willam morris e arts and crafts

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William Morris | Teoria e História das Artes e Arquitetura II

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Teoria e História das Artes e Arquitetura II Blog para a matéria Teoria e História das Artes e Arquitetura do ano de 2009 da Universidade Federal de Uberlândia

William Morris

(http://thaa2.files.wordpress.com/2009/07/figura­1­william­morris.jpg) William Morris(1834­1896) viveu na Inglaterra na Era Vitoriana, em meados do século XIX, este período foi marcado pela prosperidade e paz (Pax Britannica) para os britânicos, com os lucros adquiridos com a expansão do Império Britânico e com a consolidação da Revolução Indústrial. Na Inglaterra Vitoriana surge um novo caminho da cultura romântica, resultante da soma do Iluminismo inglês tardio e do nascente Idealismo alemão. A Inglaterra opunha­se as ideologias revolucionárias, e com isso houve um retrocesso social, uma involução cultural e mais tarde um hipocrita moralismo vitoriano. Devido a isso, a arte segundo Argan “recai a um nível de baixo anedotismo, de um humorismo de clube; com uma moral gorsseiramente utilitária não poderia coexistir um interesse estético. Quando renasce um interesse estético, é para combater a moral grosseiramente utilitária. Na Inglaterra paleoindustrial, afinal, a arte pretende ter uma função não tanto humanitária, e sim corretiva e saneadora.”.

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William Morris estudou na Faculdade de Exeter, em Oxford, onde interessou­se pela arquitetura, 1

belas artes e pela arte indústrial. E foi em Oxford que conheceu as obras de John Ruskin( ), um crítico 2

de arte que, foi conselheiro e defensor da Irmandade dos Pré­Rafaelistas( ). William Morris segue fielmente as teorias de Ruskin e o que é singular em Morris é que ele avança sobre a teoria e chega até a prática, segundo Benevolo, Morris “traz para essa linha de pensamento, assim, uma série de determinações concretas, extraídas de sua experiência no trabalho, e entrega ai movimento moderno não apenas uma bagagem de idéias, mas uma experiência ativa de importância infinitamente maior.”. Em 1856, Morris entra para o estúdio gótico do arquiteto Street, e no ano seguinte têm contado com os pré­Rafaelistas, o que o instiga a pintar e a escrever poesias. Em 1857, Morris questiona sobre a compatibilidade do lugar em que o artista habita com a sua personalidade, segundo Nikolar Deusner, Morris “foi assaltado pela conficção de que para alguém se dedicar a pintar quadros sublimes precisa esse alguém de habitar num ambiente compatível com o seu temperamento, de viver numa casa decente, com cadeiras e mesas decentes, e não tinha meios para comprar as coisas que o poderiam satisfazer. Foi esta situação que despertou subitamente o seu génio pessoal; se não podemos comprar uma sólida e honesta mobília, façamo­la nós próprios.”

(http://thaa2.files.wordpress.com/2009/07/figura­10­wm.jpg) Morris casa­se em 1859, e decide construir uma casa e convida Philip Webb para projeta­la, então constroi­se a célebre Red House, em Bexley Heath, que tz­Top of Form;eve a inteção Comment;de ser uma mostra das capacidades da empresa de Weeb. É uma arquitectura de expressão pelos materiais aplicados pois eram materiais não tratados. A casa foi construída em tijolo e telhas vermelhas, expressando a rebeldia contra a fórmula dominante e a tirania das paredes de estuque e os telhados de ardósia. A planta era organizada em 2 grupos, o primeiro era destinado as actividades sociais enquanto que o 2º andar ao privado. Segundo Argan, a Red House: “responde às exigências concretas da vida: um novo modelo de ‘ambiente’ para a família, núcleo originário da sociedade.”.

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(http://thaa2.files.wordpress.com/2009/07/figura­4­red­house.jpg) Morris liga­se ao interior por ser o autor de um determinado mobiliário e ordenamento, com isso, começa­se a pensar em um laboratório de arte decorativa, que em 1862 culminou­se na firma Morris, Marshall, Faulner & Co., sendo uma firma de Operários de Belas­Artes em Pintura, Gravuras, Móveis e Metais, esta que, segundo Argan “propõe a arte como fim da própria arte, isto é, a colocar o problema não mais da finalidade, e sim da funcionalidade social da arte.”.

(http://thaa2.files.wordpress.com/2009/07/figura­5­red­house.jpg) Segundo Nikolas Deusner, Morris “Tomou como ponto de partida a situação social da arte que via à sua volta . A arte ‘já não tem quaisquer raízes’. Os artistas perderam o cantacto com a vida quotidiana, e ‘perdem­se a sonhar com a Grécia e a Itália…as quais hoje em dia muito pouca gente pretende sequer compreender ou achar interessante’. Esta situação deve ser considerada extremamente perigosa para quem estiver relacionado com a arte. Morris proclama: ‘ Não quero arte só para alguns’, e formula aquela pergunta fundamental que havia de decidir o destino da arte do nosso século: ‘Que intesse pode ter a arte se não puder ser acessível a todos?’ Morris é assim o verdadeiro prefeta do século XX. A ele devemos que a residência de um homem qualquer tenha voltado a ser uma criaçao valiosa do pensameto do arquiteto,e que uma cadeira, um papel de parede ou um vaso seja de novo criações valiosas da imaginação do artista.”

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(http://thaa2.files.wordpress.com/2009/07/figura­6­wm.jpg) A firma de Morris é o plano de ação de suas teorias, para Morris a questão da arte de sua época devia ser colocada como uma questão política, à qual deveria corresponder uma ação. Como seguidor de Ruskin e das idéias socialistas de Marx, Morris nega a produção mecânica e acredita que o operário deve tornar­se artista. “ Quero falar daquele lado da arte que deveria ser sentido e executado pelo simples operário em seu trabalho cotidiano, e que com razão se chama arte popular. Esta arte não existe mais, destruída pelo comercialismo. Mas ela viveu e floreceu desde o início da luta entre o homem e a natureza até o surgimento do sistema capitalista. Enquanto durou, tudo que o homem fazia era ornamentado pelo homem, assim como tudo o que o faz a natureza é ornamentada pela natureza.”

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Para Morris, a verdadeira arte deve ser “feita pelo povo e para o povo, como uma benção para quem a faz e pra quem a desfruta”.Contudo, Morris não conseguiu alcançar o que acreditava, uma vez que, por seus produtos serem realizados manualmente eram mais custosos e não acessíveis a todos, somente aos ricos. Com isso, a firma não teve grande sucesso, sendo portanto dissociada em 1874,quando somente Morris era o proprietário dos laboratórios. Morris define arte como “ a maneira de o homem expromir o prazer que lhe vem do trabalho”, acredita que “ é impossível dissociar arte da moral, da política e da religião”, mantendo­se aqui como fiel seguidor de Ruskin, uma vez que, este acreditava que “realizar com verdade é realizar manalmente, e realizar manualmente é realizar com alegria” . Apesar de não citar, Morris mostra­se inclinado às teorias de Pugin, este que devende o catolicismo, as formas góticas como as únicas formas cristãs e também a honestidade e sinceridade na criação e no fabricio. Por acreditar da vinculação entre arte e as estruturas sociais, e por condenar as de sua época, Morris começa a agir paralelamente no campo político, em 1877, para ele “A civilização há­de matar a arte se este sistema continuar. Quanto a mim, ela implica na condenação de todos o sistema”.

(http://thaa2.files.wordpress.com/2009/07/figura­9­wm.jpg) De acordo com Benevolo: Morris “em 1877, inscreve­se na seção radical do Partido Liberal, e em 1833 passa para a Federação Democrática e torna­se tesoreiro do partido, no ano seguinte funda a Liga Socialista, dirige o jornal The Commonweal e desempenha um papel importante nos movimentos operários daqueles anos; contudo, uma vez que em 1890 predominam na Liga dos anarquistas, Morris, deixa o jornal de depois também a vida política ativa. Logo após publica o romance News from Nowhere, onde descreve o mundo transformado pelo socialismo, tal como ele o concebe.”

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Morris inclina­se portanto para o socialismo, a sua problemática é “como podemos restabelecer um estado das coisas em que todo o trabalho tenha utilidade e seja ao mesmo tempo agradável de fazer?”, e segundo Nikolas Deusner, Morris olhava para o passado, para a época das sagas Islâmicas, da construções das catedrais, das corporações de ofício. Para Morris, a única alternativa esperançosa para o futuro era “imaginar que a bárbárie mais uma vez assolava o mundo…que este mais uma vez se tornava belo e ao mesmo tempo dramático”. O socialismo de Morris é utópico, uma vez que, associa a produção mecânica ao sistema capitalista, e devido a isso, acredita que a revolução socialista acabará com a mecanização do trabalho e também com as cidades, e com isso, instaurará pequenas comunidades onde os objetos são produzidos por trabalhos manuais. Sendo portanto, uma socialismo que não se adequa para combater os problemas do século XIX. Nikolas Deusner conclui em seu livro: “ É esta a antinomia fundamental da vida e da doutrina de Morris. O seu trabalho, a ressureição do artesanato, é construtivo, mas é destrutiva a parte essencial da sua doutrina, Defender apenas o artesanato equivale a defender um regresso às primitivas condições medievais, e sobretudo a defender a destruição de todos os eventos introduzidos pela civilização durante o Renascimento. Era isso que ele não queria,; e como, por outro lado, se recusava a empregar as suas oficinas quaisquer metódos de trabalho pós­ medievais, resultava dai que todos seu trabalho era caro. Numa época em que praticamente todos os objectos de uso cotidiano são fabricados com o auxilio de maquinas, os produtos do artista­ artíficie so podem ser comprados por um reduzido número de pessoas. Apesar de Morris desejar uma arte ‘pelo povo e para o povo’, tinha de reconhecer que é impossivel uma arte barata porque ‘ toda arte custa tempo, trabalho e esforço mental’. E por isso criava uma arte – apesar de ser uma arte aplicada, e ja não a arte oitocentista da pintura de cavalete ­ que era igualmente apenas acessivel e alguns conhecedores ou, tal como ele próprio uma vez disse, uma arte para ‘o luxo imundo dos ricos’. É certo que a arte de Morris acabou por ter uma acção benéfica sobre diversos ramos da produção comercial, mas saber isto não lhe daria certamente qualquer prazer, pois a difusão em grande escala do seu estilo implicaria que se voltassem a usar máquinas, e daí que se destruísse mais uma vez a ‘alegria do autor’. Morris considerava a máquina o seu inimigo figadal: ‘ a produção mecânica, como condição de vida, é um mal absoluto’. Desejando a vinda da barbárie, certamente esperava que se destruíssem as máquinas, apesar de nos últimos discursos ser suficientemente cuidadoso (e incoerente) para admitir que devíamos tentar tornar­ nos ‘senhores das nossas máquinas e usá­las como instrumentos para conseguir melhores condições de vida.” Em 1877, William Morris funda a Sociedade para a Proteção dos Monumentos Antigos, no ano de 1878 muda­se para Merton Abbey, em Surrey, onde em 1881 funda uma fábrica de tapetes e em 1890, uma oficina tipográfica, a Kelmscott Press. Morris, no ano de 1883 promove a Art Workers Guild e, a partir de 1888, organiza as exposições com o nome de Arts and Crafts(3). “A arquitetura abrange a consideração de todo o ambiente físico que circunda a vida humana; não podemos subtrair­nos a esta, ” enquanto façamos parte da civilização, pois a arquitetura é o conjunto de modificações e alterações, introduzidas na superfície terrestre tendo em vista as necessidades humanas, executando­se apenas o deserto puro. Nem podemos confiar nossos interesses na arquitetura a um pequeno grupo de homens instruídos, engarregá­los de procurar, descobrir, forjar o ambiente onde depois nós deveremos ficar e maravilhar­nos de como funciona, apreendendo­o como uma coisa totalmente feita; isso, pelo contrário, diz respeito a nós mesmos, a cada um de nós, que deve vigiar e cuidar do justo ordenamento da paisagem terrestre, cada um com seu espírito e com suas mãos, na proporção que lhe cabe.” William Morris Notas http://thaa2.wordpress.com/2009/07/24/william-morris/

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1. John Ruskin John Ruskin(1819­1900) é um literato, cujo interesse estende­se teoricamente à realidade inteira,ele dedica­se a Economia, Política, Arte, Geografia, Botânica e outros assuntos. Para Ruskin, a arte é um fenômeno muito mais complexo do que parece a seus contemporâneos. Segundo Ruskin, a obra de arte é uma entidade abstrata isolada de um processo contínuo, o qual inclui as circunstâncias econômicas e sociais. O crítico de arte diz, que a obra de arte assemelha­se a um iceberg, onde a parte flutuante, a única visível, move­se segundo leis que são incompreensíveis se não se levar em conta a parte imersa, não visível. Ruskin é um teorico revolucionista para sua época, uma vez que, ao observar a desintegração da cultura artística de sua época nota que as causas devem ser procuradas nas condições econômicas e sociais em que a arte é exercida, não no campo da arte como os outros pensadores diziam. 2. Irmandade dos Pré­Rafaelistas A Irmandade dos Pré­Rafaelistas foi fundada na Inglaterra em 1848 por: Holman Hunt, John Everett Millais e Dante Gabriele Rossetti. Através da pintura pretendiam recuperar a eticidade e religiosidade inerente do trabalho, segundo Argan, para os Pré­Rafaelistas “A arte não deve persuadir, e sim estar intimamente persuadida; apenas assim será poesia, pois a poesia é o ‘espírito de verdade’ que está no fundo das coisas e das pessoas. Não se renuncia à ligação com a literatura, própria de toda a cultura inglesa, mas é necessário que haja na pintura, assim como na literatura, uma profunda humildade e honestidade do ofício, por ser ele o intermediário entre o homem e as coisas.”. A partir dos Pré­Rafaelistas inicia­se um questionamento acerca da representação figurativa, uma vez que, fica claro que há uma grande consquista em uma matéria com o trabalho do artesão, e por isso, este deve “fazer, ensinar a fazer coisas que sejam simultaneamente naturais e espirituais, úteis e belas.”segundo Argan. 3. Arts and Crafts Arts and Crafts foi um movimento estético que aconteceu no século XIX, na Inglaterra. O movimento contribuiu para a renovação do artesanato artistico, teve como principal objetivo defender o artesanato como meio contra a produção em massa, os principais representante são: Walter Crane (1845­1915) e P. R. Ashbee (1863­1942). Walter Crane é seguidor fiel da doutrina morriana, para ele “ a verdadeira base, as verdadeiras raízes da arte estão no trabalho manual”. Diferente de Crane, Ashbee é um pensador mais autêntico e reformador, para ele: “as artes da construção e da decoração são a verdadeira espinha dorsal” de toda a cultura artística, e de que todos os objetos devem ser “produzidos em condições agradáveis”. About these ads (http://en.wordpress.com/about­these­ads/)

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