ele a estava provocando e que ela tinha duas opções, então, em vez de se envolver com ele e se encontrar como a perdedora, ela se aproximou e sentou-se no outro colchão. — Você fica do seu lado e eu vou ficar do meu, disse ela, tirando os sapatos dela.

Keaton adormeceu sorrindo, Rainie não apenas cedeu a ele, mas assim que adormeceu, ela rolou e se aconchegou nos braços dele. Quando ele acordou na manhã seguinte, ela ainda estava lá, roncando baixinho, fazendo-o pensar em todas as maneiras interessantes que ele poderia acordá-la. Mas ela abriu os olhos antes que ele pudesse colocar qualquer um deles em prática. Saindo de seus braços, suas bochechas rosadas. — Sinto muito, ela gaguejou. — Eu não quis ... Ele sorriu para ela. — Acho que essa pode ter sido a melhor noite de sono que já tive.

Seu rosto ficou ainda mais rosado e ele queria agarrá-la e beijá-la, mas seus olhos ficaram grandes e ela deu um salto. — É melhor nos levantarmos e seguirmos em frente. Ainda temos um longo caminho a percorrer antes de atravessarmos a montanha - disse ela, pegando as botas e atravessando a cabana.

Observando-a sentada no chão calçando as botas, o rosto ainda rosado, Keaton sentiu uma onda de ternura varrê-lo e decidiu não provocá-la. — Eu não acho que você gostaria de compartilhar o que estamos enfrentando hoje na trilha? Tivemos calor extremo, chuva que quase nos afogou, o que vem a seguir? perguntou.

ele

Antes que ela abrisse a boca, ele sabia o que ela ia dizer, mas não foi tão difícil quando as palavras saíram de sua boca. — Gelo e neve, disse ela, levantando-se. Ele gemeu e pegou suas botas. — Exatamente quanto gelo e neve? Ele perguntou. — Vai precisar de todas as camadas de roupas que trouxe, disse ela. — Mas depois que ultrapassamos, é fácil a partir daí. — Por que eu deveria acreditar em você? - ele perguntou, sorrindo para ela. Ela encolheu os ombros, mas ele pôde ver um pequeno sorriso. — Porque eu sou a única que pode ler o mapa, disse ela, e saiu pela porta. Ele rapidamente terminou de calçar as botas e a seguiu. — Espere por mim, essas pessoas podem gostar de você, mas não recebi exatamente as boas-vindas, disse ele, dando um passo ao lado dela. Ela olhou para ele, surpresa. — O que você quer dizer? ela perguntou. — Não tenho certeza, disse ele, tentando descobrir o que estava sentindo. — É exatamente esse sentimento que sinto quando eles olham para mim, como se não confiassem em mim ou que não devessem confiar neles. Eu não sei - ele tentou explicar. — Acho que não posso realmente explicar o que estou sentindo.

Rainie caminhou silenciosamente, pensando em suas palavras, depois olhou para ele novamente. — Eu não sei, parece que eles vão nos ajudar, disse ela, fazendo seu coração cair. — Mas, ela continuou, — Se você sentir que algo está errado, então devemos ter cuidado. Também não conheço essas pessoas.

Ele pegou a mão dela, ela começou a se afastar, mas ele segurou. — Obrigado por acreditar em mim, disse ele.

Ela abriu a boca para responder, mas eles encontraram Alania, que estava saindo de outra cabana que parecia tão apressadamente construída quanto a que acabaram de dormir. — Bom dia, disse ela, mancando na direção deles. — Eu sou um pouco dura de manhã, não sinta que precisa esperar por mim. — Não nos importamos, disse Keaton, estendendo o braço para ela. — Deixe-me ajudá-la.

Alania colocou a mão no braço dele e se apoiou nele um pouco enquanto caminhavam. — Obrigado, Keaton, disse ela quando chegaram ao alojamento. — O café da manhã será servido lá dentro quando você estiver pronto. Tenho alguns assuntos para resolver, mas estarei com vocês depois.

Eles acabaram de empilhar pratos da mesma comida que tinham na noite anterior, quando Alania entrou no quarto de um corredor que ele não havia notado antes, um dos homens que os capturara atrás dela. Ela veio até onde eles estavam sentados, cuidadosamente se abaixou no chão e olhou para os dois.

— Temos um problema, disse ela, olhando por cima do ombro para o caçador atrás dela. Keaton estava imediatamente em guarda. — Que tipo de problema? - ele perguntou, avaliando o homem que estava olhando para frente, com a lança agarrada firmemente na mão. — Bem, Alania começou olhando por cima dela novamente. Malcom acredita que desde que ele te capturou em nossa terra, você pertence a ele. — Ele está disposto a deixar você ir, Keaton, mas ele quer manter Rainie para ele. — Manter-me? Rainie perguntou, finalmente percebendo o homem. Eu não sou um animal de estimação. — É seu direito, de acordo com a nossa lei, disse Alania. — Os prisioneiros pertencem aos caçadores que os capturam e Malcolm era o líder naquele dia. Rainie se levantou, foi até o homem e olhou nos olhos dele. — Eu não pertenço a ninguém, disse ela, depois se virou para ir embora.

Mas o homem estendeu a mão e agarrou seu braço e a girou para detê-la. Uma série de palavras que ela não conseguia entender veio da boca do homem, mas não foi preciso um gênio para entender o que ele estava dizendo. Ele puxou Rainie para mais perto dele e Keaton já tinha visto o suficiente. Ele ficou de pé, diminuiu a distância entre eles em dois passos. — Tire suas mãos dela, você não pode tê-la, ela já me pertence - disse Keaton, a verdade de suas palavras o surpreendendo.

Rainie olhou para ele, chocada, depois de volta para o caçador, puxando o braço para fora de suas mãos. — Eu não pertenço a ninguém, disse ela, mas nenhum homem a estava ouvindo.

Eles estavam trancados em uma batalha de vontades, os olhos estreitados, o corpo tenso. Keaton jogou Rainie atrás dele no momento que o caçador a alcançou novamente, depois levantou a lança quando percebeu que ela estava fora de alcance. Ele se preparou para um ataque, mas Alania se colocou entre eles. — Não haverá derramamento de sangue neste alojamento, disse ela em voz alta, mas calmamente.

Rainie queria gritar enquanto a discussão sobre ela continuava ao seu redor como se ela nem estivesse lá. O homem que tentava reivindicar ela não parecia recuar, Keaton parecia bravo o suficiente para pular nele e ela sabia que as coisas estavam indo de mal a pior muito rapidamente. Ela queria fazer Keaton recuar para poder explicar que nada além da morte a impediria de ir atrás de Samuel, mas ele a bloqueou e a estava ignorando.

Alania estava entre os dois homens, uma mão em cada um dos peitos, um olhar de preocupação no rosto. — Malcom diz que você tem que provar que ela é sua , disse ela. — Não vejo anéis nos seus dedos. — Nós não somos casados, mas ela é minha, disse ele, virando-se para olhá-la, esperando que ela o apoiasse.

Ela olhou para ele. — Eu não pertenço a ninguém, ela repetiu. Sou a capitã da guarda alpina.

Keaton deu a ela um olhar sujo, desejando que ela apenas brincasse, então um sorriso se espalhou pelo rosto dele. — Pergunte a ele o que estávamos fazendo quando ele nos encontrou, ele ordenou.

Rainie não pôde deixar de sibilar quando as palavras saíram de sua boca. — Não pergunte isso a ele, disse ela, mas era tarde demais, Alania já havia traduzido.

O caçador deu um passo para trás, olhou para o chão e cuspiu algumas palavras que pareciam ruins para seus ouvidos. Alania olhou para ela e sentiu o rosto ficar vermelho. — Eu não usaria as mesmas palavras que Malcolm acabou de usar, mas acho que vocês dois estavam envolvidos em algo íntimo quando o encontraram. — Isso prova, disse Keaton.

Mas Alania já estava balançando a cabeça antes mesmo que a frase terminasse. — Apenas o casamento provaria a propriedade de Rainie, disse ela. Keaton olhou para ela. — Nem pense nisso, ela sussurrou para ele. Ele se virou e colocou as mãos nos ombros dela. — Você quer ficar aqui com ele? ele perguntou. Quando ela balançou a cabeça. — Então case comigo. Eu acho que é o único caminho.

Rainie só podia olhar para ele, a ideia era tão ridícula que ela não conseguiu nem formular uma resposta enquanto procurava outra solução. — Você só pode estar brincando. — Tem que haver outra maneira - disse ela, começando a entrar em pânico. — Eu não sou uma propriedade. — Rainie, acho que é o único caminho, se você tivesse ficado na trilha ... disse Alania. — Eu não posso ajudá-lo mais do que isso.

Ocorreu-lhe então que tudo isso era culpa dela, ela sabia que eles deveriam seguir a trilha, mas estava tão desesperada por uma folga que estava disposta a arriscar. — Eu sei, isso é tudo culpa minha, disse ela. Keaton se abaixou e acariciou sua bochecha. — Não vai ser tão ruim se casar comigo por um tempo, não é? Podemos anulá-lo ou o que quer que seja quando voltarmos para Ballantine, disse ele.

A decepção tomou conta dela e ela se perguntou de onde vinha, depois ouviu a pequena voz no fundo de sua mente, regozijando-se com o pensamento de se casar com Keaton. Chocada com a pequena voz, ela se afastou de Keaton e o estudou por um longo tempo, subitamente inundada por uma mistura de emoções que terminou com uma emoção quando ele pegou a mão dela e caiu sobre um joelho.

Rainie, quer casar comigo? - ele perguntou, um olhar suplicante em seu rosto.

Ela sabia que ele estava apenas dando um show para o caçador e que ela tinha que brincar junto, se os dois iam embora. — Sim, Keaton, eu vou me casar com você, disse ela, tentando parecer feliz.

Ele ficou de pé e a abraçou. — Você não pode parecer um pouco mais feliz? ele sussurrou. — Afinal, agora temos uma noite de núpcias.

Rainie queria dar um tapa nele, mas, em vez disso, ela estendeu a mão, abaixou a cabeça e o beijou. Não era apenas o beijo na bochecha que ela lhe dera antes, foi um beijo cheio de promessas e ela o ouviu gemer no fundo de sua garganta. Ele a puxou para mais perto, aprofundou o beijo e por um momento, ela esqueceu que eles estavam em uma sala cheia de pessoas.

Quando eles finalmente se separaram, com o peito cheio de paixão, ela sorriu para ele e disse: — Só para você saber, não haverá noite de núpcias.

Humilhada, zangada e frustrada com a situação em que se encontrava, fez a única coisa que pôde fazer além de chorar e irromper. Ela viu os cavalos em uma clareira e se dirigiu para eles, tentando conter as lágrimas que ameaçavam derramar por suas bochechas. A ideia de se casar com Keaton a assustou. Isso a assustou porque sabia que, por mais que tentasse, nunca seria capaz de resistir a ele, nunca seria capaz de afastá-lo se ele colocasse as mãos nela novamente.

Ela chegou tão perto uma vez antes, as roupas que os separavam eram a única coisa que havia impedido as coisas de irem longe demais. Apenas a lembrança das mãos de Keaton nela, sua boca presa no mamilo, fez seu corpo inteiro começar a cantarolar com prazer. O pensamento de como poderia ser as roupas entre eles a fez parar de andar por um segundo enquanto a respiração saía dela.

Balançando a cabeça para afastar as imagens, ela foi para o celeiro, esperando que alguns minutos com Damien a ajudassem a controlar os sentimentos que só terminariam com o coração esfarrapado e quebrado. Mas ela

não conseguia tirá-lo da cabeça e os homens no celeiro a encaravam com olhares desconfiados, fazendo-a sentir-se indesejável.

Então, ela voltou para a vila, apenas para encontrar um grupo de mulheres esperando por ela. Quando a viram, elas gritaram e correram para ela. Preparada para se defender, ela levantou os punhos e agachou-se, mas então viu Alania parada a alguns metros de distância com um sorriso no rosto. — Está tudo bem, Rainie, elas só querem ajudar você a se preparar para o casamento - ela disse, mancando até ela. — Não desperdice sua energia tentando combater isso. Casamentos são um grande negócio por aqui.

Keaton pegou o arco e aljava de flechas de Hammond, olhando-os com ceticismo, depois com um pouco mais de respeito. Ele puxou a corda algumas vezes, depois encaixou uma flecha no arco e se afastou experimentalmente, sabendo que o resto da caçada o observava atentamente. Silenciosamente agradecendo ao rei Alexandre por sua habilidade com um arco e flecha, ele mirou uma árvore fora da vila e deixou a flecha voar.

Ele atingiu a árvore com um ruído satisfatório e ele foi recompensado por murmúrios de apreciação, exatamente como havia planejado. Ele se aproximou e pegou sua flecha, verificou se havia defeitos, depois a colocou de volta na aljava e jogou o arco por cima do ombro. Certo de que suas habilidades não tinham dúvida, ele voltou para Hammond e esperou, aliviado por ter passado pelo menos um teste. — Você é responsável por fornecer a carne para o banquete de casamento, disse Hammond, com as palavras fortemente acentuadas. — Você deve retornar com carne suficiente para alimentar a tribo, um teste para provar que você está pronto para se casar. — E se eu não? - ele perguntou, já sabendo a resposta.

— Então o casamento será adiado por mais um dia, para que você possa tentar novamente, disse Hammond. — É o caminho do nosso povo e Malcolm insiste em que você siga todas as tradições.

Ele olhou para Malcolm encostado a uma árvore que observava a distância novamente. Ele tinha um sorriso triunfante no rosto e Keaton queria se aproximar e sacudi-lo. Com tanta coisa em jogo, a última coisa que eles deveriam fazer era brincar e caçar e fazer uma cerimônia de casamento e por um segundo ele se perguntou se poderia falar com ele. — Eu não me incomodaria em tentar, disse Hammond, como se estivesse lendo sua mente. — Malcolm é um homem muito amargo e teimoso. — Como você ... você pode ... Keaton começou a perguntar. Mas Hammond levantou a mão. — Você não fica tão velho quanto eu sem uma pequena ajuda, disse ele.

Keaton sentiu o rosto ficar branco, finalmente entendendo por que o velho estava tão calado. — Oh, eu ... ele ficou sem palavras. Hammond começou a rir. — Eu não tenho lido sua mente o tempo todo, então você pode relaxar, disse ele. — Eu só fiquei o tempo suficiente para saber que você é um bom homem, Keaton. — Obrigado, eu acho, disse Keaton, sem saber se deveria ficar ofendido ou honrado.

Os cabelos de Rainie foram lavados, penteados, puxados e presos na cabeça em uma abundância de cachos. Ela foi esfregada até ficar rosa, depois esfregou com loção, depois óleos, embrulhada firmemente em um cobertor e afundou em uma cadeira. Agora as mulheres estavam segurando tecidos contra sua pele e conversando entre si, rindo e rindo.

Através da pequena janela no alto de uma parede da cabana em que estavam amontoadas, ela podia ver que o sol estava começando a se pôr. Durante toda à tarde, ela estava tentando encontrar outra maneira de sair da bagunça em que se metera, mas nada havia acontecido com ela e ela finalmente se resignou à realidade do que estava prestes a acontecer. Nunca, em toda a sua juventude sonhando acordada, ela imaginou que algum dia seria forçada a se casar e com um Fae real.

Ela imaginou muito com frequência: um misterioso guerreiro Fae que se apaixona loucamente por ela, suas famílias se reúnem para vê-los prometer seu amor, uma casinha com jardim e dois filhos. Tudo parecia tão simples e tão possível para ela naquela época, mas, à medida que a tarde diminuía, esses sonhos evaporaram, substituídos por uma incerteza que a deixou fria por todo o caminho.

Quando as mulheres finalmente a puxaram da cadeira e começaram a desembrulhar o cobertor, suas pernas estavam tremendo. Mas então ela pensou em seus pais e em todas as pessoas que dependiam dela e se aprofundou um pouco mais em coragem para ajudá-la. Ela só precisava ser forte, deixar claro para Keaton que eles tinham um trabalho a fazer e qualquer outra coisa seria apenas uma distração.

A sensação do ar frio em sua pele a tirou de seus pensamentos e ela tentou cruzar os braços sobre o peito, mas uma das mulheres deu um tapa em suas mãos. Então ela puxou os braços de Rainie para fora de seu corpo e a fez ficar lá enquanto as mulheres olhavam uma última vez para ela. Ela fechou os olhos, sabendo que seu rosto estava ficando escarlate, esperando que terminasse em breve.

Quando sentiu o toque de algo macio contra a pele, ela abriu os olhos e encontrou uma mulher enrolando um pedaço de tecido verde muito fino e quase transparente ao seu redor. Ela olhou para baixo e estremeceu, o tecido não cobria nada, mas então a mulher se virou e pegou outra peça e a colocou sobre a outra. O processo continuou, cada peça um pouco mais escura que a anterior até que nada aparecesse e houve um nó complicado em seu ombro.

As mulheres aplaudiram, fizeram-na girar em círculo e depois começaram a conversar animadas. Nesse momento, a porta se abriu e Alania entrou, sorrindo quando viu Rainie. — Você está deslumbrante. Essa cor é perfeita para você disse ela, aproximando-se para lhe dar um abraço. — Esse homem não vai saber o que o atingiu quando a ver. Quase me faz desejar ser jovem novamente, todo o romance e paixão do amor jovem, às vezes sinto falta. Rainie bufou. — Não estamos realmente apaixonados, disse ela. — Você sabe disso certo?

Alania estendeu a mão e colocou a mão enrugada na bochecha de Rainie. — Você realmente acha que eu deixaria você se casar com ele se eu não achasse que o amor era possível entre vocês?

Keaton deixou o calor penetrar nele, seus músculos ainda exaustos da expedição de caça e da caminhada de volta à vila, arrastando o que parecia um cervo, mas era muito maior. Quando ele viu o animal pela primeira vez na floresta, ele levou um segundo para matar, mas seu objetivo era verdadeiro e agora havia carne mais do que suficiente para o banquete do casamento.

Ele deveria ter se sentido orgulhoso de si mesmo. Ele mostrou aos homens que ele era um adversário digno e sabia que isso iria de volta a Malcolm, que assistiu seu retorno à cidade com uma carranca no rosto. Mas ele não estava . Em vez disso, ele estava se perguntando se estava fazendo a coisa certa, se Rainie sabia que ele não tinha intenção de deixá-la ir quando voltassem.

Após sua grande proposta, ele foi levado tão rapidamente que não tiveram tempo de conversar e ela não estava em lugar algum quando ele voltou da caçada. Ele quase derreteu sua resistência a ele, mas isso não significava que ela estaria disposta a passar o resto de sua vida com ele. Seus olhos verdes não tinham lhe dado nenhuma pista sobre como ela realmente se sentia, e era tarde demais para perguntar agora, ele selou o destino deles. — Você tem certeza de que quer fazer isso? - perguntou Hammond, interrompendo seus pensamentos. — Rainie ficaria bem se ela ficasse aqui conosco.

Keaton só pôde encarar o velho por alguns momentos enquanto imaginava Rainie morando na vila, cozinhando em fogo aberto e massacrando as mortes dos homens. Ele balançou a cabeça para banir a imagem e a imaginou montando Damien pela floresta ao redor da vila.

— Ela odiaria isso aqui. Mataria-a lentamente não ser capaz de fazer o que é natural, disse ele. — Ela é uma mulher forte e independente, nenhum homem jamais deveria tentar controlá-la: seria como enjaular um animal selvagem. Hammond sorriu para ele. — Eu só queria ter certeza de que você sabe no que está se metendo, disse o velho. — Rainie sempre foi um punhado, você provavelmente está fazendo um favor a Malcolm, embora eu não diria isso a ele. Keaton riu. — Obrigado pelo aviso, mas eu já tive uma amostra do que está por vir e sei uma coisa: a vida com Rainie nunca será chata. — Agora, acredito que é hora de nos prepararmos para a cerimônia de casamento, disse Hammond, lentamente se levantando. — Arranjei roupas de casamento para você.

Pouco tempo depois, ele estava em pé na frente do alojamento, vestido com uma camisa branca e calça, os pés descalços no solo quente. O fogo dançando intensamente era a única luz na noite escura e, por um momento, ele se perguntou se estava sonhando, mas Rainie apareceu por uma brecha na multidão. Sua respiração congelou em seu peito, seu coração quase parou quando a viu e naquele momento, ele sabia que nada poderia tê-lo impedido de se casar com ela.

Rainie quase tropeçou andando na multidão, mas Alania a pegou e a firmou. — Relaxe. — Este deve ser um momento feliz - ela sussurrou.

Ela tentou sorrir para a mulher, mas seu rosto estava congelado como o resto dela, então ela viu Keaton em pé perto da lareira. Vestido todo de branco, seus olhos azuis pareciam ainda mais azuis e seu coração começou a bater forte no peito. Quando ele sorriu para ela e ela viu tanto desejo nos olhos dele, ela quase se virou e fugiu.

Mas Alania a impulsionou para frente até Keaton estender a mão e pegar sua mão. — Você está incrível, ele sussurrou.

O olhar em seus olhos a fez começar a latejar profundamente e ela teve que engolir várias vezes antes que pudesse fazer sua voz funcionar. — Você parece muito bem, disse ela, tentando sorrir para ele, mas sentindo o lábio inferior começar a tremer. — Você está pronta? ele perguntou. — Você tem certeza de que quer fazer isso? Ela respondeu.

Os olhos de Keaton encontraram os dela e ela começou a pulsar profundamente dentro de novo. — Há muitas coisas sobre as quais não tenho certeza, mas tenho certeza de que quero me casar com você, disse ele.

As palavras dele acalmaram seus nervos e o braço que a envolveu quando eles se viraram para encarar Hammond enviou uma sensação quente surgindo através dela. Ela não conseguiu entender nada da cerimônia, mas conseguiu repetir as palavras certas quando Alania a levou, Keaton tropeçando nas palavras logo depois dela. Então, de repente, acabou, e eles estavam sendo levados para o lugar de honra ao redor do fogo.

Logo, comida e bebida estavam sendo passadas, quando os homens acrescentaram lenha ao fogo e os músicos pegaram seus instrumentos. Rainie amontoou o prato com comida, mas evitou o álcool ardente que vinha com mais frequência, aceitando o chá fraco que Alania parecia preferir. A última coisa que ela queria era ficar embriagada. Esta noite, ela precisaria de todas as suas faculdades para resistir ao homem sentado ao lado dela, o homem que agora era seu marido.

Ela notou que Keaton também não estava bebendo álcool e quase desejou que ele bebesse, mas ele comeu a comida e bebeu o mesmo chá fraco. Quando a dança começou, Rainie teve certeza de que eles passariam uma longa noite, mas depois foram puxados para o centro e logo ela se viu sendo liderada pelas mulheres da tribo para uma cabana escondida no bosque.

Os homens lideraram Keaton, que tinha uma expressão divertida no rosto, quando ele se deixou puxar pelas árvores. Quando chegaram à cabana, os moradores dançaram ao redor dela cantando algo que ela não conseguia entender, depois gritando e gritando, eles dançaram de volta ao fogo, deixando apenas Alania e Hammond para trás. — Vamos deixar vocês agora, mas há mais uma coisa que você precisa entender sobre nossos costumes, disse Alania, Hammond assentindo atrás dela. — As camadas do vestido de Rainie são um símbolo importante, cada camada representa os anos que você passará juntos. Ele deve ser removido camada por camada, ou você trará azar a toda à vila.

As palavras de Alania ainda ecoavam em sua cabeça enquanto ele seguia Rainie até a cabana e a imagem mental que eles criaram fez seu coração começar a bater forte. O desejo correu através dele enquanto a observava entrar na cabana na frente dele, sua mente lentamente removendo cada camada de tecido. Mas então Rainie se virou e o encarou, o rosto pálido, a veia no pescoço pulsando e colocou as mãos nos quadris. — Má sorte ou não, não vou tirar esse vestido, Disse ela. — Sempre? ele perguntou, sorrindo para ela. Ela bufou. — Não tente fazer piadas, este não é o momento. — Temos que conversar - ela disse, mas sua voz tremia. — É hora de falarmos sério sobre Samuel. Você ouviu o que Alania disse, não podemos perder tempo com o que quer que seja. — Este foi o nosso casamento, disse Keaton, completamente sério. — E esta é a nossa noite de núpcias. Nós só temos uma. Dessa vez ela suspirou. — Eu sei que tudo isso não significa muito para você, mas para mim. Um Guerreiro Fae olha para o casamento muito mais que

você Real faz. Para nós, é um compromisso vitalício, uma promessa entre duas pessoas que se amam. Acabamos de fazer isso, para que eu precisasse sair daqui, mas é tudo o que há, você mesmo disse isso.

Ela parecia tão triste e com o coração partido que ele não conseguia parar de puxá-la em seus braços. — Rainie, eu acabei de dizer isso para você concordar, disse ele, erguendo o queixo para que ela o olhasse. — Eu não teria casado com você se achasse que íamos nos virar e anulá-lo. Ela se afastou dele, atravessou o quarto e sentou-se na cama. — Eu já tive meu coração partido uma vez por um Real. Prometi a mim mesma que nunca mais deixaria isso acontecer, disse ela.

Keaton ficou surpreso com a admissão dela, então ele levou alguns segundos para reunir seus pensamentos, depois atravessou a sala e sentou-se ao lado dela. Ele pegou a mão dela na dele. — Sinto muito que alguém tenha quebrado seu coração e não posso prometer nada sobre o que o futuro trará, mas sei que agora, estou exatamente onde quero estar. Ela se levantou e atravessou a sala, depois se voltou contra ele. — Esse é o problema, disse ela. — Agora você me quer, mas em uma semana ou um mês ou até um ano, você se cansará de mim e seguirá em frente, é o que a realeza faz.

Keaton sabia que o que ela dizia era verdade, mas o que ela não sabia era que ele era diferente. — Volte aqui e sente-se, disse ele, dando um tapinha no espaço ao lado dele. — Eu quero te contar uma história.

Ela olhou para ele desconfiada, mas sentou-se na cama.

— Eu não vou mudar de ideia, disse ela teimosamente.

Ele não pôde deixar de sorrir, era tão parecido com ela. — Tudo o que peço é que você escute, disse ele, depois esperou. Quando ela acenou com a cabeça, ele começou sua história. — Meus pais são da realeza típica de todas as formas, o que significava que, como segundo filho, eles não tinham muito tempo para mim. Eles passaram a maior parte do tempo tentando ver se meu irmão se casou bem e o resto do tempo eles estiveram envolvidos em uma turbulência após a outra. Era como se eles partissem para ver quem poderia machucar mais o outro. Não sei se foi apenas um jogo que eles jogaram para manter a vida interessante, ou se eles realmente se importaram um com o outro e deu errado em algum lugar ao longo da linha, mas foi uma maneira terrível de crescer.

Rainie estendeu a mão, pegou a mão dele e o calor o encheu. Seus olhos procuraram os dele, então ela disse: — Sinto muito, Keaton, isso deve ter sido terrível, mas não entendo o que isso tem a ver conosco. — Tem tudo a ver conosco, disse ele, seus olhos ainda presos nos dela. — Prometi a mim mesmo há muito tempo que nunca seria como meus pais, que quando finalmente me casasse seria por amor e não por dinheiro. Você e eu sabemos que, se quiséssemos, poderíamos ter escapado daqui. Casei com você porque queria. Rainie balançou a cabeça. — Nós nos conhecemos há apenas três dias, você não pode saber que me ama - disse ela, com os olhos cheios de dúvida.

Keaton sabia que ele tinha que ser honesto com ela, que se eles tivessem alguma coisa real, ele não poderia mentir para ela. — Não tenho certeza se te

amo, mas sei que quando beijo você, sinto coisas que nunca senti antes. Você é uma mulher forte e bonita, que me desafia e não tem medo de nada, uma mulher que pode me deixar louco só de entrar no quarto. Eu não quero jogar isso fora. Eu não vou jogar isso fora. Ela olhou para o colo. — Mas eu tenho medo, Keaton. Eu tenho medo de que você vá partir meu coração. Ele levantou o queixo dela. — Às vezes você tem que se arriscar, Rainie, disse ele. Estou disposto a arriscar por você. Você corre o risco por mim?

Rainie estava perdendo rapidamente sua capacidade de resistir a Keaton. Ele se abriu para ela, expondo uma parte dele que poucas pessoas provavelmente viram e sua confiança a aqueceu profundamente. Mas o que ele estava pedindo era um enorme salto de fé e ela não tinha certeza de que estava à altura do desafio. Arriscar-se fisicamente era uma coisa, mas arriscar seu coração era outra e ela estava se protegendo por tanto tempo, era difícil fazer qualquer coisa diferente.

Olhando nos olhos azuis dele, ela sentiu o calor inundar seu corpo, sentiu seu coração se abrir para ele e sua resistência desaparecendo. A cada segundo que passava, ela sabia com uma profunda certeza que se se afastasse dele agora, se arrependeria pelo resto da vida. A decisão parecia tão simples então e quando ela a fez, seu coração começou a bater forte no peito.

Ela estendeu a mão e acariciou sua bochecha. — Eu corri riscos maiores, disse ela. — Não é a declaração de amor que eu estava procurando, mas eu aceito, disse ele, com um sorriso satisfeito no rosto. — Agora acredito que Alania disse que o vestido só vai sair uma camada de cada vez, podemos querer começar isso.

Rainie quase se esqueceu do que acabara de concordar e de repente ficou tão nervosa que pulou da cama e atravessou o quarto. — Hum, talvez eu deva fazer isso, ela gaguejou. — Eu não gostaria que o tecido se rasgasse ou algo assim.

Ela estendeu a mão e começou a procurar o primeiro nó, apenas para descobrir que estava na parte de trás do ombro completamente fora de seu alcance. Agarrando o vestido, ela tentou esticá-lo para poder alcançá-lo, mas as mãos de Keaton cobriram as dela e ela soltou. Ele habilmente desamarrou o nó, a primeira peça sedosa flutuou no chão e seu coração começou a bater com antecipação.

Keaton a puxou para seus braços e colocou a boca na dela, mas esse beijo era diferente de todos que eles já haviam compartilhado. Seus lábios eram firmes e quentes contra os dela, sua língua separou seus lábios facilmente, mas ele a beijou lentamente, provando e provocando até que ela empurrou sua língua em sua boca, faminta por mais. Ele gemeu profundamente em sua garganta e respondeu aprofundando o beijo e deixando suas mãos vagarem sobre a pele exposta.

Os arrepios se espalharam por seu corpo enquanto o prazer a percorria, seguido por um latejar profundo que era quase doloroso. Ela se pressionou contra Keaton, achatando os seios contra o peito dele e a mão dele logo se afastou de suas costas para acariciá-la. Ele provocou seus mamilos com o polegar e dedo, fazendo seus joelhos tremerem quando a pulsação se tornou mais forte e o prazer inundou seu sistema.

Já quase sem fôlego, ela ofegou quando ele quebrou o beijo e sussurrou em seu ouvido: — Acho que é hora de tirar você deste vestido. Eu quero tocar em você, Rainie. Quero memorizar cada parte do seu corpo, dos dedos dos pés até o topo da cabeça. Então vou fazer amor com você até que nada além de nós importe.

Ela quase caiu em uma pilha no chão, mas Keaton a firmou com uma risadinha, depois pegou a primeiro nó. Quando ele desamarrou os nós e deixou o tecido flutuar no chão, seus olhos percorreram o corpo dela, o desejo neles a deixando sem fôlego. Quando havia apenas uma fina barreira entre as mãos dele e a pele nua dela, ele os deixou vagar, os polegares roçando sua pele. Os picos deslizaram para baixo dos quadris e entre as pernas.

Quando ele alcançou o último nó e desamarrou-o lentamente, ela estava latejando e desesperada por ele tocá-la. Assim que o tecido caiu no chão, ela agarrou a camisa dele e a puxou sobre a cabeça dele, depois pegou as calças e rapidamente a tirou. Ele abriu os braços para ela e ela entrou neles, pressionando os seios contra o peito dele quando a boca dele desceu sobre a dela.

Keaton a abraçou com facilidade e a carregou sobre os tapetes no canto, depois a colocou de pé, a boca dele nunca deixando a dela. Ela afundou na cama, os olhos bebendo no corpo dele, do peito musculoso até as pernas poderosas e

depois voltou à sua masculinidade latejante. Ele olhou para ela bebendo em seu corpo e esperando até que os olhos dela voltassem para os dele, depois deslizou ao lado dela e a puxou para seus braços. Cobrindo o corpo dela com o dele, ele beijou o peito dela, depois puxou um mamilo na boca enquanto a mão viajava para baixo.

Rainie abriu as pernas para o toque gentil dele, seu corpo palpitando com antecipação, mas nada poderia tê-la preparado para o primeiro toque do dedo dele, que deslizou sobre o botão molhado. Ela respirou fundo e gritou seu prazer quando ele a acariciou repetidamente, enviando-a em espiral no esquecimento, apertando seus ombros.

Ele deslizou entre as pernas dela, esperou enquanto seu corpo se acalmava, depois deslizou lentamente dentro dela, fazendo-a ofegar novamente quando ele a encheu completamente. Ela abriu os olhos para encontrá-lo olhando para ela, seus olhos

cheio da mesma paixão que ela estava sentindo e instantaneamente, o pulsar dentro dela começou de novo. Havia algo mais, também, um calor que encheu sua alma e, naquele instante, ela se sentiu completa pela primeira vez em sua vida.

Keaton se dirigiu para ela novamente, desta vez mais fundo e mais longe, alcançando um ponto profundo dentro dela que ganhava vida com prazer e fazia o mundo ao seu redor desaparecer. Tudo o que ela tinha consciência era dos dois e o maravilhoso sentimento por Keaton se aprofundou, fazendo seu corpo fazer coisas que nunca teve antes. Quando ela finalmente caiu sobre a borda, ele foi com ela, seu membro pulsante pulsando profundamente dentro dela, apenas fazendo seu prazer muito mais forte.

Keaton tentou não cair em cima de Rainie, que ainda choramingava embaixo dele, seu corpo tremendo. Em vez disso, ele rolou ela e puxou-a em seus braços. Eles ficaram em silêncio, recuperando o fôlego, mas sua mente estava girando com a magnitude do que ele acabara de experimentar. Nenhuma mulher jamais o fez se sentir como Rainie e ele sabia que era porque ela invadira seu coração e alma.

Ele sentiu no momento quando se tornaram um, sentiu a conexão entre eles e isso fez sua paixão por Rainie ainda mais poderosa. Surpreendeu-o que o que havia começado como um desafio, como uma maneira de se manter entretido, tivesse se tornado a coisa mais importante em sua vida. Mesmo os problemas em Ballantine não conseguiam tocá-lo quando ele estava nos braços de Rainie e ele sabia que pelo resto da vida nunca encontraria alguém que pudesse fazê-lo se sentir como ela. Ela se mexeu nos braços dele e ele olhou para ela. — Acho que é seguro dizer que não teremos problemas neste departamento, disse ele. — Nós somos definitivamente compatíveis. — Keaton, ela chorou, dando um tapa no peito dele, suas bochechas ficando rosadas. — Isso parece terrível.

Ele fingiu estar preocupado. — Você está dizendo que foi terrível? — Não, foi maravilhoso, disse ela, depois ficou com um tom ainda mais escuro de vermelho. — Quero dizer ... — Eu não sei, disse ele, com um sorriso travesso no rosto. — Você não parece muito convencida. Talvez devêssemos tentar isso de novo. Eu não gostaria que você estivesse insatisfeita. — Eu estou bem - ela tentou dizer, mas ele interrompeu suas palavras com um beijo. — Ok, isso foi um bom começo, disse ele quando a beijou deixando ela sem fôlego. — Agora vamos ver o que isso faz com você.

Ele deslizou a mão pelo estômago dela e gentilmente afastou as pernas, depois deslizou o dedo entre as dobras dela, sorrindo quando ela as espalhou ainda mais. — Keaton, ela ofegou. — Sim? - ele perguntou inocentemente, seu dedo ainda deslizando sobre a ponta inchada. — Eu acho que você provou o seu ponto, ela ofegou. — Eu nem comecei a mostrar o que é paixão, querida, disse ele, depois baixou a boca na dela.

Quando saíram da cabana na manhã seguinte, ambos um pouco cansados, mas com enormes sorrisos no rosto, Alania esperava pacientemente por eles no

alojamento. — Estou surpreso em vê-lo aqui tão cedo esta manhã, disse ela, com um sorriso no rosto. — Nós realmente precisamos continuar, disse Rainie. — Obrigado por tudo que você fez. — Seus cavalos estão prontos e esperando por vocês no celeiro. Nós secamos a roupa de cama e embalados alguma comida nos alforjes, mas antes que você vá, há mais algumas coisas que você necessita, disse ela. — Primeiro, tome um café da manhã e depois eu mostrarei o que temos.

O sol estava esquentando o dia quando saíram da vila, sobrecarregados com alimentos e suprimentos que Alania insistia que precisariam. Rainie estava olhando ansiosamente para o topo da montanha. Envolta em nuvens, era uma visão bonita, mas ele sabia que ela não estava pensando em como era bonito. Hammond os avisara sobre tempestades repentinas, criaturas que saltariam do nada para comê-los, depois terminariam com uma lista de todas as coisas que poderiam dar errado.

Rainie ouvia estoicamente, mas ele podia sentir a tensão em seu corpo e sabia que ela estava tão assustada quanto ele. — Nós vamos conseguir, disse ele, para tranquilizá-la e ouvir as palavras em voz alta. Ela se virou e olhou para ele. — Claro que sim, disse ela. — Agora vamos montar, você pode fazer mais do que apenas andar a cavalo, não é? Ele sorriu para ela. — Apenas tente me pegar, disse ele, chutou Lady em um trote e depois deixou-a liderar.

Eles correram pela trilha pela manhã quente, percorrendo os quilômetros antes que Rainie os desacelerasse. — Nada mal para um real, disse ela, sorrindo para ele. Ele sorriu de volta para ela. — Vou aceitar isso como um elogio, disse ele.

Eles diminuíram ainda mais a velocidade dos cavalos, sabendo que precisavam de um descanso e ele teve tempo de olhar em volta, percebendo que a paisagem já havia começado a mudar, o sol não estava mais quente do que costumava ser. Ao longe, ele viu uma neblina pesada bloqueando seu caminho e estremeceu ao pensar no que os esperava além. Ele logo descobriu que escondia um deserto gelado de gelo, neve e ventos.

A mudança repentina o deixou desequilibrado por várias milhas e não foi até Rainie parar e colocar mais camadas que ele finalmente aceitou o que estava vendo. — Qual é à distância daqui? - ele perguntou, adicionando suas próprias camadas. — Pelo menos 16 quilômetros e é muito difícil - disse Rainie, saltando de volta para a sela e puxando um boné sobre a cabeça. — Nossa melhor aposta é forçar o máximo que pudermos e superar a situação antes que a próxima tempestade chegue.

Keaton vestiu um chapéu, depois pulou na sela, colocou as luvas pesadas que lhe foram dadas e chutou Lady em um trote. — Vamos nos mexer antes de congelar, disse ele.

Como Rainie previu, a trilha subia constantemente a montanha, a neve ficava mais profunda e a temperatura caía. Os cavalos trabalharam para frente, sua respiração produzindo enormes nuvens no ar frio, mas a tempestade que se formava no horizonte permaneceu distante. Eles estavam quase no topo quando Rainie parou o cavalo, depois virou a cabeça rapidamente para longe do que tinha visto. — Qual é o problema, ele perguntou, incapaz de ver. — Deve ser um dos homens de Samuel, ou o que resta dele, disse ela, tremendo, depois chutando Damien para fazê-lo se mexer.

Keaton não queria olhar, mas não conseguiu evitar, e quando viu o homem congelado na neve, um olhar de horror no rosto, ele desejou que não tivesse. Ele também desejou que ele não tivesse percebido que apenas metade do homem estava lá, o resto não estava em nenhum lugar à vista. Estremecendo e lembrandose das advertências de Hammond, ele empurrou Lady além da terrível visão, esperando que esse não fosse o seu destino.

Rainie sabia que não estavam longe do topo, mas a visão do homem congelado na neve a abalara e ela teve que segurar as rédeas com força para não gritar. Damien estava começando a se cansar e ela estava quase congelada, com os dedos dormentes com o frio. Mas não demorou muito para que ela visse o topo da montanha. Ela suspirou aliviada e empurrou o cavalo cansado um pouco mais forte. Se eles conseguissem chegar ao topo, era apenas uma curta distância do

gelo e da neve e mais alguns quilômetros depois, eles haviam chegado à pequena vila de Milton.

Apenas o pensamento de um banho quente e uma cama aconchegante a fazia sentir-se quente por dentro. O pensamento de dividir a cama com Keaton a fez se sentir um pouco de calor constante e ela quase perdeu a placa que estava no topo da passagem. Estava quase coberto de neve, mas Keaton viu e parou. — Este é o topo, disse ele, sorrindo para ela. — Faltam apenas alguns quilômetros, disse ela, depois percebeu que não tinham planos a partir daí. — O que vamos fazer quando chegarmos à vila? Eu nunca pensei sobre o que faríamos se não o pegássemos na trilha. Eu acho que parte de mim pensou que sim. — Ele teve uma vantagem muito grande, mas Milton não é tão grande, não deve ser difícil localizá-lo, disse Keaton, chutando Lady de volta para uma caminhada. — Se ele seguir em frente, teremos que segui-lo. — Você acha que ele vai? - ela perguntou, deixando-o assumir a liderança pela primeira vez. — Duvido, não se ele está tão interessado em Ballantine quanto eu acho que ele está. O poder das joias da coroa só funciona se elas estiverem em Ballantine, então ele nunca as pegaria a menos que planejasse voltar, disse Keaton. — Ele ainda não terminou, disse Rainie, um arrepio percorrendo sua espinha pelo dano que ele poderia causar.

— Acho que ele não vai desistir até que possa nos entregar aos invisíveis, disse Keaton. — E ele tem magia negra. — Então temos que tirar as joias da coroa dele e descobrir onde ele está conseguindo a magia, disse Rainie, com os olhos brilhando de excitação. — Sim, isso é tudo, disse Keaton, sua voz cheia de sarcasmo. — Nós vamos aparecer na cidade, pedir para ele devolver as joias da coroa e exigir saber onde ele conseguiu sua magia. Você está começando a se divertir demais. Ela sorriu para ele. — Vamos Keaton, você não está um pouco empolgado? ela perguntou. Ele bufou. — Nos últimos dias, fui queimado, afogado, quase morto por um animal e congelado até a morte, disse ele. — De alguma forma, perseguir um Fae maligno por aí não tem mais tanto apelo. Você é a única coisa boa que aconteceu comigo desde a manhã em que toda essa bagunça começou.

O coração de Rainie deu um salto no peito e um sorriso se espalhou por seu rosto. — Foi à coisa mais doce que alguém já me disse, disse ela. — Eu também quis dizer, Rainie, disse ele. — Não importa o que aconteça, sempre ficarei feliz que o rei me induziu a ir com você.

Uma pontada aguda de desejo a atravessou e ela pensou na cama quente esperando por eles. — Onde vamos ficar quando chegarmos à cidade? - ela perguntou, um rubor se espalhando por suas bochechas.

Keaton sorriu para ela. — O que você pensa sobre? — Nada, ela gaguejou. — Quero dizer, eu estava pensando em um banho quente. — Uh-huh, disse ele, balançando a cabeça. — Tenho certeza de que era tudo o que você estava pensando.

Rainie queria dar um tapa nele, mas isso provavelmente os derrubaria da sela, então, em vez disso, ela chutou os calcanhares nos flancos de Damien. Ele pulou, depois passou por Keaton a galope e ela percebeu que a neve havia cedido lugar a uma paisagem verdejante novamente. Aliviada por ter atravessado a montanha, ela deixou Damien correr.

Keaton a alcançou no momento em que a pequena vila de Milton apareceu. Escondido em um pequeno vale no alto das montanhas, sua longa história de ser uma cidade mineira era evidente nos cortes escavados nas montanhas em todos os lugares que ela olhava. Mas a dureza da terra destruída foi equilibrada pela própria cidade, com suas casas e empresas pintadas de cores vivas.

Empoleiradas acima da cidade, de um lado do vale, estavam às mansões, construídas anos atrás pelos proprietários da mina. Uma vez abandonados, todos foram cuidadosamente restaurados e ficaram brilhando a luz do dia que morria. Rainie sempre quis visitar uma dessas propriedades opulentas, caminhar pelos jardins bem cuidados, ouvir seus passos ecoando pelos longos corredores. Tinha sido outro sonho de infância, que provavelmente nunca se tornaria realidade, mas ela ainda se mantinha fechada.

— Uau, disse Keaton quando viu pela primeira vez a pequena vila. — Me lembra Ballantine. — É uma antiga cidade mineira transformada em atração turística, disse ela. — Então, acho que não é assim tão diferente. — Suponho que não, mas parece um bom lugar, disse ele. — Estamos procurando um lugar chamado — A pepita de ouro. Ela olhou para ele e começou a rir. — Esse é um nome original. — Reese conhece o dono, uma mulher que trabalhava para seus pais quando ele era criança, disse Keaton. — Nós deveríamos pedir por ela quando chegarmos lá. — Se você me disser que o nome dela é Goldie, não vou ficar lá, disse Rainie, ainda rindo. — Então eu espero que você saiba de um outro lugar para ficar - disse Keaton, depois começou a rir.

A pepita de ouro acabou por ser nada do que eles pensavam que seria e foi com grande alívio que eles entregaram Damien e Lady ao garoto do estábulo que apareceu do nada. Quando ele pulou da sela, houve um momento em que ele se perguntou se suas pernas o segurariam, mas depois de alguns segundos, ele foi capaz de ajudar Rainie a descer. Suas pernas estavam um pouco bambas, mas não demorou muito para ela recuperar a circulação. — Estamos procurando por Goldie, ela está aqui? Keaton perguntou, ao garoto. — Sim senhor. Nós estávamos esperando você, - ele disse. — Eu vou esfregar esses dois e manter suas barrigas cheias se estiver tudo bem para o senhor. — Damien pode ser um pouco duro - disse Rainie, estendendo a mão para esfregar o rosto. — Ele é um cavalo grande. De onde ele veio? - o garoto perguntou, olhando Damien desconfiado. — Do outro lado da montanha, respondeu Rainie.

O garoto olhou para a montanha e depois para eles. — Eu vou cuidar bem dele, prometo, disse o garoto. Lady cutucou-o e ele estendeu a mão para acariciar seu rosto. — E esta também.

Keaton estendeu a mão e Rainie a pegou e juntos eles subiram os degraus até a porta da frente. Antes que eles pudessem bater, uma mulher com o que só poderia ser descrito como cabelos dourados abriu a porta e os puxou para dentro. Ela fechou a porta da frente e os empurrou para uma pequena sala para o lado, fechou a outra porta. — Não pode ser muito descuidado. Reese me disse o que estava acontecendo, e alguns dos meus convidados são um pouco intrometidos, disse ela. — Sou Goldie, bem-vindo à minha pequena pousada. Eu lhe dei o melhor quarto, o jantar é servido as sete, mas se você preferir comer no seu quarto, eu posso mandá-lo até vocês.

Era muito para absorver ao mesmo tempo e os dois ficaram olhando para ela por um minuto. Finalmente, Keaton encontrou sua voz. — Obrigado, isso soa maravilhoso, ele disse. - Suponho que você não tenha ouvido falar de Reese recentemente. — Então, você finalmente conseguiu, disse uma voz familiar. — Por que demorou tanto? Keaton virou-se. — Você está aqui, disse ele. — Eu não esperava te ver. — Depois de me certificar de que tudo estava bem em casa, vim para cá dar uma olhada, disse Reese. — Onde estão os outros homens?

— Tivemos que fazê-los voltar na travessia do rio, disse Rainie. — Somos apenas nós dois. — Esse rio quase levou Rainie para fora, mas nós conseguimos passar, disse Keaton. — Eu não sei como Samuel fez isso. Você já ouviu alguma coisa sobre ele? Ele apareceu aqui? — Oh, ele está aqui, mostrando seu dinheiro roubado e se gabando. Eu tive que manter distância, mas algumas moedas bem colocadas o mantêm sob vigilância quase constante, disse Reese. — Não consegui descobrir onde ele está guardando as joias da coroa, mas sei que ele está trabalhando com uma bruxa chamada Portentia.

Keaton tentou processar tudo o que Reese disse a ele, mas seu cérebro simplesmente não estava funcionando. — Acho que preciso dormir um pouco antes de processar tudo isso, disse ele. — Você parece horrível,— disse Reese. — Voltarei de manhã e podemos descobrir como vamos encontrar as joias da coroa, você dorme um pouco. — Obrigado por ajeitar isso para nós, disse Keaton. — Rainie e eu te veremos de manhã.

Reese ergueu as sobrancelhas para Keaton, depois olhou para Rainie, que havia adormecida em uma cadeira. — Por que eu acho que você tem coisas que precisa me dizer? Ele perguntou quando viu o olhar no rosto de Keaton. — Eu acho que estou apaixonado, disse ele, sorrindo para o amigo.

— Mas ela é a guerreira Fae, Keaton, disse Reese. — Uma muito bonita, mas ainda assim ... Keaton deu de ombros. — Nós já somos casados, então não vejo que diferença que faz.

A cabeça de Reese virou tão rápido que ele pensou que iria sair do pescoço dele. — Você o que? Como você se casou atravessando a montanha e por que você se casou? Ele olhou para Rainie. — Por que não? ele perguntou. — Agora acho melhor levar minha esposa para a cama. Você pediria a Goldie para nos trazer comida o mais rápido que puder?

Reese viu Keaton pegar Rainie nos braços, a boca aberta, mas finalmente conseguiu um fraco: — Você só pode estar brincando. — Vamos contar sobre isso de manhã, disse Keaton, sorrindo para Reese. — É uma história muito boa.

Quando ele chegou às escadas, Goldie estava esperando por ele, com uma bandeja de comida nas mãos. — Se você me seguir, eu vou te mostrar seu quarto.

O quarto era realmente um conjunto de quartos, com uma pequena sala de estar, um banheiro espaçoso e dois quartos. Ele escolheu um, deitou Rainie na cama, cobriu-a com um cobertor e ficou olhando-a dormir, sentindo o coração como se fosse estourar. Contar a Reese que eles eram casados ??parecia tão certo e mesmo quando seu amigo parecia tão chocado, ele nunca duvidou nem por um segundo que tinha feito à coisa certa.

Quando ele saiu do quarto, Goldie estava esperando por ele. — Ouvi dizer que os parabéns estão em ordem, disse ela, sorrindo para ele. — Eu não sabia que hospedaria recém-casados. Vou ter que pensar em algo maravilhoso para café da manhã para comemorar. — Mais uma vez obrigado, Goldie, tivemos alguns dias difíceis e sua hospitalidade é bem-vinda, ele disse, esperando que ela entendesse a mensagem e saísse. — Bem, vejo vocês dois pássaros do amor pela manhã, disse ela, depois saiu.

Assim que a porta foi fechada atrás dela, ele voltou para o quarto, à comida na bandeja completamente esquecida. Ele subiu na cama grande com Rainie, puxou-a para seus braços e adormeceu quase imediatamente, seus sonhos cheios de visões da vida que compartilhariam juntos.

Rainie acordou com o sol da manhã atravessando a janela, ainda completamente vestida, envolto nos braços de Keaton, mas ela não tinha certeza de onde estava. Voltou a ela lentamente: a viagem descendo a montanha até Milton, a mulher de cabelos amarelos os varrendo para dentro da casa, adormecendo na cadeira.

Keaton deve tê-la levado para o quarto e a colocado na cama antes de desabar ao lado dela, ela decidiu, saindo da cama, esperando não acordá-lo. Ela estava muito atrasada para um banho, então foi direto para o banheiro, foi tirando

suas roupas. A água quente saiu imediatamente, e ela entrou, deixando-a cair sobre ela, suspirando de alívio quando a água aqueceu seus músculos doloridos.

Quando ela saiu do chuveiro, mais limpa do que estivera em dias, ela enrolou uma toalha em volta do corpo e enrolou os cabelos em outra toalha, depois foi até a pia e se olhou no espelho. Ela tinha olheiras escuras sob seus olhos, seu rosto estava pálido e ela fez uma careta quando percebeu o quão ruim ela deve ter ficado na noite passada.

Encolheu os ombros, como Keaton não parecia se importar com a aparência de morte, ela puxou a toalha da cabeça e deixou o cabelo cair pelas costas. Molhados, os longos cachos eram pesados e ela sabia que demoraria muito tempo para pentear os emaranhados e secá-los. Seu estômago roncou alto e ela percebeu que não tinha comido nada desde o almoço do dia anterior.

Keaton ainda estava roncando baixinho no quarto, então ela pegou um pente e começou a passar pelos cabelos. Logo, sua mente começou a vagar enquanto se observava no espelho e começou a se perguntar o que havia nela que fazia os homens acharem que ela era tão bonita. Ela tinha olhos bonitos, mas além disso, ela simplesmente não via o que eles viam, não entendia por que, não importa como ela estivesse vestida ou como ela se comportasse, os homens a viam como um prêmio a ser ganho.

Ela estava tão perdida em seus pensamentos que não ouviu Keaton aparecer atrás dela até que o rosto dele apareceu no espelho. — Bom dia, linda, disse ele, dando um beijo na parte de trás do pescoço dela. — O que você pensa tão profundamente cedo pela manhã.

Depois de uma ligeira hesitação, ela disse: — Eu estava me perguntando por que todo mundo sempre diz que sou bonita. Eu sei que soa estranho, mas ... Keaton encontrou seus olhos no espelho. — Bem, você é linda, Rainie, disse ele. — Mas acho que há mais do que isso, você tem um fogo dentro de você que atrai pessoas para você, eles querem se aproximar de você, perto do calor que vem daquele fogo. — Você está? ela perguntou. — Quero dizer, você está apenas atraído por ser porque sou bonita ou ... Keaton a virou para que ela estivesse de frente para ele. — Eu tenho que admitir que foi o seu corpo que me atraiu para você a princípio, mas agora isso é apenas um bônus legal. Estou atraído por você, Rainie, por quem você é por dentro, a mulher forte, independente e teimosa que se importa profundamente com as pessoas em sua vida.

Ela entrou nos braços dele com facilidade, mas não demorou muito para perceber que Keaton precisava de um banho. — Eu acho que você precisa de um banho e algumas roupas limpas - ela disse, afastando-o dela. — Como você quiser, disse ele, despindo-se da camisa. — Pena que você já tomou banho. Eu poderia usar alguma ajuda. — E então nós nunca chegaremos ao café da manhã e eu estou morrendo de fome, disse ela, corando quando ele largou a calça e ficou nu sorrindo para ela.

Era bom que ela tivesse saído do banheiro porque, quando chegaram à sala de jantar, Reese estava esperando por eles. Ele deu uma olhada neles, de mãos

dadas, e revirou os olhos, depois gesticulou para que se juntassem a ele. — Acredito que você tenha dormido bem, disse ele. — Estou tentado a recusar que você tome o café da manhã até me contar exatamente o que aconteceu naquela montanha, mas aposto que você está morrendo de fome.

Como se estivesse esperando que eles aparecessem, Goldie veio correndo pelas portas duplas, com panela em uma mão, copos em outra. — café? ela perguntou, segurando os copos. — Sim, os dois disseram, depois riram. Reese revirou os olhos novamente. — Vá encher seus pratos, disse ele quando Goldie saiu novamente.

Durante o café da manhã, eles informaram Reese em sua viagem pela montanha, subestimando a travessia do rio, mesmo que as mãos de Rainie tremessem quando ela falou sobre isso. Quando chegaram à parte sobre a vila e o casamento, ele olhou para Rainie desconfiado, mas Keaton explicou que tinha sido ideia dele. Quando eles terminaram, ele ainda não parecia feliz, mas não suspeitava mais de Rainie. — Eu não sei o que vocês dois vão fazer quando tudo acabar, mas haverá muitas pessoas que não estarão felizes com isso, ele finalmente disse. — Nós vamos lidar com isso quando acontecer, disse Keaton com firmeza, fechando a discussão, para seu alívio. — Temos coisas mais importantes com que nos preocupar. Fale-me novamente sobre Samuel.

— Samuel apareceu aqui alguns dias atrás, contando histórias sobre Ballantine sendo atacado por um demônio da tempestade enviado pelos invisíveis, ele afirma que ele mal escapou com vida, disse Reese. — Ele está tentando convencer as pessoas de que é a vítima, que o rei e a rainha não ouviram seus avisos sobre os invisíveis os atacando.

Keaton sentiu o corpo de Rainie ficar tenso, então ela lentamente colocou o garfo na mesa. — E as pessoas acreditam nele? ela perguntou. — Eu não acho que isso importe. Ele está mostrando muito dinheiro pela cidade, disse Reese. — As pessoas vão acreditar em qualquer coisa enquanto houver um bom motivo para isso. — E as joias da coroa, elas foram vistas? - perguntou Keaton, agarrando a mão de Rainie debaixo da mesa e apertando-a. — Não é do meu povo, mas há rumores de que Samuel escapou com um tesouro, isso tem que ser elas, disse Reese. — Há outra complicação que você deve conhecer também. — A bruxa que está fornecendo sua magia negra, disse Rainie.

Reese assentiu. — Ela é bem conhecida na cidade e a maioria das pessoas com quem conversei acredita que ela é uma bruxa, mas ninguém foi capaz de provar isso. Pelo que pude juntar, ela apareceu na cidade há alguns anos com a filha, comprou uma das mansões na montanha e começou a jogar dinheiro pela cidade. — Então, ela e Samuel de alguma forma se encontraram, disse Rainie. Reese assentiu. — Eles se encontraram sozinhos ou os invisíveis os juntaram. Eu estou apostando no último. Milton é um lugar bem isolado e poucas pessoas estão dispostas a viver aqui, parece improvável que alguém como Portentia acabe aqui sozinha. Quando você a vir, entenderá o que quero dizer.

Todos ficaram em silêncio por um longo tempo enquanto Rainie e Keaton processavam as informações de Reese. — Temos que descobrir onde estão as joias da coroa e roubá-las de volta, disse Rainie finalmente. — Não sei se conseguiremos chegar a Samuel sozinhos, isso pode ter que esperar até que tenhamos mais ajuda, mas eu odeio deixar os homens de Alania para trás. — Prometemos encontrá-los e levá-los para casa, disse Keaton quando Reese parecia confuso. — Isso pode ser possível, disse Reese, deslizando um envelope sobre a mesa. — E acho que posso ter uma ideia de onde as joias da coroa estão sendo escondidas.

Keaton pegou o envelope, abriu e depois olhou para Reese. — O que é isso? Ele perguntou, um pouco confuso.

— Um convite para a festa mais exclusiva de Milton. Todo mundo fala sobre isso desde que estou aqui e recebi todos os convites, disse ele. Quando Keaton apenas o encarou, ele acrescentou: — Será realizado na mansão de Portentia,

onde Samuel está hospedado e provavelmente escondeu as joias da coroa. Seus homens podem estar lá também. Keaton não pôde deixar de sorrir. — E aposto que você tem um plano, disse ele. Reese assentiu. — E acho que Rainie se encaixará perfeitamente: um pouco de diversão para manter Samuel ocupado enquanto procuramos no local, disse ele.

Keaton não tinha certeza se ele gostava da ideia de colocar Rainie em perigo, mas ela olhou para Reese, com os olhos cheios de emoção. — O que você tem em mente? - ela perguntou e ele sabia que nada do que poderia dizer a impediria se ela gostasse do plano de Reese. — Na verdade, é muito simples, começou Reese. — Rainie só precisa de um vestido e alguns saltos, uma pequena reforma, e ela será toda a distração que precisamos. — Mas Samuel me conhece, disse ela. — Ele não vai comprar. — Ele o fará se você lhe disser que fugiu de casa, que você e seu pai tiveram uma briga. Não sei, descobriremos uma boa razão para você estar aqui, disse Reese. — Keaton e eu teremos que ficar fora da vista, mas terei homens rastejando por todo o lugar.

Keaton sabia que tinha que se opor. — Você tem certeza que ele vai acreditar em você, Rainie? — Samuel realmente não me conhece, disse ela. — Ele só lidava com meu pai nas poucas vezes em que veio a Rushbrooke, então não será tão difícil inventar uma história em que ele acredite. — Ok, Rainie, você passa a tarde sendo mimada, a festa é amanhã e você tem que ser a mulher mais bonita da sala. Não será fácil distrair Samuel o tempo suficiente para procurarmos em toda a mansão, disse Reese. — Sem problemas. Conheço Samuel bem o suficiente para saber como lidar com ele - disse Rainie, sua voz cheia de confiança. — Posso expressar mais objeções a esse plano? ele perguntou, fazendo os dois se virarem e olharem para ele. — Rainie, eu não gosto de usar você como uma distração. Nós a colocaremos nas mãos de Samuel. E se ele descobrir o que estamos fazendo? Rainie o estudou por um segundo. — Entendo por que você acha que é uma má ideia, mas não consigo pensar em uma melhor. Se puder, ficarei feliz em ouvir, disse ela. A reação dela o surpreendeu, mas ele não teve uma ideia melhor. — Eu gostaria de ter, disse ele, renunciou ao plano, mas ainda não está feliz com isso. — Você precisa prometer que, ao primeiro sinal de problema, sairá dali. — Eu prometo, disse ela, com os olhos fixos nos dele.

Reese pigarreou lembrou que ele estava lá. — Se vocês dois terminaram, devemos ir. Keaton, você e eu vamos dar uma olhada na mansão, parece que eles têm uma segurança muito boa, mas sempre há um ponto cego, e nós o encontraremos. — O que eu deveria fazer? Rainie perguntou, olhando ao redor da sala de jantar. — Eu deixei isso para Goldie. Ela verá se você tem tudo o que precisa disse Reese, levantando-se. Keaton ficou de pé, depois se abaixou e a puxou para os braços dele. — Divirta-se hoje, querida, mas lembre-se de que você é linda para mim do jeito que é.

Ele podia ouvir Reese gemendo quando a beijou, mas não conseguiu se conter: um dia sem ela parecia uma eternidade.

Rainie não teve escolha senão seguir Goldie por um corredor dos fundos e entrar na cozinha, a mulher estava puxando seu braço com tanta força que parecia que ia ser puxado para fora da tomada. — Temos muito que fazer. Isso é tão emocionante e as meninas estão emocionadas em ajudar - ela falou até chegarem à cozinha, depois empurrou Rainie em uma cadeira. — Sente-se aqui e espere um segundo.

Rainie assentiu e Goldie desapareceu por uma porta, depois reapareceu com quatro jovens, todas com o mesmo cabelo amarelo brilhante. — Essas são minhas filhas, disse Goldie, radiante. — Não que você não pudesse dizer. — Mãe, disse uma delas, — continue com isso. — Ok, ok, disse Goldie, depois limpou a garganta. — Esta é Marty, ela vai fazer as unhas e fazer um tratamento facial. Mary cuidará do seu cabelo e Michelle fará a sua maquiagem. Finalmente, esta é nossa pequena especialista em moda, Melissa, ela vai encontrar um vestido para você.

Rainie só pôde olhar por um segundo, com a boca aberta. — Isso é incrível, disse ela. — Todos vocês são ... obrigada. — Trabalho em uma das maiores lojas de roupas da cidade e tenho acesso a algumas coisas bem legais, se puder tirar suas medidas, disse Melissa, puxando uma fita de costureira do bolso. — Primeiro, preciso olhar para o seu cabelo, disse Mary. — Deixe-me ver suas unhas, disse Marty, levantando o rosto de Rainie. — Seus poros não parecem ruins, mas precisamos fazer uma limpeza profunda. — Deixe-me olhar para os olhos dela. Eu preciso ver quais cores usar Michelle abriu caminho na multidão.

Rainie sentiu uma sensação estranha de ter feito isso antes, depois percebeu que não fazia muito tempo que as mulheres da aldeia estavam fazendo sua própria

reforma. Decidindo que seria impossível lutar, ela se deixou empurrar e puxar, cutucar e cutucar, tudo em nome da beleza. Mas as mulheres eram divertidas e, quando ela apontou que havia feito quase a mesma coisa apenas alguns dias atrás, imploraram que ela contasse como ela acabou se casando com Keaton.

Quando ela terminou, todas tinham lágrimas nos olhos e as de Goldie estavam escorrendo pelo rosto. — Meninas, acho que você sabe o que temos que fazer? ela perguntou. Todos sorriram, olharam para Rainie e gritaram: — Lua de mel. — Precisamos fazer um teste de qualquer maneira, disse Michelle, com os olhos brilhando de emoção. Rainie gemeu. — Você vai me vestir duas noites seguidas, não é? — Só um pouco esta noite, que vai salvar as grandes armas para amanhã, disse Marty. — Agora, vamos começar.

Acabou sendo um dia muito agradável e Rainie descobriu que não se importava tanto com os mimos quanto pensava. Ela também não se importava de experimentar os vestidos que Michelle trouxe de volta com ela no final da tarde. Elas finalmente escolheram dois, um vestido de noite deslumbrante em seda cintilante e um vestido verde que combinava com seus olhos. — Ninguém será capaz de desviar o olhar de você nisto - disse Goldie quando ficou diante delas no vestido de noite. — Mesmo no outro vestido, ela seria difícil de perder, acrescentou Mary.

Rainie corou. — Eu realmente pareço tão bem? — Querida, é melhor você estar pronto para vencer Samuel com uma vara disse Marty. — Agora vista o outro vestido. Keaton e Reese estarão de volta em breve, e temos uma surpresa para você.

Quando ela voltou, sentindo-se decididamente feminina no vestido verde, o quarto havia sido transformado. As flores cobriam todas as superfícies e, na varanda, ela podia ver uma mesa para dois, uma vela acesa no meio, pratos cintilantes apenas esperando para serem preenchidos. — Oh, é lindo, disse ela, voltando-se para as mulheres que esperavam no corredor. — Obrigado, vocês não deveriam ter tido tanto trabalho. — Achamos que você merecia algo especial, disse Goldie. — Quando estiverem prontos, toque a campainha perto da porta e eu trarei o jantar.

Apenas alguns minutos depois, Keaton entrou pela porta. — Goldie está lá embaixo agindo de forma estranha. Ela disse que eu tinha que vir aqui imediatamente. Você está bem?— Ele disse quando entrou pela porta.

Então ele parou e olhou ao redor da sala, seus olhos finalmente pousando em Rainie. Ela estava nervosamente mudando de um pé para o outro, os saltos que usava beliscando os pés. — Goldie e suas filhas pensaram que merecíamos uma lua de mel, disse ela, sentindo o rosto ficar vermelho.

Keaton sorriu para ela. — Essa é a melhor ideia que eu já ouvi, — disse ele, saindo para a varanda. — Apenas me deixe tomar banho e eu volto já.

Ela andou pela sala, depois se lembrou do jantar e tocou a campainha. Ela retomou o passo, ficando cada vez mais nervosa com o passar dos minutos. Era bobo ela estar tão nervosa, mas parecia que ela estava indo para um primeiro encontro, como se realmente não conhecesse Keaton e não fosse capaz de encontrar algo para dizer a ele. Esperando que não houvesse nenhum daqueles silêncios constrangedores que sempre eram tão desconfortáveis, ela começou a compilar uma lista de perguntas que poderia lhe fazer.

Quando Goldie abriu a porta para entregar o jantar e viu o rosto de Rainie, ficou imediatamente preocupada. — O que há de errado? - ela perguntou, olhando para a porta do banheiro. — Keaton está no chuveiro e estou tão nervosa que sinto que poderia vomitar. E se descobrirmos que não temos nada para conversar? E se isso fosse um grande erro e eu não gostar dele? E se ele for um idiota? Goldie sorriu para ela. — É um pouco tarde para os pés frios, disse ela, levando o carrinho com a comida para a varanda, fazendo Rainie seguir. — Você costuma confiar em seus instintos?

Ela pensou nisso, vendo Goldie preparar o jantar. — Sim, ela disse, um pouco hesitante.

— Então confie neles agora, disse Goldie. — Você sabe o que está sentindo no fundo.

Keaton saiu do chuveiro se sentindo um idiota por não trazer roupas limpas para o banheiro com ele, mas então viu o terno pendurado na parte de trás da porta.

Quando ele entrou na sala e viu o jantar romântico para duas pessoas, ele ficou chocado no começo e depois satisfeito. Tão certo quanto ele estava sobre seus sentimentos por Rainie, seria bom sentar e conversar com ela, tirar apenas algumas horas do pesadelo em que estavam e esquecer.

Se isso os levasse à cama depois, ele estava mais do que disposto a esquecer seus problemas por um tempo também, e sentiu sua virilha apertar em antecipação. Ele vestiu o terno, satisfeito por ver que ele se encaixava perfeitamente, depois penteou os cabelos, ansioso demais para se incomodar com a barba por fazer que escureceu suas bochechas.

Quando ele abriu a porta, Rainie estava esperando por ele na varanda, a luz da lua brilhando em seus cabelos, seus olhos verdes cheios de antecipação. Ela pulou da mesa quando o viu, um suspiro gutural escapando de seus lábios entreabertos e ele não conseguiu impedir de varrê-la em seus braços.

Depois de beijá-la sem fôlego, ele olhou para ela e disse:

— Acho que você fica mais bonita toda vez que a vejo. — Você parece incrível, disse ela corando. — Se você estiver com fome, Goldie trouxe o jantar enquanto você estava no chuveiro.

Ele ficou tentado a deixar o jantar esperar, tentado a virar e deslizar o zíper do vestido para baixo e deixá-lo cair no chão. Mas eles passaram tão pouco tempo juntos e passaram o resto da noite dormindo, então ele a guiou de volta para a mesa e puxou a cadeira. Ela sentou,, ele gentilmente a empurrou para a mesa, mas não resistiu e a beijou na nuca. — Vamos ver o que Goldie nos fez para jantar, disse ele, levantando as coberturas de prata, os pratos se espalham pela mesa. — Oh, parece maravilhoso, exclamou Rainie enquanto o ar se enchia de um perfume delicioso após o outro. — E tudo cheira tão bem. Keaton riu. — Nós não comemos muito nos últimos dias. Acho que ela achou que precisávamos de um banquete - disse ele, enchendo o prato dela e depois o dele antes de se sentar.

Rainie parecia nervosa e pegou a comida, dando pequenas mordidas e depois mastigando, mas depois de algumas mordidas, ela pareceu relaxar. — Conte-me sobre o Rushbrooke, disse ele quando os dois acabaram com o pior de seus apetites. — Era um lugar maravilhoso, disse ela, com os olhos brilhando de prazer.

Depois que ele a fez falar, não demorou muito para que eles estivessem compartilhando suas vidas, revelando partes de si mesmos que raramente revelavam a alguém e Keaton sentiu seu vínculo se fortalecer. Mas quando seus pratos estavam vazios e Rainie cobriu a comida que restava, um silêncio caiu entre eles. Ele sabia que os dois estavam pensando sobre o futuro e o que isso traria, ambos pensando que essa poderia ser a última noite deles juntos. — Rainie, ele disse, assim como ela disse o nome dele. Eles riram e depois ficaram sérios. — Keaton, não sei o que vai acontecer amanhã à noite, mas nós dois sabemos que o que estamos fazendo é perigoso, ela começou, depois parou e respirou fundo. — Eu só quero que você saiba que me deixou mais feliz nos últimos dias do que nunca. — Não fale assim não é o fim. Samuel não é tão difícil assim - ele disse. — Teremos tempo de sobra para ser tão felizes quanto estamos agora. — Espero que você esteja certo, disse ela, dando-lhe um sorriso. Ele se levantou e estendeu a mão para ela. — Você gostaria de se juntar a mim lá dentro? É a nossa lua de mel, ele disse.

Ela o deixou puxá-la da mesa e o seguiu para dentro, observando enquanto ele apagava as luzes, com o rosto sério. — Eu estava pensando que eu deveria praticar em você, disse ela, um sorriso se espalhando por seu rosto.

— Pratica o que? - ele perguntou, puxando-a em seus braços e caminhandose em direção ao quarto. — Não achei que precisássemos praticar depois da última vez. As bochechas de Rainie ficaram rosa. — Não foi isso que eu quis dizer. Eu quis dizer praticar ser sedutor ou como você quiser chamar. Você sabe, paquerar. Ele franziu o cenho para ela. — Não tenho certeza se gosto da ideia de você flertar com Samuel, disse ele. — Bem, como mais eu vou chamar a atenção dele? Não posso desafiá-lo a uma briga - ela disse. — Mas não se preocupe, não vou me deixar levar. — Talvez você deva me mostrar o que planeja fazer, disse ele, o ciúme já fervendo em seu sangue. Rainie olhou para ele e disse: — Talvez seja melhor não.

Ela sorriu para ele, mas tudo em que ele conseguia pensar eram as mãos de Samuel nela e o ciúme se intensificou. — Que tal eu fazer isso? - ela perguntou, estendendo a mão e beijando-o no pescoço. — Ou eu poderia fazer isso, disse ela, desabotoando a camisa dele e passando a língua sobre o peito.

A sensação de sua língua quente em sua carne nua o fez gemer e ela riu, depois tirou a camisa pelos ombros dele. — Você precisou me despir na outra noite, é agora minha vez.

Keaton não pôde fazer nada além de acenar com a cabeça e impedir que seus joelhos dobrassem. Quando ela pegou o botão da calça dele, ele se abaixou para ajudá-la, mas ela empurrou as mãos dele e sorriu para ele, lentamente o desengatou. Então ela deslizou pelo zíper, enfiou a mão dentro da calça e segurou-o firmemente em suas mãos. O prazer passou por ele e ele agarrou Rainie, mas ela caiu de joelhos antes que ele pudesse detê-la.

Ela se inclinou para trás e olhou para ele, o vestido em volta dos joelhos, os seios quase completamente expostos e lambeu os lábios. Então ela levantou a mão e puxou os alfinetes dos cabelos, balançou a cabeça e deixou cair em cascata pelas costas. Quando ela lentamente deslizou as calças para o chão e o cutucou para sair delas, ele pensou que seu coração iria parar, mas isso não aconteceu até que ela o levou na boca.

Rainie não tinha certeza do que estava fazendo, mas os gemidos de Keaton a fizeram continuar e logo ela descobriu que o prazer dele estava fazendo-a palpitar profundamente. Quanto mais fundo ela o chupava em sua boca, mais ele gemia e mais profundo o latejar se tornava, até que a umidade começou a se acumular entre suas pernas. Quando ele a levantou e a sufocou com um beijo tão exigente quanto gentil, ela gemeu e se pressionou contra ele.

Ela sentiu o zíper na parte de trás do vestido deslizar para baixo e as mãos ásperas dele acariciando suas costas, então ele deslizou as alças pelos ombros e o vestido caiu no chão. Ele gemeu quando viu que ela estava nua sob o vestido e suas mãos imediatamente encontraram seus seios, seu polegar e dedo provocando

os picos até seus joelhos tremerem. Ele a pegou nos braços e a levou para a cama, deitou-a e ficou olhando para ela.

Pulsando profundamente por dentro com uma fome tão poderosa que tornava difícil a respirar, ela encontrou os olhos de Keaton, depois abriu as pernas e colocou os braços atrás da cabeça. Ajoelhou-se na ponta da cama e lentamente se arrastou em sua direção, sua masculinidade latejante inchada e fazendo-a pulsar com antecipação. — Eu nunca vou me cansar de ver você me esperando assim, disse ele, passando a mão pelas pernas dela. — Abra suas pernas um pouco mais para mim.

Uma emoção a percorreu quando ouviu sua voz rouca, viu a paixão em seus olhos e ela obedeceu. Ele estendeu a mão e lentamente deslizou um dedo nela e ela levantou os quadris para ele, gemendo quando um intenso prazer tomou conta dela, então ele se inclinou e lentamente deslizou a língua sobre sua ponta inchada e ela quase gozou instantaneamente, ela estava em espiral através de uma névoa de sentimentos tão intensos que não conseguia recuperar o fôlego, cada golpe da língua quente de Keaton a levando cada vez mais a um mundo de pura sensação. Quando sua libertação finalmente chegou, Keaton mudou e se dirigiu para ela, gemendo quando o corpo dela se debateu sob o dele e o agarrou com força.

Ele dirigiu-se nela várias vezes, enchendo-a profunda e completamente até que com um grito, ele caiu sobre a borda, levando-a com ele mais uma vez. Seu corpo pulsando de prazer, seus músculos ainda tremendo e incapaz de recuperar o fôlego, Rainie tinha certeza de que nada poderia ser tão maravilhoso quanto o que ela e Keaton compartilhavam.

Quando ele rolou e a envolveu nos braços, ela olhou para ele e perguntou: — Por que esperamos tanto tempo para fazer isso? Ele sorriu para ela. — Porque você é uma mulher muito teimosa, disse ele.

Ela adormeceu naquela noite enrolada nos braços de Keaton, contente com as decisões que tomou, preenchida com o que tinha certeza de que era amor. Mas quando a lua surgiu, ela começou a ter sonhos terríveis, sonhos cheios de morte, o rosto de Samuel surgindo uma e outra vez. Quando ela finalmente acordou, estava chorando e uma sensação de desgraça tomou conta dela. Ela estava com medo de olhar profundamente o sentimento e afastou-o, deixando o som da respiração de Keaton levá-la de volta ao sono.

Mas quando ela acordou de manhã, a sensação ainda estava lá e há seguiu o dia todo, uma sensação incômoda que

eles haviam esquecido algo, que havia uma falha em seu plano. Eles acabaram de almoçar quando ela percebeu o que haviam perdido e quando isso a atingiu, a respiração saiu rapidamente dela. — Como vamos fugir depois de termos as joias da coroa? ela perguntou. — Samuel certamente descobrirá e depois? — Arranjei que os cavalos estivessem prontos para levá-los de volta ao longo da passagem, disse Reese, colocando a mão tranquilizadora no braço. — Sinto muito, acho que esqueci de lhe contar.

— Encontramos um lugar onde podemos nos esconder até o amanhecer e depois voltaremos por onde viemos, disse Keaton, com um olhar desagradável no rosto. — Enquanto isso, vou fazer parecer que você escapou no trem, disse Reese. — Isso deve lhe dar tempo suficiente para avançar o suficiente, ele não será capaz de pegá-los.

Revivida, ela voltou a almoçar, mas esse sentimento persistente ainda estava lá. Ela o ignorou pelo resto do dia, distraindo-se assistindo filmes na televisão na sala principal. Keaton estava tão inquieto quanto não podia ficar parado, em vez disso ficava andando atrás do sofá.

Quando finalmente chegou a hora de se arrumarem, foi um alívio ver Goldie e suas filhas saindo dos fundos da casa. Eles levaram Keaton para o andar de cima, depois foram trabalhar nela, transformando-a em uma mulher que ela mal reconheceu quando terminaram. Keaton claramente se sentiu da mesma maneira quando desceu as escadas para encontrá-la esperando por ele. — Você está maravilhosa, disse ele, estendendo o braço para ela. — Eu gostaria que estivéssemos indo a esta festa por diversão, em vez de arriscar nossas vidas, esse vestido é bom demais para ser desperdiçado.

Keaton ficou para trás nas sombras, desejando que ele não tivesse que assistir o que Rainie estava prestes a fazer, mas incapaz de desviar o olhar. Ele ainda não gostava do plano. Mas nada melhor tinha vindo até ele, mas as coisas haviam sido combinadas e os homens que Reese contratou estavam escapando silenciosamente para seus postos. Eles encontraram muitas lacunas na segurança da mansão e se aproveitaram de cada uma.

Também não tinha sido difícil para eles descobrir que havia apenas um quarto que era guardado pelos homens de Samuel, mas entrar seria o truque. Reese tinha certeza de que, à medida que a noite avançava, os homens de Samuel não seriam capazes de resistir a um pouco de vinho e haviam arranjado uma serva muito cheia de curvas para servi-lo. Atada com uma poção para dormir, não demoraria muito para que eles passassem a noite toda, deixando a sala desprotegida.

Mas até então, ele iria ficar o mais próximo possível de Rainie. Do jeito que ela parecia naquela noite, nenhum homem seria capaz de resistir a ela. Ele só esperava que Rainie não tivesse subestimado o homem, que ela ficasse na ponta dos pés e não ficasse muito confiante. Ela ficaria sozinha assim que ele e Reese fossem atrás das joias da coroa e esse pensamento o fez tremer de medo.

Reese assobiando para ele a alguns metros de distância o tirou de seus pensamentos e ele viu que Rainie finalmente conseguiu alcançar Samuel na queda de corpos. — Samuel, eu não sabia que você estava na cidade, ela ronronou, batendo os cílios para ele. — Eu ... ele começou a perguntar, então seus olhos ficaram grandes e fez uma rápida varredura do corpo de Rainie no vestido revelador. — Rainie, o que você está fazendo aqui? Ela riu melodicamente. — Finalmente decidi que era hora de obter minha liberdade, disse ela. — Meu pai simplesmente não entende que uma jovem precisa se divertir de vez em quando.

Samuel estreitou os olhos para ela, mas o rosto dela permaneceu completamente inocente. — Você simplesmente não adora festas? Nós nunca temos algo assim em casa. É um tédio.

Keaton pôde ver a mudança em Samuel quando aconteceu, ele passou de suspeito a gregário em apenas alguns segundos. Um sorriso surgiu em seu rosto, seus olhos percorreram o corpo de Rainie mais uma vez e então ele se curvou um pouco para ela, olhando para o vestido ao mesmo tempo. Ele viu só um pouco, mas então ela esticou o peito, colocando-o praticamente no rosto de Samuel. — Lamento saber que você não está se dando bem com seu pai, disse ele. — Talvez eu possa aliviar um pouco de sua angústia pedindo que você se junte a mim na minha mesa.

Rainie bateu palmas e saltou para cima e para baixo, fazendo seus seios balançarem sob o tecido fino e ele sabia que ela tinha Samuel sob seu controle,

pelo menos por um tempo. Acenando para Reese, ele saiu pela porta lateral e seguiu para os fundos da mansão, onde eles combinaram se encontrar. — Sua esposa está fazendo um bom trabalho lá, ela colocou Samuel enrolado em seu dedo mindinho - disse Reese assim que eles tiveram certeza de que estavam sozinhos. — Sim, talvez um trabalho bom demais, disse ele, carrancudo. Reese deu um tapinha no ombro dele. — Eu acho que você não tem nada com que se preocupar, essa mulher só tem olhos para você. Ele se sentiu melhor, mas não tanto quanto ele gostaria. — Vamos fazer isso e sair daqui, disse ele. — Seus homens estão prontos? — Acabei de saber que os guardas de Samuel estão dormindo como uma pilha de filhotes, disse Reese, passando pela porta que eles sabiam que seria destrancada. — Espero que possamos entrar e sair.

Não foi tão fácil assim. Eles encontraram vários guardas que resistiram, mas conseguiram passar pelos corredores dos fundos sem dar o alarme. Quando eles viram os homens de Samuel, roncando em uma pilha ao lado da porta, foi difícil não rir de como tinha sido fácil. Mas então eles descobriram que nenhum dos homens tinha a chave para abrir a porta e Keaton pensou que eles haviam terminado.

Reese puxou um conjunto de ferramentas de trava do bolso e sorriu para Keaton. — Um pouco de habilidade que aprendi saindo com alguns dos cidadãos menos respeitáveis de Ballantine.

Keaton olhou para ele chocado, mas estava tão feliz que não o questionou. — Apenas abra, disse ele, sorrindo para ele. — Mas você tem que me contar sobre isso algum dia. — Um cavalheiro nunca beija e conta, disse Reese, sorrindo ainda mais.

Apenas alguns segundos depois, a fechadura clicou com um som agradável e a porta se abriu. Ele estava quase com medo de olhar para dentro, mas então ele ouviu Reese fazendo um som encantado e o seguiu para dentro da sala. O baú com as joias da coroa estava em uma mesa baixa no meio da sala, com um tapete jogado sobre ele, mas Keaton o reconheceria em qualquer lugar.

Ele deslizou o tapete abriu a tampa e olhou para dentro, dando um suspiro de alívio quando as pedras vermelhas, verdes e azuis brilhavam nele. Fechando a tampa, ele agarrou o baú e se dirigiu para a porta, depois seguiu Reese pelo corredor, sabendo que eles não teriam muito tempo para fugir. Eles emergiram da parte de trás da mansão pela porta em que entraram e depois correram para as árvores que enchiam o terreno nos fundos da propriedade.

Pelo que pareceram horas, eles se agacharam nas árvores, o baú entre eles, esperando Rainie sair da mansão. A cada minuto que passava, ele ficava mais certo de que teria que ir atrás dela, mas Reese o segurava. Então, finalmente, ele a viu correndo pela grama, com o vestido rasgado, uma marca vermelha furiosa na bochecha.

Rainie mal conseguia entrar ar nos pulmões enquanto corria pela grama, indo para o ponto de encontro. Seu joguinho com Samuel ficou feio, mas ela conseguiu escapar e, além de uma bochecha dolorida, ela ainda estava inteira. Ela nunca imaginou que ele a usaria como prêmio para um de seus homens, mas depois que eles comeram, Samuel a agarrou pelo braço e a puxou para fora do salão de baile em um corredor escuro.

Ele a empurrou para um quarto que tinha apenas uma cama e uma mesa de cabeceira, fechou a porta e a trancou. Apenas alguns minutos depois, a porta foi aberta e um homem estava parado ali, com um grande sorriso no rosto. — Oh, ela fará muito bem, pode até colocar uma boa luta. Eu sempre gostei de Fae Guerreiro - ele disse, sorrindo para ela. Samuel tinha o mesmo sorriso no rosto. — Tenho certeza que ela vai, que é por isso que eu pensei em você, disse ele, em seguida, começou a fechar a porta. No último momento, ele enfiou a cabeça na sala e disse: - Divirta-se, Rainie.

Ela podia ouvir seu riso maligno desaparecendo pelo corredor e a raiva surgiu através dela. O homem ainda estava olhando para ela como se ela fosse um pedaço de carne. — Nem tente, disse ela. Ele esfregou as mãos. — Ah, eu vou tentar e vou ter sucesso. Quando eu terminar com você, você gostaria de ter desistido - ele disse.

Mas Rainie atacou antes que as últimas palavras saíssem de sua boca. Ele ainda conseguiu rasgar o vestido e conseguir um bom balanço em relação à bochecha, mas quando ela o deixou, ele estava com frio e sangrando. Ela voou

pela grama, sabendo que Keaton ficaria preocupado quando ela estivesse atrasada e esperando que ele não voltasse para dentro. Quando ela o viu em pé debaixo da árvore, o peito no chão ao lado dele, Reese sorrindo como um idiota, ela quase caiu de alívio.

Assim que ela estava perto o suficiente, Keaton a agarrou e olhou para ela. — Você está bem? O que aconteceu? — Samuel tinha seus próprios planos para mim, mas eu tenho medo que esses planos estejam vazios no chão. Nenhum homem coloca as mãos em mim se eu não quiser - ela ofegou. Ele a puxou para perto, o som de sua risada fazendo-a se sentir quente. — Vou me lembrar disso no futuro, disse ele. Ela olhou para ele. — Você sempre pode colocar as mãos em mim, disse ela. Reese suspirou. — Antes que isso avance, sugiro que nos movamos. Não vai demorar muito para que alguém descubra esses guardas.

Rainie correu atrás das árvores, pegou as roupas que Reese esconderia para ela e mudou rapidamente. Quando ela voltou, os dois estavam vestidos com roupas de montaria, suas roupas em uma pilha no chão. Ela adicionou o vestido e depois saíram através das árvores, desceu a montanha em direção à cidade.

Eles encontraram os cavalos exatamente onde Reese disse que estariam, os alforjes carregados de suprimentos e um cavalo extra para carregar as joias da coroa montados se dirigindo para a passagem. Atrás deles, parecia que a cidade

dormia, mas havia olhos observando-os por toda parte e não demoraria muito para que Samuel soubesse onde encontrá-los.

Reese acenou enquanto se afastavam, depois seguiu na outra direção, com a passagem de trem no bolso e as garantias de que os veria em Ballantine ainda ecoando na noite escura. Eles cavalgaram até a neve começar a aparecer no horizonte, depois fizeram um desvio para a floresta, fizeram um acampamento apressado e se aconchegaram sob uma pilha grossa de casacos e blusas por algumas horas de sono.

O relógio interno de Rainie a acordou logo antes do amanhecer e ela abriu os olhos, sentindo o ar gelado ardendo e sabia que eles teriam uma viagem fria, mas sem tempestades, pela montanha. Ela cutucou Keaton acordado, beijou-o e depois sussurrou: — A montanha nos espera. Ele a beijou de volta, depois abriu os olhos. — Você realmente é um condutor de escravos, o sol ainda não nasceu .

De volta à trilha, apenas alguns minutos depois, eles empurraram os cavalos pelo caminho íngreme e por cima, olhando para trás por todo o caminho. Mas não havia sinal de perseguição e, quando caíram no vale verdejante, Rainie finalmente começou a respirar com mais facilidade. Eles andaram em silêncio a maior parte do dia, reservando suas forças para se aquecerem, mas agora que o pior havia acabado, um sentimento de realização fez os dois começarem a relaxar.

Eles pararam pouco depois de cair no vale e desceram dos cavalos para esticar as pernas, cuidadosos para permanecer na trilha, satisfeitos ao ver uma tempestade se formando sobre a montanha. — Isso vai detê-los se eles estiverem

nos seguindo, disse ela, emocionada ao ver as nuvens começando a cobrir o topo da montanha.

Não sentindo a urgência do início do dia, eles subiram e voltaram à trilha, mas havia apenas uma milha quando encontraram um grupo de homens da vila que bloqueavam o caminho. — Vocês devem vir conosco, disse um deles. — Por favor, venha conosco. É importante.

Ela olhou para Keaton, que parecia tão surpreso quanto ela ao ouvi-lo falar algo além da tagarelice com a qual eles estavam acostumados. — Acho melhor irmos com eles, disse ele, ecoando seus pensamentos.

Voltando-se para os homens, ela assentiu. e eles se afastaram a galope, mas Damien e Lady não tiveram problemas em acompanhar e logo estavam entrando na vila. As pessoas se amontoavam ao seu redor e levaram os cavalos e os empurraram para dentro do alojamento onde, para sua surpresa, ela encontrou seus pais sentados ao lado da fogueira, com a preocupação vincando seus rostos.

Keaton entrou pela porta do alojamento arrastando o baú pesado, sem querer deixá-lo fora de vista por um segundo sequer. Mas quando ele viu o pai de Rainie e a raiva em seus olhos, ele quase deixou cair. Ele não tinha pensado no que aconteceria quando finalmente chegassem em casa e anunciassem que estavam casados, mas estava claro que ele deveria ter pensado no que iam dizer.

Rainie estava congelada no lugar ao lado dele e quando ela olhou para ele, ele sabia que teria que assumir a liderança, que agora ele teria que ser o mais forte. — Nós recuperamos as joias da coroa, disse ele, colocando o baú sobre uma mesa. — Sim, eu vejo isso, disse o pai. — Também ouvimos histórias muito interessantes de nossos queridos amigos Alania e Hammond. O coração de Keaton afundou, mas ele sabia que dependia dele. — Sim, suponho que deve parecer muito estranho para você, mas não havia escolha, disse ele. — Você deve ver que esta é uma situação impossível. Rainie pertence à Rushbrooke, ela é sua casa, disse o pai. — Você é um Fae Real e ela é uma Guerreira Fae; — simplesmente não é feito.

— Bem, está feito, Rainie finalmente falou, abrindo caminho na frente dele. — Keaton e eu poderíamos ter nos casado para me impedir de ficar aqui, mas estou feliz que o fizemos. — Você não sabe o que está dizendo, é apenas toda a emoção de perseguir as joias da coroa. Você verá que quando tudo acabar, descobrirá que não são certos um para o outro - disse o pai dela, balançando a cabeça. — Exijo que acabe agora. — Sinto muito, senhor, isso não vai acontecer, disse Keaton, olhando para Rainie. — Amo sua filha, amo tudo nela e todos os dias encontro algo novo para amar.

Ele ouviu Rainie suspirar e desejou não ter que dizer a ela dessa maneira, mas sabia no fundo de sua alma que a amava e não havia razão para fingir o contrário. — Eu também o amo, disse Rainie, virando-se para encará-lo. Eu te amo, Keaton. — Eu também te amo, Rainie, disse ele, estendendo a mão para acariciar sua bochecha. — Eu não vou mais ouvir isso. Precisamos levar as joias da coroa para Ballantine e depois levaremos isso com o rei - disse o pai dela, depois se levantou e saiu do alojamento, com a mãe atrás dela. Keaton esperou até que eles saíssem da sala e a puxou para seus braços. — Ninguém vai tirar você de mim, disse ele, depois abaixou a boca na dela.

Eles dormiram na mesma cabana da noite de núpcias, o baú ao lado dele. Ele acordou várias vezes durante a noite apenas para se assegurar de que estava lá, depois ficou deitado ao lado de Rainie, observando-a dormir, mais feliz do que nunca. Ele finalmente encontrou a mulher que o faria se sentir assim pelo resto da vida e ele se perguntou como teve tanta sorte.

Muitas pessoas não ficariam felizes com o que fizeram, mas Colin se casou com um plebeu e esperava que, com seu melhor amigo do lado, a sociedade os aceitasse. Caso contrário, ele ficaria perfeitamente feliz em viver onde eles pudessem encontrar paz, desde que estivessem juntos.

Ele viu a dor nos olhos de Rainie quando seus pais saíram da sala sem dar suas bênçãos e foi à única coisa que ele se arrependeu. Com o tempo, eles poderiam aprender a aceitar o que haviam feito e ver que o amor entre eles era mais forte do que as forças contra eles. Até então, ele só tinha que provar a Rainie que o sacrifício dela valia a pena, que o amor que eles compartilhavam era precioso demais para deixar morrer.

Quando o sol apareceu pela janela alta na parede, ele saiu da cama e saiu pela porta, querendo ver os primeiros raios de luz despertarem a floresta. Ele parou no chalé e pegou uma xícara de café, então, encontrou um lugar perto da cabana e se estabeleceu debaixo de uma árvore. Bebendo o café, ele limpou a mente, sabendo que haveria pouco tempo para reflexão no final do dia.

Mesmo com a ajuda dos homens que o pai de Rainie havia trazido com ele, ele sabia que a travessia do rio seria traiçoeira. A chuva implacável testaria sua força e surpreendeu-o que um homem da sua idade pudesse atravessar perigosamente. Ele estava tomando um gole de seu café quando os olhos se

fecharam contra o sol que havia acabado de nascer sobre as montanhas, quando sentiu alguém se sentar ao seu lado.

Ele esperava ver Hammond quando abriu os olhos, mas o pai de Rainie estava sentado ao lado dele. — Acho que precisamos conversar um pouco, disse ele.

Keaton abriu a boca para dizer que nada mudaria o que ele sentia por Rainie, mas o pai dela levantou a mão. — Deixe-me falar e depois ouvirei o que você tem a dizer.

Ele assentiu, recostou-se na árvore e esperou. O pai de Rainie deixou o silêncio prolongar-se até ficar desconfortável, depois começou a falar. — Rainie sempre foi especial para mim, minha única filha, eu tinha tantas esperanças para ela quando ela nasceu. Eu queria que ela tivesse tudo o que eu tinha e mais, mas as coisas não acabaram assim. Quando soube que vocês dois se casaram, tive certeza de que era a pior ideia do mundo, mas ontem à noite percebi que casar com você poderia ser a única coisa que a salvaria de se perder em um mundo de mudança. — Não sei se entendi, disse Keaton, com o coração batendo forte no peito. — Você está dizendo que é bom nos casarmos? — Talvez, ainda não cheguei lá, mas se Rainie diz que te ama, tenho que dar uma chance, disse ele. — Talvez o mundo esteja pronto para uma mudança. Talvez seja hora de os velhos modos mudarem.

Rainie acordou o lado da cama de Keaton vazia e sentou-se alarmada, mas depois se lembrou de onde estavam e se aconchegou de volta sob as cobertas. O sol estava começando a nascer e ela ansiava por mais alguns minutos na cama, mas sabia que eles tinham que se organizar e seguir a trilha. Viajar com o pai e os homens dele pode ser mais fácil, mas levaria tempo para reunir o grupo e levá-los a se mudar.

A noite quieta assegurou-lhe que o engodo deles funcionara e que Samuel estava perseguindo uma trilha vazia, mas eles ainda precisavam se mexer. Quando ela saiu da cabana, viu seu pai e Keaton sentados debaixo de uma árvore no fim da conversa. Cega pelo sol da manhã, ela passou por eles.

Quando ela não encontrou Keaton no chalé, começou a ficar preocupada e depois percebeu que ele provavelmente estava no celeiro preparando os cavalos para selar e preparar. Ao contrário de sua última viagem para longe da vila, eles precisariam de pouco além de um bom cavalo de corrida e um cavalo forte para carregar o baú. Mas o celeiro estava deserto e a decepção tomou conta, seguida pela sensação de que algo não estava certo.

Damien surgiu em sua mente e de repente ela precisava se certificar de que ele estava bem, mas ele estava pastando satisfeito no pasto e não viria quando ela o chamasse. Foi quando ela sentiu os pequenos espinhos de gelo que diziam que alguém estava olhando para ela. Girando em círculos, ela examinou as árvores, mas não viu nada e decidiu que era hora de partir, o silêncio misterioso do celeiro começando a deixá-la desconfortável.

Ela tinha acabado de voltar para a luz da manhã quando uma sombra caiu no chão à sua frente e uma onda de ar frio a rodou. Olhando para cima, ela engasgou quando viu Samuel sorrindo para ela, um grupo de guardas em pé atrás dele. — Olha quem temos aqui, disse ele. — Eu nunca sonhei que seria tão fácil colocar minhas mãos em você novamente, disse ele.

Ele estalou os dedos e seus homens a apressaram, agarrando seus braços e pernas, mesmo que ela lutasse, mordendo e chutando. Samuel, finalmente cansado da luta, murmurou algumas palavras. Os músculos de Rainie pararam de funcionar e ela ficou mole nos braços dos homens. — Apresse-se e amarre-a; esse feitiço não vai durar muito, ele disse.

Rainie tentou se mover, tentou lutar contra os homens que a seguravam, mas tudo o que ela podia fazer era jogar o corpo no chão, os braços e as pernas inúteis. Quando um dos homens puxou os braços atrás das costas e começou a amarrá-los, ela se enrolou em uma bola e esperava que isso lhe desse folga suficiente para desatar o nó se a ocasião surgisse. Poderia ser sua única esperança de escapar e ela tinha que fazer o que pudesse. Samuel não hesitaria em matá-la, se lhe convinha.

A última coisa que viu quando foi jogada no cavalo foi Keaton entrando no chalé com o pai, com sorrisos no rosto dos dois. Então, por quilômetros, tudo o que viu foi o chão, deitada de bruços sobre o cavalo como um saco de selim, pulando pela floresta, incapaz de mover os braços e as pernas. Quando eles finalmente pararam e um dos homens a puxou o cavalo, ela percebeu que podia usar os braços e as pernas novamente, mas permaneceu flácida e deixou que ele a carregasse.

Ele a largou no chão e depois se afastou para amarrar o cavalo com o resto dos homens. Samuel entregou seu cavalo e caminhou até onde ela estava deitada. — Ainda não consegue se mexer? - ele perguntou, cutucando-a com a ponta da bota. — Portentia criou um bom feitiço. É bom saber que alguém ainda se orgulha de seu trabalho. Você não a conheceu, não é? — Você não vai se safar disso, disse Rainie. — Eu tenho medo que você esteja errada sobre isso. Tenho muita autoridade que os invisíveis estejam a caminho de Ballantine, prontos para atacar assim que eu lhes der as joias da coroa, disse ele. — Mas você não as tem e nunca as terá, disse ela, esperando que suas palavras fossem verdadeiras. — Houve um tempo em que eu pude acreditar em você, mas você sabe, eu sei que seu marido as entregará para mim em troca de você, disse Samuel. — Esse é o problema do amor, isso faz você fazer coisas estúpidas. — Ele nunca fará isso, disse ela. — Você gostaria de apostar nisso? Perguntou Samuel. — Nesse momento, ele encontrará a nota que eu deixei. Tudo o que precisamos fazer é esperar. Pena que você não está em condições de me divertir agora, sua pequena acrobacia na festa na outra noite me deu um pouco de apetite por uma princesa guerreira.

Rainie sentiu um aperto no estômago com nojo, mas conteve a bile que subiu à garganta. — Eu prefiro estar morta, ela cuspiu nele. — Isso pode ser arranjado também, disse ele, depois caminhou rindo.

Keaton esperava encontrar Rainie no chalé, mas quando ele chegou lá, descobriu que ela já estava não lá e então saiu. Ele perguntou às pessoas enquanto andava pela vila, sem saber como ele sentia falta dela, começando a se preocupar. Finalmente, alguém apontou para o celeiro quando ele perguntou e ele suspirou de alívio, se perguntando por que ele não tinha pensado nisso antes. Subindo a colina, ele mal podia esperar para lhe dizer que o pai dela não era tão contra o casamento como na noite anterior.

Mas ele achou o celeiro estranhamente vazio, os cavalos ainda pastando no pasto e as vacas berrando nas baias para serem ordenhadas. Imediatamente em guarda, ele entrou lentamente no celeiro, depois parou e olhou em volta. Ele notou pequenos sinais de que uma luta havia acontecido do lado de fora da porta e então ele ouviu um gemido silencioso vindo de uma das baias.

Certo de que era Rainie, ele correu apenas para encontrar três garotos ??amarrados, com os olhos arregalados de medo. Ele se abaixou e puxou as mordaças de suas bocas e então rapidamente os desamarrou. — O que aconteceu? Ele perguntou enquanto trabalhava.

Os meninos não falaram, mas o maior apontou para o papel preso a um suporte de madeira com uma faca.

Keaton estava de pé e correndo pelo celeiro, com o estômago afundando, uma sensação de pavor tomando conta dele. Ele pegou a nota, leu rapidamente e depois se atirou para vila correndo, gritando pelo pai de Rainie o tempo todo.

A vila estava rapidamente se enchendo de pessoas, os homens com lanças nas mãos, quando ele chegou ao alojamento. O pai de Rainie saiu correndo. — O que aconteceu? Você a encontrou? Keaton empurrou a nota para ele. — Eu tenho que pegar as joias da coroa e ir atrás dela, disse ele, virando-se para voltar para a cabana. — Espere um segundo. Não vá correndo, que é exatamente o que Samuel quer que você faça, disse o pai de Rainie. — Ele não vai machucá-la ainda. Keaton sentiu uma onda de ar frio tomar conta dele. — Não podemos deixar que ele a machuque, disse ele. — Eu tenho que lhe dar as joias. — Não, você tem que fazê-lo pensar que você vai entregá-las a ele, disse ele, puxando Keaton para dentro do alojamento. — Venha aqui e vamos conversar, Há algo que não contei a você e não quero que ninguém nos ouça.

Quando saíram do alojamento alguns minutos depois, Keaton se sentiu mais confiante do que quando entrou, mas ainda fingia que não estava em pânico. Ele gritou com os homens para preparar os cavalos e atravessou a vila como um

louco, depois saiu correndo para o celeiro. Quando viu Malcolm saindo da vila, não foi surpresa, nem foi difícil segui-lo pela floresta até uma clareira.

Quando viu Rainie amarrado encostado a uma árvore, ele quis invadir e salvá-la, mas lembrou-se das instruções de seu pai. Deslizando o feitiço de proteção que Darby havia dado em volta do pescoço, ele fechou os olhos e a imaginou lá com ele. O feitiço começou a esquentar em torno de seu pescoço e o ar ao redor dele começou a se encher de neblina, então Darby e Colin estavam de pé com ele na floresta.

Rainie sabia que a pele de seus pulsos havia começado a esfregar estava sangrando, mas ela continuou trabalhando para frente e para trás, sentindo o nó começando a afrouxar. Samuel finalmente se cansou de assediá-la e ele saiu andando.

Ela sabia que nem o pai nem Keaton devolveriam as joias da coroa a Samuel, mas também sabia que eles a perseguiam e precisava estar pronta quando aparecessem. Seus braços e pernas acordaram lentamente, mas ela teve o cuidado de fazer Samuel e os homens pensarem que ela ainda não conseguia se mexer. A surpresa era sua melhor arma no momento, e libertar as mãos era essencial.

Quando ela finalmente sentiu o nó ceder, era quase impossível não levantar as mãos para esfregá-las, mas ela fechou os olhos e sentou-se o mais imóvel que pôde. Parecia que uma eternidade havia passado quando ela ouviu um som na floresta e abriu os olhos para ver Keaton silenciosamente rastejando entre as

árvores. Havia um homem e uma mulher com ele e, a princípio, ela não conseguiu descobrir quem era, então a mulher levantou a mão no ar e dois dos guardas tombaram no chão. Samuel ficou de pé, seu rosto cheio de alarme. — Vá ver o que há de errado com eles, ele latiu, examinando as árvores. — Eles estão apenas dormindo, disse o guarda. — Então acorde-os, sacuda-os ou algo assim - ordenou Samuel, seus olhos examinando a floresta novamente. — Eles não vão acordar, senhor, disse o homem, então seu rosto ficou branco, e ele caiu no chão, um ronco colossal preenchendo o silêncio enquanto ele se acomodava mais confortavelmente ao seu lado.

Rainie fez o possível para não rir, mas ela borbulhou quando outro homem de Samuel caiu em uma pilha. — Parece que seus homens não dormiram o suficiente ontem à noite, disse ela, sorrindo para ele.

Ele atravessou a clareira e a empurrou, fazendo estrelas explodirem em sua cabeça, e ela caiu de lado. — Agora eu vou matar você, disse ele, curvando-se para pegá-la.

Rainie sabia que o momento que ela estava esperando havia chegado. Quando ele agarrou seu braço, ela fez um punho, reuniu todas as suas forças e balançou. O som satisfatório do punho dela conectando-se à mandíbula dele ecoou através da clareira e depois agitando os braços, Samuel caiu no chão.

Rainie ficou de pé, mas Samuel já havia se recuperado e estava recitando o mesmo feitiço que já havia usado nela antes.

Mas antes que ele pudesse terminar, Darby saiu da floresta, seguido por Colin e Keaton. Darby gritou três palavras e Samuel parou de cantar, com a boca aberta, um olhar horrorizado no rosto. Alguns segundos depois, ele estava ofegante, tentando recuperar o fôlego, lançando olhares sujos para Darby e Rainie ficou de pé, segura de que eles haviam vencido.

Foi preciso muita força para não atacar Samuel quando ele deu um tapa em Rainie, mas Darby colocou a mão em seu braço e ele se agachou de volta no mato. Apenas um segundo depois, ele queria torcer quando ela o atingiu e o derrubou no chão, mas ele não ficou por muito tempo. Darby acenou para ele, depois para Colin e, juntos, eles saíram das árvores. O som staccato da voz de Darby encheu a clareira.

Samuel quase parecia espancado, quando ela cortou respirou fundo, mas depois respirou fundo e enfiou a mão no bolso do casaco. — Vejo que você está trabalhando em sua mágica, disse ele, mas acho que você não é tão poderosa quanto parece. Ele pegou uma pequena garrafa verde, abriu-a e a levantou no ar. — Demônio da tempestade, eu te chamo; destrua meus inimigos e restaure o tesouro que pertence aos invisíveis, disse ele.

O céu começou a escurecer e o que havia sido um dia ensolarado logo se tornou desagradável quando o vento aumentou e as nuvens começaram a girar acima de suas cabeças. — Eu entendi, Darby gritou sobre a tempestade. — Vá buscá-la.

Keaton tentou alcançá-la, mas cada vez que dava um passo à frente, o vento o empurrava de volta. Rainie também estava lutando contra a tempestade, lutando para dar um passo, depois sendo empurrada para trás como se algo estivesse tentando separá-los. Enquanto ele continuava lutando, sentiu sua força começar a enfraquecer a medida que a tempestade se tornava mais forte, depois desesperado ele fez a única coisa que pôde e gritou através da tempestade. — Eu te amo, Rainie, ele gritou, esperando que ela entendesse. Ele viu a boca dela se mover e apenas a pegou gritando: — Eu também te amo, Keaton.

Entre eles, a tempestade se acalmou um pouco e ele deu um passo surpreso para frente. — Adoro o jeito que seus olhos ficam quando você é teimosa, ele gritou. — Eu amo o jeito que você me provoca até eu corar, gritou Rainie, depois deu um passo à frente.

Keaton deu outro passo adiante, notando que a tempestade começara a enfraquecer. — Amo sua independência e energia.

— Eu amo o jeito que suas mãos se sentem na minha pele nua, retrucou Rainie, agora capaz de sorrir para ele.

Uma onda de desejo tomou conta dele e de repente a tempestade se foi, o sol apareceu e Samuel estava no meio de um círculo de homens da aldeia, com as lanças apontadas para o peito dele. Ele olhou para Darby. — O que você fez? Para onde foi meu demônio? Darby olhou para Keaton e Rainie. — O amor de vocês o levou embora, disse ela. — Mas isso não é possível, Samuel cuspiu. — O amor é a força mais forte do planeta, você deveria saber disso - disse Darby, balançando a cabeça. — Seu demônio não pôde suportar a força do bem que vem com um vínculo como eles compartilham. — Isso não acabou. Eu nem comecei a mostrar o que posso fazer, ele disse. — Vou encontrar uma maneira de vencê-los. Eu vou ter Ballantine.

Darby abriu a boca, mas antes que ela pudesse lançar o feitiço que ela planejava usar, Samuel desapareceu. — Eu não fui rápida o suficiente, disse ela. — Eu não deveria ter ensinado a ele. Colin colocou o braço em volta dela. — Mas nós o vencemos novamente e ele não vai ficar longe de nós, disse ele, depois se virou para Rainie e Keaton. Vocês dois estão bem? Rainie olhou para ele, depois para Keaton. — Acho que sim, disse ela.

— Acho que estamos mais do que bem. Acho que o universo acabou de nos dizer que devemos ficar juntos - disse Keaton, sorrindo para ela. — Era isso o que estava dizendo? - ela perguntou, sorrindo de volta para ele. — Isso e muito mais. Tenho certeza de que ouvi dizer que deveríamos morar em Rushbrooke, criar um monte de garotos e cavalos. Tenho certeza de que ouvi dizer que sem você na minha vida, não há muito motivo para eu viver - disse Keaton, com o rosto sério. — Você sabe, disse Rainie. — Acho que também estou ouvindo algumas coisas. Acho que estou ouvindo que viveremos felizes para sempre e teremos tudo o que sempre quisemos. — Eu te amo, Rainie, disse Keaton. — Tudo o que preciso para ser feliz pelo resto da minha vida é você ao meu lado. — Eu também te amo, Keaton, disse ela. — Eu nunca quero estar em qualquer lugar, onde você não esteja, sua fazenda ou Rushbrooke, isso não importa para mim. Lar é onde você está. Keaton a puxou para seus braços. — Acho que é hora de devolver as joias da coroa ao rei e à rainha e começar nossa vida juntos, disse ele, abaixando a boca na dela.
2- The Fae Warrior

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