Sthefane Lima_O Tutor Livro 1

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O Tutor Livro 1

Sthefane Lima

Ficha Técnica

2017- Todos os direitos reservados. Está é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos descritos são produtos da imaginação da autora. Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é mera coincidência. Nenhuma parte dessa obra pode ser reproduzida ou distribuída sem o consentimento escrito da autora.

Foto de capa: pixabay. Autora: Sthefane Lima Revisão: Rey Ribeiro

Sumário

Ficha Técnica Agradecimentos Sinopse Capítulo 1 Capítulo 2 Capítulo 3 Capítulo 4 Capítulo 5 Capítulo 6 Capítulo 7 Capítulo 8 Capítulo 9 Capítulo 10 Capítulo 11 Capítulo 12 Capítulo 13 Capítulo 14 Capítulo 15 Capítulo 16 Capítulo 17 Capítulo 18 Capítulo 19 Capítulo 20 Capítulo 21 Capítulo 22 Capítulo 23 Capítulo 24

Capítulo 25 Capítulo 26 Capítulo 27 Capítulo 28 Capítulo 29 Sobre Autora

Agradecimentos

Tudo começou há 2 anos, o que começou como uma brincadeira tornou-se um sonho. Tudo parecia novo, não imaginaria que seria uma experiência única e deliciosa. Cada palavra. Cada capítulo. Sempre me esforçando para fazer dar certo. Vivi e aprendi muitas coisas sobre a vida e sobre mim mesma. Tantas são as pessoas que participaram e me ajudaram a trilhar esse caminho. Porém gostaria de agradecer primeiramente à Deus. Obrigada, pai por me conceder a alegria de conhecer mais um mundo que, a cada dia, se torna tão complexo. Levando-me a compreender que tu estás acima de tudo, e que somente por teu intermédio podemos realmente ter êxito em nossas ações. A minha família ao descobrir me apoiou e incentivou. Agradeço a todos os leitores da plataforma de leitura on-line (Wattpad), onde fui bem recebida. Sem o aval de destes leitores não teria conseguido chegar onde cheguei. Aos meus amigos virtuais, que são muitos (risos). Gostaria de agradecer por toda força e confiança. O momento que vivo agora é fascinante e só existe porque todos vocês se doaram em silêncio e aceitaram viver comigo esse sonho. Ofereço o meu amor e gratidão. A vocês ofereço esse livro. Sthefane Lima

Sinopse

Sebastian Damman, era conhecido por sua beleza e se dava muito bem com isso, levava sua vida sem se preocupar com responsabilidades. Tinha fama de mulherengo e amante de mulheres casadas. Era considerado a perdição para qualquer mulher. Mas, um golpe calculado de seu tio distante, chefe do clã Sallie lhe obrigaria a ser tutor de sua filha, para proteger interesse de ambos. Pelo lado de Damman, seria a oportunidade de rever os conceitos ao seu respeito. Não que ele estivesse cansado de sua vida libertina, mas a chance de demonstrar sua responsabilidade era fundamental para ser um líder respeitado. Pelo lado do seu tio, defender o clã dos seus inimigos contraídos durante brigas territoriais levando em diante sua descendência. Mas o que Sebastian não esperava era que Olívia Sallie não era mais criança, podendo ser a mais bela jovem que seus olhos já tinham visto. Abandonada em um internato distante, Olívia Sallie, cresceu longe do amor familiar. Com sua maioridade chegando junto com a promessa de conhecer o mundo de fora, ter outro futuro ou não. Quem sabe encontrar um amor que mudaria sua vida, tipo de amor que ela só conhecia o conceito pelo o que ela lia nos livros de romance da biblioteca do internato. Mas a primeira vez que Olívia ficou frente a frente com Sebastian, seu coração a fez nutrir um sentimento estranho. Algo que lhe parecia errado para condição que o destino lhe tinha reservado, mas que era bem mais forte que tudo e todos. Será que o amor é à primeira vista? Será que Sebastian e Olívia conseguirão ir bem mais além do que um título de Tutor e Pupila? Uma história de amor que enfrentará medos, dúvidas e batalhas.

Capítulo 1

Sebastian

Devanae, 1840.

— Não pode ser! — Digo em Desespero. — Não tem a menor possibilidade de eu acatar tamanho disparate, só pode ter sido um engano. Está claro que ele queria me acometer. Quero rever esse testamento com meu advogado. Ando de um lado para outro com cenho de incredulidade estampado em meu rosto. Enquanto falava com o oficial de justiça, que já estava esgotado de repetir que não havia se enganado. — Senhor Damman, não ocorreu nenhum erro, o testamento está registrado em cartório, logo quando ele for lido na sua presença, você poderá ter certeza. No momento somente parte foi aberto parte. — Ele dizia calmo, mas com certa dureza na voz. — Trabalho há anos nessa profissão, não tenho costume de cometer erros. Paro de andar e o fito: — Onde ela está? — Pergunto enquanto penso na pobre criança. Mas o pensamento me leva para algumas crianças que conheço, se ela for daquelas que são birrentas, creio que não suportarei. — Está estudando em uma escola muito distante de Devanae, um internato onde a educação...

— Certo! — Interrompi o dispensando, que ele depois passasse a direção para meu criado. — Fale com Aron na saída e passe a localização correta. — O mesmo sai com cenho aliviado. Sento derrotado no espaçoso sofá. Uma onda de sentimentos me invade. Pobre criança, deve ter sofrido o mesmo que eu quando perdi minha mãe e meu pai. Sem amor familiar...sem alguém que pudesse lhe dar carinho. Mas agora talvez eu possa lhe recompensar. Estamos perto do natal, posso lhe trazer e realizar uma festividade, uma ceia. Algo que há tempos não é presenciado nesta casa, pois os motivos para comemoração não estão mais presentes. Na adolescência perdi minha mãe, a mulher mais gentil e inteligente que já conheci. Depois por acaso de uma emboscada perdi meu irmão mais velho e meu querido pai, dois homens de honra e caráter. Fiquei no cargo de chefe da família, família essa que liderava o clã Damman, que era um dos maiores clãs da região. Todos os dias lembrava-me de minha vingança àqueles que de forma covarde atacaram cruelmente os que tinham sangue de meu sangue. Fiquei sozinho, pensativo e tentando ver qual pecado eu estaria pagando agora? Estou totalmente arruinado... — Meu Pai, onde que eu merecia isso? — Peço em prece. E agora com uma criança no meu encalço! Como vou poder levar a vida que eu gosto? Não posso pensar em como vou trazer minhas "aventuras" com uma criança em casa, mas não vou deixar meus desejos incumbidos por causa de uma fedelha, não mesmo. — Jodi, Jodi...— Grito como se o grito pudesse aliviar minha ira, preciso que ela arrume o aposento e me diga o que que uma criança necessita. — Senhor Damman, me chamou? Em que posso ajudá-lo? — Falou da maneira mais serena possível, queria poder dizer que ela me ajudasse a desfazer esse mal-entendido, que ela pudesse ajudasse-me dizendo que estava em um pesadelo. Mas optei por esconder minhas perturbações e respondi com o básico e sem emoção: — Preciso que você monte um leito para uma criança, use tudo que achar adequado...brinquedos, roupas...— Jodi me olha chocada.... Será no que ela está pensando? — Jodi, por que está chocada? — Pergunto exasperado. — Senhor, eeeé que nunca teve uma criança aqui, ela não eé, desculpa-me, o atrevimento

senhor, mas ela é sua filha? — Olho para minha governanta com os olhos em chamas. — Filha? Filha? — Pergunto a esmo. Não aguentando a situação, caio no riso, mas esse meu devaneio não cabe na ocasião, logo me recomponho. — Não, Jodi é meu inferno pessoal que está começando, um castigo que meu Tio Liam Sallie, o poderoso chefe do Clã Sallie estar me concedendo. — Ela continua olhando-me sem entender — Sou o Tutor Legal da filha dele. — Digo com um desgosto, a palavra causando um amargor em minha boca. — Poder ir agora e faça tudo que pedi e avise-me quando estiver tudo pronto e chame o Aron, quero falar com ele. — Sim, com sua permissão, em um instante tudo estará pronto. — Saiu apressada rumo ao um dos quartos de hóspedes. Sentei-me na sala de estar servindo-me de um pouco de vinho para aliviar o estresse.

****

Longe dali... Olívia Estava em minha rotina do internato como sempre: gostava de ajudava as professoras de classe a cuidar das crianças menores, já que eu era a mais velha. Realizava todas as tarefas com esmero e carinho, gostava muito de ajudar, fazia tudo como era pedido, tinha muita gratidão pelos responsáveis do internato. Já que era com eles que passava as férias, feriados e os aniversários, todos os momentos da minha vida, mas logo, logo não poderia ficar ali como uma interna, não sabia o que seria de mim daqui há uns 4 meses quando completasse a maioridade. Tinham dois caminhos: Ou eu me tornaria professora ajudante do internato, ou quem sabe algum parente perdido resolvesse interessar-se por mim, mas a última opção era a mais impossível de acontecer, já que havia anos que não tinha notícias nem de meu próprio pai, na verdade nem sequer lembrava da minha própria existência fora do internato. Era como se eu tivesse nascido aqui. Isso me deixava triste, mas não deixava abater-me com

isso. Afinal, tinha um pouco de amor de todos do internato. Isso me bastava. Além do mais, conhecia todos os dramas das outras internas. O meu não devia ser o pior. Comparado com o de Cecile, uma menininha de sete anos que foi abandonada numa praça da cidade e encaminhada para o internato e não tinha informações de sua família. Eu era muito apegada a Cecile, a tratava como irmã mais nova. — Cecile, minha lindinha, vamos voltar. — Repetia pela decima vez e sempre calma. — Não. Olívia, só mais um pouquinho. — Ela pulava pelo campo, imensamente feliz. Era incrível como ela alegrava-se com pouco. — Então certo, mais um pouco de tempo. — Não queria estragar a pequena felicidade de uma pequena que já sofreu tanto. Enquanto deixava Cecile se divertir mais um pouco, escrevia em meu diário, como fazia as tardes, ali encontrava sonhos, desejos, paixões e principalmente escondia meus medos. Sem perceber o passar das horas, continuava escrevendo, quando percebo que já estava começando a noite. — Cecile, agora a não dá para ficar mais. Vamos! — Disse imperativa e minha pequena ficou cabisbaixa. Seguimos nós duas para dentro do internato. — Olívia, será que amanhã podemos ir de novo? — Cecile falava manhosa quando avista Susana, outra menina só que pouco mais velha, 9 anos, mas Suzana tinha família que sempre vinham buscá-la, as duas não se dão bem, disputam minha atenção. — O que você quer aqui sua intrometida? —Pergunta a mais nova — Nada Relacionado a você, sua pirralha. — Responde Susana. Olhava aquilo achando graça, as duas no fundo não sabem viver sem a implicância da outra. — Chega meninas, tem Olívia para todas. — Sorrio fazendo as duas desemburrar a cara. Seguimos para jantar, tudo ocorreu perfeitamente. Depois de dar banho nas duas, fui contar uma história para a dormirem, nem li metade da história e as duas já estavam no sétimo sono.

Agora vendo minhas pequenas dormirem, não paro de pensar o que será do meu futuro. O que será de mim daqui há quatro meses? Será que serei feliz um dia? E o Amor, realmente é como nos livros, enlouquecedor, arrebatador? Será quem um dia deixarei um belo cavalheiro se perder em meus beijos? Me perco lendo meus livros de poema e acabo pegando no sono profundo....

Teu Beijo Neste desejo De beijar O teu beijo Amaciar Tua pele Nesta dura Loucura De saciar Uma dor Que vem Do fundo De uma paixão Sem coração Eu me regozijo Com um lampejo

Impar Do teu olhar Neste desejo De beijar O teu beijo. -Henrique de Shivas.

Capítulo 2

Sebastian

— Estais sedenta? — Perguntou a mulher fogosa docemente. Havia procurado Eliza para espairecer, agradeci fervorosamente por seu marido e filho estarem viajando. — Pode ver que sim. — Falei salpicando beijos entre seus seios, que apesar da idade continuava com "quase " em boa forma. — Ah! Que sem vergonha. Adoro suas visitas profanas Sebastian. — Falou em sussurros, entre um gemido e outro. Sorrio malicioso, adoro o fogo que a paixão pode proporcionar. — Anjo, você bem sabe dos meus apetites carnais. Venero uma mulher abrasadora. — Encostei meu membro já duro como rocha em sua entrada, que já estava complemente untuosa e assim seguiu a minha noite, regada de muito sexo selvagem, antes da criança chegar seria melhor aproveitar o quanto posso. Eliza é minha amante preferida. Estou com ela há 7 anos, é mulher do senhor Wilson com quem tem um filho de 23 anos chamado Kinn e ele nem sonha que sua mulherzinha faz quando está sozinha em casa. Amanheceu e encontrei-me enrolado, com a cabeça enfiada entre os peitos de Eliza, meu membro já entrava em modo de saudação, mas me contive. Era o dia de mandar Aron ir atrás de minha pupila.

***

— Sim, senhor, já fui informado de todos os detalhes do endereço da menina. — Responde Aron em seu modo idôneo. — Sem nenhum desvio no caminho, por favor, e sem que faça nenhuma de suas vontades e pirraça! Quero que desde o começo ela entenda que quem manda sou eu e ela somente obedece. — Digo duro. Antes de vê-la já estava perturbado, o simples fato de falar a palavra pupila já me dava nos nervos, onde céus meu Tio estava com a cabeça? Estou concordado com esta loucura, porque quero ser o maior proprietário das terras locais, algo que almejo desde a morte de meu pai, preciso ter o controle da região para acalmar minha alma e cumprir minha revanche.

***

Olívia

— Você disse o que? — Perguntei chocada, virando meu olhar para cima. Estava diante de Cecile, a calçando para irmos em um passeio. Tentava colocar a todo custo os sapatos, enquanto ela ficava pulando de um pé para o outro. Sendo assim, tudo que Margaret falara foi mal escutado. Margaret era compreensiva e mesmo torcendo a boca em sinal de reprimenda, esclareceu: — Tem um senhor na sala da diretora procurando por você. — DisseMargaret, com toda calma. Como auxiliar da Diretora deveria se manter elucidativa. — Veio buscá-la a mando de seu Tutor. — Que notícia mais...— Disse, colocando o ultimo par de sapato — Você disse o que? — Levanto assustada pela compreensão das palavras e encaro Margaret. — Não sabia que tinha um tutor — Digo meio alarmada. Nunca houve indícios que possuía familiares. — Não fiquei acanhada. — Disse Margaret. Assustada, viro-me para a mulher como se tivesse vendo fantasma e monstros. — Como? — Quase grito. — Sim, seja disciplinada. E o Sr. Falou para você ir logo e não o deixar esperando, pois, o caminho é meio longo e a noite já se aproxima. Começo a andar, mas de repente paro. Era algo anormal, nunca sequer havia recebido uma visita, agora teria que sair do internato. Nunca fui muito longe dos grandes muros. Tremo com a novidade. Será que um parente vivo finalmente resolveu saber de meu paradeiro? — Sim, sim. — Me atrapalho com as palavras. — Vou seguir meus longos anos de educação. Será que ele veio da cidade? — Com certeza, pelo seu porte, — suspirou Margaret — Chegou em uma linda coche, toda

trabalhada. Uma madeira escura com acabamento em metal dourado, puxada por 6 lindos cavalos. — Olívia? — Ouvi uma fina voz com aspectos tristes me chamar —Você vai nos abandonar? Vai me deixar? —Isso era de partir o coração, mas o que eu faria, não posso deixar minha menininha aqui, sozinha, a única companhia que ela tinha era eu e assim éramos felizes. — Claro que não. Ou você vai comigo, ou então fico aqui, já não sou mais criança e estou quase completando a maioridade. — Falei confiante e decidida. — Ebaaaaaaaaaaaa...posso então preparar minhas coisas? — Perguntou com a excitação em criança, assenti positivamente com a cabeça, e ela saiu gritado e pulando de felicidade...Típico de sua idade.

***

— Oi, você é o cocheiro do meu Tutor? — O homem de grande porte, forte e de meia idade me olhou chocado. Será que estou com os cabelos desarrumados? Levo as mãos para possivelmente arruma-los, mas a expressão de espanto continua a dominar a face desconhecida. — O senhor não irá apresentar-se? — Reforço minha pergunta. — EÉ, desculpa-me. Sou Aron, cocheiro encarregado do seu translado. Já podemos ir? O senhor Damman estará nos esperando e ordenou que não demorasse. —Disse com sua voz grossa. Mas algo me incomodou. Deve ter sido pelo fato de ter achado o senhor Damman muito exigente. — Sim, podemos ir, irei buscar minhas coisas e minha companhia, me aguarde só mais uns minutos — Falei virando-me, na intenção de seguir para meus aposentos para arrumar minha pequena bagagem e apressar minha Cecile. Quando escuto um arranhar de garganta. — Companhia? O senhor Damman mandou... — Virei-me e levantei a mão o interrompendo.

— Ou será da minha maneira, ou não será. Volto logo! — Falei um pouco forçosa. Subi para preparar as coisas.

Capítulo 3

Sebastian

— Bom trabalho Jodi, a garota deve aprovar. — Falo passando a mão sobre os brinquedos que se encontravam arrumados em uma prateleira. — Só fiz o meu serviço, senhor. — Falou a governanta com brilhos nos olhos. Depois de olhar todo trabalho de Jodi, me encaminhei para sala de estar, tinha que esperar pela chegada de minha pupila. Logo sinto um temor paralisar-me, mas embora tivesse com os nervos aflorados, algo aquecia minha alma, era uma sensação estranha. Talvez tivesse a ver com responsabilidade, nunca tinha sentido antes. Meus fortes dedos me apertavam os lábios, imobilizando de gritar por clemencias. A luz do sol da tarde brincava com seu céu alaranjado, demonstrando que em breve a chegada de Aron com minha pupila aproximava-se. Mostrando meu aborrecimento bem às claras, começo andar de um lado para um outro na grande sala, perguntando-me como seria a menina que nunca tinha visto. Fiquei dando passos e mais passos. Entretanto, não consegui ficar só caminhando de um lado para o outro, logo abriria um buraco no solo de minha sala. Teria que servir-me de um copo de vinho para tentar acalmar os ânimos.

*** Um barulho me alertou, parando de imediato quando uma jovem menina, seguida de uma bela senhorita invadiram a minha sala. Logo faço uma careta de contrariedade ao ver as duas correm assim, provocando uma bagunça, podendo se machucarem. Quanta falta de educação!

Um instante depois, contive um sobressalto quando lembro que só podia ser minha pupila. Mas acompanhada vinha uma mulher muito bonita por sinal. A mulher chocou seu corpo no meu, não sentir nenhum incomodo físico, mas duvidava que ela não tinha machucado algo ao bater seu frágil corpo ao meu. A seguro em seus pulsos para que ela não vá ao chão, nesse instante algo físico me acometeu, que não sei identificar. Subo meu olhar para lhe aplicar uma boa advertência. Mas sou perturbado com sua aparência. Ela tinha a pele mais pálida que já tinha visto. Usava seu cabelo negro penteado com um coque no alto da cabeça, alguns fios enrolados cainham na altura do ombro, moldando seu rosto perfeito, sorridente e arquejante da corrida, um rubor ressaltava suas maçãs do rosto deixando as avermelhadas. Suas sobrancelhas retas cor ébano estavam levantadas, olhava-me espantada, franzindo seus olhos azuis.

*** Olívia

O movimento do coche tornou-se mais lento à medida que uma grande mansão, mas parecida com um castelo foi aproximando-se. Imaginando que meu tutor seja um homem da alta sociedade, ajeito os cabelos, enrolando as mechas que estavam na altura dos meus ombros, arrumando o penteado. Também aliso o vestido com a intenção de desamassa-lo. Em seguida olho para Cecile, não sabendo que meu tutor aprovaria tamanha petulância. Começo ajeitar minha menina, me preocupava com a aparência da garota na presença de um estranho. E estava certa! Cecile estava com vestido amassado, um botão aberto. Me viro e a arrumo, melhorando a imagem e corrigindo a postura da garota de 7 anos. Parando totalmente o movimento chacoalhante, saímos para fora. Sem esperar, Cecile sai em disparada para dentro do imóvel.... Com os olhos arregalados, sigo minha pequena. De repente bato contra algo bastante robusto, meu corpo imediatamente sofre o baque, escuto uma suave aspiração como resposta ao choque desastroso, quando viro para desculpar-me. Alguém muito alto, cabelos longos ondeados de cor escuro brilhante, olhos de uma cor azul brilhante, barba contornando todo rosto e vestido com calças compridas branca, camisa amarela e

casaco azul. Seu visual era arrematado com um lenço em volta do pescoço. Quase vou ao chão, salvo pelo seu aperto em meus pulsos. Contato muito bem sentido pela minha pele. — Olhe por onde corre, senhorita! — Disse bravo. — Espero que esse não seja seu habitual comportamento. — Completou franzindo o rosto. Espero que não tenha o machucado. Olho alarmada para seu fino rosto, no intuito de desculpar-me. Abro a boca e expiro forte, não consigo achar as palavras. Foi só quando os lábios dele se curvaram em um sorriso, o sorriso chegava aos olhos o tornando mais azuis. No mesmo instante uma emoção diferente surgiu em meu sangue, que foi pulsado mais acelerado por todo meu corpo. Algo que nunca tinha sentido antes. Até hoje. Até agora. Meu coração começou a bater um pouco mais depressa. — Acho que posso sobreviver ao seu pequeno ataque. — Pausou por um momento, examinando seu corpo com suas longas mãos. — Entretanto, vou marcar uma consulta com o médico da família, somente para evitar qualquer tipo de surpresas. — Falou sorrindo. — Creio que um simples choque com um corpo menor ao seu não causará danos irreversíveis. Mesmo assim, peço desculpas por minha entrada nada formal em sua casa. — Digo com um misto de coragem e desaforo. Um comportamento que nada demonstrava minha educação dos longos anos de estudo. Enquanto tentava entender o mal que me acometeu por ser tão incauta nas palavras, os olhos deixaram meu rosto e se fixaram, ainda sorridentes, em Cecile. A pequena o olhava com os olhos arregalados e boquiaberta. — Olá. — Cumprimentou ele. — Oi. — Murmurou Cecile. — Olívia, eu estou nervoso com a situação. — Falou o elegante o homem, abaixando-se na altura da menina — mas já tenho o testamento e o acordo judiciário que comprovam minha posição legal como seu tutor. — Falou olhando para pequena que só piscava. Eu não disse nada, continuando com a mesma expressão de espanto. O silêncio prevaleceu por alguns segundos, mas logo Cecile tirou os olhos do homem para me encarar. — Não sou eu. — Falou ela e apontou o dedo indicador em minha direção. — Ela é Olívia Sallie.

Os olhos chocados acompanharam o gesto, eles encontraram os meus, observo que estavam arregalados. Estavam tão abertos que saltariam para fora a qualquer momento, mas mesmo assim continuavam atraentes. O homem quase deu um salto ao levanta-se e ficar ereto. — Você é Olívia Sallie? — Ele estava evidentemente enternecido. Procuro minha identificação em minha bolsa de mão. — Sim. — Disse, lhe entregando meu registro. Não entendia como essa confusão formou-se. — Filha de Liam Sallie? — Como o senhor pode constatar no registro que lhe entreguei. — Digo espantada. Pela primeira vez ele olha o papel e balança a cabeça negando repetidas vezes. Mais uma vez o silêncio. — Eu sou sobrinho distante de seu pai, senhorita. Desculpa pelo o acontecido, aproveito para lhe oferecer meus sentimentos pela a perda de seu pai. — Disse em tom comovido. Ninguém ainda tinha me consolado em relação a morte de meu pai. E apesar de continuar confusa, finalmente começava a compreender a situação. Talvez aquele homem fosse mesmo meu tutor. Acho que meu pai deve ter escolhido um parente distante para cuidar da filha caso algo lhe acontecesse. E agora estava aqui sendo recebida pelo Sr. Damman. — Obrigada. — Agradeci sensibilizada. A notícia da morte do meu pai tinha abalado-me por um momento, afinal era sangue do meu sangue, mas como não o tinha visto durante os últimos quatros anos, e antes disso apenas algumas vezes, me recuperei depressa quando tomei conhecimento do fato dois meses atrás. — Meu nome é Sebastian Damman, e em testamento seu pai me nomeou seu tutor. — Falou sério. Parecia estar em confusão com seus próprios sentimentos. — Como assim? — Minha voz sai tremida. Afinal não tinha entendimento das leis.

Capítulo 4

Olívia

— Eu, eu ... bem, o oficial veio aqui apresentar-me o título de tutela. E agora sou seu responsável legal. — Explicou o assunto. Mas não se aprofundou, logo percebi que não ia mudar nada ele ter discutido o assunto. Assuntos familiares nunca foram do meu conhecimento, então imagino que meu pai escolhera um parente de confiança para minha guarda. Mas ainda havia algo que precisava ser esclarecido. E ao ver pela confusão do Sr. Damman ao achar que Cecile era sua pupila, imaginei se ele tinha conhecimento de minha idade. Acho essa informação não constava nos documentos que ele recebeu. — Como o senhor pode constatar, eu não careço de um tutor. — Disse com afoiteza — Vou completar 21 anos em meu próximo aniversário, que será nos próximos meses e pretendo continuar ajudando o internato. — Então você quer viver sempre lá? — Os olhos azuis brilhantes focalizavam no meu rosto e, por algum motivo, me sentia presa nesse olhar. — Não. Ah... — Balbuciei. Não que não gostasse da minha vida no internato. Mas estava acostumada com aquilo, qualquer mudança seria muito difícil para mim. Não via outro futuro para seguir, aquilo era o que forcei-me aceitar. Em todos os anos que passei na Escola Olimpic, estudando e cuidando das crianças menores quando possível, nunca imaginei que um dia teria essa oportunidade de outra vida. — Sinto muito pelo o senhor ter mandando seu motorista fazer essa viagem em vão. Sinto muito pela perda de tempo. — Continuava minha imposição. Os olhos do homem se apertaram com um ar de seriedade. O olho bem, nada do senhor de idade que imaginei, pergunto-me qual seria a idade desse homem. Seu jeito o fazia de um homem

de muitas experiências, mas seus olhos, quando sorriam, fazia o parecer bastante jovem. — Na verdade não foi em vão. Trouxe você por que queria que passasse o natal comigo. — Falou Sebastian e sorriu verdadeiramente. Natal era uma das datas mais melancólicas do internato, sempre passava com Cecile triste. Minha pequena sentia falta de todas as exuberâncias que essa época trazia. Ver ela chorar a cada presente que outras alunas recebiam e ela não, era o mais difícil. Essa época deveria ser feliz, de festas, solidariedade, amor e felicidade. Aproveitava para enche-la de mais carinho e atenção ainda, uma vez que era um momento mais sossegado e as outras alunas não queriam dividir minha atenção. Era de minha responsabilidade fazer meu natal e de Cecile algo menos solitário. Fazíamos biscoitos especiais e tínhamos uma pequena arvore que não tinha muitos enfeites. A tarefa agradava bastante a minha menina. Todavia, alguma coisa no pedido do elegante cavalheiro me mostrou que poderia fazer Cecile feliz nessa data, sinto meu coração pulsar, eu tinha que fazer isso por ela. Ela merece. — Não sei, acho que... — disse incerta. — Tem certeza de que eu não conseguirei convencê-la a ficar? — Falou Sebastian Damman. — Meus criados ficaram muito contentes com a possibilidade de realizarmos uma festa. Como eu moro sozinho nessa casa, nunca se foi comemorado. Seria uma verdadeira comemoração de Natal. — Ele falou com uma emoção diferente...Felicidade? Nervosismo? Esperança? Não sei, sei que em seus olhos tinham um brilho diferente com esse pedido..., mas um ar de tristeza se fez presente após seu discurso convencido. Por que ele preferia ficar sozinho? Onde estava sua família? Parece até que apreciaria minha estadia em sua casa, mas como o Natal é tempo de boas ações, ficarei..., mas com uma condição... —​ Passarei o natal com o Senhor, se assim desejas, mas com uma condição. Seus olhos tinham minha atenção. — Qual? — Falou quase esganiçando... — Se Cecile também fique. — Falei rápido para não perder a valentia...

— O QUE? — Falou atordoado, com os olhos agora nada brilhante, parecia mais dois lumes ... Com certeza não esperava essa reação, Sebastian parecia ter sido atingido por algo duro, impossível de suportar. Ele puxava o ar por suas narinas e exalava na mesma velocidade. Notavase que lutava contra seus maiores receios. Sebastian olhou para a pequena, seus olhos e raiva se abrandaram por um momento. Levou as mãos ao rosto e as deslizou até chegar aos fios pretos. Ele estava pensativo. Virou-se para mim e o enfuriamento estava presente novamente. Meu Deus! Será que fui muito atrevida?

Capítulo 5

Olívia

— Como suas intenções são as melhores. — respondeu ele, cheio de ironia — Acho que a celebração será maior ainda. — E eu própria sabia que lhe fornecera a condição mais simples para continuar com ele aqui, nesse natal. Por algum motivo, sentia que estava fazendo o certo. — Sentirei muito a falta dela, Sr. Damman. Não deixaria ela lá sozinha, nunca deixei, sou sua única família, assim como ela sentirá a minha. — Sebastian voltou a atenção para a pequena. — Olívia, você é uma jovem linda, muito inteligente e bondosa, e tem um grande coração. — Disse parecendo entender e saber pelo que nós duas havíamos passado. A afirmação era de encrespar, eu nunca havia sido chamada de linda, fiquei em puro choque por um breve momento. Sem a menor advertência, senti novamente algo diferente no meu ser. E era algo para o qual eu não sabia se era adequado para o momento, era pulos e batidas fortes de meu coração. — Eu lhe garanto, Sr. Damman, que seu natal será especial esse ano e extraordinário. Sua bondade por deixar Cecile comigo será recompensada. — Disse sorrindo para o meu tutor. E agora estava ali, dentro de uma mansão com um homem que acabara de conhecer, e já admirava pelo pouco contato. Sua anuência de permitir meu pedido, mostrava o quão bondoso ele parecia ser. A garantia de que eu lhe dei havia certas possibilidades de transformar não só meu natal, mas sim de Cecile e com certeza o de Sebastian. — Está cansada? Gostaria de lhe mostrar o quarto que preparei para você. — Perguntou ele, sorrindo à frente. A pergunta serviu para enfraquecer aquele momento de devaneio. Fiquei momentaneamente agradecida.

— Claro. — Que bom. O Sr. Sebastian subiu uma escada mostrando o caminho. Depois de termos percorrido uma pequena distância em silêncio, ele ficou de lado e indicou com a mão uma porta, oferecendo-me a oportunidade de ficar em frente uma portela talhada da mais nobre madeira. Era evidente que sua casa era enorme e bem cuidada. Sem a menor sombra de dúvida, ele acenou para que eu abrisse e assim o fiz. E não pude deixar de notar que ele estava desassossegado. — Sinto em informar que não esperava sua idade, mas já mandarei consertar. — Disse Sebastian. Sua voz soava abafada. — Mas como a menina também vai ficar, servirá para ela. Depois virá alguém com seu leito. — Os lábios dele se comprimiram diante das palavras que dizia. E aquela linda visão de seus lábios se movendo me deixou pensativa bem mais do que gostaria. — Está tudo muito lindo e aconchegante. — Conseguir pronunciar, ainda, bastante embaraçada, nunca tinham visto tantos brinquedos e luxo. — Jodi que montou, apenas superintendi e aprovei o resultado e gostei também. Espero que seja o suficiente para abrigar a Srta. e a Cecile. — Claro. — Respondi — É bem mais do que já tivemos. Obrigada por tudo. — Eu não faria menos e não precisa agradecer. — Confessou ele. — E como sou o seu tutor senhorita, sinto-me na obrigação de lhe proporcionar tudo. — Falou olhando para mim. E de novo senti-me presa nesse olhar. Ao ouvir as palavras de meu tutor, só conseguia me prender no "proporcionar tudo" e me alarmei. Já era bastante ruim estar com aquele sentimento de desejar sempre o olhar desse cavalheiro contundente em mim, mas não podia e nem pretendo levar esse sentimento e sensação desconhecida por ele muito mais adiante. Tenho que retroceder esses pensamentos, e me manter cautelosa sobre eles. — Isso está muito melhor. — Ouvi Cecile sussurrar satisfeita, enquanto eu tentava ocultar, ainda, mais para as sombras profundas do meu coração meus recentes sentimentos, não estava certa se já tinha sentido isso antes. — Assim, eu pretendia agradar, meu anjinho. — Sussurrou para pequena, pela primeira vez

desde a nossa chegada, em sinal de carinho. Ela estava toda derretida ao ser chamada de "anjinho”. — Agora vou deixar vocês duas se adaptarem e se preparem para o jantar. — Obrigada, Sr. Sebastian. — Vergonhosamente respondo, e assim ele deixou o quarto e senti um vazio nunca sentido antes, uma sensação de perda que me inquietava a alma. — Está gostando, Cecile? — Perguntei a menina que olhava encantada para uma boneca. — Olívia, eu posso pegar? —Perguntou com toda inocência. Alcancei a bela boneca e lhe entreguei, ela sorriu e fiquei imensamente realizada por ela está feliz. Estávamos vivendo uma realidade linda nunca vivida.

Capítulo 6

Sebastian

— Como você gosta de esconder-me as coisas, nem parece que somos da mesma família. É lamentável! — Comentou uma voz feminina. Abro minimamente meus olhos, reconhecendo Sofia. Pelo seu tom sarcástico percebo que estava muito curiosa, ela estava sentada ao final de minha cama, quis que isso não passasse de um pesadelo. Aperto meus olhos fortemente, na esperança que ela percebesse que estava dormindo e deixasse-me descansar. Não estava no clima de explicar coisas para minha única parente viva. — Só pode ser falta de respeito, quero dizer. — Adicionou o Sofia, levantando da cama em sinal de raiva. Estava a observando enquanto ela começava a andar de um lado para o outro. Apesar do sentimento de raiva que rodava o lugar, meus lábios se curvaram em um sorriso relutante, que logo foi observado pela minha irmã. — O que você pensa que estava fazendo escondendo –me isso? — Protegendo-me de suas curiosidades. — Respondi, esperando ela começar com suas perguntas. — Você é um tolo. O que o levou a acreditar que não poderia descobrir ...— Falou zangada. Levantei a mão, para cala-la. Ela olhou-me raivosa, mas continuei com o olhar passivo em sua direção. — Por favor, Sofia, nada de reclamações. Sou adulto. — Não é o que deixa transparecer. — Falou sorrindo, o momento de zanga esquecido. — Creio que você não seja a mais adequada para afirmar isso. — Respondo fingindo uma falsa ira, mas se rendendo aos risos também— Eu não tive tempo de avisar — Falo sabendo que

era uma quase verdade. — Cadê ela? Quero a conhecer. — Ah, meu Deus, você não está insinuando que deve conhecê-la? — Quer você queira, quer não, eu vou conhecer sua pupila. Eu não vejo nenhum motivo plausível para eu recusar a conhecê-la. — Eu farei de tudo para evitar, pelo simples fato de não querer que a torne insana e fastidiosa como você é. — Ela não sabe de nada disso. —Falou se defendendo — Vamos leve-me até ela. Penso por um tempo, então resolvo aceitar o pedido de minha irmã, não conseguia lhe negar nada. Além do mais ela poderá ajudar com sua postura, Olívia não deve saber nada de como se portar na alta sociedade. — Vamos sua menina impossível. — Falei fazendo graça. — Espere, você não pretende contar-me a verdade — Sugeriu Sofia. — A que verdade você se refere? — Digo desdenhando. Ela voltou a olhar para mim com raiva. — Você sabe, como você arrumou uma pupila? — Perguntou acertando em cheio a vicissitude do momento. — Pretendo lhe contar um dia. — Eu odeio quando você faz isso. — Eu sei, mas agora você quer conhece-la ou não ainda tem uma surpresa. — Falo lembrando-me de Cecile. — Surpresa boa ou ruim? ​ — Perguntou curiosa. — Para mim foi terrível! — Respondi fechando a cara ao simples fato de lembrar da outra, a verdadeira criança.

— Que pavor. Cada dia você está mais rabugento. — Diga-me pelo menos como é o nome dela. — Olívia, minha pupila chama-se Olívia Sallie. — Digo e fico surpreso ao gostar de pronunciar o nome da minha pupila.

*** Olívia

— Oi, sou Sofia e você Olívia certo? — Perguntou uma bela jovem com cautela. Não conseguia dizer nada...será quem é ela? Aparenta ser muito nova. — Ele ali — fala apontando para Sebastian que estava parado na soleira da porta... Ah meu deus, será que ela é.... — É meu irmão, sou sua única e amada irmã. — Falou sorrindo. — Por que é a única, se fosse mais de um não aguentaria. — Falou Sebastian provocando. — Está vendo nem parece a idade que tem e sim parece que está próximo aos quarenta anos. — Terminou Sofia, sorrindo da brincadeira que tirava com o irmão. Ele apenas se permitiu ficar em silencio, mas não parecia irritado de fato, parecia que as palavras de sua irmã não lhe causavam mal, tinha até um pequeno sorriso nos lábios. — Devo aconselhá-la a evitar o tipo de comportamento de minha querida irmãzinha. — Falou ele debochado. — E bem vou deixar vocês a sós. — Muito obrigado pela privacidade. — Agradeço, lutando contra a decepção de uma ridícula sensação que nem notara estar nutrindo. Estava contemplando sua presença. — Imagino que ser irmã de Sebastian não deve ser fácil. — Falo olhando para Sofia afim de mudar meus assuntos internos. — Eu não acho assim. Até gosto muito do seu jeito. — Ele se comporta e expressa muito contido. Às vezes aparenta mais da verdadeira idade que tem. — Falei, fazendo ela rir, ali pude perceber que seríamos muito amigas, gostei do jeito jovem dela, apresentava ter um pouco mais de idade do que eu. — Eu gostaria que me visse como uma amiga, irmã quem sabe Olívia. — Eu também. — Admiti com um sorriso.

— E então como você levava a vida antes? E conte tudo. — Concordei e comecei a falar dos anos no internato, o que fazia, como gostava de tudo lá, falei tudo que nem lembrei que Cecile estava dormindo ainda. Quando ouvir uma vozinha rouca chamar-me. — Olívia, quem é ela? — Perguntou sentando-se e coçando os olhos. — Oi minha linda, essa é Sofia, irmã de Sebastian e agora nossa amiga. — Falei a verdade e pude ver que os olhos de minha pequena brilhavam com a novidade. Ela sempre foi sozinha assim como eu, só tínhamos uma a outra e agora tendo chance de novas amizades a deixava feliz. — Oi princesa, bom dia, desculpa-me te acordar. — Falou Sofia carinhosamente — Vim passar o Natal com Sebastian e ele prepara-me essa surpresa. — Todas nós fomos pegas de surpresa então. — Pensei alto e de repente senti-me com vergonha. Parecia que mais reclama do que estava agradecida. — Sim, mas agora vamos, levantem-se, temos que tomar café e preparar as coisas, já que é natal e vai ter uma ceia para amigos e convidados, temos muito para arrumar ainda. — Ah meu Deus, como vou falar que não tenho roupa apropriada para a ocasião e nem Cecile, nunca ligamos para isso. — É que...Sofia, eu ...e Cecile... — Ela se virou para mim. Estava tensa com a situação, mas tinha que falar... — Não temos roupas para a ocasião que com certeza será de magnificência. — Falei e ela sorriu. — Não se aflijam, eu vou dar um jeito, tenho certeza que algo meu deve caber em você, se não compraremos para a pequena e você, Sebastian não se importaria em custear. — No momento que ouvir "Sebastian não se importaria de custear" esmoreci, não quero causa despesas para ninguém... — Sofia, realmente não precisa.... — Ela não deixou-me terminar. — Vamos logo Olívia, vem anjinho. — E minha pequena já estava de pé e saltitante — Vamos Olívia, só falta você agora, e ajude a convence-la Cecile. — É Olívia, vem vai ser divertido. Como resistir essas duas?

— Tudo bem, não posso contra a duas. Vamos. — Digo vencida pela insistência. — Aposto que você vai adorar. — Sofia disse enquanto caminhávamos para fora do quarto. — Não tenho tanta certeza. — Afirmei. — Que tipo de mulher você é? Todas nós adoramos roupas. — Disse sorrindo. — Do tipo que sempre foi privada dessa rotina. — Minha voz soou triste. — Desculpe-me. — Pediu ela emocionada. Neguei com a cabeça. Aquilo não me ofendia, eu acho que não. — Mas agora tudo mudará. — Disse. Eu clamava por isso.

Capítulo 7

Olívia

— Muito simples. — Falou Sofia, erguendo os olhos verdes do livro de moda que ela e a modista analisavam. — Prefiro algo mais elegante devido à altura do evento e tonalidade de pele dela. — Estava parada em pé perto de um enorme espelho, onde podia ver meu corpo por completo. Estava trajando somente minhas anáguas e espartilho. Totalmente intima. Olhava-me e não me sentia nada confortável, não era nada do que estava acostumada. Quando precisava de roupas quando estava no internato, não era nada técnico como está sendo. Na maioria das vezes era uniforme e uma roupa bem simples para o dia de rotina. Nunca havia tido um vestido sofisticado para uma festa, então permanecia calada enquanto as duas mulheres decidiam tudo. Procurei por Cecile, já que a mesma parecia muito quieta e a encontrei sentada em uma poltrona perto de um manequim, folheando uma revista. Ela era diferente, parecia está adaptada no ambiente. — Olhe este aqui. — Apontou a modista no livro, e os olhos das duas mediram-me de cima abaixo minuciosamente, como se já me imaginasse coberta com tal modelo. — Só se for de outro tingimento. E eu não gosto do enfeite da barra. — Falou Sofia Damman completamente ciente de seu comentário. — Fitas não estão mais na moda. — Concordo, estamos na era do babado. — Disse a modista querendo agradar. — Em azul? — Sim, um tom mais escuro. Irá constatar com seu tom marfim e olhos azuis. — Comentou Sofia, analisando os pedaços de tecido espalhados pelo chão. — Eu acho que o salmão cairá bem também. — Ficará perfeito mesmo. Pode confeccionar todos. Meu irmão concordou com um novo

roupeiro. — Concordou com o que? — Perguntei, abrindo a boca desde que fui imposta a aceitar estava esperando pelo menos ser informada sobre a ocasião em que usaria o vestido em discussão. — Em lhe proporcionar vestimenta adequadas. — Explicou ela, sorrindo. — Sem repetições para cada situação. — Sem repetições? — Repeti, sem conseguir acreditar. — Isso significa que ele gastará uma pequena fortuna. — Vários. — Concordou Sofia, encontrando os meus olhos antes de se voltar para o livro. — Seu Tutor é bastante poderoso. — Falou a modista. Sofia levantou os olhos dessa vez para a modista, em sinal de não concordância. A modista imediatamente abaixou seu olhar para o livro de moda. Mas a situação não passou despercebida por meus olhos, quando tivesse oportunidade questionaria Sofia sobre o ocorrido. — Lilás? — Ela perguntou para a modista mudando o assunto sigiloso. Tenho que descobrir esse mistério. Meus braços começavam a ficar arrepiados depois de tanto tempo desnudos. Porém, não reclamei. Continuei parada no mesmo lugar, o local estava iluminado pela claridade vinda das janelas, estávamos em um pequeno ateliê, experimentado incontáveis vestes e tirando medidas repetidas vezes. A modista segue para guardar suas anotações e ficamos nos três sozinhas. — Eu não tenho de expressar minha gratidão por gastar seu tempo, conhecimentos e gostos comigo e com Cecile. Mas você deve me desculpar, mas não deixei de reparar na situação. — Falei estafada. Sofia me olhou parecendo saber o que viria a seguir. — Como sua nova amiga e parceira de moda e claro travessuras, eu jamais não lhes faria o melhor, tê-las aqui no natal será ótimo e feliz, mal posso esperar para o grande dia de todos verem vocês arrumadas. Será tudo perfeito. E não tem nada para que possa se preocupar. — Falou ela lembrando-me da grande noite, que com certeza vou desvairar de nervosismo e conseguido escapar das explicações. — Nesse caso, Olívia, tenho que aquiescer com a Tia Sofia. — Disse minha pequena, ela estava feliz de ter outra pessoa lhe dando carinho. Os olhos de Sofia brilhavam depois de ter

ouvido a palavra "tia". — Eu amei meu vestido e nem reclamei de nada, na verdade amei tudo. — Tão pequena e tão inteligente e esperta. — Pelo visto suas experiências não foram tão desagradáveis assim. — Disse, sorrindo, mostrando um sincero alívio. As lembranças de nossos natais monótonos rodeavam minha cabeça. Tenho que parar de rememorar meu desagraveis momentos; tudo está sendo tão perfeito, que isso não acabe e que eu não esteja apenas sonhando peço em prece. — Na verdade nem a sua foi Olívia. E Cecile, sinto que nosso gosto por moda nos tornará impossíveis, minha princesa. — Falou Sofia abrindo os braços para acalentar minha pequena. Sinto um pequeno ciúme com a cena. — Eu amo isso. — Respondeu Cecile. — Nossa, não acredito no que estou vendo. Cecile você é só minha, esqueceu? — Falei fazendo falso gesto de zanga. Mas incrivelmente feliz como nunca. — Não Olívia, continuo sendo sua menina. — Falou manhosamente. — Mas você vai ter que dividir-me com a tia Sofia. — Falou se aconchegando ainda nos braços dela. — Sou avassaladora. — Falou Sofia se engrandecendo. — Não confie nisso. Você é uma novidade. — Disse sorrindo. — Admite logo, sou muito amável. Continuo querendo negar tais fato, mas pelo visto vou ter que admitir, pois pelo pouco tempo que a conheço, já encantei-me com seus gestos de carinho. — Sim, senhorita amável, eu admito. Pois eu mesma não resisto a você. — Falei e pude ver que um sorriso imenso em seus lábios. Ela deixou Cecile no chão e correu para abraçar-me. — Muito obrigada pelas palavras minha irmãzinha. — Ela disse apertando mais forte seus braços em minha volta, pela primeira vez me senti como se eu tivesse uma família. — Podemos ir já? — Perguntei, pois já estava fatigada. Mas na verdade queria muito ver meu tutor, não tinha o visto desde a noite de ontem. — Claro, deixa só eu acertar umas coisas com a modista, aliás são muitos vestidos. — Falou

se encaminhando para, onde acredito eu, escritório da modista. E pela primeira vez no dia estava mais ansiosa para pôr meus olhos em uma pessoa...

*** Por fim em casa posso descansar da manhã tumultuada que tive, Cecile está agora esparramada na cama em um sono profundo, enquanto a observo. Aproximo-me dela para verificar se tem algum desconforto, mas ela dorme perfeitamente, deve estar cansada. Ela também foi feita boneca hoje. Estava preparando-me para recolher-me, mas de repente sou tirada dos meus preparativos quando escuto baterem na porta. — Entre. — Falo baixo. Não pude deixar de surpreender quando vi que era meu tutor, mas não tiver muito tempo para pensar, logo ele falou: — Como foi sua manhã nas Mercadejem? — Percebi que ele parecia interessado em saber do meu dia. Logo em seguida, sentou-se na minha cama, ficando mais perto de mim e logo fui embriagada por seu cheiro. Sua beleza era algo complemente singular. Nunca tinha o visto tão de perto e poder analisar tudo estava deixando-me sem palavras. Seu perfil era perfeito, sua barba contorna a todo o rosto deixando-o mais másculo, seus olhos de perto eram mais brilhantes ainda, seus cabelos de uma forma lindamente desarrumada, caindo sobre sua testa, longo e negros, quem o olhasse assim poderia ficar complemente enfeitiçada. — Então, nesse tempo que passou com Sofia já pode pegar um pouco de sua loucura? Vai ficar no mundo da lua por quanto tempo? — Fui tirada dos meus pensamentos por essa voz que acende algo em mim e que não sei qualificar. — Não, é que ela não ouça você falar. Mas foi uma manhã muito agradável, nunca tinha tido essa experiência. — Falei sorrindo com lembranças dessa manhã. — Muito obrigada por tudo e Cecile também adorou. — Falei agradecida. Seus olhos se viraram para a menina que dormia alheia a tudo. — Só quero que você... que vocês tenham um Natal diferente. — E ali vi sinceridade nos seus olhos penetrantes — E pelo visto vocês gostaram. — Nesse momento ele pegou minha mão. Pensei em retirar das suas, mas já não estava comandando meu corpo e cérebro nessa hora.

Ele encostou uma de suas mãos em minha bochecha direita, instantaneamente esquentou, retirando uma mecha de cabelo que insistia em cair no meu rosto. Não havia malicia na maneira como ele o colocava novamente em minha orelha. E nenhum indício de atrevimento, era como se fosse um gesto bastante normal. Fechou os olhos, e dessa vez parecia que sua consciência tinha voltado, pois logo ele se afastou. — Gostamos muito. — Disse, levantando e caminhando na direção de Cecile. Procurava distancia também. Houve um breve silêncio. — E só podemos agradecer por sua bondade em nos oferecer tal gesto. — E como ela está? — Pergunta preocupado com Cecile. — Um pouco cansada, tivemos que experimentar vários modelos. Além de ter que tirar várias medidas. — Falei com um tom de cansaço. — Deixei a descansar, logo ela estará com todo pique. — Falou meio distante. — Claro, porque daqui a pouco ela vai estar querendo correr a casa toda. — Sorri, pois Cecile adora correr. — Correr? —Perguntou ele atônito. Mudando complemente o astral do assunto. — Sim, ela é criança Sr. Damman. — Disse simples como se pudesse explicar tudo. — Hum...E você não vai descansar? — Eu vou sim! É, é que eu estava recolhendo-me quando o senhor bateu na porta. — Falei e notei que ele tinha uma luta interna. — Desculpe-me. — Falou envergonhado. — Não precisa se desculpar. A casa é sua, eu que deveria desculpar-me por tudo que eu causei. — Disse, pois sei que transformei a rotina da casa. — E mais uma vez obrigada por tudo. — Falei com a voz baixa. — Já disse que faço de bom gosto, não precisa agradecer-me. Agora vou deixar vocês descansarem melhor. — Falou levantando-se da cama e saindo do quarto em seguida. Fechei os olhos, lembrando do breve toque, ainda podia sentir o meu rosto incendiar no local.

Tinham sido algo diferente, uma experiência agradável. Demonstrava ser um gesto de intimidade. Mas Sebastian não me parecia íntimo. Esmoreço ao pensar que não passou de um carinho fraterno. E, portanto, logo fiz questão de evaporar da minha mente esse acontecimento. O que tivesse acontecido somente tinha sido da minha parte, mas não podia deixar de sentir meu coração mais acelerado. Sebastian proibido, um tutor escolhido por meu pai, lhe devia gratidão e admiração, e deveria enaltecer esses sentimentos dentro de mim. Afastando assim meu desejo e afeição por meu tutor.

Capítulo 8

Olívia

Foi um Natal muito especial, refleti, na manhã calma do dia seguinte ao feriado. A intenções de Sebastian ao conceder-me tal experiência foram realmente magníficas, eu não nunca poderia adivinhar que meu natal seria assim, ele realmente tinha superado todas minhas expectativas em plena noite de Natal. Houve um jantar formal na noite anterior, incluindo todos os pratos tradicionais natalinos, que eu nem sabia que existiam tantas variedades. E esplendor da sala de jantar? Aquilo estava tudo lindo! Não tinha visto nada parecido. Cecile estava delirante com tudo. Estava acostumada com bem menos. Fiquei impressionada com tanta companhia numa única noite. Senti muita falta das meninas lá do internato é claro, mas não pude negar que esse sim foi meu melhor natal. Exatamente como meu tutor dissera, houve muito sinal de alegria por parte dos criados em preparar uma comemoração de Natal para os convidados da casa, e a cada dia suas alegrias aumentavam, nunca vi gente trabalhar com tal alegria. E pelo visto, não foi só eu que estava radiante, quem olhasse para Cecile podia ver o brilho de minha pequena, todos na casa a consideravam uma princesa, uma boneca. Na verdade, sempre soube que ela seria muito amada. Merecia todo o carinho do mundo visto sua história de abandono, até me sentira culpada se eu tivesse rejeitado de cara o convite de meu tutor de passar o natal aqui. Da janela de meu quarto, via os criados arrumarem o jardim onde tinha ocorrido a ceia e com isso pequenas lembranças de ontem a noite veio a minha mente...

*** Uma suave batida na porta fez-me levantar depressa da cama onde estive deitada. Alisei meu vestido e ajeitei o cabelo, colocando as mechas no lugar antes de abrir a porta do quarto. E só vi um

vulto entrando, presumo ser Sofia para terminar de arrumar-me. E não estava errada. Eu e Cecile havíamos tomado banho logo depois do almoço, pois Sofia disse que levaríamos a tarde toda para nossa produção. — Vamos Olívia, temos que correr junto com tempo. Cadê Cecile, ela será a primeira. — Falou apressada, quase sem respirar. — Estou aqui tia Sofia. — Cecile falou de sua cama. E claro, nunca fui de sentir ciúmes, mas isso já está incomodando um pouco. — Vem, princesa, sente-se aqui na cama que vou fazer um penteado lindo. — E assim minha pequena fez e ficou quieta enquanto Sofia penteava seus cabelos. —Pronto, terminado e como era previsto. Está mais linda ainda. — Cecile ficou toda envergonhada. — Estou bonita, Olívia? — Falou dando-me um pouco de sua atenção. — Está sim minha pequena. Você sempre foi. — É claro que ela estava com seu vestido azul bebe e realmente estava linda. — Vem Olívia, é sua vez. — Chamou-me Sofia. E claro, lá vem mais tortura. Nem sei por quanto tempo fiquei sentada, mas o resultado foi maravilhoso. A imagem que refletia no espelho nunca havia visto antes. Estava bonita, mais nada exagerado. Estava em um vestido verde clarinho de tecido leve até os pés, ficou perfeito em meu corpo, estava tudo no lugar certo devido ao espartilho que afinava minha cintura. Sentia-me incomodada, era primeira vez que usava tal objeto, mas não podia negar que deixou a minha cintura afilada. Meus cabelos estavam em um trançado diferente, minha maquiagem estava simples, feita para o acontecimento. — Vamos, os convidados já estão chegando. — Falou Sofia. Mordi os lábios e bati nas bochechas para lhes dar um pouco de cor e sai com a pernas tremendo. Era hora de enfrentar a festa.

***

— Está gostando da festa — Falou Sebastian muito feliz. Estava perto da fonte olhando a festa de longe, quando me virei para praticamente deixar escapar por minha boca uma expressão imprópria. Céus ele estava lindo, todo formal, com calças pretas, uma camisa branca e por cima um casaco preto, sapatos brilhantes e escovados. Estava completamente diferente do que já tinha visto antes, suas expressões faciais estavam relaxadas tinha um sorriso brincando em seus lábios e seus olhos estavam mais lindos e brilhantes do que antes. Permiti que o silêncio se formasse por alguns instantes, mas não neguei a realidade das palavras de meu tutor. Havia coisas em minha vida das quais arrependia-me, mas não de ter ficado na mansão. Sempre soube disso. Era a melhor coisa que estava acontecendo na minha vida, e ele está perguntando se eu estava gostando? — Devo lhe contrariar, mas não estou gostando. —Falei e nesse estante pude ver sua expressão de felicidade morrer. — Não está gostando? O que posso fazer para melhorar seu natal? —Perguntou apreensivo e quase tive vontade de sorrir. — Não, eu não estou gostando. Eu estou amando tudo isso. Olha isso, nunca vi tanta gente assim, tanto luxo e tanta beleza. —Seus olhos brilhavam. E posso dizer que esse brilho em seus olhos foi meu melhor presente. — Muito obrigado pela honestidade. — Agradeceu ele. — Eu também nunca tinha visto a casa tão cheia e esse natal está sendo o melhor da minha vida, nunca vou esquecer. Obrigado por torná-lo especial. — E com essas palavras meu coração deu um pulo. Como ele pode falar simples palavras e eu reagir assim? Não posso, é errado. — Não senhor, eu que agradeço. — Falei tentando conter as emoções. — Eu nunca poderei pagar nada pelo que está proporcionando a mim e a Cecile, muita obrigada. — E realmente estava muito grata por isso. — E falar em Cecile, como você confia em deixar ela com a espevitada da Sofia? — Não pude segurar o riso. — Na verdade, eu fui trocada! Cecile sequer lembra de mim. — Falei fazendo um gesto de indignação.

— Olívia, logo ela cansa. Você verá, digo por experiência própria. Ninguém aguenta Sofia por muito tempo. — Falou sorrindo e com certeza ele deve estar rindo da minha cara, mas para mim ela é muito legal, já somos amigas. — Eu gosto muito de Sofia, ela me ajudou muito. Na verdade, foi ela quem escolheu meu vestido e de Cecile para hoje. — Falei lembrado de mais cedo, quando Sofia começou nossa arrumação. —Ah ...e a propósito. Você está linda. — Disse calmamente. E eu com certeza estou mais vermelha que as tulipas do jardim. "Você também não está mal, diria que está mais lindo, se possível...pensei em falar, mas quem conseguiria achar a voz diante de um elogio? Um elogio dele principalmente? Eu não... — Obrigada. Agora deixa eu ir atrás daquelas duas. — Disse achando um motivo para sair. Ele apena acenou com a cabeça e movi-me de lá o mais depressa, tentando esconder o desconforto que suas palavras tinham causado-me.

*** Ouvi a porta bater e fui trazida de volta a realidade. — Entre. — E lá estava ele todo sorridente. Agora era comum vê-lo sorrir, mas ainda me afligia. Ele olhou todo cômodo. — Está tudo bem? — Perguntou ele, algum tempo depois. — Claro que sim. — Eu quero falar com você. Posso entrar? — Ele falou soando determinado. — Sim, fique à vontade. — Estou aqui para lhe dar seu presente de natal. — Mais um presente? — Perguntei curiosa. — Sim, espero que goste. Minha intenção é lhe apresentar a sociedade. Como seu pai não

está mais presente, é meu dever fazer isso. Será como um baile de apresentação. — Baile de apresentação? — Arregalei os olhos, não sabia do que se tratava tal ocasião. — Sim, uma festa completamente em sua homenagem, onde todos terão conhecimento de quem é você. — Esclareceu ele. Engoli a seco, quando a explicação começava a fazer sentido. Por mais que eu já tivesse passado por um evento, como a ceia de natal, eu não estava preparada para isso. Era algo que não estava preparada, creio que nunca iria estar. — O Baile será dentro de um mês. — Continuou ele — Será em comemoração de seu aniversário, há tempo e tudo que precisamos resolver dará tempo. Por favor, aceite.... Eu continuava estática, imagens da tal noite se formando em minha mente... — Sr. Damman, não será necessário tudo isso. Creio que bastou o natal, a sociedade presente conhece-me... — Fui interrompida por ele. — Acredito, srta. Sallie que não se deve negar presentes. Além do mais presente de natal. Agora é meu dever cuidar de tudo. — Preparei-me para recusar mais uma vez, porém lembrei-me de sua promessa “proporcionar tudo" que ele mesmo disse na minha chegada. Não vou aceitar isso. E além do mais, passaria mais tempo ali do que eu estava planejando. Será que ele quer que eu more aqui agora? E minha vida na escola?

Capítulo 9

Olívia

Depois de uma chantagem em forma de palavras, admiti a realização da festa. Faria algo por mim, meu aniversário era sempre solitário, pois o internato estava sempre meio vazio por ser época de férias. E agora que Sebastian me oferecia essa chance não poderei negar, ele pediu-me com tanto carinho... — Minha irmã, está aqui para continuar lhe ajudando a se tornar uma madame da sociedade. — Falou ele. — Eu estou muito grata, Sr. Damman. — Disse. E olhei mais uma vez para os olhos azuis. Para ser sincera, eu o admirava muito, ele estava sendo paciente e prestativo todo o tempo. Nunca tinha demonstrado que lhe trazia incomodo. — Obrigado por deixar-me lhe dar esse presente. — Sebastian falou com o sorriso sincero, apesar do pouco tempo que eu o conhecia todos os seus gestos. — Sinto-me muito honrado com isso, Olívia. Mas algo está lhe afligindo? — Ele perguntou parecendo conhecer-me também. — Por que? — Rebati incerta se lhe falaria algo. — Você está mais pensativa do que de normalmente é. — Eu só estou pensando no depois. — Falei tristemente. — Depois? — Perguntou calmo. Fiquei em silencio. Era muito difícil para mim pensar em um futuro, sendo que eu estava planejada para outro futuro.

— Depois...— Comecei incerta. — Fale. — Insistiu ele. — Não sei bem... — Olívia, fale. — Depois do baile, como será? — Perguntei, hesitante. Os olhos deles se arregalaram, talvez nem ele estava pensando no depois. — Sabe, não estava focado nisso. — Admitiu meu tutor, com um desembaraço que me surpreendeu. — É tudo novidade, não o condeno. — Peço desculpas, Olívia. Mas vamos resolver isso depois.... Vamos simplesmente deixar as coisas acontecerem... — Falou sorrindo. É Claro! Como fui boba ele não se importava com o depois.

Sebastian

— Acho que você tem outra festa para organizar. — Falei chegando de mansinho na minha irmã que estava sentada lendo algo. — Digamos que tenho experiência e criatividade de sobra. Qual evento será agora? — Perguntou curiosa como sempre. — Um baile. — O tom da minha voz saiu mais animado do esperava. Durante todo o natal tive tempo de sobra para ver a felicidade de Olívia, queria muito poder presenciar isso novamente. Desde sua chegada, sentia-me feliz em vê-la sorrir. Era algo completamente sem explicação. — Você acha que Olívia está preparada para um evento igual a esse? — Inqueriu Sofia. — Não que Olívia seja uma mulher mal-educada, pelo contrário, sua educação no internato é sofisticada. Falo em relação a sociedade. Você sabe que o sobrenome dela não traz boas lembranças para alguns. — Eles não podem julgar por algo que ela não teve culpa. — Disse com uma irritação momentânea. Sabia bem o que Sofia estava falando, antes de decidir apresentar Olívia a sociedade, havia conversado com minha irmã o motivo de ser tutor da filha de nosso tio. Ela sabia dos perigos que rodeava caso algumas pessoas comparecessem ao evento. — Isso não é nada bom. Quer realmente meu conselho? — Claro. Foi por isso que decidi suportar você muito tempo. — Falei debochando. — Não permita que tal evento seja muito extensivo. Precisamos manter Olívia protegida. — Você não está de acordo com a festa? — Perguntei chocado, Sofia adora festa. — Não, acho sim necessário. Afinal será em comemoração ao aniversário dela. — Qual é o seu medo? — Agora eu não estava entendo o que minha irmã queria dizer.

— Temo que ela se machuque. — Ela respondeu triste e não estava nada satisfeito com isso. — E quem a machucaria? —Claro que não deixaria. — Você sabe, Sebastian. — Seu tom era exasperado. — Possuímos inimigos e pelo que você me falou ela não tem ciência disso, ela nunca teve contato com a sociedade em que estamos inseridos, além dos cavalheiros que irão corteja-la. Eles partirão seu coração quando associarem o sobrenome. E eu não gostaria que isso acontecesse. — Mais uma vez, senti a irritação surgindo. Sofia estava apenas cuidadosamente alertando-me de algo que sim poderia acontecer. A sociedade que eu conhecia tão bem, era fútil e preconceituosa. Havia algumas pessoas que simplesmente usam seus sobrenomes para terem o que quisessem. A sociedade era maldosa e não superava o passado. Não queria Olívia exposta a tudo isso, e talvez eu sabia que não havia muito o que fazer para protegê-la. — Eu dei minha palavra a ela, Sofia. Falei que iria lhe proporcionar tudo. Além disso, talvez será a melhor chance de se encontrar um bom marido ou um pretendente à altura dela. — Falei com uma incerteza me assombrando. Apesar de o casamento não ser o motivo do evento, era sim uma chance que não poderia deixar de proporcioná-la, mas não sei se quero um casamento para ela. Pelo menos não agora, ela é muito jovem. — E você terá minha ajuda. — Sabia que poderia contar com você. Sei que tem ideias interessantes. — O que seria de você sem mim? — Acho que sobreviria. — Já estou cheia de ideias...—Sofia disse fascinada — Talvez se você pudesse dar alguns... —Não acredito que ela esteja sugerindo isso. — A interrompi. Sabia o que Sofia iria propor. — Não vou me sujeitar a isso. — Digo negando, mas olhar para minha irmã percebo ser tarde demais, Sofia estava com um sorriso que seria difícil de negar qualquer coisa a ela. — Será lindo, Sebastian, você dança perfeitamente bem. E você como tutor dela, terá que fazer esse papel.

— Sim, eu sei, tenho tal responsabilidade. — Falei em tom de brincadeira, para garantir que estava aceitando isso forçado. Mas ao pensar nela em meus braços, um calor anormal dominou meu corpo... — Você é um ser irritante. — Falou ela com seu tom sempre provocativo. — Pensei que fosse um velho arrogante. — Você pode ser os dois. — Falou Sofia encarando-me. — Já pensou que Olívia vai ter pretendentes!? — Pretendentes? Pouco provável. — E por que não? Você mesmo disse que seria uma ótima chance. — Parecia que ela realmente queria saber. — Pois seria inadequado. Falei que seria uma oportunidade, não certeza. — Respondi com firmeza. Seria não, é inadequado. — Sebastian, Olívia é exuberante. — Ela falou com certeza. É claro que Olívia era uma bela mulher, não duvidava de sua beleza. Ela era bela, mas não tinha atrativos que homens consideram. — Talvez não esteja no tempo. —Falei pensativo. — E então, quando será? — Sofia não quer deixar o assunto de lado. E nenhum de nós dois falou mais nada por um tempo. — Eu lhe juro que um dia Olívia poderá escolher seu pretende. Ela tem total liberdade de se casar com quem escolher, desde que não seja um patife. — E você fará mesmo esse papel? Vai ficar a regulando. — Ela elevou a voz. Será que ela não vai mesmo mudar de assunto. — Eu não me vejo no papel de regulador. Apenas de Tutor que preza o futuro de sua pupila. — Falei e juro que vi uma expressão desconfiada no rosto de minha irmã, preciso mudar de assunto. — Como está Fernando? — Pergunto depois de um momento de silencio.

— Está com saudades das nossas tardes na casa de minha madrinha. — Sua companhia faz falta minha irmã. — Disse sorridente. — Sebastian, posso fazer uma pergunta? — Claro! Por que não? — Não quero parecer metida. Mas senti que você está relutante com o fato de cortejarem Olívia? E lá estava o assunto de novo. Ela não vê que é Olívia é imatura? — Eu não acho que um marido seja adequado neste momento. — Você sente algo por ela? — Pergunta e só posso sorrir, esperando que meu desagrado diante do assunto não transparecesse. — O que você está pensando nessa cabecinha. — Mesmo que não fosse sua irmã, eu acreditaria que você seria um excelente pretendente. Você está no tempo de formar uma família. — Acredito que não pretendo ter uma família. — Falei, lembrando que isso não estava em meus planos. — Claro que sim. Você tem um legado para gerir, todos sabemos que você precisa de herdeiros. Estou apenas te mostrando o óbvio. Será um sortudo em ter o coração de Olívia. — Sofia, mas meu coração não está em questão. Eu sou de todas. — Disse de vez, sem importar-me que ela ia ficar chocada ou não. O silêncio deu lugar ao constrangimento de Sofia. — Não sabia. Claro que já ouvi boatos, mas pensei que não passasse de meras especulações. Desculpe-me. — Percebi que estava dando certo. Sofia estava acreditando que eu não passava de um libertino. Não que não fosse verdade, mas não queria abrir minha intimidade para minha irmã.

Capítulo 10

Olívia

Uma semana depois

— Você precisa escolher um modelo. — Disse Sofia, olhando todas opções de tecidos que se adequariam a ocasião e minha pele. — Não quero branco. — Falei, já conhecendo as regras sobre o vestido de uma dama para baile. Acha que essa cor somente deveria ser usada no casamento. — Pense na cor depois, agora vamos escolher o corte, caimento, tecido. — Disse Sofia frenética, sem dar-me outra chance de escolha. — Pensei em um vestido mais comprido detalhando, com saia rodada. Apertado no bustos e renda na bainha. — Nossa, creio que ficará lindo! — Falou Sofia, enrolando a seda. — Acho que poderia ser com um decote reto. Passando os dedos lentamente pelo tecido, quase uma carícia surgiu um pensamento nada bem-vindo. Como nunca me preocupei com isso, como nunca pude importar-me com isso. — Sebastian quem paga tudo? — Perguntei a Sofia, enquanto ela guardava algo. — Não se preocupe. — Falou ela indiferente. — Ele é muito rico? — Perguntei querendo saber afinal. Sofia permaneceu calada.

— E então, ele é muito rico? — Repeti. — Olívia, não precisa se preocupar quanto a isso. Sebastian está fazendo tudo isso de bom agrado. — Sabe, eu nunca tive tudo isso, nunca tive uma festa, quanto mais um baile. Por que está fazendo tudo isso por mim? — Perguntei e Sofia sorriu. — Porque ele é seu tutor. — Respondeu com o óbvio, mas sentia que existia bem mais por traz de simples palavras. Ultimamente os dois andavam sigilosos. — Disso eu sei... Sofia, não me esconda nada! —Pedi clamando pela a verdade, mas pelo olhar dela logo pude perceber que nada me falaria. — Olívia, aceite nada está acontecendo. Aproveite essa chance. Esse é o sonho de diversas jovens da sua idade. Eu lhe digo que no final você estará agradecida, — Você acha que estou sendo ingrata? — Pergunto para Sofia. — Não. Sei que tudo é novidade para você. Deve estar temendo tudo isso. Mas lhe direi algo para lhe acalmar, quando passei pelo mesmo, estava bem agitada e temerosa como você, mas Olívia, digo como é lindo a valsa, a comemoração… você verá que não é ruim ser o centro das atenções, principalmente quando os cavalheiros disputarem sua atenção... — Disse sorrindo de lado. Me alarmei. Respirei fundo, compreendendo afinal tudo. Eu ainda não havia tido contato com homens nessa intenção. Acho que não estaria pronta para tudo isso. Em um certo momento terei que pensar no assunto. Ao pensar em futuro, lembro de Sebastian. Pela sua idade, ele deveria ter formado uma família. Minha maior curiosidade no momento era saber porque meu tutor ainda não se casara, estou quase para perguntar a sua irmã, mas duvido que ela me diga algo. Apesar de sermos amigas é assunto de família. Considerando a severidade que estava agora, acho que não é o melhor momento para questionar esse tópico.

*** Faltava pouco mais de uma semana para meu aniversário e para o grande evento. Tudo estava exausto e corrido. Sofia estava encarregada de fazer tudo ser perfeito....

Estava agora em meu outro tormento, descobri que dançar não era algo que me agradava. Todos os movimentos que fazia não era nada comparado com qual Sofia demonstrava juntamente a Sebastian, ela havia dito que nossa valsa teria que ser o momento da noite. Estava adequando meus passos, quando Cecile saiu para fazer um lanche. Estava enfadada de ver-me errar todos os passos, quando fiz um rodopio sem conseguir equilibrar, notei a presença do meu tutor, parado na entrada do salão. Sebastian olhava-me divertido, parecia entretido com o show. Parei de imediato, escondendo o rosto entre às mãos em sinal vergonhoso. — Vejo que conseguiu melhorar. — Falou ele. — Creio que não precisarei ficar com medo que pisará em meus pés quando dançarmos juntos. — Concluiu deixando-me mais acanhada. — Acho que deveria poupar de ser uma vergonha. — Falei. — Quis adiantar os passos já passado antes, para que você e Sofia não precisem mostrar novamente. — Na realidade, até Sofia pisa algumas vezes em meus pés. Não precisa ficar com vergonha. —Corei mais, se é que isso é possível. — Que experiência desagradável. — Sebastian riu. — Quer praticar os passos comigo, em vez de ficar observando? Creio que será mais proveitoso. — Sebastian disse. Parecia convencido. Eu nunca dançara com um homem antes, e isto estava alucinando-me. Eu sonhava todas as noites estar nos braços de meu tutor, sendo conduzida perfeitamente em um salão repleto de espectadores. Em meus sonhos, Sebastian tinha olhos somente para mim, e eu conseguia dançar perfeitamente. Era como se meu corpo funcionasse e reagisse aos seus movimentos. Totalmente sincronizados, mas eu sabia que a realidade era diferente. Quando Sofia presenciou meus primeiros passos era notável seu desagrado. Ela tratou de incluir todas as tardes aulas de dançar. Ela e Sebastian flutuava pela sala, esperando que eu aprendesse por observação. Estávamos há uma semana tendo as implacáveis aulas. E hoje notei que não havia assimilado seus ensinamentos. Todos passos que eu imaginava que dava, meu corpo pendia para o lado oposto. Temia que cairia a qualquer momento em meu lamentável bailado. Com a sugestão de Sebastian de treinamos juntos pela primeira vez fiquei mais apreensiva, em momento algum queria mostrar o quanto era despreparada para isso. — Sofia não se irritará de prender o par de dança? — Brinquei, envergonhada. — Teremos que dançar juntos, não é mesmo? — Perguntou Sebastian, apertando os lábios, parecia que a qualquer momento cairia na gargalhada. E devo admitir que ele não parecia estar

caçoando de mim, estava adorando o clima que havia se formado. — Está certo, mas temo que meus passos não estejam adequados aos seus. Não me sinto segura da estabilidade de meus movimentos. Sinto que eu poderei cair em alguns dos rodopios da coreografia — Confesso meus medos.

— Acho pouco provável de permitir que você caia. — Respondeu ele sorrindo. Um sorriso muito atraente, quase sua marca. — Como você pode ter tanta certeza? — Perguntei confusa. — Acho que você não está tão mal assim, Olívia, estive observando você a momento atrás. Além do mais, eu dançando com você lhe tarará mais estabilidade e segurança. Eu lhe manterei segura em meus braços. — Falou ele convicto, e sua frase soou bem no fundo do meu íntimo. Está protegida em seus braços, envolvida por eles era como se meu sonho estivesse se realizando. — Ainda não sinto-me segura. Quando Sofia virará para a aula? — Busquei outro assunto. — Ora, Olívia, vamos tentar. — Respondeu ele, era evidente que ele estava empenhando nisso. Eu sei o porquê de estar relutante. Seria bem difícil conseguir segurar meus impulsos. Toda vez que Sebastian estava perto, meu corpo reagia. — Você... — disse, o alertado — Não poderá reclamar quando inevitavelmente seus pés saírem pisoteados. Sebastian sacudiu negativamente a cabeça. — Você acha que eu posso acusa-la? — É você que estar se oferecendo para dançar comigo. — Apesar de ele estar convicto e seguro dessa proposta, senti de novo um estremecimento celebre e agora familiar por todo meu coração. Estaria em seus braços, podendo sentir tudo mais de perto: seus músculos e perfume... — Olívia, eu tenho ciência que você bailará perfeitamente. Agora basta seguir minhas indicações. — Falou se aproximando lentamente de mim. Uma grande onda de nervosismo formouse em meu peito. Eu estava tremendo por antecipação. Poderia sucumbir a qualquer momento, não queria que ele percebesse meus sentimentos que estavam desgradeando entre si. Sebastian parecia alheio a tudo, acredito que não fazia ideia de meus devaneios.

— Preste atenção em minha voz e em que lhe pedirei. — Falou Sebastian, afligindo-me ainda mais. Sua voz era como canto de anjos. Acredito que qualquer mulher cederia a qualquer solicitação sua. Eu mesma faria qualquer coisa que ele me pedisse. — Dá-me sua mão, esse é o primeiro acerto para dança. Estamos bem seguros pelas mãos. Minhas mãos frias encostaram nas suas.... — E mesmo? — Perguntei, dando um passo a mais em sua direção. — Acredite no que digo. — Disse ele, apertando leve minhas mãos, entrelaçou meus dedos certamente aos seus, minhas mãos pequenas e suas grandes fizeram um encaixe perfeito. — Agora estará sentindo os movimentos que pretendo dar. Basta sentir o movimento de minhas mãos nas suas. — Explicou. — Fico feliz por estar sabendo o que fazer. — Falei e minha voz saiu tremida. — Você está tremendo e fria. — Disse divertido. Não imaginei que ele sentiria. Sorrindo, concordei com a cabeça. — Devo dizer que nunca dancei acompanhada antes. — Avisei. — Nesse caso, pegarei leve com os passos. — Respondeu ele, sem se abalar com a minha confissão. Respirei fundo, Sebastian a começou a se movimentar. — Viu como você está se saindo bem? — Sugeriu Sebastian enquanto dávamos passos simples de um lado para o outros. Suas mãos indicavam-me quando teríamos que ia para direita e para esquerda. Meu corpo parecia estar se situando com os movimentos, estava chocada como com ele parecia fácil. Sebastian, tirou uma de suas mãos da minha, pegou minha mão direita e colocou em seu ombro, e colocou a sua em minha cintura com os dedos a fim de estimular-me a dar passos para trás e para frente. Depois disso começamos a intercalar passos para direita, para esquerda, para frente e para trás. Obedecendo ao ritmo dos movimentos, bailávamos por todo salão, não sabia como, mas estava me movimentado em sincronia com corpo de meu tutor. Ele se mexia o graciosamente, estimulando-me a soltar-me mais, outras vezes parando e deixando mover-me sozinha. — Estou dançando! — Digo feliz, viro-me entorno de seu corpo, sem desequilibrar-me.

— Eu disse que seria melhor treinar comigo do que me observar dançar com Sofia. — Girou-me e puxou-me ao seu corpo. O tempo pareceu parar neste instante, ele segurava-me bem rente ao seu corpo. Podia sentir até os batimentos de seu coração. Nossos olhos se encontraram e parecia não querer desgrudarem. Agora estávamos parados e nos olhando. Sebastian respirava lentamente, enquanto eu tinha dificuldades para inspirar e expirar. Sentia que meu corpo finalmente ia se entregar a qualquer momento, sabia que ainda não tinha caído, pois seus fortes braços seguravam-me. — Você dança bem. — Comentei, surpreendendo-me por conseguir achar palavras para pronunciar-me. Sebastian com certeza já tinha participado de diversas festas, não seria nenhuma novidade para ele. — Querendo ou não, já participei de festas iguais ou diferentes dessa. Onde há músicas e danças frequentes. Além do mais, você conhecerá. É tradição da nossa região dançar em festas de datas comemorativas. — Disse expondo pela primeira vez algo ao seu respeito. Sabia que Sebastian era um homem poderoso da região, tinha vários seguidores e vivia nas visitas ao redor de suas propriedades. Sabia bem por alto desses assuntos. Não era algo que dividiam comigo, apenas via pouco de sua rotina e do respeito que todos tinham pelo sr. Damman. Parando para pensar, eu tinha mudando sua vida assim como ele tinha mudado a minha, por motivo e sentido diferente. Mas agora éramos diferentes do que éramos antes de nos conhecermos. — Dever ter sido muito solicitado para dançar com as jovens donzelas. — Murmurei com um amargo na boca. — Claro. Ainda hoje sou muito solicitado. — Falou sorrindo — Acredito, você dança elegantemente. — É comum para mim. Você logo se acostumará, acredite em mim. — Acho que sim. — Assenti sem confiança alguma. — Você se sairá bem. Não tem como não fazer, ainda mais sob a minha tutela. — Falou e pude sentir sua confiança. A dança foi interrompida por um arranhar de garganta. — Desculpe, a intromissão. Mas gostaria de falar com o Sr. Damman e Olívia Sallie. — Falou um homem do qual eu nunca tinha visto antes.

— Pois não. Somos nós. —Falou Sebastian desconfiado. — Senhor Damman, a Sra. Magnólia mandou-me a respeito de Cecile. — O que você quer com Cecile? — Perguntou Sebastian e nesse momento não conseguia pronunciar nada. — Vim informá-los que seu responsável descobriu que a mesma não se encontra no internato. Então a Sra. Magnólia faz questão da presença da menina hoje mesmo na escola Olimpic. — Não permitirei isso. — Finalmente encontrei minha voz. O homem olhou para mim e mesmo com todo medo que ele me transmitia, não desviei o olhar...

Capítulo 11

Olívia ***

— Cecile não possui familiares! — Esbravejei, puxando a minha mão que se encontrava nas de Sofia, que tinha chegando para a aula de dança. Apesar de todo seu espanto, ela não a soltou. Pelo contrário, apertou mais uma vez a mão redor do meu pulso, tentando prender-me ainda melhor. — Solte-me! — Berrei, com o rosto vermelho de raiva. Neste momento Cecile, entra apavorada na sala que estava acontecendo toda situação. Ela rapidamente se junta mim e Sofia. Sebastian está em nossa frente, fazendo uma barreira em nós e os outros três homens. — Você não tem o direito de levar essa criança. — Disse. — Claro que tenho. Essa garota não é nada sua. Eu fui incumbido de leva-la. — A voz grossa revelava seu contentamento. Em um movimento calculado os 2 homens seguram Sebastian, um de cada lado, e o homem avançou sobre Cecile, a pegando pelo braço. — Solte-a. O que quer que tenham lhe dito, não parece ser verdade. Nunca vi nenhum responsável dela, sempre fomos sozinhas...— Senti um aperto reconfortante na minha mão. Então lembrei que Sofia estava segurando-me para não cometer um erro. Então o homem apertou o braço fino de Cecile com mais força e virou para mim. — Esse fedelha aqui vai voltar para internato, está ouvindo-me? — Perguntou duro. Era difícil de ouvir, Cecile estava perdida, com olhos marejados. Sua pele estava vermelha de chorar, parecia que água brota em cada poro de seus olhos. Seu rosto evidenciava toda a dor que sentia diante do ângulo absurdo que seu braço formava. — Eu fui enviado pelo seu responsável para concretizar isso.

— Pagaram um preço justo. Portanto, tenho que levá-la imediatamente. — Provavelmente era verdade, admiti transtornada. Não tinha certeza sobre as leis relacionadas a responsabilidades, nunca importei-me com isso. — Está doendo Olívia. — Disse Cecile, dirigindo para mim seus olhos verdes, cobertos de lágrimas, mas mostravam uma grande esperança de eu salva-la. — Por favor, a solte. — Repeti novamente, estava suplicando por tudo e todos. Em vez disso, o homem apertou mais forte ainda o braço de minha pequena. Cecile fazia caretas de dor. — Ele está apertando muito meu braço. — Ela disse e senti um grande rebuliço no estômago. Estava vendo vivamente as palavras. Ele não parecia ter piedade nenhuma de Cecile, podia ver seu sorriso a cada aperto. — Você acha maltratar uma criança é legal? — Perguntei, furiosa, olhando diretamente nos olhos negros do suposto encarregado de buscar minha menina. A julgar pelo olhar do homem, percebi que seu trabalho era esse. Ele fazia seus trabalhos na base da crueldade. Notei que ele passava ordens aos homens que seguravam meu tutor. Aproveitando-se desse descuido, eu conseguir soltar-me das mãos de Sofia, que chorava silenciosamente, ela ainda tentou seguir-me, mas corri para a tirar as mãos do homem da minha menina. Surpreso, quer pelo meu atrevimento, que pelo fato de eu parecer uma jovem tão elegante e estar com tais modos, o homem não resistiu quando puxei Cecile para mim. — Salve-me, Olívia. — Implorou ela, agarrando a saia do meu vestido. — Ele vai levar-me, eu sei que vai. Eu não quero ir, quero ficar aqui. Gostei tanto do tio Sebastian, da tia Sofia. — Falou ela quase engasgando devido as lágrimas. Lhe abracei tentando passar um apoio e pude notar que seu corpo tremia, ela estava com os olhos tristes cheios de lágrimas, ela apertava-me soluçando em meu colo. — Assim que colocar as mãos em você a levarei com toda certeza. — Ameaçou o sujeito, dando passos em minha direção para pegá-la. Mas afastei-me, colocando a mão de modo a proteger-me e segurando-a contra meu corpo. Quando ele chegou mais perto e parecia que ia vencer-me. Ouvimos ruídos de socos. Sebastian tinha conseguido se livrar dos homens, que estava cada um com a mão em suas bocas. Sebastian parecia raivoso. — Nem um passo a mais em direção a ela, está ouvindo-me? — Perguntou com uma voz grave atrás de mim. Assim que o homem se virou para meu tutor, pude o ver por completo. Ele

parecia extremamente másculo e competente para lidar com esse homem que teima em pegar Cecile, assim como tinha conseguido vencer os criados do homem, eu confiava plenamente nisso. — Sebastian, não deixe a levar. Cecile não merece isso. — Pedi chorosa. — Imagino que por eu a ter trago comigo ele está aqui. Precisamos que ela fique conosco. — Não deixem esse homem levar-me. — Choramingou Cecile. — Sebastian, por favor, faça algo. —Sofia fala suplicando. Sofia também se apegou consideravelmente a minha menina. — Calma. — Pediu ele tranquilo, mas podia ver a fúria se formando em seu rosto. — Ninguém nunca a tirará de mim. — Garanti. — Eu lhe prometo. — Falei convicta olhando para Cecile agarrada a mim. Independentemente do que Sebastian mandasse-se fazer, eu sabia que não poderia deixar esse homem levar a menina dos meus olhos. Nem se essa fosse a lei. Mas pelo visto o homem estava esperando somente um momento de distração, assim como agi, ele rapidamente tentou puxar Cecile do meu colo. Sem cuidado ou apreço a sua saúde física. Mas a protegi. — Ninguém foge de Fellipus Tachkent! Eu fui contratado para levar esta menina seu devido lugar. Tenho a papelada para comprovar. — Falou ele com mais fúria ainda. Ele continuava a lhe puxar pelo braço que conseguiu segurar. Cecile se segurava com tanta força em mim, que também era puxada para a frente. Depressa, Sebastian se colocou entre nós, obrigando o sujeito a soltar a minha pequena. Depois ficou entre mim, protegendo-me, e entre o tal Fellipus. Enfurecido, o homem tentou empurrar Sebastian e pegar a criança de novo. No mesmo instante, os dedos de Sebastian se fecharam em torno da lapela do casaco surrado que ele vestia. Ficou segurando o homem à sua frente. — Deixe-a em paz. — Advertiu alto o suficiente para amedrontar qualquer um que fosse. — Ela não lhe pertence. — Esbravejou o sujeito, tentando se livrar dos dedos de ferro que lhe prendiam o casaco. — Eu acho que isso deve ser tratado pelo os cartórios, eles têm capacidade suficiente para resolverem com quem Cecile deve ficar. — Sebastian falou raivoso. O homem parou de lutar, parecendo finalmente ter sido atingido pela ameaça implícita. E então apertou os olhos, parecia

aceitar a força das palavras. Deveria ser esperto, afinal os cartórios eram temidos. Como Sebastian era pelo menos trinta centímetros mais alto, ele teve de olhar para baixo para concluir sua análise. — Eu tenho o documento de procuração da menina — Teimou ele. — E nenhum esnobe diráme como agir. — Continuou falando o sujeito repugnante. Estava certo que seu discurso colocaria um ponto final nas objeções de Sebastian, o sujeito tentou, mais uma vez, agarrar a garota. Dei um passo para trás para impedi-lo. Enquanto Cecile continuava me abraçar fortemente para se proteger. Lhe passei um braço em suas costas para fornecer mais segurança. Foi então que percebi que os parceiros que estavam com ele, haviam se recuperado dos socos de meu Tutor e estavam se colocando em minha volta e de Sebastian, que tinha toda a atenção voltada para o homem asqueroso. Um dos criados, pegou no braço da menina. Então virei-me, continuando a segurá-la. Ao mesmo tempo, olhei para Sofia a interrogando, porque ninguém viera ajuda-nos. Ela parecia não saber o porquê. — SEBASTIAN! — Alertei. Ele deu um passo para trás, colocando Cecile entre nós. — Preciso que você fique sempre ao meu lado, Olívia, assim posso lhe proteger. — Falou sem esforço nenhum. Apesar de agora a segurar o homem pelo colarinho. — Alguém precisa chamar os oficiais! Sofia. — Gritou ele. Cecile continuava a choramingar e gritar para que eu não permitisse que esse homem a levasse. Em meio à confusão. Parecia perdida, sentia que tudo ia desmoronar a qualquer momento. E então, quando tentei olhar além do circulado de pessoas que nos cercava, em busca de algum sinal de ajuda, senti alguém puxar meu braço. Desvencilhei-me rapidamente, colando minhas costas nas de Sebastian. De repente, houve uma comoção de corpos, e ele foi empurrado para cima de mim. Quando achei que fosse cair no chão, fui acolhida por um braço forte que me ajudou a recuperar o equilíbrio. Olhei para cima e deparei-me com um par de olhos azuis furiosos. Cecile havia deslizado do meu corpo e estava agora segurando a barra do meu vestido. Sebastian envolveu-me a cintura, equilibrando-me. Com a outra mão, começou a movimentar soco, golpeando o homem que tentavam nos pegar. Todavia, Fellipus chegou cada vez mais perto, gritando e puxando Cecile com força. O barulho dos golpes eram alto, estava torcendo para que meu tutor conseguisse conter esses homens. Os três homens juntaram-se e começaram a atacar brutamente. Sebastian defendias-nos como muito esforços. — Por favor, parem. Isso é covardia! — Supliquei aos três homens. Não pararam e continuaram suas agressões.

— Por favor… estão o machucando. — Voltei a pedir. Quando de repente algo atingiu o rosto de meu tutor e, automaticamente, virei meu rosto, protegendo-me atrás dele. Estava com meu rosto completamente colado em seu peito. Ainda com o braço em torno da minha cintura, Sebastian me levantou, tirando-me do meio da confusão e levoume para a sala, usando as mãos para se defender daqueles que tentavam impedi-lo. Em algum momento, embora eu não tinha sido capaz de perceber, Cecile soltara de minha saia e estava na posse do Fellipus e assim que percebi que a menina não tinha escapatória, baixei a cabeça tristemente, tentando não olhar para os olhos de Cecile que estavam banhados pelo choro. Com rosto banhado pelo choro, levantei meu rosto e olhei para meu tutor em busca de consolo e piedade. Ele ainda poderia tentar salvar Cecile. Mas as feições belas e atraentes estavam tensas. Ele tinha o maxilar apertado, os lábios comprimidos e sem cor. Continuou a puxar-me para seu abraço. Esse era um homem que eu não conhecia. Sebastian estava completamente tomado pela ira, podia sentir por sua respiração pesada em meu ombro quando ele me abraçou. — Vai ficar tudo bem, eu prometo! — Falou ele. — Não vai, eu quero ela. — Supliquei com dor da convicção se fazendo presente. — Inferno! Desculpe. — As palavras dele foram proferidas em um fio de voz, mas o tom era veemente. Sincero. Então os nossos olhos se encontraram. Sabendo que não havia mais o que fazer, fechei os olhos quebrando o contato visual, movimentando os lábios em silêncio quando comecei a rezar pedindo a Deus que isso não passasse de um pesadelo.

Capítulo 12

Olívia

Diferentemente do que meu tutor me dissera, não houvera o menor sinal de alegria depois do tal acontecimento, ainda podia sentir a mesma tristeza e a cada dia minha solidão aumentava, já havia se passado três fatídicos dias. Na verdade, eu também considerava-me culpada. Cecile não merecia ser levada como foi; com certeza minha menina estaria triste e sem ninguém lá no internato, pois não estou lá para reconforta-la. Meu tutor com certeza recusaria de minha partida. Eu preciso saber como está ela, não posso ficar sem informações. Lembranças da noite ainda vinham em minha mente, mas torcia para que jamais passasse de novo aqueles momentos de agonia. O homem que segurava o pequeno braço de Cecile, com seu cruel sorriso, ainda surgia em meus pensamentos de vez em quando... — Minha menina indefesa. — Disse com nó na garganta. De repente, as lágrimas nublaram minha vista. Eu tinha perdido a minha mãe que sequer tinha conhecido, não posso sequer dizer como era seu rosto, sequer dizer como seria um carinho seu, sequer dizer o gosto de um abraço seu, sequer poderia dizer como era a cor de seus olhos, cabelos ou pele.... Nunca a vi. Sempre sozinha. Meu pai pouco me lembro, e posso dizer que não conheço um abraço seu, um afeto seu ou carinho por o ter perdido cedo ou melhor: por ele ter me abandonado logo. Mas posso dizer que nunca fui de seus interesses, nunca ia visitar-me, nunca queria ver-me. Acho que tem haver o fato de não ter nascido como um herdeiro e sim uma herdeira, não podia dar continuidade à família, muito menos cuidar dos negócios e bens da mesma. Mas o pior é que não culpo meu pai, ele deveria ter assuntos mais importantes ao invés de mim, preferiu abandonar-me em um internato. No fundo isso chegou a doer em mim, as vezes cheguei a sentir inveja das outras meninas que sempre recebiam visitas ou presentes. Mas eu e Cecile nunca recebíamos nada, fomos acostumadas com a rejeição desde sempre. Então não senti muito a morte do meu pai. Um nunca cheguei a conhecer o outro fez questão de não conhecer-me. Agora a minha

maior perda é essa, e estava sentindo na pele. Sequer tinha preparado, estava tudo tão perfeito nada de mal parecia que ia acontecer. Mal podia imaginar a angústia de Cecile por perder uma amiga- irmã- mais- velha, um tio Sebastian e uma tia Sofia de repente e tudo de uma só vez. Sentia que precisava colocar esses sentimentos para fora e nada melhor do que escrever em meu diário, coisa que não faço há tempos. Desde que cheguei aqui só tive tempo para festas, treinos, vestidos, treinos, natal, treinos, mais vestidos, já falei treino? Treino de postura, etiqueta, bom modo, até como caminhar, sinceramente para mim caminhar é um pé na frente do pé... Gosto de escrever em meu diário acontecimentos, e ainda não tive tempo de comentar Sebastian nele, suas qualidades físicas e intelectual, seu caráter, sua bondade, seus olhos... Não sei como denominar a atração que sinto por seus olhos, voz, pele... começo a escrever em letras cursivas a primeira vez que o vi... 15, janeiro de 1841 A primeira vez que meus olhos pousaram em Sebastian Damman, de poderosos olhos azuis, braços musculosos e cabelo brilhante, ajudaram-me a compreender o que li nos livros antes sobre encantamento. Quando naquela mesma noite, esbarrei em seu corpo definido... também comprovei que ele era capaz de roubar a alma de uma mulher com apenas o roçar de suas mãos. Depois de ouvir aquela voz sedutora, não pude reprimir um suspiro de desejo, um desejo inexplicável de sonhos impossíveis. Como seria a sensação de estar nos braços desse homem bem-apessoado? Como seria se ele olhasse-me com devoção absoluta, ser a destinatária de todos seus olhares? Sebastian surpreendeu-me em tudo. Era bonito como o nunca tinha visto nenhum outro homem, tentador como o pecado, mas sua imponente beleza não era a única razão pela qual o meu coração palpitava de curiosidade e fascinação quando aquele homem estava perto. Havia algo nele que o fazia irresistível, perigoso. Mas não sei explicar... Apesar de que não posso fazer isso. É errado. Sou somente sua pupila"

— Olívia, posso entrar? — Falou Sofia com voz entrecortada, senti que lhe faltava o ar. — Pode sim, Sofia. — Olhei fixamente para o teto. — Como você está? —Perguntou com voz amorosa.

— Sinto como se estivesse sozinha em um ambiente escuro, sem possibilidades de sair, com mãos atadas, com falta de ar, definitivamente com coração sangrando em uma ferida sem cura. — Falei sentindo lágrimas. —Meu coração não aguentará muito, Sofia, e devo resolver meus assuntos aqui antes de partir. Ficarei para meu aniversário, mas depois pretendo voltar para o internato. — E o que você pretende fazer? Meu irmão não permitirá. Ele é seu responsável e pode ter certeza que ele pode ser bastante persuasivo. Ele fará questão de que você more aqui. — Ah, meu Deus, você não está insinuando que ele me obrigará a ficar aqui? — Falei com voz de tremor. — Quer você queira, quer não, você é a pupila de meu irmão. — Falou ela confiante. Fiquei pensando nas duvidas que a vida me dava, mas minha mente tinha outro foco, centrando Sebastian em minha mente. E ao fazê-lo, tento separar a inadequada resposta física de meu julgamento. Não havia a menor dúvida de que ele era adorável e de bom caráter. E também nada carinhoso, admiti, ela não tinha demonstrado nem um carinho por minha pessoa, muito corajoso do que qualquer outro homem que já conheci. — Olívia? Você está falando de ficar aqui a força, pensei que gostasse daqui. — Falou ela meio triste. — É que não seria nada agradável, eu diria, legal ficar aqui, sendo que eu quero estar em outro lugar, meu corpo está aqui, mas meu coração só está em um lugar. — Falei desabafando. — Eu sei.... Ela é.... especial, eu diria maravilhosa, nunca tinha visto criança tão linda...carinhosa...esperta. Até meu irmão que não vai com cara de criança se apegou a ela. — Falou ela, mas de repente parecia lembrar de algo. — Você deveria ter visto o desespero dele, quando me contou que tinha uma pupila, pior tinha achado que você era criança, ele realmente estava apavorado. — Falou ela sorrindo, mas eu não estava nada contente com essa descoberta. — Não sei qual é o motivo de riso. — Falei seria — Não é nada legal rejeitar criança, eu mesma tenho condições para falar de rejeição. — E todos os tempos de abandono voltaram a minha mente com tudo. — Desculpe-me, Olívia, eu sei o quão ruim é não ter as presenças do pai, eu vou te revelar um segredo, também sei o que é ser rejeitada por seus pais. Olívia, Sebastian não é meu irmão de

sangue, nada que diminua meu amor e consideração por ele. Acho que não poderia ter família melhor. E apesar de não sermos do mesmo sangue, somos unidos e somos muitos felizes. Quando era bebê, minha mãe era criada da família de Sebastian e no meu parto ela não resistiu. Então Elizabeth sentiu-se no dever de criar-me como filha. — Falou ela com uma fina voz, quase engasgando com lágrimas e eu senti um nó se formar na garganta. — Nunca imaginei isso, vocês se dão tão bem juntos…— Falei já com as lágrimas escorrendo. — Pois é, quem vê não diria que não somos irmãos. Sebastian trata-me muito bem até demais. Sempre cuidou e me protegeu de tudo. — Disse ela e pude ver a admiração em seus olhos. E em pensar que quando a vi achei que ela fosse a prometida de Sebastian... — Vocês são ligados, vivem trocando anedota entre si... — Falo lembrando todos os momentos que presenciei a afetividade entre os dois. — Sim, ele fica possesso quando chamo ele de rabugento velho, mas sei que no fundo ele tem vontade de sorrir. Ele é gracioso, Olívia. — Isso eu sei, Sofia. Olha só o que ele está fazendo por mim: proporcionou-me um natal incrível, deu presentes maravilhosos para Cecile, agora está preparando um baile só para meu aniversário. Deve estar gastando fortuna com isso, coisa que nunca poderei pagar. — E realmente não terei como pagar nada, pois tenho certeza que meu pai não me deixou nenhuma herança, porque sequer fazia questão da minha existência. Nem sei como deixou-me um tutor, acho que ele nem fazia ideia da minha idade então. — Já conversamos disso, Olívia, meu irmão nunca lhe cobraria nada mesmo. Ele está fazendo tudo de bom gosto mesmo, e você não diga coisas que não sabe...você não sabe de nada. — Disse ela fazendo mistério, e eu não gostei de nada disso. O que não sei? Será que eles me escondem algo? Por via das dúvidas, melhor eu perguntar... — O que eu não sei, Sofia? — Deixa isso para lá Olívia, aposto que um dia você saberá. Agora que tal guardamos as coisas de Cecile para ser enviada para o internato e depois cuidamos da preparação do seu aniversário? — Perguntou querendo mudar de assunto. — Aliás você já passou muito tempo chorando, aqui, trancada nesse quarto, quase não se alimenta.

— Não tenho vontade de nada. — Falo respirando fundo. — Mas você pelo menos deve se alimentar, meu irmão não está gostando nada disso. — Sofia, vocês não entendem que eu sempre estive com Cecile, sempre cuidei dela, sempre desde que ela chegou no internato que somos apegadas. — Falei sentindo as lágrimas de novo arder em meus olhos. — Olívia, você que não entende. Ficar nesse sofrimento todo, se lastimando não vai adiantar de nada. — Sofia, eu sei. Mas não consigo evitar, é mais forte do que eu. — Eu sei. —Falou ela puxando-me para seu colo. — Eu tenho que saber como ela está. — Disse-me acomodando melhor em seu colo. Agora sim, eu estava aos prantos, pois as lágrimas corriam à vontade. — Eu sei um jeito de você descobrir como ela está. — Ela disse e logo minhas lágrimas diminuíram com uma nova esperança surgindo. — Como? — Perguntei limpando as lágrimas com as costas das mãos. — Que tal escrevermos uma carta para diretora? —Ela disse e nem tinha me tocado antes dessa possibilidade. — Claro, Sofia, que ótima ideia. — Levantei e praticamente corri para meus papeis e canetas. — Eu sei que sou inteligente. — Disse se gabando. — Menos Sofia, mas mesmo assim agradeço por sua ideia. — Não precisa agradecer, Olívia. Eu também estou com saudades de nossa princesa. — Está bem, mas o que escrevo? — Perguntei sentindo-me feliz pela primeira vez em três dias. — Hum ...escreve o que você quer saber. Escreve perguntando como ela está, que estamos morrendo de saudades, que logo daremos um jeito de ir visita-la, que a amamos muito...

— Está bem, escreverei isso. Mas sabe de uma coisa? — Perguntei e ela sacudiu a cabeça em negativa. — Eu quero perguntar de onde surgiu esse responsável dela. — Olívia, será que é bom perguntar isso? — Não sei, mas não nos custará nada em perguntar. — Se você deseja assim, é uma ótima oportunidade. Além do mais Sebastian já está verificando isso. — Ela disse e surpreendi-me... — Como assim? Por que ele não me disse nada? Ele já descobriu algo? — Fiz várias perguntas ao mesmo tempo. — Oura porque, ele ficou muito triste depois de ver você naquele estado e também ficou muito nervoso, ele não sabia o que fazer. Então achou melhor descobrir o porquê está acontecendo, já que você afirmou que nunca tinha ouvido em falar que ela tinha responsável. — É verdade, nós duas sempre éramos as únicas que não recebíamos visitas, cartas, presentes, nada. — Pois então, por isso ele achou estranho. — Não sabia que ele faria isso por mim. — Você não tem noção do que ele faria. — Falou e surgiu um sorriso apatetado em meus lábios. — Agora vamos parar de falar desse chato e vamos escrever. Falando nisso, Olívia, quando cheguei você escrevia algo, o que era? — Eu? Eu não estava escrevendo nada...era só baboseira. — Falei gaguejando e senhor que ela nem sonhe que estava escrevendo sobre o desejo que sinto por seu irmão. — Vou fingir que aceito isso, mas saibas que não me engana. Não vou te perturbar quanto a isso, porque um dia você querendo ou não eu vou descobrir. — Ela disse confiante e se depender de mim ela nunca saberá. — Você não saberá, creio que não se atreverá em roubar meu diário.

— Você tem diário? — Perguntou sorrindo. — Sim, você não tem? — Não. E está vendo? — Perguntou e eu não entendi a pergunta somente sacudi negativamente a cabeça. — Você já está começando a contar o que quero saber, não sabia que você tinha diário. — Disse parecendo vitoriosa com a pequena descoberta. Claro, que ela tinha usado da esperteza ao seu favor, eu e minha boca grande que não consegue se manter fechada. — Você tem culpa. —Disse e ela levantou as mãos em sinal de querer dizer que não tinha nada a ver com aquilo. — Eu fiz nada, só perguntei e você respondeu. — Perguntou em um momento em que não estava com a cabeça ligada. — Falei tentando defender-me. — Está bom, vamos parar e começar a escrever logo. Por que depois temos que preparar seu aniversário, voltar com as aulas. Sebastian ficará muito satisfeito em saber que a sua rotina voltou. — Bela rotina. E em falar em Sebastian, pela milésima vez. — Sorrir — Onde ele está? — É verdade, sempre meu irmão está presente, querendo ou não. — Ela sorriu também por um instante, mas logo seu sorriso se desfez e uma expressão de contrariedade se fez presente. — Aquele ranzinza deve estar com algum rabo de saia por aí. — Disse fazendo careta. Sinto um amago na boca. Um frio repentino surgiu em meu interior. Era como tudo estivesse caído, pedaços por pedaços. — Rabo de saia? — Perguntei querendo ter a certeza do que estava ouvindo — Sim, Sebastian é conhecido pelos os arredores por ter muitos casos com mulheres, com muitas mulheres, diga-se de passagem, não há uma que não caia nos seus encantos, por onde ele passa as mulheres se jogam aos seus pés. — Não é para menos, pensei eu. Eu mesma faria se pudesse. Mas não gostei de saber que ele tinha muitas mulheres, não era nada bom ter a confirmação de algo que já tinha imaginado. Por mais que eu pudesse pensar, nunca saberia de tal extravagância, e magoou-me muito em saber disso. Pior que não posso demonstrar nada, não tenho nada com ele, a não ser um título registrado em cartório, mas queria ter bem mais que isso,

sabia ele não almejava nada comigo já que não se apega a ninguém. Meus olhos encheram de água e meu coração deu uma pontada ao notar que estava se despedaçando, mas disfarcei bem e comecei a escrever….

Capítulo 13

Sebastian

Estava novamente tirando todo atraso de meus desejos carnais. Depois que minha pupila chegou, tinha me resignado a sua adaptação. Andava precisando encontra-me com uma mulher sedenta por mim. A sorte presenteou com uma nova viagem do Wilson, assim que Eliza mandou-me uma mensagem através de seu cocheiro, não esperei muito, e fui para sua casa. Agora estava aqui, apertando os meus dentes enquanto a mulher fogosa e ofegante que tinha debaixo de mim laçava-me com as pernas com força, atraindo-me ainda mais para o interior daquele voluptuoso corpo fumegante. Atrevida, apertava seus seios nus, deliciosos e perversos, contra suas mãos enquanto eu satisfazia o desejo voraz de minha antiga amante. Nem sequer tínhamos chegado ao leito, no andar de cima. Meu desejo não tinha permitido. De modo que eu a tinha tomado ali, de pé no salão, sem tirar as calças de mim e nem ela o vestido de seda. — Anjo, incendeia-me. — Disse deitando-a com um empurrão na mesa da sala, inundo-me entre suas acolhedoras coxas, e não me surpreendi encontrá-la úmida e excitada. Eliza ardia de desejo e suplicava-me, entre gemidos incoerentes, o intenso prazer que só eu podia lhe proporcionar. Eu estava mais que disposto a agradá-la. Eu a punia com minhas estocadas violentas. Estava em busca de consolo para meu membro sedento. Obtivi temporalmente com aquele sexo primitivo e agitado, meu sangue fervia, era algo que gostava muito. O prazer me encantava em todas suas peripécias. Enquanto o sangue corria quente pelas minhas veias, chegando e mantendo meu membro completamente duro, cobria à mulher por completo com meu corpo, enfiando-me em seu quente esconderijo. — Sebastian... esplendido Sebastian... — Uiva alto a mulher carente de meus ataques. Eliza era perita no sexo, sabia como fazer-me alcançar o clímax. Penetrava com urgência, atingindo um prazer crescente e explosivo. Continha com minha boca os gemidos desenfreados

dela enquanto que meus dedos se fechavam tentadores ao redor dos mamilos eretos de seus voluptuosos seios. Eliza voltou a estremecer-se e soltou um grito de ardente desejo. Esse era o momento que mais gostava, quando ela enlouquecia com meu ataque. Senti que ela estava construindo seu gozo. Mas eu queria atrasar meu próprio e satisfatório alivio até que senti as primeiras convulsões dela ao redor de meu membro pulsante. Meu próprio clímax se produziu imediatamente e com intensidade e meu corpo musculoso se contraiu de intenso prazer enquanto a mulher tremia e soluçava sob meu peso. Até depois de terminar, ela continuou obstinada a mim, ela continuava a tentar prolongar por mais tempo meu gozo, ainda com minha decrescente ereção em seu interior, o alivio escondendo meu desespero que veio com tudo. A realidade não permitindo que a nova notícia não desaparecesse de minha mente. Com certeza meu tio estava empenhado em decidir todo meu futuro. — Que visita mais adorável, meu querido galanteador — disse Eliza por fim, e sua voz rouca e entrecortada ressonou com força no silêncio da estadia — Adorei a comprovação do amante tão brutal que pode chegar a ser. Posso ver que algo está lhe fazendo ser assim. — Disse convicta. Eliza conhecia-me bem, sabia que quando usava tal violência em nossas relações carnais, algo acontecia. Ela estava certa, pensei com pânico. Essa noite, não tinha usado de minha delicadeza, embora a mulher que, saciada, já era acostumada a mim, parecia satisfeita com minha brutalidade. Olho ao redor do cômodo, noto as velas do aparador de mogno esculpido cintilarem, prendendo minha atenção por pouco tempo. Eliza olhava-me contente, sua pálida pele estava toda marcada e a excitação era nítida em cada poro, seus cabelos estavam bagunçados, seus olhos brilhantes, em seus lábios carmim brincava um sorriso. Soltei uma maldição ao notar que alguém era feliz. Menos eu. Embora estava satisfeito, embora estive com todos meus desejos carnais saciados, não tinha conseguido esquecer meu novo tormento. Minha frustração ao descobrir que tinha uma pupila, não se compara a essa nova. Era algo que nunca tinha preparado para vida, algo que não almejava para meu futuro. Eu estava completamente despreparado para meu futuro. E por mais que tentasse escapar disso, esquecer cada palavra que escutei na leitura de todo testamento, seria impossível. Meu problema estava preso em uma cláusula: em breve devia contrair matrimônio com minha pupila se eu quisesse assumir todos os bens e direto dela, maldito seja tio Liam por propor isso no testamento. Não bastava a obrigação de responsabilidade de sua filha, agora teria que casar-me com a própria por culpa de suas guerrinhas com o proprietário das terras ao lado das terras de Olívia, da qual ela nem sabe que herdou. Separei-me de supetão do

corpo de Eliza, a mesma não entendeu meu comportamento, nunca que descuidava de uma mulher depois do sexo, mesmo sendo algo totalmente sem sentimento não lhes desrespeitava, Eliza, chocada, baixou as saias para cobrir suas coxas nuas, enquanto eu levantei e amarrei as minhas calças. — Estou perdido. Perdido. — Disse alvoraçado. Logo comecei a andar de um lado para o outro, deveria parecer um desajuizado, Eliza parecia estudar-me, parecia que estava contendo as perguntas. Logo ela se virou na sala e começou a andar até licoreira de cristal que havia sobre a mesa auxiliar de nogueira e serviu-me um copo de uísque. Aceitei o gesto com agrado, precisava afogar os gritos de minha garganta queria produzir. Eliza ficou imóvel perto de mim, enquanto bebia fluidamente o liquido âmbar. Cansada do silencio, ela se aproximou mais de mim. — O que lhe afligem, Sebastian? Em todos anos que temos nossas aventuras carnais, nunca tinha agido assim. Não digo que não aprovei tal ato, pois estaria mentindo, nunca tinha gozado tanto... aliás faz tempo que não lhe vejo, sua última visita faz meses, tem um longo tempo que não ocupa minha cama. De fato, desde que se converteu em Tutor daquela mocinha, não o vi. — As obrigações do título me levam mais tempo de que esperava. — Respondi evasivo. — Devo dizer-te que meu marido não é metade de você na cama, sentir muito sua falta. — E eu de você, anjo. — Murmurei distraído. — Vai contar-me o que o preocupa? — Tentou novamente. — Não acho que lhe agradará saber o que me passa. — Disse e ela sorriu indulgente. — Eu acho que nada pode desagradar-me depois deste momento. Sebastian, estou bem satisfeita com nosso momento. Aproveite e diga-me, quem sabe não posso lhe ajudar. — Duvido que possa. — Respondi com um sorriso cínico — Mas se assim desejas saber. Ouça essa: Logo serei um homem amarrado — Amarrado? — Repetiu alarmada. — Vai casar-se? — Por acaso do destino, melhor, por obra de meu patético tio, asseguro-lhe disso.

— Mesmo assim, vai casar...? — Liam Sallie obrigou-me por testamento a ser tutor de sua filha, mas pior que não para aí. Terei que casar-me com sua filha para defender suas posses e meus desejos. Acho que meu tio agiu como mestre. — Disse divertido. Casamento não era algo que planejava, logo mandaria Olívia voltar para seus últimos meses no internato, enquanto lhe planejava seu futuro com um pretendente do qual escolhesse, mas não imaginava que eu mesmo ocuparia a posição. — Estou chocada. — Não mais que eu. Sinto que irei perder sanidade. — Hum. — Eliza ficou em silêncio um instante, logo se sentou na mesa e pensou muito bem antes de falar. —Então não tem escolha. Pensava... confiava que... nós.... Você nunca desejou isso. Eu sabia do que ela falava. Eliza mantinha em seus mais escondidos pensamentos que conseguiria contrair um matrimônio entre nós, podendo assim deixar seu marido o senhor Wilson para trás. Eu nunca pensei na ideia, Eliza só me agradava no sexo, ela era completamente volúvel, pois ela só se interessava por os novos vestidos de festa e as festas elegantes, gastava nisso a maior parte da fortuna de seu marido. Além de ser ultrapassada para minha idade, não render iame uma boa família. Não que um dia pretendia contrair matrimonio com ninguém, sempre fui solto, livre e gostava de uma boa perdição. Nem tampouco era a senhorita Olívia Sallie tinha esse poder sobre mim, mesmo que ela fosse uma jovem brilhante. — Ai de mim! Voltei a praguejar baixinho, como se ela fosse a culpada, pobre moça nem desconfia da sacada de seu pai e por consequência minha própria armação. A exigência que Tio Liam tinha exposto naquele pequeno pedaço de papel fazia-me sentir encurralado, preso e esse não era um sentimento agradável. — Esse matrimonio será logo? — Quis saber Eliza. — Possivelmente sim. Ela está sendo roubada, suas terras estão sendo roubada. — Falei explicando a situação. — E temo que a qualquer dia seremos invadidos por os inimigos que tio fez durante sua vida, mais precisamente os Orlandos. Tio Liam por meio de seu testamento achou-me

certo para o cargo de marido da filha também. Pois pareço ser um homem vigoroso, resistente e totalmente inimigos dos Orlando. Meu tio deve ter pensando que preciso vingar-me de todos. Tomei um longo gole da minha bebida. Enquanto Eliza parecia aturdida com a novidade. No fundo eu sabia que o casamento iria acontecer, brevemente ou não. Precisava encontrar um jeito de contar para Olívia. Eu sabia que tinha que casar, era preciso disso para minha vingança, mas também sabia que não estava disposto a seguir as regras do meu enlace. Novamente o trecho da breve carta que meu tio me deixou, veio em minha mente, Tio Liam tinha sido bastante claro em seu desejo. " Querido, Sebastian você deve agora está se perguntando o porquê disso? Eu lhe respondo, você é totalmente homem de caráter, nada menos que desejo para minha querida filha. Sebastian acredito que estarei também lhe concedendo uma oportunidade de vinganças aos seus desagrados. Pense em seu pai e irmão ao aceitar isso, eles merecem que sejam vingando. Pense também em sua maravilhosa mãe, o qual feliz ela ficaria de ver você construir uma família digna. Aposto que você tem características de um bom líder, desde pequeno é imperioso. Pense bem antes de recusar total pedido. Minha filha necessita de sua proteção. Você mais que ninguém sabe da covardia dos Orlandos. O casamento não é de todo mal, quando temos uma mulher boa ao nosso lado. Maldito seja, em partes ele estava certo. Eu precisava vingar aos meus, mas acredito que não era com matrimônio que conseguiria isso. Entretanto, minha querida mãe ficaria satisfeita se estivesse viva. Pelo pouco que tenho lembranças dela, a mesma viva preparando-me para tal acontecimento. Esperava que eu construísse uma família. — Diabos! — Gritei. Eliza olhou-me assustada. Nos últimos anos estava dedicado somente a vingança. Tinha conseguido vitória no ataque a dois culpados do pela morte de meu irmão e pai, mas ainda não tinha chegado no principal causador da perda de minha família. A impossibilidade de não concluir meus desejos angustiavame muito. Estava totalmente de mãos atadas sem o poder total, caso contraísse matrimonio seria dono de todas terras da redondeza, tornando-me assim líder de dois clãs: Damman e Sallie, ninguém poderia decidir nada sem mim. Era algo tentador, que almejava isso desde sempre. Às responsabilidades de chefia, não me fazia deseja menos isso, tinha descoberto através de Olívia, que tinha jeito com isso. De fato, produzia-me uma enorme satisfação agir com responsabilidade.

Nada me agradava casar. Entretanto, meu caráter e a honra me obrigavam a satisfazer a condição que meu Tio deixou para que eu tivesse controle de todas as terras da família. — Quem é a felizarda? — Perguntou Eliza tirando-me dos meus pensamentos. Servir-me de outra dose. Queria manter em sigilo a identidade de minha futura esposa. Mas pelo olhar que Eliza deu-me, sei que não conseguirei manter esse segredo. Afinal, logo todo saberão mesmo, resolvo dizer. — Minha pupila. Olívia Sallie. Única herdeira de Liam Sallie, consequentemente dona das terras do Clã Sallie. — Uma bela aposta. — Disse ela e acertou em suas palavras. Era disso que faria esse casamento. Uma aposta. Uma aposta que conseguiria sair bem-sucedido na batalha que travarei. Além dos mais, poderia aproveitar o matrimonio para meus desejos carnais. Não que Olívia atraiame como mulher, ela era até bonita. Lembro das vezes que pude apreciar sua beleza. Sim, ela não era nada mal, mas com certeza seria uma negação nas artes carnais. — Acredito que sim. — Disse ao lembrar sua chegada. Bebi com tristeza o resto do meu uísque, recordando perfeitamente da noite que ela tinha chegado em minha casa. Completamente afetada e de língua afiada. Aparentava perdida e confusa. Igualmente a mim ela tinha sido vítima das armadilhas de um testamento. Olívia era uma moça inteligente, cada gesto demonstrava isso. Seus olhos azuis, seus traços eram bem delicados. Sem dúvida não era o tipo de mulher que conhecia dos dotes físicos. Eu era um homem com que apreciava isso, acha deliciosos e charmoso uma mulher saber seduzir. Acho que uma virgem jamais visitou minha cama. Olívia Sallie, era muito quieta, muito certa. Nosso casamento será um tedio, logo para um homem como eu, que amava a vida do pecado carnal. Adorava às mulheres em geral, não fazia distinção quando queria levar para cama. Bastava passar somente por um dos meus quesitos: ser fogosa, apaixonadas como eu por sexo. Não me importava com beleza física, não era atraído por isso. Mas jamais renegaria envolver-me sem interesse de ambas as partes. Estava disposto a fazer o sacrifício pelo bem de meus interesses. Depois do baile, estava disposto em oficializar meu casamento, logo não teria escapatória mesmo, quanto antes melhor. — Então podemos começar os preparativos. — Murmurou Eliza interrompendo meus tristes pensamentos. — Contudo queria saber se nosso caso terminaria aqui? — Certamente teria que cumprir meus deveres de marido no início, pensei com frustração. Cumpriria com minha obrigação.

Manteria um matrimônio arrumado, mas não tinha intenção de mudar minha forma de vida por um casamento não desejado. Continuaria com minha vida libertina. — Não vejo motivos para terminar nosso caso. — Disse e a mulher respirou aliviada. — Mas Sebastian, diga-me uma coisa. Aquela garotinha que eu vi junto com sua pupila já voltou para o internato? — Me sussurrou Eliza, sentando-se em meu colo toda desejosa. — Sim Eliza...já voltou e foi uma noite terrível, não quero nunca mais ver Olívia triste daquele jeito. — Falei lembrando do olhar perdido e triste de minha pupila naquela noite, podia ainda ver cada lágrima descer em seu pálido rosto e doeu muito vê-la daquele jeito. — Mas farei de tudo para trazer Cecile de novo para junto de Olívia. E sim, farei o possível e impossível para ver sempre a Olívia sorrindo, mas que merda ...não quero ficar lembrando dela com outra no colo. — Mas o que você quer saber com isso, Eliza? —Perguntei duro. — Nada, Sebastian. Mas você não terá como traze-la de volta, pois seus responsáveis não deixarão. — Disse e algo em mim acendeu, como ela sabe desse fato, sendo que não mencionei nada? — Como sabe disso, Eliza? — Você disse Sebastian. Esqueceu? Mas vamos deixar isso para lá, fica comigo essa noite? — Perguntou manhosa e eu tenho certeza que não disse isso. Esbocei um sorriso, satisfeito, mas, entretanto, respondi: — Duvido que hoje fosse uma companhia agradável. Agora mesmo não estou de muito bom humor. — Então procurarei que mude. — Devagar, ela percorreu meu torso com os dedos até chegar a minha camisa, amaciou todo meu dorso, fazendo leve caricias em todo meu peito, subindo e descendo. Permaneci imóvel, olhando-a um instante, me perguntando se seria capaz de sentir o desejo que ela esperava; eu tinha fama de ser implacável no ato sexual, mas nunca havia passado por situação de frustação como está que estou vivendo. — Ame-me, Sebastian, desejo-o outra vez. — Ela implorou com um olhar ardente...

— Seu pedido será acudido. — Disse enquanto forçava-me ter desejo. Estava prestes a saborear os vermelhos lábios da formosa mulher em meu colo, quando escutamos os cascos do cavalo. Me sobressalto e empurro Eliza de meu colo, ela assustada começa a tomar postura. Me ajeito e sento ereto na poltrona, Eliza senta na outra, de modo que parecesse estarmos proseando. — Minha querida esposa, a viagem foi alterada. — Senhor Wilson, falava enquanto vinha em nossa direção. Eliza tratou de levantasse e receber o marido como uma boa esposa. — Que bom, nem sentirei saudades. — Gracejou Eliza nervosa. — Que bela visita está em nossa casa. — Olhou-me enquanto abraçava e beijava as bochechas da mulher. Meu cenho deveria estar surpreso por sua chegada, Eliza havia afirmado que ele passaria dias fora. — Acabei-me de chegar, vim somente fazer o convite formal do baile de minha pupila. — Invento uma mentira descabida. — Ouvi falar de suas responsabilidades. — Encarou-me como se quisesse fazer entender algo. — Ouvir dizer que sua pupila é muito bela. — Findou e um asco subiu em meu interior. Nada agradava-me tais palavras sair de sua boca. — Posso dizer que é sim. — Falei ao levantar-me na intenção de ir embora. Meu dia havia acabado de torna-se pior. — Eliza, agradeço pela boa cordialidade, mas creio que preciso voltar para minha casa. — Fique mais, Sebastian, creio que possuímos assuntos para palavrear. — Senhor Wilson disse sorridente. — Infelizmente não desfruto mais de tempo. Saio apressado da mansão. Wilson pareceu estranho com todo seu dialogo, não possuíamos nenhum infortúnio. Nossas famílias eram amigas. Então não havia motivos para preocupar-me. Meu cavalo estava seguro, pela tarde gostava de sair e sentir a brisa e sensação melhor era sentido na sela do meu leal corcel.

Capítulo 14

Olívia

Aquela paisagem espetacular deixou-me fascinada. Tinha uma cor avermelhada devido a flores típicas, estávamos na primavera, era uma acidentada beleza: montanhas altas com profundas gargantas, o rio estava nebuloso e provavelmente frio e a relva selvagens salpicando as magníficas serras dando uma visão mais de campo. Naquele momento, minha visão estava presa em toda aquela beleza, era digno de um quadro. Havia samambaias, flores de todas variedades, um encanto. — É tão bonito... — Murmurei em tom reverencial. Era muito diferente de tudo que presenciei. — Sim! — Coincidiu Sofia. — É uma terra excelente, muito rentável. — Tínhamos saído para um passeio pelos lindos campos. Sacudi a cabeça tristemente, tendo a confirmação que minha vida tinha sido monótona e fria, nunca tinha sido incapaz de apreciar semelhante beleza, por que fui privada disso. Eu não sentia um afeto especial por meu pai, um homem que mal recordava, mas não chega a sentir qualquer sentimento de ódio pelo mesmo ter me abandonado em um internato. Eu entendia bem seu sentimento, não deveria ter sido fácil ter uma filha mulher sem a esposa ao lado. Além seria lago totalmente anormal para época. Parei por um instante, para colocar meus sentimentos em ordem, era difícil entender o porquê tinha acontecido isso em minha vida. Sofia parou ao meu lado, encantada também pela paisagem rural. Depois do rio podíamos ver várias propriedades. Era todas magníficas e bem cuidadas. Era diferente dos arredores do internato Olimpic, onde as casas de madeiras eram pequenas e sem muito luxo. — Olha Olívia. — Assinalou Sofia solene. — É a casa do Senhor Wilson e da Madame Eliza, eles são de certa importância para região, tem um filho um pouco mais velho que você, muito em apessoado. — Disse ela e duvido que seja mais belo que Sebastian. Ao longe vi um jovem acenando e se aproximando de nós em galopes rápidos. Ao chegar mais perto, desceu de seu

cavalo e o amarrou em uma arvore. — Senhorita Sofia, quanta honra em revê-la. — Falou todo pomposo, mas seus olhos tinham minha direção. — Digo o mesmo, nunca mais fomos ao mesmo evento e você não aparece mais em nossa propriedade. — Estive viajando, cheguei depois do natal—Agora ele desviou seus olhos de mim para Sofia. — O que vocês andam fazendo por aqui? — Ah que falta de educação a minha. Kinn, essa é a Olívia, pupila de Sebastian. Olívia esse é Kinn, filho do Senhor Wilson e Eliza. — Disse Sofia fazendo as apresentações. Kinn era branco com cabelos amarrados em um pequeno coque e falador, era mais ou menos de minha idade, conforme Sofia tinha dito. Desde que tinham saído da mansão Damman, as primeiras horas daquela manhã, Sofia me tinha entretida com seu falatório constante, obsequiando-me com vividos relatos de suas viagens, modas e sapatos, tudo que era seu cotidiano. — Não há em minha memória lembranças de uma jovem tão bela como a senhorita, Olívia. — Havia dito o moço, orgulhoso, estendo sua mão, a qual cedi a minha e ele depositou um pequeno beijo em seu dorso. Não tinha nem ideia do que eu poderia querer com tal ato, pois não me senti nada bem com esse modo de cortejo. Na realidade não estava gostando de seu toque, parecia ser íntimo, queria retirar minha mão de seu alcance. Além disso, tinha que ser sincera comigo mesma, seu toque era diferente de Sebastian, pois nada em mim acendia na presença de Kinn, ao contrário de quando eu estava com meu tutor. Um simples olhar de Sebastian era como se pudesse tocar em cada parte de meu ser, tudo que meu tutor fazia, produzia em mim uma reação muito boa. Mas tudo aquilo devia ficar para trás, bem escondido em meu interior e, em parte, com minhas certezas de errado meus espíritos foram se esfumando à medida que Kinn foi apertando minha mão mais forte. Agora eu estava ali, forçando-me aceitar a presença de um homem que seria o certo. Toda minha fascinação pelas paisagens havia se dissipado. Não era mais uma promessa de emoção, aventura e romance que tinha sentido durante o passeio. Não tinha mais a sensação de liberdade, tudo havia ficando momentaneamente morto e frio. Não na paisagem, mas dentro de mim. — Parece que não estou aqui. — Observou Sofia.

— Desculpe-me Sofia, estou fascinado pela beleza natural de Olívia. — Comentou Kinn ainda segurando minha mão, seus olhos brilharam com tal comentário. — Não é para tanto. — Falei nervosa, puxando minha mão de seu poder. Sempre me sentia tímida diante de qualquer elogio. — Não se sinta envergonhada. Sua beleza é diferente. — Voltou a afirmar. Agora estava corada, tal fato me fez esquecer minhas lutas internas. Agora, só importava mudar de assunto. — Olívia, ele tem razão você é uma mulher muito linda, pare de ser hipócrita. Estou até com ciúme, pois para Kinn sempre fui a mais bela daqui. — Sofia disse, e Deus será que ela gosta dele e ele aqui cortejando-me. — Não precisa ficar Sofia, pois você sempre será a jovem mais bonita também. — Disse ele e parece que ele é simpático. — Está bem. — Ela disse concordando e sorrindo em seguida. — Mas vamos ficar aqui parados, vamos caminhar. — Disse ele e apenas assentir com a cabeça. Mas como sempre sou desajeitada eu tropeço, caindo de forma hilária, rolando pela campina. — OLÍVIA! — Sofia gritou... — Anda, Kinn ajude ela! — Claro. — Disse e correu para impedir que eu rolasse mais, e segurou pela cintura, apertando-me contra seu corpo, mas mesmo assim ainda dava para apreciar sua pequena beleza física, que com certeza pudesse sobressaltar o coração das mulheres. Estava vestido de maneira muito informal, vestia roupas típicas de montaria, na cor cinza, sua camisa estava desabotoada no pescoço, mostrando pouco de sua pele, com botas de montar negras. À cintura levava um cinto seu cabelo negro, pareciam sedoso, brilharam alguns reflexos azuis .... Assustei, dando um pulo quando percebi o fato da realidade, estava descaradamente analisando minuciosamente Kinn, o pobre homem olhou-me confuso, parecendo não entender minhas atitudes, ora o examinava, ora o repelia. Mesmo com todo espanto, Kinn ainda me mantinha segura em seus braços. Seus olhos eram de um verde escuro, estudavam-me em cada reação. — Desculpe-me. — Disse por fim. Ele soltou-me lentamente, como se eu fosse frágil e pudesse cair a qualquer momento.

— Não há o que desculpar, adorei poder a ter em meus braços. — Disse todo galanteador e tenho que cortar suas entradas. — Isso não vai mais acontecer, em hipótese nenhuma. — Digo claramente. Espero que eu tenha sido clara. — Está bem, agora, creio eu que as senhoritas possam acompanhar-me a pequena bodega em um almoço? — Ofereceu ele e por mim recusaria, mas não estou sozinha... — Não fica muito longe daqui, podemos passar em minha propriedade e pegar um coche. — Claro que aceitamos, Kinn, vamos adorar sua companhia. — Sofia disse alegre. E pergunto-me de novo se ela está afim dele. Os dois olham para mim esperando a minha resposta. — Vamos, pois estou morrendo de fome.

***

Estava surpresa de ter aceitado sem muito lutar em ir ao um almoço. A bodega é confortante, graciosa e bem arrumada com mesas de quatro cadeiras cada e em cima de cada uma um pequeno arranjo de flores do campo, fico maravilhada com tudo, e com certeza nunca tinha visto isso em minha vida, ou possivelmente não teria a oportunidade caso não tivesse aceitado o convite de meu tutor de permanecer em sua casa. Estava com um vestido azul anil com barbados branco nos punhos, meu cabelo estava arrematado em um choque com vários trançados. Certamente, estava adequada nas vestimentas e não chamaria a atenção dos desconhecidos sentados nas mesas aos redores, para mim não era algo tão normal. Nunca tinha visitada esse tipo de local. Com isso meus pensamentos retornaram em tudo que tinha sido privada, não conhecia nada das rotinas sociais. — Olívia, o que você tanto pensa? — Perguntou uma Sofia inquieta. Fiquei calada, não me atreveria em abrir meus pensamentos diante de Kinn. Fujo do olhar questionador de Sofia e começo olhar para todos que estão presentes, pode ser que essa seja minha única experiência em uma bodega. Nada parecia incomum, mas algo chamou minha atenção. Um tal homem estudava-me por entre seus espessos cílios negros, sua cabeça prendeu para baixo quando ele percebeu que também o observava. Um gesto totalmente desconfiado, ele voltou a levantar sua cabeça, seu o olhar cor safira calmos, mas parecia muito ameaçador... uma ameaça estranhamente dirigida a mim, como se fosse um recado. "Céus o que ele quer dizer-me com esse olhar?". Fui tirada do seu campo de visão, pois justo então, uma criada do botequim e começou a servir sua mesa com cerveja entre os homens presente ao lado do tal homem. — Sirva-me primeiro! — Exclamou um moço da mesa. — Estou bem faminto. — Acredito que esteja, seu rosto deixa transparecer. — Replicou ela rindo. Estava nítido que era uma conotação sexual escondida. Quando ele lhe deu uma tapinha no traseiro, ficou mais claro ainda que o sentido de faminto era outro. Ela não reprendeu o gesto do homem, deveria aceitar esses tipos de brincadeiras. Continuou a servir cada um com sorriso e cordialidade. Quando chegou a vez do homem misterioso, abriu um sorriso maior ainda. Parecia que eles eram mais íntimos ainda. — Ela sempre lhe serve melhor. — Protestou o moço alto que tinha sido servido primeiro. —

Você reserva o melhor ao chefe. — Claro! — Falou outro — O chefe sabe agradar mais que você. A criada deu um sorrisinho enquanto assentia positivamente a cabeça. Estava chocada com tais gesto publicamente, parecia não terem vergonha de fazer cena abertamente. — Não posso negar em como ele agrada-me melhor. — Responde ela e assim houve gargalhadas altas. Era algo absurdamente vulgar. Mas estava agradecida que a criada tirou-me do campo de visão do olhar ameaçador do desconhecido homem. Procurando ignorar todo acontecido, voltei atenção para minha mesa, no mesmo momento era servido nosso almoço. Sofia havia pedido o meu, era uma pequena porção de sopa de legumes, acompanhada com pão de centeios, fiquei imensamente agradecia por ela ter escolhido uma refeição tão leve, provavelmente não conseguiria me alimentar de algo mais pesado. Todo o corrido com o homem misterioso havia me feito perder o apetite, ainda era capaz de sentir seu olhar ameaçador em mim. Sua voz e sotaque era bem mais alto que dos outros presentes, então conseguia sobressair qualquer outro murmuro que pudesse escutar. Seu tom forte causava em mim um efeito em mim: medo; era estremecedor e ressonava em todo meu corpo. Assustava-me como aquilo estava afetando-me, ao ponto de fazer meu corpo tremer. Enquanto isso, Sofia e Kinn estavam alheios toda a situação. Ela sorria para ele, enquanto bebia sua sopa avidamente. Kinn vez ou outra olhava para mim e sorria. Era evidente que ele queria demonstrar seu interesse em mim. Não lhe retribuía nenhum dos sorrisos, era impossível para mim. Não sentia vontade e nem coragem de lhe dar corda nas investidas. — Olívia, você está calada. — Falou Sofia limpando a boca no guardanapo. — Estou somente prestando atenção. — Falei sem vontade. — Seria um ótimo momento para você desse-me a chance de lhe conhecer melhor. — O belo rapaz continuava seus flertes, mesmo com todas minhas renuncias. — Não tem nada para lhe contar. — Falei e voltei atenção para minha comida que começava a esfriar. —Não é verdade, Olívia. — Repreendeu Sofia. — Sua vida está bem movimentada esses dias.

— Conte-me Olívia, tenho interesse em saber. — Kinn disse olhando para mim na intenção de deixar claros seus interesses. — Juro que não há nada de especial em contar. — Olívia, você está muito tímida. — Sofia falou endireitando sua postura na cadeira. — Por que você não aproveita e o convida para o baile? — Ela olhava para mim, indicando-me o que fazer. — Acredito que o convite deva ser feito diretamente a família de Kinn. — Falei calmamente. — Mas nada que impossibilite um convite mais informal. — Adoraria receber um convite especialmente de você. — Kinn disse piscando para mim. — Sendo assim, Kinn lhe convido para o Baile de meu aniversário. — Fico muito honrado com convite e espero que você possa conceder-me uma valsa. — Ele respondeu alegremente e não me atrevi em negar seu pedido, mas tinha certeza que quando ele pudesse cobrar sua dança a negaria. Bebi toda minha sopa fria mesmo e não falei mais nada, quando estava terminando minha última colherada, para minha perturbação, o homem caminhava lentamente em direção a minha mesa. Imediatamente tive dificuldade para respirar, enquanto meu coração começava a acelerar os batimentos, ao vê-lo aproximar-se cada vez mais, meus pés começavam a bater no chão em sinal de nervosismo, minhas mãos já deviam estar pingando com um suor frio, ele ia avançando, com uma potência e força que parecia controlar seu sentimento, mas a raiva era transparente. Agradeci de estar na companhia de Sofia, e principalmente de Kinn, que em todo caso nos defenderia. Mas isso não parecia lhe afetar, ao aproximar-se, parou em uma distância mínima de mim, levou sua mão esquerda a espada que não tinha visto em sua cintura, fez gestos de reverencia ao abaixar a cabeça. — Bem-vinda de volta, senhorita Sallie — disse com um cumprimento que mais pareceu uma ameaça. Não entendi o seu de volta, mas não o questionei. Estava muito temerosa com sua aproximação. Mas com todo receio, elevei meu olhar para encontrar-me com seus sombrios olhos.

— Lhe conheço? — Perguntei quando conseguir esconder meu medo. — Olívia, não dê atenção a ele. — Disse Sofia com um tom nervoso. — Estou perdendo algo? —Perguntou Kinn perdido. Duvido que não está mais perdida do que eu... — Seu pai, digamos, aquele ser ardiloso. — Disse como se tivesse uma náusea. Ardiloso? — Conheço ele, e suas características não negam que seja herdeira dele. — Completou. Herdeira? Cada vez menos intendo suas palavras, para mim meu pai tinha falido todo seu dinheiro. — Ardiloso? Herdeira? O que o senhor quer dizer com isso? — Perguntei confusa. — Olívia, eu já disse para não dá corda para esse senhor, logo ele irá perceber que sua presença não é bem-vinda. — Sofia falou e deixou-me mais curiosa ainda, parecia que esse homem sabe mais do meu passado que eu mesma. Logo ele arqueou uma de suas escuras sobrancelhas em direção a mim. — Não sabe? Com certeza devem está lhe escondendo o passado condenado de seu maravilhoso pai — O que não sei? —Inquiri, perplexa. — Não sei se sou a melhor pessoa para lhe contar, por que você não pergunta para seu tutor Sebastian? Com certeza ele saberá explicar melhor do que eu. — Já chega, vamos, antes que eu vomite na cara desse homem. — Sofia levantou-se e em seguida pegou em meu braço puxando-me para fora da bodega. — Sofia, espera. Eu quero saber. — Não tem nada para saber. Vem, vamos já para casa. — Disse impossibilitando-me de falar mais nada. —Kinn, nos acompanha até nossa casa? — Perguntou ela para Kinn, que tinha um sorriso em seus lábios parecendo ter ganhado o dia. — Acho que não é necessário. — Disse no intuito de desmanchar suas expectativas. — Desculpe lhe desapontar, Olívia, mas nada dar-me-ia mais prazer. — Agora ele tinha um sorriso malicioso. — Vem, vamos que lhes faço proteção até sua casa. — Disse por fim. E sempre

não sou levada em consideração, sou mantida no escuro. Ele aproximou-se pegando em minha mão, mas puxei...já não basta não saber da minha própria vida, vou ter que aceitar um flerte? Não, nunca...e se pensam que vou esquecer de perguntar desse ocorrido…eles não me conhecem.... Quando estiver mais possibilitada de imporme, voltarei com tudo no acontecimento de hoje. É minha vida que estar sendo discutida.

Capítulo 15

Olívia

— Olívia gostaria de lhe convidar para um passeio na cidade. — Disse Sebastian. — Imagino que não conheça bem todas as redondezas, e como nunca tivemos oportunidades de nos conhecermos. Aproveitamos e passamos na modista, Sofia teve que se ausentar. — Continuou e me chocou, meu tutor nunca tinha proposto algo assim, nunca havia passado algum tempo somente com ele. — Como? — Perguntei apreensiva. O silencio se fez presente. Meu tutor apenas olhava-me. Eu me remexi incomodada. Sem saber em como comportar-me. Internamente escondo meu nervosismo e agradeço por suas lembranças, estava praticamente nas últimas provas do vestido para baile, jamais lembraria do compromisso. Tinha muitos outros assuntos com os quais preocupar-me e pensar. Todos aos acontecidos não me abandonavam, principalmente o acontecido da Bodega, o que aquele homem disse a respeito de mim e meu pai, não saia de minha cabeça, parecia ter bem mais coisas escondidas. Depois de ter chegado em casa, eu não desci mais nem ao menos para jantar, jantei em meu quarto, não queria perguntar e ficar sem respostas, então resolvi amadurecer minhas perguntas para não ter escapatória. Sofia havia ido para casa de sua madrinha, talvez ela passasse uns dias lá, já podia sentir sua falta, adorava passar horas conversando com ela, apesar de as vezes ela insistir em assuntos que não estava acostumada. Nada de moda era do meu cotidiano, preferia horas e horas lendo meus livros. Também não saia da minha mente o Kinn e seus cortejos e passei a maior parte da noite anterior e dessa manhã repensando na conversa dele, ele parecia ser simpático, mas não tenho como comparar nada, nunca tive aproximação com homem algum, mas uma coisa eu tinha certeza: não sentia um mínimo pingo de atração por ele e sim pelo homem parado aqui na minha frente e ele assim, aqui comigo, conseguia dissipar qualquer assunto de minha mente. Não conseguia

concentrar-me em nada que não fosse seus olhos. — Olívia, espero sua resposta. Um passeio lhe fará bem. — Adorarei. Espero que goste do modelo do meu vestido do Baile. — Falei, e olhei para cima para demonstrar ainda mais que a ideia do passeio tinha me agradado. Mas vacilei, Sebastian estava parado em frente à minha cama, não tinha notado que estava tão perto assim, estava usando um casaco azul-marinho, um lenço em volta do pescoço da mesma tonalidade e calça bege. Azul deveria ser sua cor preferida, sempre usava essa cor. O brilho do sol que entrava pela janela realçou as botas pretas de couro polidas e adicionava reflexos brilhosos aos cabelos negros. Sebastian era diferente, adorava usar seus cabelos soltos, nada de coques ou amarras. Seus cabelos o deixavam selvagem. E apesar de tudo que eu sabia que estava errada, apesar dos meus esforços para impedir esses sentimentos, apesar do meu esforço em forçar meu pensamento em Kinn que era disponível e certo para mim, ao vê-lo tão imponente, eu não consegui impedir meu coração de disparar. Levantei depressa da minha cama e lhe dei as costas, poderia parecer um gesto de falta de educação, mas tremia que ele pudesse perceber meus sentimentos que estavam aflorados, cruzei os braços evitando a tremedeira nas mãos, coloquei a carta que escrevia para a sra. Magnólia em cima do criado mudo, estava buscando alguma informação de Cecile, essa será a terceira carta que mando, as outras não obtive respostas. E orava para que pudesse ter quaisquer notícias. Volto meu corpo para dar atenção o meu Tutor, Sebastian parecia alheio a toda situação, mas ao mesmo tempo estranho. Parecia travar uma luta interna, estava tenso e com rugas nas testas. De repente balançou a cabeça como se estivesse negando algo internamente. Esperava que toda aflição não fosse por minha culpa. Ele parecia preocupado ou será que minha presença o deixou irritado e impossibilitado de descansar? Qualquer uma das opções não é nada boa. Não me agradava ser um estorvo na vida de ninguém, mas ele me parecia controverso. Quando quis partir para o internato o mesmo não permitiu, criando o baile de apresentação. — Você está pronta? — Perguntou ele. — Gostaria de voltar antes do almoço. — E esse pensamento entristeceu-me, seria pouco tempo que desfrutaremos juntos. — Dê-me um minuto, preciso trocar o vestido para algo mais adequado. Sofia me repreenderia por tal descuido. — Respondi afogando minha tristeza repentina. Respirei fundo, lutando contra o ressentimento. Tinha de admitir que, em meu intimo esperava passar o dia todo

com ele, mas seria impossível, ele deveria ter suas outras obrigações, ultimamente sempre o via chegar cansado e acompanhados por meia dúzias de homens, todos montados a cavalo. — Lhe esperarei na sala, já tinha avisado o cocheiro de nosso passeio — ele disse. Começou a caminhar para fora do quarto, mas virou-se, olhando pensativo. — Olívia, eu tenho que lhe falar...— Pela primeira vez desde que eu o tinha o conhecido, Sebastian, parecia nervoso e desassossegado. E afligia-me o ver assim, sem poder ajuda-lo. De fato, não conhecia o que passava com meu Tutor, desde que chegará não podia o conhecer, temo que ao sermos apresentados através de um documento tenha aniquilado todas chances de afinidades entre nós. Por mais que não compartilhasse suas histórias comigo, Sofia havia dito-me qual nosso grau de parentesco. Papai era tio do pai de Sebastian. Os mesmos eram bem apegados na adolescência e quase inseparáveis. Tal fato me deixou mais confusa. Mas não tinha como saber ou perguntar mais coisas, Sofia tinha jurado dizer tudo que sabia. E de fato estava ignorando qualquer presença do meu Tutor desde que descobrir que ele não passa de um dissoluto. Estava certa que fosse melhor assim para meu coração, mas era um grande sofrimento. Além do mais, sabia que tinha sido injusta, ele é solteiro, livre, desimpedido poderia fazer o que quiser e o único compromisso de qual tem comigo é de cuidar de mim até minha maioridade e além de tudo responsabilidade que não veio por seu querer e sim através de um testamento. — O que? — Perguntei e aproximei-me, estávamos a um braço de distância. As palavras primeiramente soaram ríspidas e indelicadas, mas essa não era minha intenção. Queria manifestar meu interesse em saber quaisquer coisas que ele estava disposto a dividir. — Coloque um vestido verde, tenho certeza que cairá bem para a situação. — Sugeriu ele, mas não pareceu ser isso o que ia falar. Meu sentido nunca tinha se enganado. Sebastian olhou para o chão e quando retornou seu olhar para mim, estava frio e abatido. — Confie em mim, também entendo de moda, não como Sofia. Imagino que esteja sentido falta dela, mas a mesma precisava resolver uns assuntos com seu noivo...— Sebastian parou de falar e tenho certeza que tem tudo a ver com a minha expressão de espanto no rosto. — Você não sabia? Balancei a cabeça para os lados, ainda tonta pela informação, sentindo-me, de certa forma, traída. Considerava Sofia minha amiga. Eu gostaria de saber suas histórias, assim como ela sabia das minhas. O fato de ela não ter comentado nada nem sequer uma parcela da sua vida, assim como fiz quando nos conhecemos fazia com que eu me sentisse ainda mais uma intrusa, o que eu de fato era.

— Talvez ela não tenha tido...— Tentou ele, obviamente tentando defender a omissão da irmã. Ele parecia estar amaldiçoando-se por ter falado algo. — Não, eu não sabia de nada, ela deveria falar. Afinal éramos amigas. — Confessei ríspida, sentindo-me infantil. — Você sabe como é minha irmã... — Sebastian falou querendo fazer piada com a loucura de Sofia. — Louca...— complementei. Percebi que Sebastian lutava contra a vontade de sorrir, e venceu a batalha, mas não antes de eu perceber. — Está vendo, você concorda. Ela não fez por mal. — Eu só fiquei um pouco surpresa. Achava que fosse de confiança. — admiti. — Você desapontada por ela não ter confiado em você. — Falou acertando em cheio. — Um pouco — confessei, sorrindo pela primeira vez. Percebi estar fazendo drama para meu tutor e estava funcionando, pois, o mesmo ainda continuava dando toda sua atenção para mim. — Mas sei que é uma grande tolice. Afinal de contas, eu não sou da família. — Dramatizei ainda mais. — Não diga isso, Olívia, não repita mais isso. Ela estava muito preocupada com a ceia, agora com o Baile do seu aniversário. E quando ela viu que tudo já está encaminhado para semana que vem, ela decidiu ir convidar seu noivo para o Baile também e já foi arrumando as malas. — Explicou. Era uma possibilidade, admiti. Sofia era bastante sincera. La estava mais preocupada com tudo que dizia ao meu respeito, e percebia que estava sendo injusta novamente com os Damman. Depois que Sofia demonstrara tamanha simpatia, não deveria julgá-la desse jeito. Não houve a menor chance de Sofia contar sobre o noivo, sempre estávamos ocupadas. — Agora realmente preciso que se apresse para nosso passeio. Logo não faremos nada a não ser a visita a modista. — Sebastian agora parecia disposto a sair de pressa do meu leito. — Então vestirei um vestido verde. — Assenti finalmente aceitando sua sugestão, comecei a tirar as botas imaginando que meu tutor havia saído, levantei os olhos e me surpreendi ao vê-lo ainda parado no meu quarto. Graças a Deus, que não comecei a tirar as saias do vestido. Sebastian estava respirando forte e antes que eu começasse a identificar qual emoção lhe

dominava, ela já havia desaparecido. Controlada. Ou escondia. Será que ele já sabia dos meus sentimentos ou será que minhas atitudes me traíram, imaginei com uma certa ansiedade. Infelizmente nada poderia mudar meu relacionamento com Sebastian, eu tinha decidido no dia anterior que abriria meu coração para outro. Pensei até em abrir meu coração para Sebastian, mas não acreditaria que ele me aceitasse... não saberia o que poderia acontecer se algum dia fizesse essa revelação a Sebastian, pois nunca farei. De qualquer forma, agora já não fazia a menor diferença, forcaria meus sentimentos provavelmente aceitar Kinn. — Está bem, não demore. — Disse ele em modo automático e saiu. A sensação já conhecida de desconforto fez-se presente. Sempre que estava sem ele me sentia perdida e estranha. Comecei me trocar, não trocaria espartilhos e anáguas, somente vestidos e calçados. Quando desci, Sebastian me esperava já ao lado do coche com a porta aberta. Ele pegou minha mão com intenção de ajudar subir, sensações infinitas pude sentir com breve contato. Ele sorriu, imagino se sentiu o mesmo, se sentiu não deixou transparecer. — Obrigada. — Disponha senhorita. — Disse provocativo, virei minha cabeça para o lado, como se estivesse analisando o tom de sua voz. Ele foi até o cocheiro e pareceu passar todas as informações. Logo se juntou a mim dentro do veículo, sentado exatamente em minha frente. Suas longas pernas praticamente tocavam nas minhas. — Estar preparada para ter um pouco de diversão? Espero que goste do local, eu costumo muito ir lá para distrair-me. — Perguntou apreensivo. — Eu adorarei. — Falei mesmo sem saber para onde me levará, mas com certeza adoraria sua presença. — Depois, imagino, que o programa possa aborrecê-lo. — Várias coisas me aborrecem, mas será uma grande alegria vê-la provando um vestido novo. Suas palavras eram galanteadoras, fazendo-me lembrar imediatamente de Kinn e suas tentativas frustradas de ter minha atenção ontem. — Você deveria dar umas aulas ao Sr. Kinn. Ele não saber ser galanteador igual a você. —

Falei e sentir todo seu corpo se retrair, seu rosto ganhou um tom de vermelho e seus olhos crisparam. — Como você encontrou com Kinn? — Sua voz soava fria. — Estava passeando com Sofia e nos encontramos por acaso. — Disse apreensiva. — O que mais? —Perguntou não aceitando minha explicação. — Fomos almoçar na...— Não tive tempo de terminar, pois ele levantou a mão impedindo de continuar. — Com permissão de quem, posso saber? E eu parecia uma criança sendo repreendida. — Estava com Sofia, ela não se opôs em nada, se bem me lembro. — Falei aumentando meu tom de voz. Quem ele pensa que é? Ele possui minhas responsabilidades, por enquanto, mas não pode me dá ordem e gritar comigo como se fosse uma criança de 5 anos de idade. — Ela não tem capacidade de saber o que fazer ou não. Ela não...— Hesitou em falar. Mas dessa vez não permitiria ficar sem entender. — O que? O que ela não? — Nada, vamos deixar isso para lá. Acho que ele não praticou tanto quanto eu. — Sorriu malicioso e já imagino essa prática dele. — Bom, é sempre assim. —Disse baixinho, mais uma vez sem respostas. Isso está me cansando. Ele endireitou-se no assento, parecendo está desconfortável. Depois de um instante, ele fez um sinal para cocheiro, que imediatamente parou o galopar dos cavalos. Sebastian desceu sem olhar para mim. Fiquei abatida com tal comportamento. Sentia um nó se formar em minha garganta, ficou nítido sua rejeição. — Mudei de planos, vamos somente verificar seu vestido. — Disse ao entrar no veículo, dessa vez sentando-se na janela oposta à minha, em momento algum me olhou diretamente. O nó na

garganta aumentou e não conseguir segurar as lágrimas. Também me virei para minha janela, deixado minha tristeza toda escorrer pela minha face.

***

Chegamos logo no ateliê da modista. Dessa vez Sebastian não foi zeloso. Desceu do transporte pela sua porta, deixando com cocheiro o trabalho de abrir minha porta e ajuda-me a descer. Desci amargurada, minhas lágrimas já não estavam presentes. Encaminhei para dentro do prédio e ele já conversava com a modista. — Olá, senhorita Olívia. Espero que hoje possamos fazer a última prova. — Disse a competente costureira. O vestido de baile branco todo coberto por renda coloração maize, exigência de minha parte, pois branco era algo que na minha opinião só se utilizava em matrimônios. O vestido conseguiu atender minhas próprias fantasias, era perfeito, delicado, divino e havia ficado perfeito em meu corpo, pelo menos era isso que podia ver ao olha-me no espelho. Observei Sebastian pelo canto de olho, por um momento, pareceria ficar sem palavras, sua cara estava totalmente espantada. E seria difícil decifrar toda sua reação. Ou ele estava encantando com vestido, ou encantando comigo no vestido. E nas duas situações, a demonstração de apreço de meu tutor era muito importante para mim, aliás tudo dele é muito importante. Pincipalmente depois de minha recente tristeza, após seu comportamento nada educado. — Você está maravilhosa. — Disse ele com olhos azuis brilhantes. — Em todos meus anos de modista, nunca vi um vestido cair tão bem em uma mulher. Será uma tarefa difícil manter os cavalheiros longe nesse baile, você será disputada querida. — Disse a modista se vangloriando, e tinha motivos; seu trabalho foi perfeito. Sebastian se retraiu e apertou as mãos em punho. Seu maxilar estava bem serrado. Suas expressões eram sempre viris, mas com certeza neste momento pareciam mais varonis. Sua beleza vigorosa sempre foi algo que me chamou atenção. Ele passava suas longas mãos entre os cabelos longos, tentando os arrumar, mas era falho cada tentativa.

— Espero que não, ao contrário não saberei o que fazer. — Disse a fim de amenizar a situação. E internamente torcia, profundamente, para que a única disputa que acontecesse nesse Baile fosse a minha com a de Sebastian, minhas mãos e seu cabelo, suas mãos e minha cintura, minha boca e sua boca. Começo corar com tais pensamentos. Deus, que pensamentos são esses? Não posso pensar nisso. É indevido e errado. — Eu a protegerei de qualquer nobre mal-intencionado. — Falou meu tutor com uma voz roucamente grossa. — Será difícil. — Disse a modista ainda se gabando. — Difícil será passar pelo meu cerco. — Rangendo os dentes de raiva Sebastian falou, e mais uma vez eu criei expectativas de que, talvez, ele sentisse algo por mim. Mas não quero enganar-me, ele deve estar querendo dizer que me protegerá como um pai faria com sua filha. Esse pensamento foi um banho de agua fria na minha recente alegria. — O que foi Olívia? — Ele perguntou se aproximando de mim, imediatamente fiz uma expressão de confusa. — Você estava com um sorriso que eu adoro e agora está com uma cara triste. O silencio se fez presente. Eu ainda tentava entender cada palavra sua. — Nada Sebastian, é só que lembrei de Cecile e de todas meninas do orfanato. Em todos esses anos, sempre passei meu aniversário nas companhias delas. — Disse não querendo falar o verdadeiro motivo da minha tristeza. — Ela está bem, Olívia. — Disse a um palmo de distância do meu ouvido. E de repente percebi que estávamos sozinhos, com certeza a modista quis nos dar privacidade. Sentir seus braços rodearem minha cintura e assim surgiu nosso primeiro abraço, seu rosto descansava em meu ombro. Podia sentir ele expirar meu cheiro. Minhas pernas bambearam, senti-me mole e fraca se não fosse o apoio de seus braços eu já teria caído. — Você terá um aniversario diferente, mas não menos feliz. Isso eu te prometo. — Disse em meu ouvido e de perto sua voz era mais inebriante. — Eu sei que sim. — Disse com um tom de voz afetado pelo abraço. Mas quem não seria afetada nesse momento? Ele soltou-me com presa e parecendo ter acordado de um efeito.

— Desculpe-me. — Desculpar pelo que? Não foi nada. Disfarçar tinha se tornado uma rotina para mim. Eu gostei de sentir seus músculos trabalhando em me proporcionar um conforto. E já até sentia falta do calor dele. Ele acenou com a cabeça, caminhei até a porta da loja quando a modista voltou. O ar dentro da loja estava quente e pesado, quase opressivo depois do acontecimento. Sem pensar muito na propriedade de minha atitude, abri a porta e sai para a rua, precisava de ar. O cocheiro não estava parado em frente à loja, provavelmente deveria estar alimentando os cavalos. Andei na direção oposta da loja, reconhecendo o lugar de ontem. Não fazia ideia que a loja era tão perto da bodega de ontem, percebi que havia muitas lojas que nunca reparei. Caminho mais a frente e paro justamente na frente da bodega, na porta estava o homem que havia me dito tantas barbaridades, nossos olhares se cruzaram e sentir ódio em seus olhos. Desviei o olhar, mas ainda podia sentir que seus olhos continuavam em mim. Virei-me, na intenção de voltar para loja. Agora tendo a certeza que minhas atitudes tinham sido erradas. O desconhecido deve ter notado minha expressão de medo e começou a caminhar em minha direção. Estava prestes a correr, quando esbarro em algo, pois não olhava completamente por onde ia, estava preocupada em ver a aproximação do estranho. A pessoa em que tropecei, segurou meu braço. Nesse momento senti a familiaridade do toque: meu tutor. — Vem, vamos embora. —Sebastian disse e olhava em direção ao homem com olhar mortal... — Por que? —Disse petulante. — Porque já acabamos o que viemos fazer aqui, além do mais estar chegando horário de almoço E nesse momento a choche parou ao nosso lado e não tive escolhas. Sebastian abriu a porta e praticamente empurrou-me para dentro. Não lutei ou disse nada, sabia que precisava agir com sabedoria para obter minhas respostas....

Capítulo 16

Olívia

Uma semana depois...

Depois do dia da última prova de vestido aqui estava eu esperando ser preparada para o grande dia, mal tinha dormido noite anterior, sentia que o tempo passou depressa. Sofia já estava de volta, mas sem noivo Fernando, qual depois de sua chegada passei conhecer pelo o que ela contava. Escuto um barulho e movimento perto do meu leito. Espanto quando Sofia entra no intuito de acordar-me, era tão cedo que ainda estava escuro. Minha primeira aparição na sociedade aconteceria em um grande e íntimo jantar de aniversário oferecido por meu Tutor, ele desde daquele dia vem me evitando, não mais o encontro em casa, não o vejo nem mesmo na hora das refeições. Já tentei descobrir o que está acontecendo, mas todos dizem para não me preocupar com isso, até Sofia já tentei chantagear e nada. Sabia que hoje ele seria meu acompanhante no Baile. Também sabia que teria que pôr em prática todas as aulas de etiqueta que pratiquei. E hoje dependeria delas, eu tinha que causar uma boa impressão naquela noite. Estava apreensiva, mas era apenas mais uma pressão além de todas as outras que já conhecia. — Vim lhe acordar. — Disse alegre. — Sofia, creio que não precisa ser tão cedo. A festa é somente à noite. — Disse levantando e ficando sentada na cama. — Você tem que estar preparada. Vamos fazer um desjejum reforçado.

Depois de minhas rotinas matinais, fui a mesa onde tinha posto um belo café da manhã. Apreciei cada refeição, mesmo sem apetite. Sofia me obrigava comer, com justificativa que passaríamos o resto do dia nos preparos. — Vamos, precisamos começar. — Disse Sofia com autoridade. Exatamente depois do café, Sofia me recrutou para o leito, com uma quantidade considerada de criadas. O vestido estava bem seguro em um cabideiro marrom, tinha o apreciado ontem à noite. Era bastante elegante, perfeito para ocasião. As criadas preparam meu banho, a banheira de madeira estava sendo colocadas óleos e especiarias. Não via necessidade disso, mas Sofia sempre conseguia se impor em tudo. Entrei com calma na agua aquecida, umas três criadas estavam com esfregões e começavam me lavar, sem molhar meu cabelo. Ao terminar o banho, sai da bacia grande e postei-me em frente um enorme espelho. Já estava vestida com minhas roupas intimas, os porta-seios e combinação eram da cor da pele. Olhava meu reflexo enquanto duas criadas puxavam de cada lado as cordas do espartilho. Sofia comandava tudo bem altiva. Suas ordens eram seguidas fielmente. Cada puxada sentia um pouco mais dificuldades em respirar. Para mim não passava de um objeto de tortura. Quando o ultimo laço foi dado as duas criadas saíram. Agora possuía somente, eu, Sofia e mais uma criada para ajudar-me a vestir. A criada trouxe o vestido até mim, com delicadeza passou pelas minhas pernas e foi subindo o vestido até fechar todos os botões em minhas costas. O vestido branco de seda redando era com decote cavado, mangas longas até pulso com barbados em branco. Na barra tinha uma faixa de fita amarela maize para combinar com a renda. As saias eram volumosas, o tornando bem rodado. Estava bem emotiva com minha imagem refletida. A própria Sofia como sempre penteou os meus cabelos, ela tinha feito um trançado antes de os prender em um coque frouxo, ela tinha deixado umas mechas na parte da frente. Sofia parecia bem satisfeita com resultado. — Tu estás linda, Olívia. Tão bela e delicada. — Falou ao colocar uns enfeites na cabeça. — Imagina, agradeço por sua dedicação Sofia. — Disse com um misto de sentimentos. Estava bem emotiva nesse dia. — Lembre-se de tudo que lhe ensinei e dará tudo certo. — Falou Sofia recolhendo alguma

bagunça que ficou pelo quarto. — Agora preciso que você espere mis um momento. Vou trocar-me também. Ela olhou pela janela e por incrível que pareça, o sol estava se pondo. Era impressionante como tudo durou o dia todo. Ela saiu e fiquei em pé, ainda me admirando em frente do espelho. Será que meu tutor aprovaria e gostaria da minha aparência. O mesmo já conhecia o vestido, mas não tinha visto a arrumação completa. Muito mais rápido do que imaginei Sofia voltou ao meu leito. Ela trajava um vestido cheio de barbados em tons de ameixa, cabelos presos e nada de adornos. Estava simples e linda. — Sofia, você estar perfeita. — Elogiei. — Vem, vamos descer. Sebastian está nos esperando na antessala. — Ela ajudou-me levantar da cama, passou suas mãos em toda saia de meu vestido para desamassa-lo. Quando cheguei no alto da escada que dava ao cômodo que meu tutor nos esperava, suei frio. Tinha passado o dia evitando o nervosismo, mas agora passaria pelo meu primeiro medo. Sebastian estava de costas, parado no meio do cômodo, ele estava observando um quadro. Assim que coloquei o pé direito no primeiro degrau, ele imediatamente virou-se. Segurei o folego. Ele estava muito bem vestido, com toda elegância que possuía. Seus trajes eram claros para combinar com os meus. Seus cabelos estavam soltos, mesmo que a situação pedisse mais formalidades, ele permanecia com seu aspecto indomável. Lindo, o resumia bem. Muito lindo. Mesmo que ele fosse cumprir uma responsabilidade, podia imaginar que seria motivo de muita inveja. Meus lábios se curvaram em um sorriso relutante, ao imaginar a cena de várias donzelas me olharem atravessado. Ao chegar no final da escada, Sebastian já estava ao pé da mesma. Primeiro deu a mão a Sofia e ajudou a descer, logo em seguida estendeu sua mão direita a minha. Apenas seguindo os reflexos estendi a minha também, mas o que aconteceu em seguida fez o momento parar, queria poder ficar nessa cena para sempre. Sebastian se curvou e beijou o dorso da minha mão delicadamente. Era a primeira vez que ele fazia o gesto comigo. Ao sentir seus lábios encostarem em minha pele, pequenos arrepios foram distribuídos em meu corpo. — Você não irá falar nada? — Perguntou Sofia para o irmão. Ele piscou ligeiro e balançou a cabeça como se estivesse colocando os pensamentos em ordem.

— Eu estou...— começou ele, seu sorriso brincando em seus belos lábios. — Completamente afetado com tanta beleza. Olívia, estás muito bela. — Ficou agradecida pelo elogio, obrigada. — Agradeci reverenciando o belo homem em minha frente. — Olívia, você é uma jovem tão tímidas. Deveria aceitar bem os elogios, ainda mais essa noite. Prevejo vários cortejos. — Sofia disse espontaneamente. — Espero que esteja sempre por perto para poder responder cada importuno. — Sibilou meu tutor ameaçadoramente. Sofia o olhou e franziu o cenho. — Então você terá que grudar em Olívia. — Iniciou. — Bonita do jeito que estar, acredito que até os senhores que já tenha idade par ser seu avô iram corteja-la. — Vem, vamos. O salão está cheio de gente que querem te conhecer melhor. — Sebastian disse puxando-me e parando de repente. — Mas antes quero te dar seu presente. — E ele foi tirando de dentro do bolso de sua calça uma caixinha preta e entregando-me. Peguei-a, abrir, um misto de surpresa e emoção me travessaram. Era a primeira vez que ganhava joias, era primeira vez que ganhava um regalo. Dentro da caixa havia um colar de prata com dois corações rodeados de pedrinhas vermelhas. Era a coisa mais singelas e linda que meus olhos presenciava. — Obrigada, Sebastian. — Falei com a voz falha. Imaginava que algum momento da noite choraria. — Posso? —Perguntou ele na intenção de colocar o colar em mim. — Sebastian é lindo, mas não posso aceitar. Creio que meu presente foi o Baile e você não precisava comprar mais nada. E isso são rubis? Por mais que estivesse encantada com o gesto, era extravagancia demais. Meu tutor desde minha chegada possuía gastos elevados com vestimentas. Além dos mais, esse presente dever ter custando uma pequena fortuna — Olívia, é tradição. —Disse Sofia, com um sorriso complacente. — Aceitei. Agora irei na frente para poder acolher os convidados. Estou esperando os dois lá, será servido o jantar

primeiro. — Concluiu dando suas inevitáveis ordens. — Sim, são rubis e combinam perfeitamente com seu tom de pele. Vai dar um belo contraste com seu vestido também. — Disse e pegou a caixa das minhas mãos, retirou o colar e se postou as minhas costas, com clara intenção que não aceitaria devolução. Ele roçou seus dedos em minha nunca e um arrepio subiu por mim, seu toque sempre me causava isso. Terminou de pôr o colar e correu as mãos longas por todas minhas costas, subiu e desceu a linha dos botões. Parecia contar um a um, por fim voltou suas mãos em minha nuca. A sensação era bem-vinda em meu corpo, que esquentava e ansiava mais e mais pelos seus carinhos. Rápido demais ele retirou suas mãos de mim e se postou em minha frente. Olhou como tinha ficado a joia e pelo seu sorriso deve ter aprovado. — Ficou perfeito. Você estar ainda mais linda. —Disse e pegou em minhas mãos e eu o surpreendi com um abraço. — Obrigada. — Sussurrei em seu ouvido, enquanto encostava minha cabeça em seu ombro. Inalei pela primeira vez seu perfume, era de uma essência esplêndida. Ele rodeou minha cintura com seus fortes braços, aceitando meu abraço. Aconcheguei-me melhor, sentia-me à vontade e segura.

Sebastian

Hoje era o dia do baile de minha pupila. Olívia passou a semana nos últimos preparativos, Sofia mal a deixava descansar, tinha pena de sua rotina. Passei esses dias o máximo que podia longe de casa, precisava pôr a cabeça no lugar, precisava assimilar o que o destino nos tinha pregado. De um jeito ou outro pretendia matrimoniar com Olívia. Além de resolver minhas lutas internas, precisava manter afastado o Sr. Dupree, o mesmo havia tentado abordar minha pupila na cidade no dia da prova do vestido. Eu já havia lhe dado uma advertência para se manter longe, não gostaria que Olívia sofresse por causas das malevolências de seu pai. Tio Liam havia prejudicado muitas pessoas com sua ambição.

Agora estou aqui, diante de uma bela mulher. Olívia está linda hoje, despertando-me sensações discordantes. Minha mente estar inteiramente envolvida com sua pessoa. Mal conseguia conceder minha atenção a outra coisa. Depois de ser pego de surpresa com seu abraço, sentir algo quente dentro de meu corpo.... Meu peito parecia ser pequeno para meu coração que pulsava descontroladamente. Uma vontade incontrolável de tê-la em meus braços rompia minha alma.

*** Agora estávamos no salão, que tinha convidados distintos. Fiz questão de convidar alguns amigos e pessoas de confiança do clã. Alguns convidados eram conhecidos na região, como a família do senhor Wilson, a família do fazendeiro Borges Leal. Eles eram bastante influentes na região, só não teriam mais poder que eu quando fizesse enlace com Olívia. Olho ao redor para confirmar que hoje seria uma boa festa, quem sabe a última que apreciaria como desprendido. E para meu desfortuno e exaltação, meus olhos testemunharam que Sr. Dupree havia conseguido se infiltrar no Baile. Imediatamente aperto meus punhos com forças, que esse descuido não seja de todo mal. Não seria nada refinado que o escorraçasse da cerimônia. Só restava o manter distante de Olívia. Mas parecia ser uma tarefa árdua preservar minha pupila da família Dupree, pois em nossa direção se aproxima William, filho mais novo de Adam Dupree. — Sebastian Damman. — Cumprimentou-me William Dupree, com um gesto respeitoso, mas seu olhar estava para a mulher ao meu lado. Olívia estava alheia a tudo. Estava impressionada com exuberância do Baile. — Senhorita. — Disse inclinando-se ligeiramente em para o lado de Olívia para cumprimentá-la com um beijo no dorso de sua mão. Típico gesto de cortejo. Travo mandíbula. Olívia aceita o cumprimento educadamente. Tenho sensação que William demora demasiadamente em tocar os lábios na mão de minha pupila. — William Dupree. — Digo duro, o inconsequente jovem olha-me altivo. — Tenho curiosidade por sua presença neste baile. — Tenho que lhe informar que Wilson e Eliza fizeram honras em convidar a mim e ao meu pai. — Falou fazendo uma pausa e voltou a olhar para minha pupila, me incomodando imensamente. — Senhorita Sallie, já tinha conhecimento de sua formosura, mas devo assumir que as palavras não fazem jus ao que vejo. Você é encantadora. — Falou a saudando e ela corou

notadamente. — Fico grata por suas belas palavras, senhor William. — Olívia agradeceu gentilmente. — Seria imensamente realizado se você me desse a grandeza de lhe fazer companhia está noite. — William propôs pretensiosamente. O jovem era alto e magro, sua pele era branca e os olhos eram castanhos, que demonstravam um leve soberbo. Sorrio com seu descaramento. — Sinto-me na obrigação de declinar seu pedido, William — comento, um pouco rude. Para amenizar meu gesto grosseiro e indelicado, dou um sorriso fingido para o mancebo à minha frente. O jovem fechou a cara com retesamento, deixando bem explicito seu desgosto. Agradeci internamente ser tutor de Olívia, pela primeira vez, podendo assim rechaçar as arremetidas de William. Não que fizesse questão de ter companhia de minha pupila, mas negar tal acontecimento deixou-me espantosamente aprazerado. — Sebastian, acho que Olívia quem deva decidir. — Disse Wiliam ultrajante e virou-se para Olívia a fim de colocá-la na desavença. — Estou correto, senhorita Sallie? Imagino que você não se submete a seguir ordens. — Em partes. — Falou ela incerta. — Mas creio que hoje tenho que estar ao lado de meu tutor. Creio que não nos faltaram ocasiões de presenciar a companhia um do outro. — Completou afoita demais. Por pouca não a advertir por prometer o que não poderia cumprir. — Não terei o privilégio de sua companhia. Infelizmente. — Começou o moço, entretanto, William levantou ainda mais seu olhar desaforando em minha direção. E eu tive a certeza que ele estava me indicando que não se afastaria de Olívia, mesmo com todos meus avisos recentes. — Mas não há nada que me impeça de deleitar do jantar ao seu lado. — Ele disse e permaneci silencioso. Olívia assentiu sem jeito. De qualquer modo, não teria como impedir isso. William tinha agido com esperteza em seu novo pedido. Mas o bom seria que não permitiria que Olívia ficasse as sós em sua presença. — Muito bem, William. Agora Olívia e eu precisamos saudar o restante dos convidados. — Disse arrogante, puxando levemente o braço de minha pupila e enlaçando ao meu. Olívia quase tropeçou na saia de seu vestido. Parei um instante para lhe dar tempo de perfilar sua postura e seguimos. Minha maior preocupação era distanciar Olívia e William.

Passamos um bom tempo cumprimentando os convidados. E em todos os momentos a beleza de Olívia era exaltada.

*** Sofia indicou que era o momento do banquete. Sentei-me na ponta da enorme mesa de madeira, com Olívia ao meu lado direito. William estava ao lado de minha pupila. Embora Olívia tivessem demonstrado uma ligeira hesitação ao conhecer William, ela agora estava conversando, parecendo à vontade, com todo palavreado cortês e dócil do homem. E diante da situação o filho mais novo de Sr. Dupree recorre a assunto apropriados, tentando agrada-la. Fazendo meu sangue esquentar. Tinha que admitir, estava afetado com toda essa conjuntura. Olívia lhe dedicava toda atenção, as vezes sorrindo. William era o único dentre todos os presentes, além de mim, que se aproximava da idade de Olívia. O jantar começou a ser posto. Primeiramente seriam dois partos com dois tipos de vinhos. A mesa estava composta por quarenta convidados, tinha todos talheres e taças especialmente para suas utilidades. Uma bela decoração de arranjos e velas. Sofia tinha cuidado de tudo com muito empenho. — Está saindo tudo como planejado. — Disse Olívia, que estava ao meu lado esquerdo e com noivo ao lado. Aproximou se de mim, de forma que o que falasse somente eu pudesse escutar. — Vejo que Olívia já laçou um belo rapaz. — Sussurrou ela, olhando para frente. Minha irmã parecia não reconhecer o sangue ruim. Seguir seu olhar e presenciei William prender um cacho caído na orelha de Olívia, propositalmente deixando seu dedo encostar na sua bochecha. Quem visse de longe poderia concluir que fosse um gesto carinhoso e íntimo. Imediatamente fechei às mãos em punhos. — Que pena ser um mau caráter. — Disse raivoso. Estava transbordando ira. — Mas mesmo assim o jovem é de uma boa aparência. — Continuou ela, agora seus olhos examinando-me. Querendo ter certeza do que estava me causando suas palavras. — Sofia, acredito que você deva adiantar com o Baile. — Sibilei entre os dentes. O tom de minha voz saiu baixo, mas mesmo que saísse alto, minha pupila e seu encantado cortejador não compreenderiam. Estavam imersos em sua própria conversa. Era a única alternativa que surgiu em minha mente. Era a melhor forma de separar imediatamente Olívia e William

— Sebastian, você sabe que sempre sigo o planejado. — Iniciou a sua explicação. Sabia que minha irmã era mestre em seguir o combinado. — Faltam mais dois pratos e a sobremesa, depois disso você e Olívia iram valsar e... A interrompi com um olhar. — Era uma sugestão. — Expliquei-me. — Você conhece bem William? — Perguntou casualmente, fazendo-me ter certeza que ela conhecia somente o ancião da família Dupree. Ela olhou questionadora em minha direção e sabia que nesse momento não teria como escapar de suas perguntas. — Na verdade, não muito. Somente o necessário, sei seu nome, de qual família pertence e nada mais. — Amenizo um pouco da curiosidade de minha irmã. Não quero envolvê-la nessa trama. Ela poderia ser prejudicada. — Não é o que parece. — Falou, parecendo curiosa ainda mais. Não comentei mais nada. Neste momento sentir um olhar em mim e voltei meu olhar para minha pupila. A primeira vez, desde o início do jantar, que ela me direcionava sua atenção. William percebeu nosso olhar e mexeu-se inquieto em seu assento. Os olhos azuis de Olívia estavam mais claros, parecias duas pedras turquesas. William tocou em sua mão em cima da mesa e lhe indicou uma das taças de vinho dispostos diante de cada prato — Estar gostando? —Perguntei. — Sim. Obrigada. Olívia quebrou seu contato visual com o meu e algo esfriou meu peito, fazendo-me ter sensações esquisitas. Ela virou-se para William e sorriu. Um belo sorriso. Pegou a taça de vinho tinto e ele assentiu. Ele fez o mesmo com a sua. Ela levou os lábios vistosos a taça, um gesto totalmente sedutor. William também levou a sua aos lábios. Agora eles estavam conectados. Seus olhos não desviavam um do outro. Assistia aquilo tudo com um rebuliço em meu estomago. Ciúme, reconheci, um tanto quanto chocado. Mesmo com toda emoção querendo aflorar em mim, continuei a observá-los, com imparcialidade. Não poderia deixar meus sentimentos brutos prevalecerem, não teria como explicar o fato de esmurrar William impiedosamente. Tremia que o mataria friamente por estar afrontando-me.

Sabia que Olívia não estava flertando com o homem, ela era muito inocente nas artes da paquera. Não havia maldades em seus gestos, ao contrário do que se podia ver em William. Ele estava a induzido agir de tal forma. Todos à mesa pareciam alheios a cena que se desenrolava. Quando ela terminou de solver todo liquido da taça sorriu amplamente, um gesto nítido de início de embriagues. — Olívia. — Chamei sua atenção. — Pegue leve com as bebidas alcoólicas. Ela assentiu ligeiramente. Sorriu piscando os olhos levemente. — Não se preocupe, estarei de olho na quantidade de álcool que ela ingerir. — Intrometeuse William em minha advertência. — Acho que este é meu papel. — Falei incialmente calmo. — Não ouse superar-me, rapaz. — Conclui tempestuoso. Baixei a cabeça, mexendo minha comida fria em meu prato. Não tinha conseguido comer, todo meu apetite havia se esvaído. Ciúme. E esse sentimento era tão perturbador, não havia cabimento estar com essa emoção. Não podia deixar abalar-me, principalmente agora que descobri a outra parte do testamento. Não havia espaço para esse sentimento em mim, seriamos forçado ao um relacionamento por obrigação, não podia iludi-la. E ao contrário do que disse à Sofia, Olívia não poderia escolher seu marido, pois seu próprio pai já impôs sua escolha. E o motivo do casamento não se devia ao fato de ela ser minha pupila e sim à ameaça inerente que estávamos sendo sujeito recentemente, quando Orlando descobriu que a herdeira do sangue Sallie estava na região. Um problema com o qual não teria de conviver se Tio Liam tivesse agido de outra maneira. — Sebastian, jamais gostaria de exercer o papel de pai para Olívia. — Proferiu resoluto. Imediatamente quis levanta-me do meu assento e lhe pegar pela gola de seu casaco para que pudéssemos resolver como homem este conflito. Meu coração parecia sangrar com essa afirmação, meu coração não está na parada, eu disse a Sofia. Mas aqui e agora ele se fazia presente. Parecia que William sabia exatamente o que fazer para deixar-me enraivecido. Não poderia cair em seus truques. Deveria ser um jogo que havia armado com seu pai. Olho para o homem que está há umas sete cadeiras da minha. O mesmo sorrir atrevido e levanta sua taça de vinho oferecendo-me um brinde. — Sebastian não é meu pai. — Olívia disse vermelha.

— Não foi isso que quis dizer, bela Olívia. — William disse e lhe ofereceu outra taça de vinho. Interrompi sua intenção e ofereci uma taça de agua para minha pupila. Me culparia caso ela ficasse ébria. — Não tome mais nenhum gole de álcool está noite, Olívia. — Disse usando toda minha autoridade. Ela assentiu. — Vamos fazer logo a valsa. — Sugeriu Sofia, deveria ter percebido que o clima estar conflituoso. — Vem, vamos. — Disse segurando a mão de Olívia. Sentir a delicadeza de sua pele, quente e deleitosa. — Estou nervosa. — Admitiu enquanto caminhávamos para o salão maior. — Estarei do seu lado. — Disse ameno. Era hora de fazer meu papel de Tutor: conduzir a Olívia em sua primeira dança da noite...

Capítulo 17

Olívia

O jantar oferecido durante o baile estava ocorrendo perfeitamente. Mesmo que tivesse negado fazer companhia a sr. William Dupree, não era que estava acontecendo. O mesmo estava ao meu lado, requerendo toda minha atenção e de fato lhe concedia total disposição. Não sabia o porquê estar agindo assim, talvez minha mente havia convencido meu coração que seria o certo. Sebastian estava, na ponta, do meu lado e mesmo que inicialmente tenha sido contra todo cortejo de William, agora parecia alheio. O clima pareceu pesar e Sofia informou a todo da mesa para se concentrarem no salão maior. Seria minha primeira dança da noite, claro que tinha passado pelos treinamentos, dias e dias treinando os passos com Sofia. Lembro da vez que ensaiei com meu tutor e agora dançaria de novo com ele. A sensações de seu toque anterior ainda podia ser sentido em minha pele. Parecia que havia gravado cada contato. — Confia em mim. — Pediu meu tutor. A música começou lenta e tinha um ar romântico. Sebastian segurou em minha mão e colocou a outra mão em minha cintura, todos os olhares do salão estavam em nós, deu um passo para trás e começamos a bailar... Ele conduzia-me perfeitamente, oras girando-me em torno de sim, oras apenas nos movimentando lentamente -um passo para o lado-outro passo para o outro lado. Nossos olhos se cruzaram e percebi que ele tinha um sorriso e brilho nos olhos, brilho o qual deixavam-me sempre presas no seu olhar...Era nessas horas que batia uma vontade de lhe confessar todos meus sentimentos, tudo que já sonhei com ele, tudo! Mas agora, como sempre, perco a voz. Melhor aproveitar de novo está seus braços....

— Estar vendo, ainda não sentir nenhuma pisada em meus pés. — Disse Sebastian sorrindo, enquanto balançava-me. Sorrir também de seu comentário. No fundo sabia que ele procurava passar-me segurança. — Graças a você estar ao meu lado. — Agradeci. No exato momento sinto um aperto mais forte em minha cintura e olho para suas mãos lá e é perfeito como encaixa na curva de minha cintura.

*** A dança havia terminado e meu tutor havia sumido de minha visão, para meu desgosto. William aproveitou para me fazer companhia. — Então o que faz na região? — Perguntei. — Eu e meu pai fazermos alguns serviços para algumas famílias da redondeza. — Ele disse indiferente. — Sinto que me esconde algo. — Falei querendo parecer interessada da conversa, mas algo me impedia de realizar tal feito. William era simpático e galanteador, muitas mulheres gostariam de sua atenção. Meus sentimentos estavam confusos. Parecia que algo em meu interior pressentia algo estranho rodando. Olhei William e sua face estava totalmente virada para mim, parecia querer mostrar seu interesse a qualquer custo. — Confesso que lhe escondo algo.... Mas imagino que em breve descobrirá. — Sua voz estremeceu nas últimas palavras. — Imagino que você adiantará algo. — Disse encostando minha mão na sua. William segurou com firmeza minha mão. — Olívia, não devo lhe compartilhar isso. Por que você não pergunta ao seu Tutor. — Sugeriu enquanto ainda segurava minha mão. O gesto parecia terno, mas sentia como um aviso. — Não gosto de segredos. — Afirmo. Mesmo que toda minha vida tenha sido um. Não

impede que repugne tal mistério. — Você é muito avida por informação, srta. Sallie. — E evidente que você sabe algo da minha vida. E eu não sei — Comentei. E ele não negou ou procurou desviar assunto. Somente sacudiu a cabeça. — Sinto que estou metendo os pés pelas mãos. — Começou. — Mas parece que não sei lhe negar nada. Meu pai chegou a prestar serviços ao seu. Ao que sei eram muito amigos. — Sussurrou algo tristemente. Ao saber disso, sinto algo estranho. Não tenho certeza se quero saber da história. Pela primeira vez nego saber do meu passado. — Acho que não me importo mais com o passado. — Digo dando voz a minha mente. Ele parece entender. — Além do mais, papai já não está com nós. Morreu há poucos meses. — Sinto muito, srta. Sallie. — Disse parecendo está comovido. — Não precisa se desculpar. — Disse rapidamente. Não sentia emoção nenhuma com tal fato. Poderia parecer injusto da minha parte, não sentir remorso pela perda do pai. Mas era algo bem mais forte. — Sinto muito. — Repetiu ele, com os olhos cheios de pesar. — Eu não gostaria de lhe causar tristeza está noite. — Então mudamos de assuntos. — Disse. — Adorei ideia. — Ele falou com bom humor. — Acredito que devíamos ir sentar para nossa conversar ser mais confortável. Acredito que seus pés devem estar apelando por alivio. Concordei com William e ele segurou minha mão conduzindo-me para um estofado que tinha sido colocado propositalmente no salão. Ele sentou-se do meu lado, mais perto do que a etiqueta sugeria. Aproveito proximidade para lhe estudar. Seus olhos são muito atraentes e cheios de uma malícia inocente. Ele parecia fazer o mesmo comigo, apesar de saber que talvez ele tivesse passado a noite toda, desde que chegou, fazendo isso. Afasto meu olhar do seu e observo todo salão. Sabendo bem o que meus olhos procuram.

— Lá está seu tutor. — William falou, sentir seu tom sair um pouco grosso. Sebastian estava parado perto da janela ao lado de uma mulher mais velha. Ele prestava atenção na conversa dela, parecia que lhe contava uma história interessante. — Sebastian sempre foi bem solicitado nas festas. Hoje não deveria ser ao contrário. — Ele disse e reconheço que doeu ouvir tal afirmação. Sabia brandamente da fama de libertino do meu tutor, mas comprova a olhos nus tinha me doído bem mais do que saber. — Ele parece ser amigo da mulher. — Minha voz era pesada e triste. — Suponho que ele seja mais que isso. — Soltou ele nitidamente sorridente. — Mas não sei dos detalhes dessa intimidade. — Completou ele. — Eu jamais o forçaria contar sobre isso. — Afirmei. — Tenho certeza que ele sabe o que está fazendo. — Parece que você o respeita muito. Estou certo? — Sim, é lógico! — Disse rápido. — Sebastian é um homem que cumpre muito bem suas responsabilidades. Desde que cheguei em sua casa tem tratado-me muito bem. — Completei com entusiasmo e não tinha percebido que tinha deixado meus sentimentos tão óbvios. — Eu devo muito ao Sebastian. — Amenizei minha euforia, voltando a olhá-lo. — Se não fosse por ele, eu não estaria aqui esta noite. — É mesmo? — Fez uma pergunta simples. Analisei bem sua interrogação antes de prosseguir com minha explicação. — Sim. Sebastian poderia ter concordado quando quis voltar para internato após o natal. Poderia ter evitado alguns gastos e ficar sem obrigações. — Disse e ele pareceu estar interessado. — Mas pelo contrário, proporcionou-me uma nova vida. Nunca tive chance de conhecer nada igual. Ele teve uma bondade enorme em aceitar todos meus pedidos sem questionar. Tem sido um excelente tutor. Era inevitável esconder minha admiração por Sebastian. Mesmo que não pudesse corresponder meus sentimentos ou até mesmo notá-los, nada diminuía o fato dele ter feito todo o possível para manter-me segura e bem familiarizada em sua casa. — Olívia, tive impressão de notar algo mais que gratidão em sua voz. — William disse

olhando bem em meus olhos. Tremi que ele pudesse confirmar suas dúvidas. — Não passa disso. Pode acreditar! — Disse com certa frieza. Fico com medo que ele possa julgar-me por meus sentimentos errados. Mais uma vez meus olhos procuraram os de Sebastian. Queria revigorar em meu interior que todo e qualquer sentimento que cheguei a criar por ele deveria se acabar. Ele sorria para a dama à frente, ela lhe respondia com toques suaves nos braços. Um gesto muito íntimo. Sentir inveja de imediato. Sabia que nunca chegaria a ter intimidade abertamente. Ele lhe sussurrou algo e ela balançou o elegante legue sorrindo. — Você estar bem? — Perguntou William, trazendo-me de volta à realidade. Não respondi. Sabia que não estava bem, internamente estava sendo destruída lentamente, podia sentir cada parte do meu coração rachar. — Estou sim. — Hesito. — Estou bem. — Completo forçando um sorriso. William acena positivamente em resposta. — Olívia, como disse antes, gostaria que pudéssemos no conhecer melhor. — Ele parece escolher as palavras. — Podemos passear na cidade. — Sim, gostaria, a ideia me agrada. — Respondo sem pensar. — Se meu tutor consentir, eu ficarei muito animada em lhe acompanhar nos passeios. — Emendo a fim de consertar minha precipitação. — Sebastian não se mostrou estar de acordo com nossa aproximação. Creio que se recusará meu pedido rigorosamente. — Disse ele com um pesar. — Eu converso com ele. — Disse impulsa. William sorriu vastamente.

***

O Baile continuava, agora vários casais dançavam alegremente. Eu continuava sentada com William, já tinha descoberto sua idade, gostos e planos para futuro. Também tinha dividido minhas informações e até mesmo meu futuro incerto. Sebastian em nenhum momento voltou para meu lado.

Agora ele bebia junto com vários homens, parecia serem conhecidos. Aliás a única que não tinha conhecidos aqui era somente eu. Até Sofia havia deixando-me de lado, estava muito feliz com a presença de seu noivo. Entendia que não deveria atrapalhar Sebastian e Sofia, eles estavam agindo conforme a ocasião requeria. — Aceita algo para beber? — Perguntou William. — É uma ótima ideia, mas nada alcoólico. — Respondi, abrindo um sorriso. Havia lembrado da repreensão de meu tutor. Eu não estava respeitando sua ordem, mas não estava acostumada e preferia não ser inconsequente nesse ato. William havia saído em busca das bebidas e aproveitei para caminhar um pouco. — Olívia. — Ouvi chamarem-me. Parei e reparei ser Sofia. — Sofia. — Respondi. — Desculpe ter te abandonado sozinha, mas Fernando também não conhecia as pessoas presentes. — Desculpou-se. — Sofia, eu entendo. Não posso viver somente as suas sombras. — Não Olívia, fui indelicada. Deveria estar sempre com você, já que não é familiarizada com evento. — Eu estou sentindo-me agradável. — Disse para aliviar sua preocupação. Sabia que não tinha feito por mal. Já Sebastian, não me atrevo a saber de seus motivos. — Está gostando do Baile? — Estou, mesmo que eu seja o centro das atenções. — Você merece muito mais. Todos estão encantados por sua beleza e educação. — Sorri vitoriosa, ela tinha se empenhando em treinar-me para ocasião. — Devem então agradecer a você. — Sugerir. — Fiz somente o básico. Você quem apreendeu muito bem. Uma bela aluna. Um conjunto de pessoa a chama e Sofia me abraça antes de sair. Decidir voltar a caminhar

sem rumo, não me sentia bem em ficar parada sozinha. Penso em fugir para o jardim, mas seria uma agressão a minha moral. Deveria estar sempre a vista dos convidados para resguardar minha reputação. De repente o ambiente se tornou quente e carregado, a noite estava tórrida. Da janela, que possuía a venezianas abertas, dava para mirar uma bela lua, tornando o jardim totalmente convidativo. Noto que William estar demorando demasiadamente. Imagino que seu interesse tenha se esvaído. Era se esperar, não lhe oferecia atrativos nenhum. Penso triste ao constatar que não despertava atração. Sair para respirar torna-se mais urgente. Seguir na direção das portas, na intenção de ir ao jardim. Pouco me importando que despertaria o prejulgamento da alta sociedade. Quando estou na sala a noto vazia, todos os convidados estão no salão, curtindo a boa música que estava maltratando meus tímpanos. Minha vista começa a nublar devido as lágrimas que derramavam lentamente. Esbarro em alguém. Levo a mão para limpar qualquer vestígio de choro e levanto o rosto dando de cara com o homem misterioso da bodega. Um pavor invade meu corpo. — Perdão, senhor. — Desculpo-me usando toda minha educação, imagino que ele me tratará igualmente. Ele olhou-me intensamente e indignado. Ele pega em pulso com sua mão esquerda, fazendo-me congelar. Ele apertava aumentando a força gradativamente. — A filha de Sallie. — Ele disse. Parecia ter nojo ao pronunciar meu sobrenome. Tremo com o que ele estava disposto a fazer. — Sabia que hoje seria uma ótima oportunidade para lhe encontrar e podermos conversar. — Disse sorrindo. — Senhor, por favor. Está me machucando. — Respondi nervosa. — Não sei o que ocorreu entre você e meu pai, mas não possuo culpa. — Conclui esperando que isso o fizesse compreender a gravidade da sua ação. O silencio se fez presente. Até mesmo o leve zunido da orquestra que era possível escutar cessou. Imaginei que seria o momento de descanso. O homem soltou-me rudemente e quase tropecei. Nesse exato momento alguns convidados saíram do salão, concluo que para respirar um ar mais leve. Todos param diante da cena.

— Vejam madames e cavalheiro. — O homem disse alto chamando atenção dos presentes. — Está aqui tem o sangue Sallie. É a herdeira do covarde e assassino Liam Sallie. Creio, que assim como eu, muitos se negam está no mesmo ambiente que está moça. — Diz e posso ver muitos olhares atravessados em minha direção. Minha vontade de chorar é crescente. — Pai, o que estar fazendo? — William aparece na sala, com duas taças em mãos. — Jogando a verdade na mesa. Sebastian tem evitado em apresentar certamente Olívia para sociedade. — Olívia não tem culpa das covardias de seu pai. — Diz defendendo-me. Agradeço por sua interversão e apoio. Oro baixo para que isso seja somente um pesadelo. — Meu filho, você mais do que ninguém sabe o que sofri nas mãos do canalha do Liam. — Ele diz olhando em direção ao filho. — Eu sei, papai. — Com cabeça baixa William concorda. Olho ao redor em busca de Sebastian ou Sofia, mas não vejo sinal dos dois. Estou perdida e sozinha diante da repreensão da esnobe sociedade. — Liam foi a pior espécie de homem que já conheci. Indolente. Patife. Sórdido. — Por favor, pare. — Clamo aos prantos. — Está assustada? — Pergunta e me mantenho calada. — Seu sangue covarde quer fugir da verdade. Olhem senhores. — Diz tirando o casaco e mostrando seu braço direito. O mesmo parece sem movimento. Quando o mesmo rasga a manga da camisa uma cicatriz que toma todo comprimento do membro fica evidente. Nas vezes que o vi não tinha como perceber. — Adivinhem quem causou-me essa mazela? — Grita deixando todos chocados. — Liam Sallie. Ele mesmo. O único ingrato malfeitor que cheguei a cruzar. Eu repudio seu sangue. — Seus olhos irados encontram os meus banhados pelas lágrimas. Não consigo pronunciar sequer uma palavra. A vergonha me consumindo. Os presentes na sala começam a olhar-me com mesmo ódio. Um a um vão dando-me as costas e saindo para fora da propriedade. Demorei alguns instantes para compreender o que aquele gesto significava. E foi

doloroso perceber que a sociedade estava me dando um corte direto, a pior maneira que uma pessoa podia insultar a outra pessoa. Minha honra sendo insultada. As palavras dele, ecoava sem parar em minha mente. Covarde e assassino. Liam Sallie: Indolente. Patife. Sórdido. Enquanto sofria por ter conhecimento do caráter de meu pai. O homem continuava parrado olhando-me. — Diga que não é verdade. — Peço frágil. Ele olha-me sobre os ombros e sai. William continua parado, observando. — Olívia sinto muito você ter descoberto da pior maneira. — Se aproxima, mas não tanto. — Eu sou uma vergonha. — Disse permitindo soluçar com o choro. — Preciso ir atrás de meu pai. — Disse ao colocar as taças em um móvel da sala. — Ele não parecia bem. — Não precisa se justificar, William. Igual seu pai, você tem motivos para repudiar meu sangue. — Olívia, não... —William procurava as palavras. — Basta! Preserve sua honra, vá embora. — Gritei e o homem, que antes parecia querer minha presença sempre, saiu sem falar ou olhar para trás. Sentir uma enorme vontade de jogar-me ao chão e lamuriar até que me sentisse leve. Mas isso não mudaria o fato dos acontecimentos. Estava respirando com dificuldade, os soluços eram imperantes. — Liam Sallie, eu renego ser sua filha. — Falo finalmente deixando meu corpo cair ao chão, não me importando se poderia machucar-me de modo físico. Continue no chão, totalmente covarde e abatida. Não deveria ter aceitado o Baile, sabia que isso seria demais para uma jovem como eu. A princípio estava medrosa com relação ao meu comportamento diante da sociedade. Poderia comprometer a dignidade da família Damman caso fizesse algo de errado, mas agora tinha destruído toda integridade que possuíam diante a sociedade. Meu sangue havia manchado não somente minha honra. Me condeno por isso. Sebastian e Sofia não mereciam serem rejeitados pela sociedade.

— Preciso suplicar por perdão. — Falo zonza devido as lágrimas. Preciso ir em busca deles para que possa me desculpar, mesmo sendo inútil, nada que fizesse poderia reparar danos. Me restaria afastar-me e voltar imediatamente para internato. Levanto-me com a decisão tomada. — Olívia, o que aconteceu? — Sofia finalmente aparece, acompanhada de Fernando. — Ela está abatida. — Fernando disse preocupado. Eu olhava tudo paralisada. — Estar deixando-me atormentada. — Sofia que bom você apareceu. — Digo indo em sua direção. Jogo-me em seus braços. — Você estar tremendo. Diga-me o que aconteceu? Afasto de imediato de Sofia, que me acolhia em seus braços carinhosamente. Não me achava digna de toda sua afetuosidade. — Peço desculpas. Eu arruinei tudo. — Oliva, sossegue-se. Onde estão os convidados? — Questionou confusa. Todos haviam saído ao descobrirem meu sobrenome. — Se foram... me repudiando... — Como assim? — Sofia, preciso saber onde está Sebastian.... —Solicito evitando sua pergunta. — Preciso vê-lo. — O vi indo na direção do jardim há pouco tempo. — Ela respondeu. — Mas você precisa contar-me o que houve. — Depois.... Sai, praticamente correndo. Precisava encontrar meu tutor. Mesmo que já houvesse tomado minha decisão, precisaria que o mesmo me cedesse transporte ao internato.

Quase não via o caminho, pois as lágrimas não cessavam. Solto os soluços presos em minha garganta. A dor rasgando sem piedade minha alma. Chego nas proximidades do jardim e ouvir as saias de algum vestido arrastar-se pelo chão rochoso, alarmei-me. — Tem certeza? —Perguntou uma mulher com voz desejosa. Causando-me náuseas. — Seu marido parece estar entretido com outras coisas. — Respondeu com cobiça o homem do qual eu procurava. Sebastian estava em um encontro libidinoso. — Ele nunca desconfiaria. Anderson Wilson é muito bronco. — Farreou a mulher. Pobre coitado. — Aproveitemos então, meu anjo. — Sebastian disse. E gemidos sofridos ecoaram... Minha noite não poderia ficar pior....

Capítulo 18

Olívia

— Como você é formosa, anjo. — Ouvi ele sussurrar satisfeito, suas palavras causando um reboliço dentro de mim. Precisei agarrar-me uma pilastra para não deixar o corpo cair ao chão. —Sinta como me domina... A percepção da cena me chocava... — Ah... Sedutor...Feiticeiro. — Sussurrou a dama em miados. — Sebastian...como me traz o fogo facilmente. Tentei voltar para casa e fugir dessa cena horrenda, mas meus pés não obedeceram. — Anjo, se contenha. Podemos ser descobertos. — Pediu ele galante. — Sebastian, beija-me. — Implora a mulher. Não suportei tais palavras e soltei um soluço de indignação. O homem por quem fomento um amor, não é digno de tal sentimento. Viro-me na intenção de fugir para longe, mas acabo tropeçando e derrubando um vaso de violetas causando um enorme estardalhaço. Sebastian e a mulher se aproximam para ver o motivo do ruído. Ao verem-me parada perto da coluna, os dois ficam estupefatos. A mulher reconheço ser a mesma com quem meu tutor conversava horas atrás. O semblante de Sebastian muda de assustado para enfurecido. Tremo com sua expressão de desgosto. A mulher por trás de seu espanto, sustenta um sorriso malicioso. Lhe olho superior, se a decrépita mulher pressupõe que irá me abater, está enganada. — Olívia... — Sebastian sibilou entre os dentes, mostrando sua contrariedade. — O que lhe trouxe aqui?

A brutalidade de sua voz causando arrepios. Seus cabelos longos reluziram a luz dourada da lua cheia. Nesse momento ele não se parecia em nada com o homem que devotava paixão. — Com certeza futricando a vida alheia. — Falou a mulher com voz histérica. — O quem sabe estar em uma fugida romântica. A malícia insinuada pela amante de meu tutor me fez ferver o sangue. — Não ouse levantar suspeitas erradas ao meu respeito. — Digo com um misto de agressividade e indignação. — Diga-me se você estava sendo mexeriqueira. Continuou acusando a mulher. Dei passos em sua direção, entretanto fui impedida por meu tutor segurando meu pulso. — Basta as duas. Chega de trocarem farpas. — Sebastian intrometeu-se com autoridade. — Acredito que a sem pudor seja você. — Repliquei muito seca. — Afinal de contas, é você quem estar fugindo do marido para uma escapada romântica. — Sua insolente e desaforada! — Exclamou a mulher evidentemente enfurecida. — Calma, Eliza. — Interveio Sebastian. — Calma? Sua pupila inconsequente e mal-educada quem estar agredindo-me. Você deveria lhe aplicar um bom castigo. Assim como mexeriqueira deve ser fofoqueira. — Senhora, possuo educação adequada para saber o que está certo ou não. E sei que está incorreto seu caso com meu tutor. Mas garanto que não mancharei ainda mais seu caráter. Satirizei duplamente a mulher que possuía sua face vermelhas. — Respeite-me pirralha. — Não lhe devo obediência. — Estão descontroladas. — Disse meu tutor com calma. Lhe olhei com raiva, raiva por todos momentos que deixei meus sentimentos me dominarem.

Raiva por meu coração encantar-se por ele. — Acho que podemos nos acalmar e decidir o que seria o melhor. — Essa imatura só precisa ficar calada. — Sugeriu a mulher menosprezando-me. — Eliza, chega de insultos. — Não creio no que estou ouvindo... não pensei que se renderia tão fácil. —Soltou a mulher com uma expressão abismada. — Eliza, cale-se. Acredito que você deveria procurar seu marido. As expressões selvagens de Sebastian evidente: testa franzida, olhos azuis sombrios, lábios comprimidos. — Sebastian... eu jamais, não era.... — Eliza, não demore mais. Vá! — Sua voz saiu grossa e arrepiante. — Irá visitar-me amanhã? —Ela perguntou, agora, em tom mais ameno. — Anderson partirá amanhã em uma longa viagem. Podemos aproveitar, já que da última vez e agora fomos interrompidos. — Lhe mandarei uma mensagem. Agora vá. A mulher olhou-me mais uma vez, com cenho de desagrado, e saiu. Um silêncio desagradável se fez presente. Não conseguia olhar para meu tutor, imagino que acontecesse o mesmo com ele. Nem tinha mais vontade em dividir o ocorrido desta noite. O mesmo não havia demonstrando interesse em ter-me por perto nas horas anteriores. E o motivo não era perdoável como o de Sofia. — Olívia, Olívia. Agora quão importuna você foi. — Disse aproximando-se lentamente de mim. — Não era minha intenção. Um suspiro saiu dos lábios de Sebastian. Muito rápido o mesmo estava prendendo meus pulsos com suas mãos largas. — O que estar fazendo? Solte-me. — Disse aflita quando vi seu rosto ser tomado por uma

expressão sombria. Ele não fez menção de soltar. Ao contrario apertou ainda mais. A brisa da noite soprou fria trazendo consigo uma exalação de ar. Sebastian havia bebido, havia visto antes. — O que veio fazer aqui? — Perguntou estúpido. — Sebastian, você estar me machucando. — Murmurei. Nunca havia visto dessa maneira. Parecia transtornando. — Diga-me. O que veio fazer aqui? Esperar por William Dupree? — Eu não sou igual sua amante. — Gritei. — E solte-me. Você parece bêbado. Puxei com forças meus pulsos de sua pose. Sebastian sacudiu a cabeça, pareceu retomar a sensatez. — Desculpe-me. Fui insensato. A simples possibilidades de você estar em um encontro romântico com William me alarmou. — Por que? Você mesmo estava agora em um ato leviano. Minhas palavras emanavam o que se passa em meu interior. Ele respirou fundo, passando as mãos repetidas vezes por seus cabelos. — Volto a redimir-me.... — Ele disse. — Bom, Olívia, não era para você ter presenciado isso. Mas já que o fez, quero que prometa que não vai falar nada para ninguém! Nem para Sofia. — Pediu o obvio. Jamais entraria neste assunto com ninguém. Na verdade, gostaria de esquecer tudo que presencie. — Claro que não falarei nada. Acredite em mim quando digo isso. — Falei cansada. Estava farta de escutar seus pedidos. — Prometa-me. — Sebastian, não vejo necessidade. Além do mais não terei oportunidades... — Do que você fala? — Perguntou parecendo interessado. Agora? Depois de ter acabado com seu encontro romântico?

— Nada, peço desculpas a você pela minha intromissão... acredito que tenha feito isso desta minha chegada. — Falei triste ao constatar que peso na sua rotina. — Olívia, por obsequio, o que você veio fazer aqui no jardim? — Voltou a insistir. Olhei Sebastian demoradamente. Analisando se deveria lhe dizer o que me afligia ou não. Com certeza amanhã, ou até mesmo hoje ele saberia. Ele continuou a olhar-me questionador. — Vim tomar um pouco de ar. —Menti. Realmente não queria confidenciar com ele. — Olívia, por Deus. Eu sinto que tem algo errado. Sua voz pareceu soa aflito. — Estou dizendo a verdade. — Você está irritada, Olívia. O que foi? — Sebastian, por favor. Não quero ter que repetir... — Digo com voz embargada. Tento esconder meu rosto o virando mais é em vão. Sebastian leva a mão ao meu rosto o virando para si. Seu toque causando-me o mesmo tremor de sempre. — Olhe para mim...você esteve chorando? — Perguntou bem próximo de mim. — Não ...— Disse num fio de voz...tentei retirar a mão de Sebastian do meu rosto. Seu toque havia enfraquecido minha tenra desilusão. — Não trema. Confie em mim. Sou seu tutor. Seu olhar inquisitivo parecia desbrava minha alma. Era disso que tinha medo. Sebastian me dominava por completo. Mesmo com o coração machucado, mesmo depois de ter descoberto toda minha vida. Aqui estava eu, débil e exposta...a qualquer hora ele me faria revelar o que eu não quero. — Eu sei, confio em você. — Então fale-me. O que causou seu choro? Para minha consternação, Sebastian agora segurava meu rosto com as duas mãos, evitandome de desviar o olhar. Fiquei tensa. Assim eu não poderia segurar meus sentimentos. Seus olhares

estudaram todo meu rosto. Comecei a preocupar-me com minha aparência. Já era desprovida de beleza, imagine após todo meu pranto. — Não chorei. — Voltei a desmentir. — Olívia... — murmurou ele sem tirar os olhos de mim — A quem quer enganar? — Certamente amanhã estará na boca de toda a sociedade e você saberá. — Digo e fecho os olhos ao lembrar dos acontecimentos. Precisava evitar que as lágrimas voltassem a fluir. — Olívia você está pálida! — Disse passando uma mão pelo meu rosto. — Está fria também. — Estou bem. Não houve nada. Deve ser o frio da noite. Sebastian parece não acreditar no que digo. Ele retira seu casaco. — Coloque-o! — Disse passando as vestes pelos meus braços. — Fico muito agradecida. Acredito que possamos entrar. — Não, fiquemos. Precisamos conversar. — Acho que não há carência. Duvido que isso mudará algumas coisas. — Nada é impossível, Olívia, a asseguro disso. —Seu tom soou intrigante. — Você está dizendo isso para me amainar? — Não! —Disse simples e rápido. Ele fez uma pausa e olhou-me com um brilho especulativo em seus olhos azuis. — Somente sei das coisas. Não falei nada, não havia necessidades. Sebastian também não. Enquanto o silencioso imperava, olhei a bela e enorme lua. Seus raios dourados eram quase tocáveis. Meu tutor seguiu meu olhar e também parecia encantado. — Está linda! — Disse olhando-me. — Eu também acho. Adoro quando ela está cheia. — Estava referindo-me a você. O luar lhe combina. Sua pele pálida reflete todo brilho da

lua. Seus olhos cintilam de um azul encantador. — Diz me abalando. Não sabia qual suas intenções ao proclamar tais lisonjas. Sebastian deu um passo, encurtando a distância que nossos corpos estavam. Estava consciente que sua aproximação poderia me causa. Também não estava preparada para isso. Sebastian tinha poder que podia controlar qualquer mulher. Era sedutor, excitante e ousado. — Sebastian... —Tentei o alertar. Ele não retrocedeu. Colocou cada mão em minha cintura. Não tive forças para impedir ou recuar. —Fique calma— Pediu. Sebastian passeou a língua por todos os lábios. Causando-me sensações quentes. Não conseguia barrar o fervor que gesto me causava, seu aroma, uma fragrância natural selvagem invadiu meu olfato. Deixando-me mais mole ainda. — Pare. — Pedi ciente do que estava para acontecer. Ele negou e aproximou-se ainda mais. Como se soubesse o que estava sentindo, sussurrou: — Você sente isso, Olívia? — Perguntou perto demais. Abri a boca para contestar proximidade. Ainda havia uma parte lucida, mas não saiu nenhuma palavra. — Olhe para mim, Olívia. — Incapaz de negar-me, obedeci e o vi observar-me. Vi inclinar a cabeça e aproximar sua formosa boca a minha. Deixou seu polegar passear por meus lábios. Uma caricia prazerosa. Esperei tensa... Meu primeiro beijo....

Capítulo 19

Olívia

A proximidade de Sebastian, fazia-me estremecer de prazer. Era a primeira vez que seria tocada por um cavalheiro. E apesar de todas circunstancias, agradeci que fosse ele. Ele era o homem quem eu desejava. Minha respiração estava desmedida. Era provável sucumbir a qualquer momento. — Seus lábios são tão aveludados, de uma cor incrível. — Disse ao continuar sua tortura doce. Sebastian delineava todo meu lábio levemente com o polegar. — Sebastian, não... — Gaguejei devido a euforia que me regia. — Shiu...Docinho. Não pense muito.... Então Sebastian roçou a minha boca, dessa vez com seus lábios tentadores e quentes, deixando-me sedenta e atrevida. — Queres que te beije de verdade. — Perguntou ainda com seu resvalar de lábios. — Eu... Sebastian... Dizia incerta. Agora sentia-me imoral, indefesa, débil, errada...tudo ...menos certa. O livro tinha razão, pensei lembrando do livro de poema que li sobre beijo...sua pele, loucura, saciar, dor que vem do fundo. — Vamos, docinho. Preciso do seu consentimento. Eu queria mais que tudo sentir o sabor dos seus beijos. Queria mais que tudo sentir cada toque. Eu que tanta ansiei por seus toques íntimos. Meu tutor parecia deleitoso.

— Isso me parece ser errado... — Não será... — Você é meu tutor... — Eu sei, mas logo não mais.... Deixe-me lhe saborear Olívia. Sebastian pediu deixando-me abalada. Ele parecia sentir um desejo eminente por mim. Isso reverberou em mim deixando-me fraca em seus braços. Imediatamente sentir suas mãos apertando-me em minha cintura. — Sinto que também deseja o mesmo. Virei o rosto para tentar esconder meus sentimentos. Sabia que ele poderia perceber meus desejos, meu corpo não conseguia ocultar ou deixar de reagir as belas sensações que ele me causava. — Deixe-me apossar de sua boca? Incapaz de responder, acenei lentamente a cabeça. Pude perceber os brilhos em seus olhos... — Vou beijar-te. — Respondeu ao meu gesto. Sebastian lentamente aproximou seu corpo do meu, não havia um espaço sequer. Uma de sua mão saiu da minha cintura para segurar com força minha nuca. O vi umedecer os lábios fervorosamente.

E então aconteceu. Ele cobriu os meus lábios com os seus, de forma branda e paciente. Moldou devagar e intimamente a minha boca. Sua barba fazendo caricias em minha pele. Era a melhor sensação já experimentada. Um deleite sensual, mostrando seu dom. Senti-me perdida em um prazer denso e suave assim que a língua dele me invadiu. Em um gesto preciso, quente, intenso, sensual. Sua língua ora acariciava meus lábios, ora acariciava a minha que permanecia tímida. Sebastian puxou minha nuca, aprofundando ainda mais seu musculo quente dente de mim. Desvaliada, segurei em seus braços cobertos pela fina malha, conseguia sentir a rigidez de seus músculos. Meu tutor também estava quente.

— Tens lábios de mel, tão doce e viciante. — Disse ao separar um pouco sua boca. Abrir meus olhos para ver os seus em chamas.

— Necessito provar-te outra vez. Voltou a capturar meus lábios, dessa vez primitivo e violento. Suas mãos agora abraçandome e alisando-me. Seu corpo tão colado que sentir algo...rigoroso e rijo entre minhas coxas.

Sebastian

Um fugaz gemido soou de seus lábios, enquanto lhe prendia em meus braços. Olívia era moldável a mim. Minha língua sentia necessidade em explorar toda sua boca. Seu sabor era doce e afrodisíaco. Ela estava exercendo sobre mim um feitiço que nenhuma outra havia conseguido. Minha pupila conseguir provocar meu mais íntimo desejo. Meu corpo reagia queimando e arrepiando. Não conseguir conter a avidez de meu membro. Ele estava rígido e prestes a romper o tecido de minhas calças. Estava errado quando pensei que Oliva fosse apagada e sem sal. Ao contrário, era diferente o que me proporcionava. Ela era fogosa e devassa. Separei meus lábios vermelhos e extenuados dos seus. Olívia imediatamente sugou uma lufada de ar. Seu rosto estava corado e — Respire calmante. — Disse fraco. Também necessitava de ar. — Isso...nós dois...não poderia...acontecer. — Disse entre uma respiração e outra. — Somos adultos, Olívia. — Mas não deveríamos. — Respondeu. Agora estava com sua respiração normal, mas mesmo assim afogueada. — Isso é normal. É mais comum do que possa imaginar. Oliva pareceu perturbada.

— Eu honro minha reputação. — Ao dizer isso seu rosto ficou tenso e triste. — Não sou igual as mulheres que está acostumado. Seus olhos encheram de lágrimas. — Não disse que não tens. Acredito que seja a mulher mais honrada que conheci. — Disse rápido. Olívia era inteligente demais para se auto depreciar. Ela não disse nada. Aproveitando o calor do momento e a ocasião, não sei, lhe abracei apertado. Seu rosto se aprofundou em meu peito, tremia que ela pudesse sentir a palpitação do meu coração. Sentia-me bem com ela no calor dos meus braços. Deixava-me radiante protege-la. Um baixo ciar de cigarras fez Olívia pular assustada de meu braço. Tentei a manter ainda em meus braços, mas foi em vão. Afastou-se veloz do meu apertar. — Calma, não estávamos fazendo algo de errado. Ela olha-me confusa. — Nossa condição de Tutor e Pupila, não nos permite tal atrevimento. — Olívia, olhe para mim. — Olívia enrubesceu como nunca tinha visto antes. — Isso não durará mais. — Do que falas? — Perguntou com a testa enrugada. Sabia que havia confundido seus pensamentos. Pensei seriamente em revelar nosso breve enlace, mas ela não merecia saber de tal maneira. Ela parecia ter sido afetada muito esta noite. — Em breve saberá. Muito em breve. — Voltei a falar em tom misterioso. Havia decidido totalmente em adiantar meu matrimonio com Olívia. Na profundeza de minha alma, já havia tomado decisão. Mas hoje ao vê-la com William Dupree reforçou ainda mais minha certeza. Enfureço imediatamente, o filho mais novo de Dupree fez-me descobrir sentimentos totalmente desconhecidos. — Preciso saber agora, Sebastian. Chega de segredos. — Pediu austera.

— Olívia, voltemos a aproveitar o momento. — Pedi voltando nossas proximidades. Sentia desejo em tê-la e saborear novamente seus adoçados lábios. Olívia ficou estática no lugar. — Tal acontecido não voltará a acontecer. — Disse ao recuperar sua estabilidade mental. — Não afirmaria isso com tanta convicção. Lhe peguei pela cintura aproximado seu corpo do meu. A mesma ardência de antes fez-se presente. — Docinho, renda-se. Um alto ruído de cavalgar, novamente, a fez saltar de meus braços. — Sebastian... — chamou uma voz, que imediatamente reconheci: John. Entrei em modo de alerta. — Sebastian, está aí, senhor? — John! — Respondi alto. Se ele teve atrevimento de estar aqui, algo deveria estar errado. O deixei incumbido de vigília nas terras da Olívia. Orlando estava avançado hectares em sua propriedade. Sabia que brevemente entraríamos em uma batalha. — O que te traz por aqui, John? O que aconteceu? — Pergunto depressa. Odiaria ter que enfrentar Orlando logo hoje. John parou surpreso ao notar Olívia presente. Minha pupila tinha características marcantes de semelhança ao pai. Quem conheceu Liam Sallie assemelharia a Olívia. — Venho te buscar, senhor. Precisam de você lá. Temo que os terríveis e covardes…— Ele não continuou suas palavras, deve ter entendido meu olhar de censura. Olívia não poderia descobrir de toda conjuntura. — Lá? — Olívia manifestou-se, John olhou-me depressa. — Olívia, necessito que volte para dentro. — Pedi tentando controlar minha ira. — De novo segredos. Até quando? — Ela perguntou furiosa. — Sempre tenho que descobrir

da pior forma? Agora seu tom era de melancolia. — Olívia, isso não é assunto seu. Então quero que você sai e nos dê privacidade. — Menti. Seria melhor lhe poupar. Vinha fazendo isso desde sua chegada. Era uma forma de deixar segura diante da sociedade. Acredito que até hoje existem pessoas que não perdoaram Liam Sallie. — Onde se referia, senhor John. — Perguntou voltando-se para o homem. Olívia lhe olhou bem. John estava vestido com roupas simples, botas de cano logo e todo sujo de argila. — Olívia. Deixe de atrevimento. Obedeça-me. — Usei um tom mais opressivo. Ela olhou-me com desdém e fechou a cara. — Não sou menina. Não ouse tratar-me como tal. Olívia estava ofendida com meu comportamento, mas agora não deveria render-me a sua tristeza. Precisava tratar do acontecido o quanto antes. — Então não proceda como uma. Entre! Olívia deu a volta com suas saídas rodando, retirou o casaco e praticamente o jogo em minha direção em um jeito de total imaturidade. — Obrigada, mas não necessito mais do mesmo. — Disse ao vira-se completamente e sair. Respirei aliviado em partes. Ela não descobriria os fatos reais. — John, conte-me o que lhe trouxe aqui? — Pergunto para o homem que estava calado e pensativo. — É a filha do Sallie? — Sim. Mas, diga-me, qual urgência de sua visita. O homem sacudiu a cabeça atordoado.

— Bem senhor. Sofremos mais um ataque. Antônio Orlando, mandou seus capangas invadirem a propriedade. Fizeram um ataque surpresos, nossos homens foram pegos desprevenidos e....alguns ... — Diz triste. Era consciente da fama covarde dos Orlandos. — Não posso crer. Malditos e covardes. Comecei a andar encolerizado. Não tinha muito o que fazer no momento. Precisava ir ao local e ver todo estrago que eles haviam nos causados. — Perdemos quantos de nossos homens? — Senhor...pelas minhas contagens. Lamento informar que perdemos dez do nossos. Vejo o homem baixa a cabeça vitimado. — Isso não ficará assim. — Digo duro. — Antônio já me prejudicou muito. Não o deixarei atentar contra vida de Olívia. — Continuo rigoroso com minha afirmação. Neste exato momento. Julgo antecipar meu matrimonio com minha pupila. — Vamos, senhor, não sabemos se Orlando pretende voltar a atacar...

Capítulo 20

Olívia

Sebastian havia praticamente me expulsado do jardim. Sentir-me inteiramente frívola. Meu tutor tinha utilizado um tom prepotente ao pedir-me para sair. Até relutei, mas não tinha como afrontá-lo. — Novamente segredos. — Ralhei enquanto andava de volta para casa. — Até quando vão esconder a minha própria vida? Ninguém poderia responder, ninguém tinha respeito por mim. Era preciso eu ser humilhada e rejeitada para saber de coisas que havia acontecido e envolvia-me. Voltei a sentir emoção de lamuriar, meus olhos ardiam pelas gotas que beiravam minhas pupilas. Parei por um instante, segurei-me em uma pilastra para não capotar no chão. Olhei aos céus e sobre minhas lágrimas vi a lua brilhar. A pouco ela tinha sido testemunha de meu afeto com Sebastian. Como aquilo pareceu certo naquele momento, mas agora parecia errado. Toco em meus lábios que estão sensíveis devido ao esforço. Sebastian tinha lábios macios, saborosos, quente... Suas caricias eram graciosas, fazendo-me estremecer de desejo com simples toques... — Preciso esquecer desse ocorrido.... Meu tutor deverá fazer o mesmo. — Digo lamentando e voltando a andar. Chego a sala, movendo-me com esforço. O ambiente está silencioso. Não se parece em nada com o recinto do espetáculo humilhante.

— Olívia, pode onde você esteve? Sentia-me temerosa com sua integridade. Sebastian também sumiu. — Falou uma Sofia angustiada. Sua voz tirou-me dos meus devaneios. — Estava pensando no jardim. — Respondi omitindo que estava no chamego com seu irmão. — Esteve chorando? — Sofia, nesse exato momento preciso colocar as ideias em ordem. — Olívia, você parece aflita. Confabule comigo. — Ficarei bem. Não se angustie. — Digo rumando para escada. Não estava com intenção de expor minhas feridas. Dessa vez a curaria como sempre sanei minhas dores. Sozinha e desprotegida. Era assim que aliviava minhas aflições no internato. — Espere. Você sabe do Sebastian? Sacudi a cabeça negativamente. Não havia vontade de pronunciar qualquer palavra. Imagino como Sofia reagiria se soubesse que beijei seu irmão. Se me acharia insensata ou iria recriminar-me. As duas opções seriam devidamente perversas. — O que se passa? — Ouvi Fernando perguntar ao fundo. Não havia notado sua presença no cômodo. Também não me importei com a etiqueta, segui meu caminho aos aposentos.

*** Cheguei ao quarto e não me importei em tirar as vestes. Mesmo que o espartilho estive forçando a pele de meu ventre, afinal estava a um bom tempo o utilizando. O vestido continuava esplendido. O que não estava adequado era minha particularidade. — O que será de mim agora? Puxo meus cabelos desfazendo o penteado. Não seria mais necessário toda essas grifes. Passo a mão no peito e sinto o colar resvalar em minha mão. O tiro, não tinha intenção em aceita-lo desde que foi concedido. — Uma joia linda. — Disse ao coloca-los diante de meus olhos. Pena que não tinha tal merecimento de ostentar. Coloco-o no criado mudo ao lado da cama.

Levanto da cama e paro em frente do espelho, que cedo resplendia uma jovem aflita e medrosa, mas com uma infinita esperança de um grandioso Baile. — Quem tu és? —Pergunto para o reflexo abatido. — Qual pecado o sangue Sallie carrega? — Minha voz sai fina devido ao nó em minha garganta. Desconfiava que tinha mais coisas escondidas, tremia ainda mais por tudo que isso pudesse causar. — Como Sebastian aceitou minha nomeação em ser sua pupila? Mais indagações sem retorno. Sento-me na poltrona acolchoada branca que fica perto da janela. Tenho certeza que não dormirei está noite. Não com tantas perturbações em mente.

*** Sinto os raios solares queimando minha pele, abro os olhos após um breve cochilo. Passei o restante da noite ponderado os acontecimentos. Ontem não tive como cumprir minha vontade..., mas hoje nada impedirá... Levanto e faço minha higiene matinal, retiro o vestido e ponho algo mais simples... Logo após todo meu ritual, desci para procurar Sebastian. Precisava agradecer sua estadia e esforços. Tinha valido apena todo o momento que presenciei em sua residência. O procurei em toda casa, mas o mesmo não estava em nenhuma parte. Não acordaria Sofia para lhe incomodar com meus problemas. Esperava que o encontrasse logo, quanto mais cedo sair de Devanae, mais cedo estarei no internato. Resolvo ir adiantando os preparativos de minha volta. Vou diretamente até Jodi, que estava na cozinha preparando o café. O cheiro estava maravilhoso. — Menina, estais cedo para estar de pé. — Disse a despretensiosa senhora. Jodi era uma

mulher bela para sua idade. Seus cabelos eram marrons com branco, pele clara e olhos negros. Na juventude deveria ter arrematado vários corações. — Precisei acordar cedo. Estou procurando Sebastian, você o viu? — O senhor Sebastian, não dormiu em casa. Caso contrário já estaria de pé também. — Diz e arrepios atravessam meu corpo. De repente imagino quantas noites Sebastian teria dormido fora de casa e por quais motivos. Não seria nada agradável descobrir quais razões para isso acontecer. Jodi olhou-me e sorriu, sorri de volta mesmo sem vontade. — Quer comer algo? Estou preparando um delicioso bolo. — Perguntou solícita. Não tinha nenhum apetite. — Obrigada, estou sem fome. — Menina você precisa alimentar-se. — Sua voz soou maternal, causando-me um leve desconforto. Um aninho de mãe seria ideal para vida nesse momento. — Amanheci indisposta. — Disse baixo, impossibilitando que a senhora captasse minha desolação. O que foi inútil. Jodi abandonou seu serviço e aproximou-se de mim. Limpou as mãos suja de massa no avental e puxou meu rosto em sua direção. — Você pode confiar na minha pessoa. — Disse ao acariciar meu rosto. Não segurei o pranto e joguei-me em seus braços. Ela acolheu-me com toda ternura que precisava. Chorei por um tempo incontável, Jodi não me questionava ou afastava, somente afagava minhas costas. — Shiu, menina. Ficará tudo bem. Não respondi ou parei de chorar. — Está melhor? — Perguntou depois de um longo tempo. Sacudi a cabeça lentamente. Sentia-me um pouco mais leve.

— Venha, sente-se aqui e diga-me em que posso lhe ajudar. Jodi tratava-me com simpatia e consideração genuína, mesmo eu sendo uma desconhecida. Sentei na cadeira de madeira baixa e ela prontamente sentou-se do meu lado. — Desculpe-me, estou atrapalhando seu serviço. — Pedi arfando. — Não tens o que desculpar. Sinto um enorme carinho por você. — Obrigada, mas não sei se mereço... — Disse e uma lágrima voltou a escorrer lentamente por minha face. —Menina, já disse. Pare de desculpar-se. Agora conte-me o que lhe deixou assim? — Sua voz voltou a sair maternal. — Não sei se devo lhe perturbar com meus impasses... Olhei em volta e ela seguiu meus gestos. Estava incerta se deveria ou não confidenciar com a velha senhora. — Oras menina, conte-me o ocorrido. Não desobedeça uma senhora. Um silêncio notório fez-se presente. De todo modo Jodi não parecia força-me a lhe contar minhas aflições por curiosidade. Seu apreço parecia real. Respire profundo, busco forças para falar. — Eu descobri. — disse com a voz rouca... — Meu papai... Parei por um instante. Jodi acenou para que continuasse. — Eu sei o que ele fez. — Continuei e vi as sobrancelhas de Jodi se franzirem. — Do que falas menina? — Ontem descobri o que meu pai fez. Sei de todas suas covardias. — Falei alto. Meu coração doía a cada palavra pronunciada. Jodi ficou espantada. Imagino se a mesma chegou a conhecer meu pai. Sei que ela é criada

da família Damman há uma longa data. — Sinto muito. — Ela disse contida. Parecia ter escolhido as palavras, não era bem o que eu esperava ouvir, mas pelo menos sentia sinceridade na voz da senhora. Ela realmente sentia muito. E pela primeira vez, desde ontem, sentir uma felicidade. Jodi estava me transferindo sua paz. — Por que você deveria sentir muito? Não sinta, ele matou homens por covardia. Ontem conheci umas das vítimas de suas atrocidades. — Disse cheia de vergonha. — Eu, eu tenho o mesmo sangue dele, eu deveria...— Minha voz saiu engasgada, a dor de ontem à noite está voltando... — Olívia, menina. Não se culpe pelas façanhas de seu pai. — Jodi disse rápido, querendo passar-me conforto, mas seu argumento não pareceu convincente. — Você acredita que fará alguma diferença para eles? Você acha que pode fazer alguma diferença para mim? — Minha voz saiu alta. Não conseguir aplacar meus sentimentos de ira. Jodi imediatamente pegou minhas mãos nas suas. — Para eles quem? —Pergunta calma. Logico que ela não concepção do que tinha ocorrido ontem. — Um homem, no baile ofendeu-me. Revelou coisas horríveis de meu pai. convidados presenciaram e ficaram ofendidos com minha presença.

Todos os

As lembranças de ontem massacrando minha mente. — Calma menina Olívia... — Pediu Jodi com poucas palavras. Sabia que não havia muito o que ser dito. — Jodi, foi humilhante. Todos viram-me as costas e se foram. Eu recebi um corte direto. Eu fui severamente humilhada. — Tremi de raiva, raiva de mim, raiva de meu pai, raiva de Sebastian por deixar-me saber disso por um desconhecido e da pior maneira possível. — Oh menina.... Você não merecia. Você é totalmente distinta de seu pai. — A experiente senhora falou com compaixão. Mas não queria esse tipo de sentimento: pena, era algo mais desonroso ainda. — Ele perdeu o movimento do braço por culpa do meu pai. Ele chegou a mostrar sua

enorme ferida. Por que Sebastian, não contou-me nada? Por que deixou que eu descobrisse assim? — Ele deve ter imaginado que jamais descobrisse. Ele queria proteger-te, menina. — Sua voz saiu baixa, quase um sussurro. Ele tentara proteger-me, mas só conseguiu deixar-me mais vulnerável à crueldade da sociedade por nunca esperar que um disparate como aquele viesse à tona. — Sua proteção não serviu de nada. Talvez beneficiou ainda mais o ataque de hostilidade sofrido ontem. Se ele tivesse preparando-me, não teria saído fraca e igualmente covarde. — Se ele pudesse ter evitado tudo isso, Olívia, pode ter certeza de que ele teria feito tudo que estivesse ao seu alcance. Sebastian nunca permitiria que você fosse humilhada. — Ela defendia rigorosamente seu patrão. Sabia que Sebastian não poderia fazer nada para evitar o que aconteceu, era inevitável acontecer. Sendo ontem ou outro dia. Talvez o mesmo só me protegia do meu próprio pai. Desde o princípio ele sabia quem era Liam Sallie, e tentou me salvaguardar da terrível realidade. E eu não podia culpá-lo por aquela história ter se tornado de conhecimento público. — Sebastian não poderia proteger-me sempre. Um dia teria que saber do meu pai. — O senhor Liam Sallie, era muito ambicioso. Não se importava em como conseguir as coisas. — Disse Jodi sem notar o que havia falando. Quando a compreensão de suas palavras lhe fez sentido, ela arregalou os olhos. — Você conheceu meu pai? Jodi, conte-me a verdade. — Supliquei, mesmo que a verdade magoasse, sentia necessidade em descobrir. — Olívia, conheci seu pai pouco. Ele não era muito de visitar a família Damman. — Jodi disse piamente. — Sempre que vinha suas visitas eram rápidas e desastrosa. — E minha mãe, você a conheceu? — Pergunto triste, tenho esperança que minha mãe tenha sido uma mulher de honra e caráter. — A senhora Sallie. — Jodi disse com um sorriso terno nos lábios, ato refletiu nos meus. — Sua mãe era uma bela mulher, honesta, de personalidade forte e agia sempre seguindo o coração. Você lembra muito ela.

Suspiro aliviada com suas palavras. Saber que uma parte de mim tinha algo bom era reconfortante. Saber que parecia com minha mãe era animador. — Não permita que as atitudes de seu pai atrapalhem sua vida e destruam quem você é. Você tem honra e caráter. Também não julgue Sebastian por ter omitido suas descendências. Acredite que ele tenha sido um martírio manter segredo. — Nunca quis seu real sacrifício. Sebastian não tinha direito. Mas imagino que não tenha agido por maldade. — Minha voz saiu ácida. Sabia que segredos rondavam minha vida. — Não seja cruel com Sebastian. — Falou com calma. — Ele é jovem assim como você e não sabe como agir em certas situações. Tenha um pouco de fé e converse com ele para poder entender melhor sua vida. — Seus olhos brilhavam, imaginei que ela sentisse um verdadeiro apreço por Sebastian. Suas palavras eram confortantes. Entretanto, conversaria com Sebastian. Mas não para entender a situação. Sim para agradece-lo e pedir desculpas. Havia decidido minha vida e nada me faria voltar atrás.

***

Depois da minha conversa com Jodi, subi para meu quarto. Sofia e Fernando não haviam acordado ainda. Agradeci imensamente. Não conseguiria recontar todo meu drama. Eu já tinha terminado de arrumar minhas malas. Não levava nada que Sebastian presenteava-me. Nenhum vestido, calçado ou joia. Sabia que não me pertenciam. Suas responsabilidades como tutor tinha terminado noite anterior quando completei maioridade. Caminhei lentamente pelo quarto. Memorizando cada detalhe. Seria meu último dia aqui. Um belo cômodo. As duas camas com dossel, possuía colchões macios, bem diferente do internato. Os moveis eram de madeira com acabamento dourado. As variedades de brinquedos arrumado pelo quarto. Nada que estava acostumada. Sebastian tinha feito um belo aposento, conjecturo o ele fará com o quarto.

— Irei sentir saudades. — Minha voz preencheu o silêncio do ambiente. Voltei a andar impaciente pelo cômodo. O salto da bota produzindo um ruído ao encostar no chão, mas nenhum barulho era o suficiente para abafar as vozes que ecoavam sem parar em minha consciência. Todas as palavras de humilhação, reverberavam em minha mente, fazendo-me ir as lágrimas. — Saiam de minha cabeça. Quero esquecer Deus. — Pedir afervorada-mente. Estava alucinada. Minha vida sempre tinha sido normal, não havia preocupações. E assim sempre fui feliz. Tinha incerteza, mas nada que me ocupasse completamente meu juízo. Meu pai havia castigado qualquer futuro que escolhesse longe do internato. O mundo calmo e fechado do internato era mais do que suficiente para meu futuro de antes. Mas Sebastian Damman mostrou-me um mundo diferente, que me encantou e desvendou-me. Todas as aulas de etiquetas agora me pareciam corretas. Todos os vestidos e modo, que havia reclamado iriam fazer-me falta. Ouvi uma leve batida na porta. — Olívia, como pediu-me para avisar. Senhor Sebastian acaba de chegar. Limpei imediatamente as lágrimas com um gesto fora do protocolo das etiquetas. — Obrigada, Jodi. — Disse para mulher parada a minha frente. Ela olhava triste. Havia lhe contado que teria que ir embora. — Menina, tens certeza da sua decisão? Não respondi. Não tinha certeza, mas era o certo a se fazer no momento. Aproximei-me da mulher e lhe dei um afetado abraço. Jodi tinha se mostrado uma excelente confidente. A mulher apertou-me ainda mais, sentir suaves soluçar, a mesma chorava. — Jodi, não torne esse momento mais difícil. — Pedi com lágrimas. A mulher se afastou de meus braços e limpou seu pranto. — Sentirei saudades meninas. Muita saudade.

Caminhei até a cama e peguei a pequena mala que trouxe. Nela continha os meus pertences, minhas roupas e objetos que havia trazido do internato. — Onde ele está? — Pergunto quando chego a porta. Jodi com expressão ainda triste respondeu: — Sebastian chegou e foi de imediato para seu escritório. — Jodi, foi um prazer lhe conhecer. Obrigada por todas suas ajudas. Nunca poderei recompensar por tudo. Você tratou-me como uma mãe, uma mãe que nunca tive. Não esperei Jodi responder, sai apressadamente pelos corredores, lágrimas nublavam minha visão. Estava deixando uma chance de um futuro melhor. Não que não seria feliz como professora no internato Olimpic, seria muito gratificante poder ajudar quem sempre esteve comigo. Além do mais poderia ficar com Cecile, sentia saudades de minha pequena. Cheguei ao escritório e Sebastian estava com cabeça deitada na mesa, parecia cansado e abalado. Paro à porta e fico o observando. Mesmo abatido sua beleza era proeminente. Seus traços estavam marcados por sua expressão séria. Seus cabelos estavam bagunçados. Sentir vontade de lhe acariciar. Aproximei-me como se seu corpo arrastasse o meu. Quando levantei a mão para correr em suas longas mechas, ele levantou a cabeça rápido. — Olívia, como você está? — Perguntou solicito. — Desculpe-me... — Estou bem. Precisamos conversar.... Sinto-me... — Olívia, eu imagino como esteja sentindo-se, mas... Ele não completou sua frase. De todo modo compreendi que o mesmo já soubesse do ocorrido. — Vim para despedir-me....

Capítulo 21

Sebastian

Quando cheguei a propriedade Sallie, tudo estava alvoraçado, uma bagunça de cercas quebradas que se espalhavam por todo campo. Orlando havia sido ardiloso. Seu ataque tinha sido bem-sucedido. Maldito! — John, procure mais homens para substituírem os que sucumbiram. Proporcione todo apoio necessário a família dos mesmos. — Digo com um misto de raiva e benevolência. Imaginava o que as famílias passariam. Havia passado pelo mesmo. O homem prontamente concordou. John era um excelente encarregado. — Vamos analisar todo estrago. Não podemos agir e tomar decisões por cima. —Sim senhor, vamos para a fronteira leste. Foi por lá que os capangas apareceram. Seguimos para o lado oeste, o lugar tornava-se mais caótico. Ainda podia ver os corpos dos nossos parceiros. Sentir uma dor profunda. Orlandos continuavam tirando e derramando sangue inocente. — Meu Deus! — Minha expressão de choque despontou quando finalmente chegamos a fronteiras. — Precisamos planejar um contra-ataque senhor. — Disse John também horrorizado. — Iremos agir da mesma forma. Seremos perspicaz e deixaremos mais arruinados Orlandos e seus comparsas. — Senhor Damman, que bom lhe encontrei. — Disse um homem do qual logo reconheci: Ezequiel parecia afobado e chocado. — Estive jantando na bodega e ouvi comentários com seu nome e de sua pupila. Adam

Dupree comemorava juntamente com alguns homens a humilhação que fizeram a Olívia Sallie. Ezequiel termina seu relato. Minha ira extrapola os níveis máximo. Acreditava que Orlando e Dupree haviam juntado força. — Eu matarei esse miserável. — Disse inflamado.

*** Mal contive minha raiva quando cheguei na bodega, passava por tudo e todos se cumprimentar ou desviar dos esbarros. Adam Dupree e William Dupree bebiam e festejavam alegre, enfurecendo-me ainda mais — Como você se atreve a afrontar minha pupila sem minha presença? — Perguntei, colocando as mãos na mesa repleta de bebidas, inclinando-me na direção do homem a quem se dirigia. — Desde quando age de maneira frouxa? O homem empalideceu e esgalgou-se. Reação esperada de um covarde, que aproveitam a fragilidade para se sobressaírem. — Alguém precisava desvendar a verdadeira honra da Srta. Sallie. — Disse ele. — E nada melhor que... Afastei toda bebida da mesa, fazendo um grande lamaçal. O homem assustou-se com minha brutalidade. — Eu lhe avisei para manter distância de minha pupila. — Disse debochado. Adam Dupree era um velho homem que prestava alguns serviços sujos para quem pagasse melhor. Ele tinha se envolvido com Liam Sallie, mas o mesmo era igualmente canalha. — Ela precisava saber da verdade. Eu lhe asseguro que disse somente fatos reais. —Ele disse e por pouco não lhe ensinei a calar a boca. Meus punhos chegaram a fechar. — Agora diga-me precisava ser de uma forma pública? — Perguntei afastando a mesa, jogando para o lado. Dando-me a possibilidade de ficar frente-a-frente com o imbecil. Não controlava mais meus impulsos.

Adam Dupree já tremia como mofino que era. William Dupree interveio ao socorro do pai. — Permita-me dizer, Sebastian, de que meu pai sofreu muito nas mãos do covarde Liam Sallie, nada mais justo que sua filha sentisse na pele um pouco do sofrimento do meu pai. Toda rejeição publica foi pouca diante dos danos irremediáveis.... Não dei a chance de William terminar sua fajuta explicação. O peguei pelo colarinho da camisa. O mesmo havia passado a noite cortejando minha pupila. Sabia que suas investidas eram traiçoeiras. — Como tem coragem de falar de covardia se agiram do mesmo modo? — Perguntei, William tinha o rosto vermelho devido ao sufoco que lhe proporcionava. — Solte meu filho. Sua brutalidade não fará a sociedade esquecer do ocorrido está noite. O ancião sorriu folgado. Soltei o corpo de William com força ao chão. O mesmo levou suas mãos ao pescoço, parecia respirar com dificuldades. — Adam Dupree, minha brutalidade não resolvera o que a sociedade já julgou, mas servirá para colocar você e seu filho no lugar. Acredite, tenho punhos de ferros e lhes mostrarei a tratarem assuntos de famílias com quem realmente estejam evolvidos. Os dois olharam-me espantados. Uma roda havia se formado ao nosso redor. Alguns falavam, outros somente observavam. Minha agilidade nas lutas corporais era conhecida. Sempre causava estragos nas lutas braçais. — Está nos ameaçando? Denunciarei ao magistrado. — Que se dane magistrado. Nada me fará mais feliz que quebrar as fuças desgraçadas dos dois. — Sebastian, você mais que ninguém está sofrendo por Liam ser medíocre. Deveria estar ao nosso lado. Você não queria ser Tutor de Olívia, conheço a vida que leva. — Disse o velho, franzi o cenho de contrariedade. — Ora, Adam! Você é tão estúpido a ponto de achar que eu aceitei forçado tal responsabilidade. Sorrir com escarnio da inocência do velho.

— Não vejo como tenha aceitando tal responsabilidade. — Ele começou. — Sua fama é conhecida. Sebastian seus gostos são próprios. — Adam, nada fez-me ter mais orgulho ao descobrir que posso ser responsável. Diria que me causa um grande prazer agir como tal. Talvez devesse lhe ensinar. Duvido que você continuasse a agir como um infame. —Disse uma nota de sarcasmo, minha fúria estava em alto níveis. Dupree ficou escarlate. — Está com medo? — Perguntei, esforçando-me para não avançar de imediato em seu pescoço. — Eu não disse nada sobre Liam Sallie que não fosse a mais pura verdade. — Voltou a defendesse. — Olívia Sallie é digna. Não merece sofrer pelas ações de seu pai. — Disse com determinação. Meus olhos arderam. — Mas você não pode evitar isso. E você tem experiência o suficiente para saber disso. Você já deve ter presenciado os filhos sofrendo pelos pecados do pai. Você sabe como é conviver com a sociedade. — William afirmou, depois de recuperar folego. De imediato vire-me em sua direção. Minha vontade de lhe surrar era maior, devido todo mal que fez-me passar toda noite. — Eu não estou julgando ou condenando a sociedade. Sei bem que estamos sujeitados as discriminações. Estou julgando sua atitude. Você destratou minha pupila debaixo do meu teto. — Resolvam como homens. Parem de bater boca igual mulherzinha. — Berraram alguns dos homens presentes. — Acredite, sua pupila procurou por isso. Ela proporcionou-me a chance. Eu não tive outra escolha a não ser lhe contar o que aconteceu. Confesso que foi gratificante fazê-la sofre. Precisar ver como ela chorou muito. — Disse ele sorrindo, como se estivesse lembrando de toda cena. A imagem de Olívia chorando enfureceu-me. Afinal ela realmente havia chorado, eu sabia quando a vi no jardim. Amaldiçoou-me por não pode lhe proteger. — Seu canalha. Você criou especulações sobre a honra de Olívia. Você não ousaria a agir dessa maneira caso estivesse presente. Por que não procurou por mim e defrontou-me? Não obtive respostas. Sabia que seriam covardes demais para enfrentar-me. — E perder a oportunidade de humilhá-la...— Ele começou a argumentar, mas não o deixe

terminar. Lhe acetei um soco em sua boca, fazendo cambalear dois passos para trás. Adam se instabilizou incrédulo. Levou sua mão à boca tocando no machucado. — Nunca mais ouse chegar perto de minha pupila. Isso não é um aviso. — Disse rangendo os dentes. — Não será preciso chegar perto de sua pupila. Acredito que com a vergonha que a fiz passar, a mesma não sai mais de casa. Ou volte a ser escondida longe de Devanae. — Os lábios de Dupree se movimentaram ligeiramente em um sorriso vitorioso. — Acabe com a raça desse safardana, Sr. Damman. — Gritou um bando de homens que reconheci seres camponeses das terras de Olívia. — Primeiro terá que passar por mim. O jovem Dupree postou-se na frente do pai. Fazendo-me sorrir largamente. William provaria de minha brutalidade. Se fosse preciso lhe quebraria os dentes. Um por um. — Nada dar-me mais prazer.... Lhe mostrarei como não devesse enganar uma dama. — Disse vitorioso, eu sabia que William não era um adversário a minha altura. — Acredito que seu jeito de tratar a damas seja mais lascivo. — Do jeito que levo a vida não lhe diz respeito. Agora o jeito que você tratou Olívia cabe a mim intervir. Minhas mãos fecharam-se em punho. Meu peito inflou ficando mais largo. — Devo lhe dizer-te que Olívia ficou muito interessada com a possibilidade de contraímos um relacionamento...— Ele disse provocando minha cólera. Meu sangue ferveu rápido, minha vontade era de partir para cima dele e lhe socar até ele perder a consciência. Houve um longo silêncio, tenso e desconfortável. Somente nos olhávamos. — Adoraria aproveitar-me de sua inocência...— Disse depois de um longo tempo. Cego pela raiva avancei em sua direção. Ele fez menção de socar-me, mas segurei seus braços, o virando no sentido ao contrário. O homem soltou um urro de dor. O torci mais ainda.

Queria lhe causar uma dor infinita. — Solte-me e lute como homem. — Pediu e assim o fiz. Empurrei o homem e comecei a desferir soco, iniciando por rosto e seguindo por todo seu corpo. William era lento em suas defesas e ataques. Soquei o miserável até meus punhos começarem arderem. — Isso não vai ficar assim, desgraçado! — Falou ele com a mão na boca, onde saia bastante de sangue. — Eu lhe avisei para que não aproximasse de minha pupila.

*** Sai da bodega e não conseguir ir para casa. Não saberia como enfrentar Olívia. Quando encontrei com a mesma no jardim, imaginei que ela havia chorado. Imagino que a mesma estava sensível, por isso aceitou o beijo. O beijo que despertou em mim sensações desconhecidas. Os lábios de Olívia eram apetitosos, sua inocência e inexperiência agiam como fogo aumentado todo meu desejo. — Senhor Sebastian, para onde vais? — Gritou um homem. Não virei as costas para responde-lo, continuei seguindo pelas ruas escuras da cidade. Já era tarde da noite e todos deveriam estar dormindo, não me veriam acabado e em péssimo estado. Vaguei sem rumo por toda cidade. Adiando mais ainda minha volta para casa. O dia já tinha raiado. Trazendo-me a certeza que o que me restaria agora, seria casar-me com Olívia e morar em suas terras. Pelo menos estaríamos entre os nossos, sem rejeição ou afronta. Cheguei cabisbaixo na mansão. Entrei sem fazer um mínimo barulho. A casa estava silenciosa, acredito que todos estivem dormindo. — Senhor Damman, que bom que chegou. A senhorita Olívia estar abalada—Disse Jodi com um pesar na voz.

— Eu imagino, Jodi. Peça que a mesma vá ao meu encontro no escritório. Estarei lhe aguardando. Caminhei vagarosamente para o cômodo. Estava sentido-me culpado, poderia ter evitado humilhação. Sabia que não podia ter deixado Olívia sozinha. Mas Eliza tinha me atiçado e eu havia bebido um pouco, não conseguir resistir. Sento-me derrotado e deixo que minha cabeça caia na mesa fria. Fecho os olhos para situar meus pensamentos. Sinto uma leve fragrância de rosa, Olívia. — Vim para despedir. — Diz e isso causa-me um desconforto.

Olívia

— Olívia podemos conversar, não aja com a cabeça quente. Logo tudo será esquecido, logo... Ele diz e posso ver em seus olhos um desconforto. Sebastian puxa os cabelos repetidas vezes, um gesto de descontrole. — Nunca poderão esquecer. Afinal nunca deixarei de ser uma Sallie. — Comecei a falar ao ver que Sebastian procurava motivos para me tranquilizar. — Vamos aceitar os verdadeiros fatos. Meu pai era um sem vergonha, consequentemente herdei genética. — Você não é igual seu pai. Você é inteligente e honrada. Uma das mulheres mais bela que já conheci.... Ele se aproximou a curtos passos. — Não sou. Mas sociedade não enxerga assim. Sempre iram torcer a cara para mim. Solto um soluço, sempre iria chorar pelo mesmo motivo. — Não. Olívia eles não poderão rejeita-la quando....

— Chega Sebastian! — Gritei. — Nada me confortará. — Olívia, você não sabe o que está fazendo...— Mais um vacilo. Sebastian não sabia o que falar. Igualmente quando conversei com Jodi, os dois não tinham muito o que dizer. Liam Sallie não possuía defesa, era culpado de todo mal. Finalmente constato a causa de Sebastian não demonstrar afeto por mim. Por sorte, nenhumas pessoas conheciam a dimensão de meus sentimentos, somente eu sei o quanto amo Sebastian. — Não invente mais mentiras ou desculpas. Liam Sallie não merece esforço. Assim como eu não merecia sua resignação e abdicação. Só tenho que o agradeces, não gostaria de ir embora deixando um mal-estar entre nós. — Disse de forma mais agradecida possível. Sebastian tinha submetido se aos desejos de meu pai. Não era justo que ele tivesse toda responsabilidades comigo. — Olívia não necessidade se ir por causa de um mal-entendido público. Sebastian tentou abraçar-me. Sua compaixão fazendo-me chorar ainda mais. — Por favor, Sebastian não use de suas condolências. Humilha-me ainda mais. Ele abraçou-me e limpou minhas lágrimas. Seu gesto foi bem recebido, mesmo que meu extinto fosse de afastá-lo. — Olívia, escute-me... nunca lhe prometeria algo, se não pudesse cumprir...— Ele disse manso..., mas não me importo...agora só quero uma coisa — Eu não quero promessas incertas, Sebastian. Quero tranquilidade dos meus pensamentos. Se for para ser no Olimpic. Com narizes escorrendo, gritarias, machucados e roupas rasgadas. Que seja, mas não quero sentir-me com vergonha ou reclusa da sociedade — Você merece bem mais.... — Disse reticente. Eu sabia que queria mais, não que merecia. Queria um marido que estivesse dispostos a amar-me e criar uma família. Queria filhos que pudesse educar e venerar, mas o homem com quem estava disposta realizar meus sonhos, era vítima e talvez sofresse igualmente a mim por causa de um testamento.

— Eu queria bem mais. — Corrigi, afastei-me do corpo quente. Estava disposta a revelar tudo. — Eu queria um bom casamento, filhos lindos. Eu queria uma família a qual dedicaria todo meu amor. Você está disposto a realizar isto? — Perguntei chorosa.... Sebastian olhou-me assustado. Por um longo tempo, nenhum de nós mexeu-se. O único ruído era dos meus suaves soluços. Por fim, Sebastian, com expressão muito dura, movimentou a cabeça de um lado para o outro. Negando todo meu pedido. Isso foi o suficiente para tudo em esfriasse. — Olívia, jamais poderei lhe dar o amor que merece.... Mas tenho algo para dizer-te.... Eu e você... — Se você não pode dar-me amor, não use motivos para desculpar-se. Sei que sou a única fantasiosa no momento. Devo aceitar meu futuro.... Estava disposta a abrir meu coração, lhe contaria todo os sentimentos que desenvolvi.... Gritar aos setes ventos meu amor por ele se houvesse possibilidade de ser correspondida, mas Sebastian não compartilhava das mesmas emoções. Então não me humilharia por afeto. Virei-me, escondendo minhas lágrimas que já corriam. Abrir a pesada porta. Mas se não gritaria, sussurraria: — Eu te amo. — Disse deixando-o. Sebastian não ousou impedir-me ou questionar. Apenas ficou parado, estático em seu escritório.

Capítulo 22

Olívia

Agora voltava para o internato, minha verdadeira casa. O caminho era o mesmo feito de antes. O mesmo caminho que estava apreensiva, pela descoberta de algo novo. Enrolei meu corpo no assento do coche. Mesmo que não fosse o modo mais seguro, era o mais confortável. Enquanto os galopes iam avançado para meu futuro, as lágrimas banhavam meu rosto. Os soluços eram altos e devastadores igualmente o sofrimento que me consumia. Depois de um longo tempo, sinto o movimento ir diminuindo. Acredito que já havíamos chegado em meu destino. Levantei-me e observei o prédio do internato. Continuava da mesma maneira de sempre. Desci e agradeci o cocheiro. — Esse é meu lar, meu futuro. É aqui onde serei feliz...

Uma semana depois...

Minha rotina continuava, agora era professora das alunas menores. Dedicava-me totalmente as minhas tarefas. Não deixava espaço para as lembranças voltarem a me castigar. Estava com a turma, aplicando uma lição. Quando Margareth interrompeu a aula. — Olívia, uma visita lhe aguarda na diretoria. —Ela disse novamente chocando-me. Uma comoção invadiu-me. Seria novamente a mando de meu tutor?

— Você sabe quem seria? — Pergunto não contendo minha curiosidade. Desde o meu retorno, não tinha notícias de como tudo estava em Devanae. Margareth observou-me por um instante, parecia querer desvendar-me. Minha volta não tinha explicação. Todas assustaram-se quando entrei no prédio. Senhora Magnólia até tentou descobrir o motivo de meu repentino retorno. Mas não lhe contei a verdade. Inventei que havia decidido que meu futuro seria aqui. Ela não voltou a questionar. Apena recebeu-me alegre... — Não é o mesmo da outra vez. — Respondeu Margaret. — Agora é outro senhor. Fiquei confusa, não sabia quem poderia está visitando-me. — Você não perguntou seu nome? — Perguntei. Margaret agia com segurança, imagino que deva ter feito. — Não, não tive contato com eles. Quando chegaram a senhora Margareth lhes recebeu e pediu-me para avisa-la. — garantiu a mulher. Deixando-me mais confusa. Receber visita era estranho. Receber um casal de visitantes era mais incomum ainda. — Você poderia assumir a sala, enquanto recebo minhas visitas? — Pedi após recuperar a voz. — Foi exatamente por isso que vim. O que as pequenas estão fazendo? — Realizando uma lição de artes. Prometo não demorar. Mais atenção em Loane e Amanda, as duas estão querendo engabela-me. As meninas logos recusarão tais acusações. Margaret sorriu com esperteza das meninas. — Olívia, vá logo. Não os deixe esperando. Não se preocupe com suas meninas, não as roubarem de você. — Obrigada, Margaret. — Disse, deixando o giz da lousa na mesa, limpando as mãos no avental. Passei as mãos pelos cabelos na intenção de prender algum fio solto. Minha roupa era simples, eram adequadas para o dia-a-dia da escola. Nada dos vestidos luxuosos que experimentei em Devanae. — Volto logo. Comportem-se meninas.

Fui andando pelos os extensos corredores até a sala da diretora. Meus passos eram rápido e precisos, tinha necessidade de saber quem era. Chego a porta da diretoria. Minha respiração está descompassada. Se Sofia visse-me assim pediria para relaxar. Ao pensar nela, vacilei por mais um instante depois da noite do baile não cheguei mais vê-la, não me despedi.... Agir como uma péssima amiga, de qualquer modo suas desculpas havia pedido. Bato na porta, mas não tenho nenhum retorno. Resolvo entrar mesmo assim, afinal estavam esperando-me. — Sr. Fernando. Quanta honra receber uma visita sua. — Disse fazendo uma pausa antes de entrar na sala, nunca poderia imaginar que fosse o mesmo. Afinal não tínhamos intimidade. O alto homem olhou e sorriu. Fernando era um homem belo, porte elegante. Um par perfeito para Sofia. — Olá Olívia... — Cumprimentou-me com um aceno de cabeça. Fernando não acrescentou mais nada em sua saudação. Era de desconfiar sua atitude. Mal conversamos em meu baile. — Fernando, não me leve a mal, mas qual motivo de sua visita? Quando o homem ia responder, ouvimos um ruído na porta. Voltamos nossa atenção para ver Sofia, com olheiras e abatida entrar. Sabia algo de errado tinha acontecido. Sofia sempre andava impecável. — Sofia o que aconteceu? — Pergunto com a voz falhando. Ela sacode a cabeça deprimida. — Olívia, quantas saudades. Mas sinto muito por ser o emissária de notícias nada boas. — Sofia disse ao abraçar-me. Meu coração quase parou, o sangue de repente parecia frio e congelado. Podia ter de sentir sua dor naqueles olhos verdes. Sofia era sempre alegre. — Sebastian? — Perguntei com medo. Sofia assentiu. — Ele...O que aconteceu? — Comecei,

não tinha coragem formular minha pergunta completa. Sofia não disse nada, apenas abraçou-me mais forte. Sentia seu corpo balançar no meu colo. — Por favor, conte-me o que aconteceu! — Pedi, juntando toda minha força para não sucumbir ao choro também. — Sebastian... Ele estar bastante machucado. Sofreu um acidente e ... — Sofia disse com lágrimas nos olhos. Sua voz saiu entrecortado devido os soluços. Fui acometida pela pior sensação: medo. Não sabia como agir em tal situação. — E é culpa minha. — Adicionou Sofia. De alguma forma, afastando-se dos meus braços para olhar-me. — Eu não devia ter o culpado por você voltar para cá, e ele ficou irritado com minhas acusações e saiu à noite com uma tempestade terrível...ele saiu com o cavalo e provavelmente caiu do cavalo...Olívia você tem que voltar. —Ela disse tudo de uma vez. Sua explicação deixou-me confusa. Pelo tempo que fique na casa Damman, nunca os vi discutir. Os mesmo se davam muito bem. — O que você está falando? — Perguntei, sem entender quase nada do que Sofia tentava explicar. As poucas palavras que absorvi, só aumentaram meu medo. Uni minhas duas para que parassem de tremer, pressionando-as contra o meu peito. Imaginei que Sebastian sempre foi cuidadoso, sempre bem atencioso, por que ele saiu a noite e logo com chuva. O rosto de Sofia evidenciava muita preocupação...seu pedido fazendo-me repensar em minha decisão de voltar a Devanae. — Do acidente de Sebastian depois de uma noite que estávamos discutindo. Meu irmão não aceitava o que lhe dizia…então ele saiu... — Sofia parou de falar, balançando a cabeça. — Eu lhe juro, Olívia, se eu soubesse que ele ia se ferir não teria discutido nada... juro que tudo que falei era verdade... — Você não tem culpa Sofia. Você por acaso poderia adivinhar o que ia acontecer? — Perguntei, compreendendo o que estava acontecendo. Ela puxou-me para sentar nas poltronas douradas e pegou minhas mãos nas suas. — Por que Sebastian é incapaz de aceitar a verdade, por que Sebastian é incapaz de crer

no Amor — Ela disse e tremi... Era isso que tinha visto quando lhe declarei meu amor. Sebastian disse-me que não poderia me amar. Essa era suas palavras que as noites reverberavam em minha mente. — Como ele está? ​—Perguntei aflita. — Suas feridas foram profundas? — Ele possui um enorme rasgo na barriga, estava com febre quando sai para te buscar...Volta Olívia. — Ela disse em suplica. — Sofia, sinto muito, mas eu não posso. — Neguei suas palavras com dor em meu peito. Não estava preparada para enfrentar toda humilhação, muito menos enfrentar Sebastian. — Por favor, Olívia. Seu pedido estava cada vez mais difícil de negar. Mas existia uma resistência: Cecile. Depois de minha volta, finalmente tive retorno das minhas dúvidas, Cecile realmente tinha um responsável. Mas o mesmo continuava sem aparecer. Tentei a todo custo descobrir quem era, mas senhora Magnólia era taxativa em suas respostas. — Sebastian sabe que estar aqui? — Perguntei, querendo saber se o mesmo compactuava com essa decisão. Jamais voltaria para sua casa sem o mesmo saber. Por um momento o silencio fez-se presente. Somente os sons de nossas respirações preenchiam o ambiente. — Olívia, não pense muito. Vim aqui, a essa distância para levá-la de volta, é claro. Estamos todos sentindo sua falta, você não sabe como aquela casa voltou a ser fria, monótona...sem sua presença. Até Sebastian estar diferente. — Suas palavras causaram-me um rebuliço. Era verdade em relação a casa. Quando cheguei com Cecile as cortinas vivam fechadas. A casa era vil e temível. Os empregados estavam acostumados com a rotina. Não sabiam o que eram sorrisos ou brincadeiras. Pude perceber na ceia de natal, que os mesmos trabalhavam felizes para festa. — Sofia, não sei se é certo voltar para Devanae... Sebastian, o dono da casa, não sabe... — Olívia, mesmo meu irmão não pedindo. Sei que ele precisará de ajuda.... Não estou mais na sua residência, voltei para casa de minha madrinha. Ele precisa de você. Vamos?

Sofia sabia bem como convencer a todo seguirem seus pedidos. Não podia negar que não me sentia nada bem em negar ajudar, e se Sebastian precisava de mim eu o ajudaria. Talvez como forma de pagamento por toda sua ajuda. — Eu irei..., mas com uma condição. Voltarei quando Sebastian estiver curado. Vou subir e arrumar minha mala. Por favor, comunique Sra. Magnólia. Sai da diretoria e agora enfrentaria outra despedida. Não agiria com mesma conduta errada. Seria uma tarefa difícil separa-me novamente de Cecile. Minha menina tinha ficado muito feliz com meu retorno. Sua presença era a única que me impedia de desistir. Passa o dia segurando meu pranto para não lhe causar mal. Mas quando chegava à noite, meu sofrimento era inevitável. Encontrei minha menina em seu quarto, a mesma brincava com sua boneca, um dos muitos presentes que passou a receber. — Cecile. — A chamei e como sempre ela abandonou seu brinquedo para dar-me total atenção. — Brinca comigo, Olívia. Gosto quando fica comigo. — Disse serelepe. Um nó formou-se em minha garganta. Uma lágrima escorreu por minha face. Não queria deixar ela sozinha novamente, mas jamais a faria passar por toda aquela judiação novamente. — Princesa, eu preciso que você me escute. — Pedi, ela olhou-me e sua expressão ficou triste ao perceber que estava chorando. — Por que está chorando? — Perguntou com sua vozinha infantil e doce. — Eu prometo que farei de tudo para voltar logo. Eu precisarei voltar para casa do tio Sebastian. Agora ele precisa de mim. Só peço que você aja como uma mocinha. Cecile era uma menina de ouro. Sempre obedecia às ordens, esforçava-se nas aulas. Sua inteligência era notável. — Eu quero ir com você. Prometo comporta-me. — Disse e destruiu-me. Cecile era uma menina carente de atenção. E como éramos muito ligadas era difícil estarmos longe. — Dessa vez não poderei leva-la. — Disse e seria difícil explicar o motivo. Ela era muito

nova para entender de leis. — Por que, não gosta mais de mim? Minha menina agora chorava. Seu rosto estava tão vermelho. A peguei no colo e aninhei em meu peito. Ela sempre seria a irmã mais nova que trataria com carinho. — Cecile nunca mais repita isso. Eu te amo muito, você é como minha irmã. Eu juro que voltarei logo e não a deixarei mais. Ouviu-me? Ela não respondeu, continuou apegada a mim. Abracei forte, mostrando todo meu carinho e afeto. Doía-me vê-la chorar, sua vida já tinha sido muito sofrida. — Ficarei te esperando. Não demora. — Pediu ela, e novamente sua esperteza surpreendiame. Assim que expliquei minha ida a Cecile, subir para o quarto para ajeitar uma pequena muda. Levaria poucas coisas, imagino que Sebastian não demoraria curar. Ele possuía uma boa saúde física. Enquanto arrumava a mala, descobri que não sentia nenhum tipo de arrependimento diante de aceitar o pedido de Sofia. Tinha muita gratidão para recompensar, e aqui no internato sempre fomos educadas em agir de tal forma: ajudar todos e quaisquer necessitados. Além do, mas eu questionava-me o que teria acontecido se não tivesse descoberto as canalhices de meu pai. Se continuaria morando com Sebastian, mesmo com minha maioridade. Se algum dia ele pudesse retribuir meu amor, se algum dia ele voltaria a beijar-me. Não teria nenhuma resposta para minhas perguntas. Agora tudo seria diferente. Agora minha ida tinha um único motivo.

*** Estávamos no mesmo caminho que agora eu conhecia muito bem, mas agora eu já não passava pela mesma apreensão de não o conheces.... Agora passava por um nervosismo em saber de sua saúde, tinha medo que algo de mal pudesse acontecer, não sabia o seu real estado.

Uma ponte de pedra que cobria o rio no caminho fez a choche balança e percebi que não parava de mexer as pernas, um claro sinal que estava muito preocupada. Sofia ia ao meu lado, seu noivo que ia calado a nossa frente. — Suas mãos estão frias. Parece nervosa. — Constatou Sofia ao pegar minhas mãos as suas. — Ele ficará bem. — Disse acertando todos meus receios. Sacudi a cabeça concordando. Ele teria que ficar bem. O cocheiro ia o mais rápido. Notei que não era o mesmo que utilizei das outras vezes. Mas como o noivo de Sofia estar junto, imagino que seja dela. Nenhuma palavra foi dita em todo restante da viagem. Pedia em preces para que tudo fosse rápido e logo pudesse voltar... E de novo estava diante da mesma fachada da casa que vivi semana passada...um frio subiu minha espinha como se algo fosse acontecer. O noivo de Sofia desceu e abriu a porta dela, pegando em sua mão ajudando-a a descer. Minha porta foi aberta pelo cocheiro. Quando fiz menção de entrar logo na casa, Sofia segurou meu braço. — Sofia, não te disse antes, mas não poderei ficar. — Disse e olhou triste em direção a casa. — Estou morando na casa de minha madrinha, próximo de Fernando. Nosso casamento logo acontecerá. Muito obrigada por vim cuidar de Sebastian... — Não precisa agradecer. Confesso esperava que você ficasse como antes... Ela sacudiu a cabeça consternada. — Preciso ir, fique bem. — Disse e logo se foi... Entrei na casa e foi a mesma emoção da primeira vez, tirando a parte do esbarrão em Sebastian.... Tudo continuava igual...nada havia mudado...estava sem cor assim quando eu cheguei.... Depois que me instalei em meu quarto decidir que seria a hora de ver qual o verdadeiro estado de Sebastian.... Cheguei no corredor do quarto dele, nunca havia entrado no mesmo. Também não sabia se pegaria bem, para uma moça como eu entrar nos aposentos de um cavalheiro. Mas realmente precisava fazer isso.

Quando ia abrir a porta, uma jovem de cabelos longos e loiros, sai toda sorridente. Apertando a mandíbula, obriguei-me a respirar fundo para controlar minha irritação. Não era só pelo fato de eu ter feito uma viagem longa para cuidar dele, era por ver que mesmo ferido Sebastian continuava com seus casos amorosos e libertinos. Não deixava escapar nenhum rabo de saia. — Senhorita... — A jovem diz assustada por ter sido pega no flagra. Não respondi para não ofender a pobre jovem, afinal tinha certeza que a mesma não era culpada. Sebastian sabia usar todo seu poder sensual para conseguir o que quisesse, eu mesma já tinha caído em seus truques. Com raiva abrir a porta e fui pega de surpresa...

Capítulo 23

Olívia

Minha boca abriu mais que o aceitável e meus olhos arregalaram com a cena que acontecia em minha frente, o panorama que encontrei era bastante intenso. Sebastian estava entrando dentro de uma bacia de banho a cama, completamente nu. Seu corpo era belo e másculo. A notar minha presença o mesmo não fez menção de cobrisse, continuou com seus movimentos, graciosos e entrou na banheira. — Veio dar-me banho? — Perguntou cínico. Minha voz não sai devido ao abalo. Sebastian havia sido muito insensato. — Responda-me. Vai ficar parada no meio do meu aposento? Não me atrevi voltar a olhar para seu corpo. Sabia que não conseguiria segurar meus sentimentos. Então analisei todo quarto. Era muito masculino, a cama de dossel era escura como varias almofadas. Todo seu enxoval era de cor de vinho, bastante sensual. Havia também uma poltrona de acolchoado marrom perto de uma cômoda. O quarto possuía algumas velas acessas tornando o ambiente quente e erótico. — Olívia...Olívia... — Chamou-me. — Perdão. — Balbuciei. — Não pensava que... não pretendia...— Disse com hesitação ao olhar na direção de Sebastian. — Voltarei depois... — Já que irrompeu de todo modo, fique. — Ele disse, voltando a molhar uma esponja. — Pode limpar minhas costas? — Murmurou com voz rouca — Não consigo lavar toda ela. — Olhando-me de canto de olho, com um sorriso lascivo.

— Eu...eu... não posso. — Disse e forcei meus pés a saírem do quarto. — Já que não quer ajudar-me em meu lavatório. O que você está fazendo aqui? — Ele me perguntou seco. — Sofia foi até a mim. A mesma disse-me que estava doente e não queria que você estivesse sozinho. — Ela não deveria meter-se onde não é chamada. Seu rosto estava todo tenso. — Eu vim cuidar de você. — Disse com medo, mas ao ouvir minhas palavras tenho certeza que Sebastian deu um meio sorriso. — Eu agradeço. — Ele falou enquanto tentava passar a es cova em suas costas. — Mas acredito que não preciso de cuidados. Logo estarei bom. — Ele disse com convicção. Sebastian estava mostrando-me outra característica desconhecida: teimosia. — Minha intenção não era causar desgosto. Preocupo-me com sua saúde. — Eu sei como preza o bem-estar com as melhores das intenções. — Observou ele com um perverso sorriso nos lábios. — Dê-me uns instantes para terminar meu asseio e logo deixarei que vejas que não estou doente. Sebastian estava divertindo-se com minha cara. Ele nada parecia-se com o homem que encontrei antes. Estava mais alegre e brincalhão. E consequentemente mais lindo. As mechas de cabelo pretos que estavam revoltos e caiam sobre os olhos, seus fios eram brilhantes e sedosos. Seus olhos eram azuis intenso e hipnotizadores. Seus traços ficavam mais selvagens com a barba contornando todo seu rosto. Sebastian era o mais belo homem que já tinha visto, ele parecia saber exatamente de sua beleza e a usava a seu favor. — Poderia vira-se de costas enquanto saio do lavabo? — Pediu tirando-me dos devaneios. Imediatamente vire as costas. Meu rosto estava pegando fogo de vergonha, nunca tinha visto um homem nu e suas fisionomias masculinas. Meu corpo ficou quente ao imaginar a cena. As gotículas de agua escorrendo por todo corpo de Sebastian...contornado cada musculo definido e morrendo em suas partes. O pensamento fazendo-me soltar um suspiro.

— Pode virar-se. Infelizmente não será hoje que poderá ver minha melhor parte. Quando suas palavras fizeram sentido perdi o folego. Ele estava referindo-se descaradamente ao seu... Agora Sebastian vestia apena uma calça de fibras naturais de tonalidade escura. Na barriga havia um corte coberto com algumas ervas. — Como estar sentindo-se? Precisa que prepare algum chá? — Perguntei fugindo do assunto. Ao ver a ferida em sua pele forcei-me a realizar o que te fato tinha vindo fazer. — Não preciso de nada. Nesse momento só preciso descansar o corpo. — Disse e deitou-se na larga cama. — Eu acredito que um chá lhe fará dormir melhor... — Estou bem, não foi nada demais...só umas pequenas escoriações...você não precisa se preocupar...—Ele disse, soltou um baixo uivo se sentar na cama, mas logo riu, mostrando assim seus dentes de um branco intenso.

Aproximei-me para lhe ajudar a deitar-se melhor. Duvidava se poderia com seu corpo. Sebastian era alguns centímetros mais alto e alguns pesos a mais. Nem toda força que pudesse fazer conseguia carrega-lo. — Deixa-me que ajude. Você está com dor e desconfortável. Seu corte não está totalmente cicatrizado, precisa de mais cuidado. — Obrigado, mas creio que sou pesado demais para pode levantar-me. — Ele disse sorrindo. Sorri igualmente, afinal também tinha pensado nisso. Mesmo assim não deixe abater-me. Quando ele deitou na cama, coloquei algumas almofadas em suas costas para lhe trazer um conforto. Ao fazer tal gesto, minha mão tocou de leve a pele de trás de Sebastian. Sua pele era quente e causou-me arrepios. — Mesmo assim posso ajudá-lo. — Disse convicta. — Não tenho forças, mas possuo experiência em enfermidades. Afinal das contas tenho muitas experiências com as meninas no internato. Cuidei de muitas doenças distintas. De um pequeno resfriado ao uma parotidite. —

Revele parte de meu passado. Tinha orgulho de todas as coisas que fazia na escola Olimpic. — Você é uma jovem muito forte. Nenhuma mulher teria aguentado com sorriso no rosto por tudo que já passou. — Disse Sebastian, com orgulho contido — Tens valor inestimável. — Completou. Ele tentou acomodar-se melhor no leito. Mas deve ter esforço demais, pois logo suspirou e gemeu de dor. Apavorei-me. Sebastian estava procurando esconder toda a noite sua enfermidade. Agora vê-lo sofrendo de dor deixava-me sem ação. Sebastian parecia sufocado. Seu rosto tomava uma vermelhidão, espantando-me mais ainda. — Respire calmo. Expire e Inspire devagar. — Pedi aflita. Ele seguiu minhas sugestões e foi voltando ao normal lentamente. Sebastian agora parecia calmo. Suspiro aliviada por sua dor ter passado. — Está tudo bem? — Pergunto, algum tempo depois. Parecia fingir que nada aconteceu. Sebastian era mais teimoso que pudesse imaginar. — Claro que sim. — Ele tinha a mão sobre o machucado. — Eu quero saber como você sofreu esse acidente? Como agiu com descuido. Você sempre foi muito precavido. — Eu preferia não falar disso. — Ele disse com a voz embargada... — Se você não quer dizer, não forcarei. Mas não havia pedido antes desculpas por ter desonrando seu sobrenome... — Você não me deve nada. Creio que seja o contrário. — Ele começou a falar, parecia está procurando as palavras certas. Ele respirou fundo antes de prosseguir. — Eu lhe juro que essa não foi a minha intenção e lhe peço desculpas por não ter contando nada antes, eu poderia ter evitado todo esse acontecimento. Até mesmo seus, suas...— Ele não precisava terminar de falar para eu saber o que ele queria dizer… Ele imagina que se tivesse dito tudo antes, poderia evitar meus sentimentos, meu amor, minha

declaração, mas ele estava totalmente enganando...eu apaixonei-me quando o vi. Independente de passado. Antes mesmo de saber que ele seria meu tutor. Meu amor, surgiu sem aviso, contra minha vontade.... Se pudesse controlar meu coração jamais me interessaria por Sebastian.... — Eu não quero relembrar o passado. Você acha que tudo teria acontecido diferente de tivesse conhecimento dos fatos? — Perguntei sentida.... — Não sei do que seria ou não, Olívia. Mas acredito que sua humilhação não tivesse sido tão desastrosa em sua vida. Não teria lhe deixado fraca e sensível ao ponto de... E como tinha responsabilidades contigo, fui desacautelado em sua proteção, jamais deveria deixa-la sozinha. Ele parecia realmente afeto com tudo que tinha acontecido. Mas como o julgava vítima, não aceitaria suas desculpas. Sebastian não era responsável por minha proteção, ele tinha aceitado tal responsabilidade e tinha feito bem mais que meu pai foi capaz de proporcionar-me. — Nesse caso, estamos empatados...—Disse, pois se ele estava se desculpando, eu também deveria. — Eu também devo me desculpar-me. Acredito que tenha sido fantasiosa demais. Desculpa-me por cometer equivoco com meus sentimentos, o que sinto por você é somente gratidão por tudo que você me ofereceu. — Enquanto eu falava Sebastian não piscava seus lindos olhos...— Também quero deixar claro que você não tem mais responsabilidade de tutor comigo, já completei a maioridade, e assim que você estiver melhor eu voltarei para a escola... Terminei de falar e Sebastian continuava na mesma, em silencio apenas olhando-me...sua expressão estava difícil de identificar. Sua boca estava cerrada fina...seu peito subia e descia com a respiração, seus olhos estavam sem brilho... Parecia pensar em algo angustiante. Claro que tinha mentido e relação aos meus sentimentos.... Ainda o amo com toda minha alma e corpo...Sebastian seria para sempre meu amor impossível... — Então estamos quites. Tudo resolvido. — Ele disse, mas pelo seu cenho franzido tinha certeza que não seria isso que o mesmo queria pronunciar. — Fico feliz por temos achado a solução para nos entendermos. — Para mim nunca esteve nunca tínhamos entrado em conflitos. — Ele disse duro, seu comportamento diferente de antes. Agora parecia ser o Sebastian que conheci antes. Agora

tratava-me friamente e sem afeição. — Não foi isso que pensei no meu último dia aqui antes de minha partida...— Disse lembrando da nossa breve discussão; não que tenha sido propriamente uma briga. Mas estávamos em discordâncias em vários assuntos. — Desculpa...não tinha intenção em retomar o passado. — Completei com a cabeça baixa. — Ah... Olívia você sempre crítica com o seu caráter. — Sebastian negou com a cabeça, não concordando com comigo. — Não se autodeprecie, assim deixa de ser a mulher inteligente que é ... — Ele passou antes de continuar. — Em relação aos seus sentimentos, Olívia eu preciso dizer-te ... — Que não pode correspondê-lo. Você já tinha deixado claro. — Disse o interrompendo. Não queria ouvir novamente a rejeição de Sebastian. — Não era isso que falaria ... Eu queria informá-la... — Não precisa explicar nada. Sebastian eu sei de sua fama. Acredite que todo e qualquer sentimento que achei que tivesse por você foi expulso de meu coração. Abaixei a cabeça e respirei fundo. O clima e assunto havia mudado... O ambiente do quarto estava repleto de uma tensão estranha... Sebastian estava confuso com toda minha afirmação. Por um momento até cheguei a pensar que estava triste, mas como tenho tendências a fantasias, acredito em que seria mais adequado: perturbação. — Qual fama? — Perguntou depois de um curto tempo em silencio. — De destruidor de corações femininos! — Falei sem pensar ... Eu mesma era uma de suas vítimas... — Olívia, não ajo intencionalmente... — Falou ele defendendo-se. Claro, intencionadamente não, pensei. Não creio que ele seja tão sem caráter a esse ponto. Eu sei que tem motivos para dispensar todas as mulheres. E eu sabia o porquê de sua rejeição comigo. O homem que renunciava o amor, não conseguia rejeitar uma fuga romântica... — Um libertino que se aventura com mulheres casada em jardim escuro. — Quando dei por mim já tinha falando em voz alta... Sebastian olhava-me espantado.

— Bela opinião você tem de mim, mas creio que já está tarde demais para essa discussão...e você também deve estar cansada da viagem...— Ele disse sério demais. — Concordo totalmente. — Disse de Cabeça baixa... — Boa noite, Olívia. — Voltou a usar tom sério. Havia agido de forma relapsa com meus pensamentos. E pelo jeito tinha ofendido Sebastian. — Boa noite, Sebastian. Não tinha mais cabimento ficar no quarto, não depois de minhas acusações. Com muito pesar comecei a sair do cômodo, quando estava abrindo a porta, ouço: — Olívia. — Sebastian chamou minha atenção. — Sentir sua falta. Obrigado em ter a compaixão de vim ajudar-me. Sei que para você não passo de um mal caráter, mas acredite, não sou de todo mal...— Terminou ele e fiquei boquiaberta. Ele realmente estava abalado com minhas recriminações...

Capítulo 24

Sebastian

O meu coração parou, depois disparou, um fenômeno que nunca vivenciei... Olívia novamente fazia-me sentir algo diferente. Não tinha certeza se queria a confirmação de seu sentimento, já desconfiava. Seu jeito de olhar, como ficava afetada em minha presença era algo que achava estranho em seu comportamento. A última prova tinha sido seu beijo bastante apaixonado... E esse medo que não sabia enfrentar... Amor... Amor não existe... Amor é algo fraternal, maternal...o amor que conheço e aceito era muito diferente daquele que Olívia sente por mim. — Qual maldição eu causei para merecer tais aflições? — Pergunto enraivecido. Minha vida tinha mudado repentinamente. Não estava preparado para aquilo. Olívia saiu deixando-me ali, nunca mais a veria ... tal constatação me causa dor. Sentia algo tão desesperador, tão sufocante que fez-me revisar todos os pertences da mesa. Jogando tudo ao chão fazendo um enorme barulho. Não me preocupo que tenha quebrado algo. — Olívia, por que fez isso comigo? — Estouro ainda mais. Ela confessou seu amor, mas abandonou-me. Que jeito mais esquisito de demonstrar afeto. Era por isso que não acreditava nesse sentimento. O amor faz as pessoas fazerem coisas sem sentido, ele domina nossa mente nos enfraquecendo e enlouquecendo. Acredito que Olívia não me amaria se soubesse de todo conteúdo do testamento. Seu amor daria lugar ao ódio, quando lhe forçasse a casar-me comigo. — Preciso beber. Preciso aplacar esse nó em minha garganta. — Digo a mim mesmo. Sirvo-me de um copo de whisky, sento-me na cadeira do escritório, ainda estático. Eu te

amo...não saía de minha cabeça...Tento e tento descobrir a melhor forma de enfrentar esse sentimento devastador. Todo autocontrole que possuía havia abandonando-me, devido a simples palavras. Todavia, meu interior clamava para algo libertador. Senti-me diferente depois da descoberta, não sabia o que seria. Sentia todo meu sangue quente, enquanto o coração pulsava incorreto. Um, dois, três, quatro, ..., dez copos do liquido âmbar já estou meio tonto, achei que embriagado pudesse esquecer .... Eu te amo ...o vento sussurra em meus ouvindo...olho para os lados e não vejo ninguém...o eco está brincando com minha cara... — Silencio, silencio... — Rogo desatinado. Onze, Doze, Treze copos cheios. A garrafa se foi... Se Olívia tivesse deixado falar, lhe explicaria que logo sua humilhação seria esquecida. Nosso casamento tomaria todas as atenções. Sorrio com escarnio. Olívia não merecia um marido lesivo, que não poderia lhe proporcionar o que lhe é digno. Ela merecia sorrir todos os dias, ter muito carinho e afeto...Olívia merece um homem que não fosse fraco e que soubesse reconhecer a mulher que é. Mulher linda, jovem, forte, guerreira e inteligente, qualquer homem teria a sorte de ter seu coração... Mas ela tinha o confiado a mim, com livre e espontânea vontade. Levanto-me e olho a redor, ando por todo cômodo frio. A solidão nunca foi tão presente em minha vida. Nunca tinha sentindo tanto isso...é sombrio está aqui sem ela. É triste e desolador. Pequenas recordações dominando minha mente. Lembro-me de sua chegada: ela usava seu cabelo penteado para trás, deixando descoberto seu rosto perfeito, sorridente e ofegante da corrida, o que ressaltava suas maçãs do rosto em um tom corado -Bela- suas sobrancelhas retas cor ébano, olhava-me espantada, franzindo seus olhos azuis. Quando seu corpo esbarrou no meu, senti algo acender-me. Sua pele era macia. — Raios! Oh que infernos! Praguejo ao lamentar. Deveria ter lhe acariciado mais. Foram poucas vezes que tive oportunidade. Quando me prontifique em ensaio nossa dança... ela tinha tanto medo de envergonhar-me. Mas ela estava aprendendo tão depressa os passos. Em todo ensaio, em nenhum

momento, ela cometeu algum erro. Nosso abraço na modista, outra demonstração de afeto que me desmontou. Olívia era carinhosa. E agora percebo como fui rude ao separar-me dela naquele dia. Eu não entendia por que agia de tal forma. Sempre que a via, eu tinha desejo de tê-las em meus braços, mas quando ela estava protegida em meu colo outros sentimentos emanavam... Era contraditório. Minha mente vagueia até a noite do Baile, precisamente para nosso encontro no jardim. Nosso beijo foi quente, perfeito...sua timidez e inexperiência era algo sedutor, sua língua era tão avida, seus lábios eram mais doces que o mel, toquei em meus lábios e ainda podia sentir o formigamento de seus lábios deslizando nos meus. Os melhores lábios dos quais apossei-me...

*** Quase uma semana passou-se e eu estou morando em meu escritório, estou vivendo a base de álcool, foram raras as vezes que comi algo sólido...só whisky me matem em pé. Jodi tentou várias vezes alimentar-me. Até mesmo Sofia, mas sempre recusava toda e qualquer ajuda. Também não conseguia dormir, toda vez que fechava os olhos via o rosto de Olívia em lágrimas. Ela sofria por culpa do pai. Então mantinha-me acordado para não ver a tristeza dela. — Será que ela estar bem? — Pergunto para o nada. Estranhamente desenvolvi capacidade de falar sozinho. Inevitavelmente sentia saudades dela. Gostaria de saber como ela estaria depois desse tempo. Mas sou covarde demais para ir atrás de minhas respostas. Na verdade, não sei o verdadeiro motivo para estar assim recluso, só sei que não quero dá explicações a ninguém. Um barulho forte abre a porta. Nos últimos dias havia a mantido trancada por dentro. Não queria ser incomodado por Jodi ou Sofia. — Sebastian, já chega! — Disse Sofia imperativa ao passar pela a porta. — Você sair desse lugar. Sua expressão de raiva logo se desfez sendo substituída por uma de espanto.

— Sofia, sai daqui. — Disse quase sem som. — Sebastian pelo amor de deus o que está acontecendo? Que cheiro é esse? —Perguntou torcendo o nariz. — O que você acha que aconteceu? — Perguntei, enquanto Sofia olhava por todo ambiente e aproximava-se. Seria preferível não ter essa conversa, não queria mostrar meu sofrimento ou que estivesse padecendo, mas a cara de Sofia evidenciava que ela não podia esperar nem um segundo a mais para saber. Não sabia se continuaria a esconder, minha irmã sempre foi muito curiosa e isso sempre lhe fez descobrir tudo. — É isso que estou querendo saber. Você estar trancando aqui há dia. Não come ou sai. Está querendo se matar? — Pergunta demonstrando toda sua preocupação. — Não. Estou somente pesando na ida de Oliva. Ela voltou para internato. — Disse dando entender que estava preocupado com minhas responsabilidades. Sofia não tinha conhecimento da outra parte do testamento. Muito menos saberia. Levantei meu olhar para minha irmã. O choque nos olhos de Sofia está tão evidente que me assustei e perguntei-me se tinha deixado transparecer meu martírio. — E você explicar-me por que ela foi embora? — Perguntou. Imaginei que ela soubesse do escândalo. — Você não sabe? — Perguntei e ela sacudiu negativamente a cabeça. — Sebastian, ela estava tão feliz aqui. — Ela disse com os olhos marejados. Ah Sofia, minha irmã...eu estraguei tudo. Minha proteção não serviu de nada. Tinha feito Olívia iludir-se, deveria ter contado a verdade desde do começo e talvez não estaríamos passando por isso. — Ela estava Sofia, mas não sei o que mudou. Acho que...— Não terminei de falar...só estou falando mentiras. Não ousaria contar para minha irmã todo acontecido. — Você fez alguma coisa com ela? — Perguntou ela espantada.

— Não... não fiz nada... — Então por que estar nesse estado? — Que estado? Estou normal. — Disse convicto, mas sei que estou despedaçado. — Sebastian seus olhos estão fundos, você está quase definhando, você está fedendo a bebida.... Você vem recusando toda as refeições. — Ela pergunta com tom de preocupação. — Eu... eu só não tenho tido tempo... — Não, não diga mentiras! Você já deve estar doente. Vou chamar o médico da família... — Sofia disse quase gritando. — Você não sabe nada...você está exagerando. —Falei levantando minha voz. — Olha para você, você está destruído. — Eu mereço. — Disse cabisbaixo. Não queria que Sofia escutasse, não teria como explicar. Mas o contrário aconteceu: — Sebastian ... Você estar assim por causa de Olívia? O que você sente por ela? Sofia era esperta e já havia falado disso antes. Lembro-me que tive que contar minha vida privada para escapar de suas indagações. — Sofia, não seja absurda. Já lhe disse como sinto-me em relação os vínculos do coração. Ela sacudiu rapidamente a cabeça. Aproximou-se e pegou em minhas mãos. — Você não percebe que estar sofrendo. Até quando irá negar? — Perguntou Sofia. Suas especulações reverberando em mim. — Acho que você... — Não ouse dizer isso, Sofia Damman — Disse bruto. — Não se atreva a intrometesse em minha vida. O que faço ou deixo de fazer não é da sua conta. — Você é sempre assim, Sebastian, sempre você foge, você sempre nega. Isso vai até quando? Você prefere a perder?

— Não posso perder o que não quero. Você não sabe de nada. — Minha voz saiu com amargura. — A quem queres enganar? Você estar perdido. Você está sentindo falta dela. Você está querendo dizer que não é por causa dela que está fazendo isso? De nada adiantará, e você sabe disso. Eu sou sua irmã. Eu sei quando você estar sentido medo, raiva, ... — Você não me conhece. Você não sabe o que penso ou como ajo. Você não sabe o quanto desconfio do amor. Você não nada de mim. — Gritei no final. A palavra Amor saiu cortando e ecoando em todo o ambiente. Trazendo, também o eco da voz doce da Olívia- Eu te amo. Uma lágrima desceu por meu rosto. Estava convalescendo mediante a minha irmã. As pupilas de Sofia se dilataram por um momento, invadindo o círculo verde. — Sebastian...— Ela tentou dizer algo, mas sacudiu a cabeça a impedindo de continuar. Sofia pararia de levantar suspeitas de meus sentimentos nem que tivesse que machucá-la. — Você acha que sou estúpido o suficiente para acreditar nessas tolices de Amor? — Sorrio alto. — Não, eu não sou. Muito menos sou fraco para deixar-me invadir por essa imundice, que não serve para nada. É deprimente ver todas as jovens iludir-se e sofrerem. Você Sofia Damman, é tola e fraca por acreditar no amor. E eu Sou Sebastian Damman, o libertino e viciado nos prazeres carnais. Você não irá convencer-me de ser imbecil e inútil. Não se atreva, novamente, invadir minha vida. Havia indícios de incredulidade nos olhos de Sofia. Eu tinha agido severamente. Meus nervos estavam aflorados e uma raiva súbita dominava-me. — Eu, eu... — Tentou falar entre as lágrimas. — Não. Não fale. Você pode ser minha irmã, mas essa posição não lhe dá o direito de se intrometer na minha vida. Sempre relevei sua curiosidade ou atrevimento. Mas não posso aceitar que determine como devo agir ou sentir. Eu não sou um fantoche. Sou o mais velho, portanto deveme respeito. Então, Sofia, isso já basta! — Terminei de falar e foi como se algo tivesse saído dos meus ombros. Mas o meu peito ainda estava na mesma.... Sofia continuou sem responder, estava parada a minha frente. Seu corpo sacudia com os

soluços. Eu sentir-me cruel e severo. Tinha consciência que lhe machuquei. Um silencio crucial tomou conta do ambiente. Não estava disposto a cede com Sofia. Mesmo que agisse como um monstro. Suas lágrimas produziam em mim uma tristeza, não vai potente que sentir por Olívia. — Gostaria de pedir que você saísse dessa casa. Quero que você volte a morar com sua madrinha. Se fosse possível ainda hoje. — Disse impiedoso. Sabia que se ela continuasse aqui continuaria a agir de tal maneira. E a julgar pelo brilho dos olhos verdes, saberia que tinha ferido irremediavelmente. Eu mesmo nunca perdoar-me-ia por estar causando esse dano. Aumentaria ainda mais meu sofrimento... — Sebastian, não faça isso. Eu sou achei... — começou ela. — Eu não quero saber o que você acha! Quero você fora daqui! — Explodi. Houve mais alguns instantes de silêncio enquanto minha irmã desmanchava-se em lágrimas. Sofia estava arfando com seu pranto. — Eu errei em intrometer-me. — Disse ela, sua voz saindo com dor, demonstrando o quanto estava vulnerável. — Você errou. — Disse escondendo minha dor. Estava mais destroçado que minha irmã. — Desculpa... —Ela disse engasgando — Não tinha ideia que isso lhe afetaria... — Você não tem ideia do que fala. E não posso passar a mão em sua cabeça por ser minha irmã. Acredite que estou fazendo isso para seu bem. Mas não aguentarei de novo suas intromissões, não quero que o sentimento que existe entre, amor e fraternidade, seja perdido... — Sebastian você está sendo imaturo. — Interrompeu Sofia. — Sofia saia daqui! — Eu sou quero o seu bem.... — Você precisa entender que essa é a minha decisão. Essa é minha vida. E acredite, sou feliz

assim. Não ache que sou imatura, pensei muito antes de chegar a esse pedido. — Se você a ama... — tentou ela novamente. Deus, isso só pode ser pesadelo. Ela não ver que estou fazendo de tudo para mostrar que sou uma péssima pessoa, consequentemente serei um péssimo marido. Terei que machucá-la mais, para ela cortar o assunto. — Você está novamente dizendo baboseiras, Sofia. Não me faça proibir sua entrada nesta casa. — Disse, implacável. Seus olhos inchados dobraram de tamanho. — Você não faria tamanho disparate. — Gritou. — Eu preocupo-me com você... — Não precisa se preocupar. Eu já sou bem grande para cuidar de mim sozinho. — Sebastian, sou sua irmã. Não peça para não cuidar de você. — Mas não de sangue... Sofia afastou-se como se tivesse lhe dado um murro. — O que você disse? — Perguntou baixo. O medo era evidente nos olhos de minha irmã. Ao vê-la, ali quebrada, ferida, chorosa. Sinto-me idiota, canalha por agir assim. Dessa vez o silêncio foi longo demais, ecoando em meus pensamentos todas barbaridades que saíram de minha boca. — Se por algum motivo precisar de mim, é só chamar. — Ela falou ainda lacrimejante. — Mas você ainda vai admitir seus sentimentos. Sofia inclinou seu corpo e seguiu até a porta. E como Olívia, ela não olhou para trás antes de fechá-la. Novamente na solidão. Deixo cair as lágrimas que bravamente segurei.

*** Já era noite...uma forte chuva caia em Devanae. Os trovoes fazia um barulho alto. Eu

continuava no mesmo lugar. Bebendo e sem comer... Sofia está arrumando suas coisas. Com essa chuva não era prudente fazer uma longa viagem. Sabia que ela ficaria melhor na presença de sua madrinha e noivo. Mas nada anula minha covardia a expulsando. De repente minha mente é tomada, muito contra minha vontade pelas visões, sons e aromas de como a casa era antes. Olívia tinha trazido felicidade e vida a casa. Com sua simplicidade e beleza tinha encantado a todos os criados. A imagem de Olívia, ainda é muito vívida em minha mente. Foi com essa lembrança que percebi o quanto ela havia mudado durante esses poucos meses. A diferença envolvia bem mais do que a refinamento e confiabilidade que todas aulas de etiquetas haviam lhe proporcionado, embora não acreditasse que somente devia-se a isso. Quando ela chegou, era uma garota despretensiosa. Agora, por sua vez, era uma mulher, uma bela mulher. Uma mulher que se dizia apaixonada por mim. E que breve seria minha esposa, para que eu pudesse tomar posse de suas terras e lhe proteger. Pretendia fazer o casamento em breve. Quando desse tempo para Olívia compreender seu sentimento e entender que havia equivocado, voltaria a enviar Aron para buscar, ou até eu mesmo fosse ao seu encontro. Nos casaríamos e partiríamos para sua terra. Lhe reivindicaria com esposa... conheceria seu corpo... A recordação do corpo frágil pressionado contra o meu em todos os nossos toques, esquentou meu corpo. Fazendo uma parte, esquecida, revirar-se em minhas calças. Nenhuma mulher havia conseguido esse feito. Para minha arma criar vida precisa de estímulos visuais. Envergonhado pela minha fragilidade carnal, levanto-me do assento. Olho através da persiana e vejo o jardim. — Docinho... — Repito. Havia lhe carinhosamente chamado. — Docinho, docinho... — Quem sabe ela não escute minha invocação. Decido ir ao jardim... preciso estar de novo no local do nosso beijo. Quem sabe não possa aplacar meu sofrimento. Chego ao quintal... os pingos frios da chuva começam a molhar-me…não me importo. Sentia necessidade que a chuva lave todo meu corpo, era como se o frio da agua pudesse afagar minha alma.

Fecho os olhos e é como se ainda pudesse sentir a delicada curva dos seios se levantando contra meu peito cada vez que ela respirava. Suas mãos segurando-se para não cair. Seus lábios conhecendo os detalhes do meus, sua língua inquirindo a minha. As lembranças era como se fosse uma doce realidade. Um forte barulho de trovão fez-me abrir os olhos com uma decisão. Caminho até o estabulo atrás de um cavalo... — Eu iriei busca-la. Olívia Sallie.

Capítulo 25

Olívia

Depois do meu desastroso encontro com Sebastian, volto para meu quarto sentindo-me abalada e inconveniente. Não tinha segurado minha língua e acusei Sebastian avidamente. Mas ele não era de todo santo, sabia que ele tinha seus desejos lascivos. Eu já tive desprazer em atrapalhar um de seus encontros amorosos. — Olívia, você não veio aqui para recriminar Sebastian por suas ações. — Repreendi-me sentando reguingada na cama. O leito estava diferente, não tinha a outra cama que Cecile ocupou, muito menos os brinquedos. Agora estava adequado para minha idade de registro. Pois tinha agindo de maneira imatura com minhas censuras. — Infantil e acriançada. — Voltei a repreender-me. Deixando meu corpo cair do confortável colchão. Minha impetuosa reação tinha sido instintiva, provocada por todo seu atrevimento. Sebastian produzia em mim sensações conflitantes. Seu jeito exasperante e sua presunçosa atitude afeta em muito meu espírito, para reações boas, como aumentar meu desejo. Ou para ruins, como tinha acabado de acontecer. — Por que roubou meu coração? Por que Sebastian? Angustiava-me extraordinariamente ter que admitir minha fraqueza por aquele descarado. Tinha pensado e até acreditado que poderia resistir, mas eu não era forte o suficiente para sua devastadora atração. Bastou ficar frente a frente a seus olhos, sensualidade, sua vitalidade para saber que não podia controlar-me.

Fecho os olhos, com todas minhas forças, para reter as lágrimas. Novamente estava em seu lar. Novamente estava presa na emoção dos meus afetos. Cheguei a concluir que Sebastian estava diferente. Ele havia-me tratado com cordialidade. Sentir sua falta. Obrigado em ter a compaixão de vim ajudar-me... Suas palavram ecoava em minha mente. Que imbecil tinha sido! Por um fugaz instante, cheguei a acreditar nas palavras de Sebastian em dizer que sentiu minha falta. Sofia mesmo havia me dito que todos estavam sentindo. Mas acredito que ele somente estava agradecido por cuida de sua enfermidade. Em igualmente como antes não queria sua compaixão. — Não quero pena para consolar meus sentimentos. — Disse ao levantar da cama para tirar o vestido da viagem. Não poderia dormir com a roupa. Não era adequado. E mesmo que não ligasse para formalidade. Era necessário colocar uma camisola. Começo a trocar de roupa, mas paro de repente...ao ver-me no espelho de corpo inteiro que pendurava de uma parede, quase titubeei. Eu era muito fria. Simples. Tiro o vestido ficando somente com as peças intimas, não trajava espartilho, não tinha necessidade para o ambiente simples do internato. Solto meus cabelos opressivo pelo coque e ele cai como ondas por meus ombros pálidos. Nenhuma mudança em minha aparência. Vacilante, meto a mão pela a anáguas, as levantando. A pele arrepiando-se pelo vento frio. Continua a passar as mãos por minhas longas pernas. Frustrada retiro a veste por completo. — Como iria deseja-me se sou pouco atraente. — Constato amargamente. Continuando minha exploração, retiro a combinação de cima. Meus seios saltam quando puxo o porta-seios pela cabeça. Eu tinha seios pálidos e turgentes, de mamilos rosados, duros e firmes. As curvas de minha cintura e de meus quadris eram entretanto suaves e delicadas. Minha barriga era plana e sem muito charme. Estou nua em frente do espelho. Uma pelugem preta cobria minha intimidade. Dominada pela impaciência toco minha privacidade... Imagino se Sebastian visse-me assim. Se lhe acenderia o fogo. — Provavelmente não. — Reconheço pesarosa. Muito modesta. Muito esbelta. Meus encantos não provocavam nem estimulo em mim, imagina

em homem experientes como Sebastian. Não era inocente ao ponto de não saber o que um homem sente carnalmente por uma mulher. Era inocente por não saber como apreciar tão desejo. Como podia ter podia ser tão ingênua em apaixonar-me? Não poderia entreter meu marido em nosso leito conjugal. O pensamento fazer-me tremer, não havia possibilidades de eu contrair um matrimonio. Minha vida seria no internato. Nenhum cavalheiro seria corajoso o suficiente para cortejar-me. Mas acredito que minha reclusa se deve ao fato de nenhum nobre possuir requisitos suficientes. — Chega! Chega de ser fantasiosa. Amaldiçoando-me em voz baixa, visto a camisola a conta gosto. Cobrindo todo meu corpo, como as noites em Devanae eram frias e meu leito não possuía uma lareira. Esse era o melhor jeito de acalentar-me as noites. Alegro-me com minha decisão de massacrar e enterrar meus sentimentos. Renunciarei qualquer tipo de utopia que os livros de romance nos ensinam. Não sofrerei mais, não por amor. Tremendo de frio, meto-me na cama, afundando a cabeça no travesseiro. Mas não iria conseguir conciliar o sonho. Devia tomar algumas decisões a serem seguidas. Certamente, não podia abandonar meus princípios, mas podia recria-los. Agiria de acordo como meu propósito de volta...

*** Na manhã seguinte, acordei cedo. Não me daria o conforte de ser uma visitante. Ajudaria o que fosse possível nas tarefas de casa. Agiria igualmente fosse no internato. Depois de ter arrumado todo meu quarto e feito minha higiene pessoal, voltei a colocar um de meus simples vestidos. Seria mais confortável realizar as tarefas diárias sem tanto peso ou espalhafatoso. Saio do quarto rumo a cozinha, começarei minhas tarefas preparando o café de Sebastian. Depois voltaria e ajudaria Jodi no almoço e demais afazeres. Ao lembrar de Jodi, descubro que

sentir saudades de sua companhia. Mesmo que tenha convido pouco com ela. Antes não tinha tempo pra distrações, precisava tornar-me uma dama da sociedade. Ao chegar perto da cozinha, sinto um aroma agradável de café. O ambiente era bem maior de que a do internato. Tinha grandes fogões com vários lugares, prateleiras enormes, com todos os tipos de taça e pratos. Um paneleiro enorme com panelas distintas de formas e tamanhos. Era uma verdadeira cozinha, o que mais chamava atenção ainda era o zelo. Tudo organizado e limpo. Jodi cuida tão bem da casa, apesar de ser uma senhora de idade. — Menina, que saudades. —Disse Jodi assusto-me. — Desculpa, não queria assustar você. Quando cheguei não tive oportunidade de cumprimentar a senhora. — Não foi nada, Jodi, estava distraída. Vim para ajudar nas tarefas de casa. Assim você pode descansar um pouco. — Disse sorrindo. Jodi, tinha expressão de choque. Imagino que esteja pensando. — Menina, você não precisa fazer as tarefas de casa. Estamos aqui para isso. — Disse serena. Jodi era uma senhora formidável. — Precisa sim. Vou ajudar. Sebastian está ciente. — Minto. Não sei como ele reagirá. — Se é assim então. Tome café primeiro. — Não estou com muita fome, quero somente uma fruta. — Ela assentiu e me passou uma bacia contendo algumas frutas. Nesse momento entra a mesma jovem que avistei sair toda sorridente do quarto de Sebastian, fico nervosa. Não queria defrontar com situações embaraçosa tão cedo. —Senhorita Sallie. — Ela cumprimenta-me de cabeça baixa. — Olívia, essa é minha sobrinha Jean. — Disse Jodi nos apresentando. — Oi, Jean, pode chamar-me de Olívia. — Ela levantou o olhar e pude ver que era uma simples menina muito nova. Arrependo-me imensamente de pensar que ela e Sebastian estavam nos chamegos. — Não sentir-me-ei à vontade. — Ela disse e pegou uma bandeja.

Comecei a comer minhas frutas. — Jean, vou arrumar a casa e você leva o café do Sr. Damman. — Jodi mandou e ela somente confirmou com a cabeça tímida. Continuei a comer observando a jovem organizar pães, café, suco, frutas e um mingau na bandeja. Jodi se retirou do cômodo, deixando-me a sós com a menina. — Senhorita Sallie. — Ela me chamou atenção, levantei a cabeça para olhar em seus olhos. Vi nervosismo. — Ontem quando você chegou, e me encontrou na porta do quarto do Sr. Damman…— Ela tremia. — Quero dizer que estava somente cuidado de seus curativos. — Jean, não precisa falar…— Ela interrompeu-me. — Precisa. Não quero que a senhorita pense mal de mim. O sr. Damman nunca foi desrespeitoso comigo, sempre me tratou com profissionalismo. Se estou aqui é por que ele tem um coração muito grande. Eu tenho muito que agradecer a ele …— Disse triste. Causando-me vergonha por tecer desconfiança com seu caráter. — Eu não pensei mal de você. — Disse em partes a verdade. Pensei mal de Sebastian, ele sim tinha uma fama de libertino. — Queria desculpar-me se você entendeu assim. Ela sorriu. — A senhorita não precisava desculpar-se. Só queria explicar. Agora deixa eu levar o café, antes que esfrie. — Disse se afastando. — Jean! — Chamei. — Deixa que eu levo. — Peguei a bandeja de sua mão. — Sim, senhorita. — Ela disse e foi cuidar de outros assuntos.

***

— O que aconteceu dessa vez? — Inqueriu Sebastian alto. Sua voz estava brava. Fico estática e decido ficar atrás da porta para agir com deselegância. Mas se entrasse, com

certeza ele contaria o assunto e não saberia o que se passa. Novamente ficaria no escuro. — Orlando, o canalha, voltou a ataca as propriedades. — Disse um homem em tom raivoso. — Com mil demônios! Afrontarei aqueles miseráveis. — Sebastian bradou novamente, ouvi passos pesados ecoando pelo quarto. Parecia que não conseguia conter-se em um só lugar. — Sr. Sebastian, precisa acalmar-se! —Disse de novo o homem e fiz um esforço para lembrar...já ouvir essa voz antes…sim...John...o mesmo da noite do Baile. — Não tem como manter a calma diante dessa situação! Estou fervendo de ódio. — Eu sei que sim, senhor. Mas lembre-se, temos que agir com esperteza. Orlando é conhecido por ser covarde, não por ser sagaz. O quarto ficou silencioso. Recostei-me melhor na porta para ouvir melhor. — Isso eu sei, John. Eu seguirei o plano. Faremos como o combinado. Você já está ciente do matrimonio? — Sim, senhor. Todos ficaremos muito felizes por você fazer parte de nossa família. — Responde alegremente John. Quase vacilo e deixo a bandeja cair ao chão. As palavras causando-me uma ânsia de desespero. — Acredito que seremos uma força maior. Tenho que assumir a responsabilidade desse compromisso, sinto-me no dever de protegê-la. — Quando será casamento? — Eu preciso conversar com ela antes. Fazer entender das complexidades deste relacionamento. — Sebastian disse baixo. — Entendo senhor. Acredito que será o melhor a se fazer. Ela não poderia defende-se sozinha das artimanhas de Antônio Orlando. — Será sim. Não posso adiar mais o inevitável. — Disse Sebastian. — Vou casar-me, assumir sua responsabilidade e segurança.

— Será respeitando e honrado pelos nossos. E quem sabes não se encanta verdadeiramente pela jovem. — Oras, John. Isso não acontecerá. Acredito que devas conhecer minha fama. Eu não deixo que nenhuma mulher roube meu coração. Digo-lhe mais, eu sou avesso ao amor. Não acredito nessa mixaria. — Disse frio. Suas palavras haviam sido pesadas demais. — Então, senhor. Planejaremos e atacaremos as propriedades de Orlando hoje. Eles devem estar despreocupados, pois voltaram deixam feridos muito do nossos. — Uma ótima sugestão. Invadiremos hoje à noite as terras de Orlando e nos vingaremos. — Sebastian respondeu concordando com a opinião do homem. A concepção do que iria acontecer fez-me tremer. Sebastian batalharia hoje, mas o mesmo não poderia fazer esforços. Sua ferida estava muito recente, além do mais como escutei bem. Esse tal de Orlando poderia preparar uma cilada, sendo tão covarde. Estava para abrir a porta e enfrentar Sebastian, não o deixaria fazer tamanha loucura. Quando John sai pela porta e olha-me espantado. — Senhorita Sallie. — Cumprimenta e sai sem minha resposta.

*** Quando John saiu do quarto de Sebastian e entrei para lhe entregar seu café frio, ele não permitiu que lhe questionasse. Pediu-me para colocar a bandeira em cima do baú marrom e mandou eu sair. Agora noite se aproximava e lhe esperava na sala. Não permitiria que saísse no seu estado. — Onde você vai? — Pergunto em voz baixa. Sebastian que não tinha percebido minha presença, espantou-se. — Resolver o assunto de são de minhas responsabilidades. — Disse, enquanto se virava para partir. Entro em sua frente impedindo-o de seguir. — Responsabilidade? — Inquiri enquanto lhe olhava duro. Pergunto-me se ao dizer suas

responsabilidades, seria para não dizer que iria ver sua noiva. — É um problema meu. — Você ainda está ferido, não deveria levantar-se.— Sebastian se deteve em seco. — Uma simples ferida não irá me abater. — Mas você está com dor, ontem mesmo teve um ataque de dores. Sebastian esticou com força a mandíbula enquanto olhava-me severo. — Olívia, eu sei de mim. Estou curado. Agora tenho quer ir. — Ele disse com tom ameaçador fazendo-me dar dois passos para trás. Nego com a cabeça afastando meu medo. Agarro Sebastian pela manga. Ele estava vestido totalmente diferente do que já tinha o visto. Ele usava uma roupa toda escura, parecia ser de couro. Usava bota de montar também preta. Não trajava nada de colete, casaco ou lenço envolta do pescoço. — Não deixarei você sair. — Ele balançou a cabeça em negativa. — Por favor, volte para seu leito. Lhe preparei um chá. — Olívia, por favor digo eu. Estou atrasado. Não é de sua conta o que deixou ou não de fazer. — Ele disse e — Então peço que permita acampar-te. Em caso de alguma urgência poderei lhe socorrer. Estava relutante em deixar Sebastian sair de casa. Sabia que ele poderia retornar mais ferio, ou até mesmo não retornar... Prefiro não pensar em nenhuma das possibilidades. — Não estarei sozinho. — Gostaria de saber o que estar acontecendo? — Pergunto ganhando tempo. Se ele não queria desistir da ideia, pelo menos o atrasaria. —Se você não for bastante impaciente. Logo saberá. Agora deixe-me sair. Forçou sua saída, mas eu continuava lhe segurar pelas mangas da camisa.

— Eu preocupe-me com sua integridade. Sebastian suavizou sua expressão séria e olhou-me com admiração. Eu o olhava com tanta atenta. Captando qualquer sinal de dor que pudesse emitir. Assim seria mais fácil convencê-lo de ficar Mas Sebastian tinha gesto suaves e, esboçando um sorriso, mexeu a mão para colocar uma mecha de cabelo detrás da minha orelha. — Eu prometo que voltarei sã e salvo. Preciso voltar... — Não continuou sua frase. — Então deixe-me ir com você. — Tentei mais uma vez. Sebastian sacudiu a cabeça e fez o inesperado. Abraçou-me. — Olívia, eu não posso leva-la. Preciso que você fique aqui, segura. Vá para seu quarto. Lhe avisarei quando chegar. E assim poderemos conversar. — Disse beijando o alto da minha cabeça. Tentei lhe segurar, mas era impossível. Sebastian saiu pela porta. Em uma conduta impensada decido o seguir. Mesmo que ficasse de longe lhe protegeria.

Capítulo 26

Olívia

Mesmo sabendo que talvez estivesse erada e que as consequências seriam perigosas. Vou rumo ao estabulo.... O local está sozinho o que facilita minha invasão, seria difícil explicar o porquê estar saindo essa hora a cavalo. Nunca tinha montado em um, então pego menor cavalo e manso. Assim seria mais fácil doma-lo ou se caísse o estrago seria o menor dos possíveis. — Vamos lindão. Seja dócil e tudo dará certo. — Disse colando a sela no mesmo. Tinha que agir rápido ou perderia Sebastian de vistas. O mesmo tinha acabado de sair do local. — Que seja o que Deus quiser. — Disse ao montar de lado no cavalo e sair atrás de Sebastian, agradeço que até chegar em sua casa tenha somente uma estrada. Então seria fácil segui-lo. Se soubesse de que estava agindo contra seus desejos, Sebastian ficaria furioso, mas não teria como suportar a tensão de esperar em casa aterrorizada, enquanto ele corria perigo. Além disso, preocupava-me Sebastian ter saído de casa ferido, com dor, sentia-me responsável pela sua saúde e queria cuidar dele. Mas ele não entendia minha preocupação. Se ele tivesse dado-me permissão e consentido que eu o acompanhasse, não precisava está seguindo-o. Mas no fundo sabia que Sebastian tinha razão. — Novamente agindo inconsequente. Espero que não seja de todo mal as sequelas. Minha falta de experiência em cavalgar era evidente. O cavalo seguia lento pela estrada de barro. Começo a atiça-lo ir mais rápido. As minhas vestimentas também não estavam adequadas para tal tarefas. Meu vestido mesmo sendo simples era longo, impossibilitando de sentar-me direito na sela. Minhas botas também não eram de montar. Então estava toda inadequada.

*** Depois de um longo tempo conseguir adequar o cavalo a ir mais rápido. Ao longe via Sebastian a galopes. Ele montava muito bem. Seu corpo forte e alto ficava mais evidente montado. Tive que diminuir as cavalgadas ao nos aproximarmos de uma extensa fazenda. A distância da casa de Sebastian era considerada longa, considerando o fato de temos demorado uma hora para trilhar o percurso. Como a noite era fria e tinha uma névoa cinza. Ficou mais fácil esconder-me de Sebastian em minha perseguição. Paro uma certa distância do homem que estava esperando Sebastian. John estava vestido igualmente com roupas escuras. — Cadê os nossos homens? — Perguntou Sebastian baixo. — Senhor estão chegando em poucos minutos. —Respondeu o jovem. Então a batalha realmente aconteceria. Sebastian estava sendo imprudente ao participar dessa loucura. Mesmo que o ataque fosse surpreso, ele não estava com a saúde boa. — Será um ataque fácil. — Assegurou John. — Muito fácil, possivelmente —replicou Sebastian. — Orlando pode não estar esperando nosso ataque, mas o mesmo possui bastante homens de luta. Ele de qualquer forma tem vantagem nessa luta. — Disse sábio. Invocava-me que ele soubesse que pudesse dar errado e não desistia. — Chegaram...— Disse John quando um bando de jagunço se aproximava. — Então vamos ao ataque. — Sebastian disse alto. — Mas vencendo ou não, vamos demonstrar a esses malditos quem manda nisso tudo. — O tom de satisfação de sua voz fez-me tremer, suspeito que, ao menos naquele momento, não sentia atração por ele. Os homens gritaram gritos de apoio. E começaram a seguir novamente o caminho rumo leste.

Ao ver os homens avançarem, analiso se seria certo continua o meu encalço. O certo seria voltar para casa e orar para que tudo desse certo e Sebastian pudesse voltar para casa sem mais

nenhum ferimento. Mas algo me impedia de agir com prudência. Voltei a montar o cavalo e seguir novamente o perigo.

*** Dessa vez o caminho foi um pouco mais rápido. Tínhamos atravessado toda a propriedade. Pude notar eu realmente era extensa. Passamos por uma enorme casa, maior ainda que a de Sebastian. Toda feita de pedra. Os homens continuavam a frente. Os mesmos continuavam a planejar cada investida. Imagino o porquê dessa batalha ter iniciado. Pelo pouco que escutei era uma retaliação aos ataques sofridos antes. Mas não sabia a participação de liderança de Sebastian nessa agressão. John sempre o tratava como senhor e lhe trazia informações a respeito de umas propriedades. Contive a respiração quando vi Sebastian passar por um pequeno portão, indo avançado lentamente como se previsse qualquer sinal de perigo. — Está tudo limpo. — Gritou um homem. O aviso fez que os homens entrassem ainda mais na nova propriedade. Sentia uma onda de aflição me invadir. Sentia que isso não daria certo. Mas pelo jeito a invasão tinha saído muito bem, conforme ao planejado. Torci mentalmente vendo que estava dando tudo certo. Mas de repente um grito de advertência procedente de algum lugar escuro surgiu. Imediatamente olho para os lados em busca de onde tenha saído a voz. Mas estava tudo muito escuro, até parecia que a nevoa tinha aumentado. Eu sabia que não daria certo. Meu coração começa a pulsar acelerado. Sebastian estava correndo perigo. Algumas tochas iluminaram parcialmente a escuridão. E consequentemente mostrando uma enorme quantidade de homens armados. A tropa de Sebastian era bem menor... Ele com certeza estava em apuros.

— Sebastian, finalmente resolveu atacar? — Perguntou grosso um senhor branco. — Orlando, não permaneceria perdendo homens para você. — Disse Sebastian alto o suficiente. Sua voz era nítida de raiva.

— E veio hoje por que pretende perder a vida? A pergunta do homem fez-me começar a tremer. Sua ameaça era nítida. Agora precisava saber se era real. — Vim lhe mostrar que eu, brevemente serei dono de tudo. Você terá que aceitar minha vitória. O homem sorriu com escarnio. Era nítido que não tinha estremecido com a resposta de Sebastian. Sua gargalhada ecoando por todo o local — Sebastian, quão imaturo és. É assim que quer dominar tudo? — Perguntou ainda com gargalhadas altas. Sebastian deveria esta irado pois avançou com toda velocidade rumo ao homem. Mas quando ele se aproximou ainda mais, um disparo rasgou todo a noite. — Não. Sebastian. — Digo com a voz falhando. — Desgraçado! Covarde! — Gritou Sebastian. — Lute como homem. Então tudo começou. Os homens dos dois lados começaram a batalharem entre sim. Nem todos tinham armas de fogo. Alguns estavam com espadas e facas. Angustiada, fico paralisada onde estou, tentando recuperar o folegou. Parecia estar em um terrível pesadelo. Um homem avança em Sebastian, que facilmente venceu ataque, mas depois chegou um segundo homem, juntando-se ao primeiro em uma disputa desleal. De repente desarmado, Sebastian desceu com um salto do cavalo e tratou de recuperar uma espada que caiu ao chão. A seguir se levantou de um salto com um ágil movimento, montado novamente em seu cavalo, mas os covardes não outros não lhe deu tempo para nada; e voltaram a atacar. Não sabia o porquê de Sebastian não usar uma arma de fogo. — Mate Sebastian. Mate o último descendente Damman! — Ditou o velho. Não consegui ficar em meu esconderijo. Saio correndo para parar a batalha, tropeço algumas vez devido minhas pernas tremerem de medo. Um círculo de homem fecha-se em volta de Sebastian... Todos os outros de seu bando estão ocupados demais defendendo-se. — Não. — Grito com voz rouca, devido ao choro. Ele virou-se de repente e ficou olhando-

me, surpreso. Não acreditando em minha presença. Ao perceber que não estava delirando, berrou: — Olívia, o que faz aqui? — Perguntou assustado. Os homens em sua volta estavam com a mesma expressão de assombro. — Pelo que há de mais sagrado, volte para casa agora. — Pediu completamente em pânico. Então recuperando a consciências os homens voltaram a atacar. Por Sebastian estar distraído com minha presença, o primeiro golpe foi inevitavelmente recebido. A luta era muito desleal. Aturdida com a situação decido entrar na briga. Eu não poderia deixa-lo morrer. Devo fazer algo! Desesperada, olho ao meu redor. Meu olhar aterrorizado voltou a cruzar-se com o Sebastian, que a todo custo defendia-se dos ataques. — Covardes. — Grito tentando chamar atenção para mim. Quando a espada de um dos desconhecidos cortou o ar a toda velocidade, Sebastian desviou o corpo e o parou com um forte golpe de sua arma. Entretanto, o homem de sua esquerda avançou sobre ele com um hábil movimento que o obrigou a retroceder cambaleando-se. — Não o feriam. — Pedi. Os homens gozaram de minha cara sorrindo alto. — Olívia, vá enquanto tem tempo. Eu pedi para que me esperasse voltar... — Sebastian pediu, sua voz demonstrava cansaço. Logo os rivais o venceria. — Você prometeu não demorar.... Você prometeu. Digo relembrando sua promessa ao sair. Lágrimas de consternação banham meu rosto. Estava evidente que ele não voltaria sã e salvo para casa e me explicaria o que estava acontecendo. — Então está é Olívia Sallie, Sebastian? Está é o baú de tesouro que pretende casar-se? — Perguntou o líder do ataque, sorrindo, desconectando-me. — Corajosa, mas igualmente burra. — Disse vindo em minha direção. Logo vejo uma arma afiada rumo ao meu braço. Tento esquivar-me do aço cortante, mas só consigo em parte. Sinto que uma dor intensa me atravessava a parte superior do braço esquerdo enquanto cambaleava.

— Olíviaaaaa.... Ouvi um grito e soube que era de Sebastian, enquanto caia no chão. Uma dor delirante em meu braço. Bato a cabeça com toda força no piso duro, produzindo silêncio maravilhoso ao tempo que a escuridão me engolia.

*** Lentamente fui abrindo os olhos e recuperando a consciência. Doía todo meu corpo. Notava que agora estava deitado por cima de algum tecido. Tentei levantar mais meu corpo estava debilitado. Pelo menos tudo estava silencioso, um bom sinal que a batalha tinha terminado. O único ruído que era distinto era as raivosas enxurradas de maldições que Sebastian dizia. Nenhuma resposta era dada as suas palavras. Sebastian deveria ter muito respeito por parte dos homens. — Sebastian...? — Pronuncio seu nome com um fio de voz, mas ele não pareceu ouvir. Estava muito ocupado dando suas ordens severamente. — Olívia, como você sente-se? — Pergunto ele evidentemente preocupado. Não respondi de imediato. Estava estudando suas ações. Sabia que no fundo ele queria repreender-me. E ele estava certo. — Diga-me que esses bandos de selvagens não lhe feriram profundamente. Diga-me que estar bem. A voz de Sebastian era tensa e baixa. Não se parecia em nada com o homem que ditava a pouco suas regras. — Estou bem, somente com uma queimação no meu braço esquerdo. — Lhe respondi depois de um tempo. Ele voltou a analisar-me. — É devido ao corte. Mesmo estando errada é uma moça muito valente. — Sebastian disse demonstrando orgulho, mas logo sua expressão transformou-se em ira. — Como conseguiu chegar aqui? — Perguntou ele controlando-se para não gritar. — Eu o seguir. — Murmuro envergonhada. Poderia ter causado uma tragédia por causa de

minha impulsividade. — Você percebe que se colocou em perigo? —Perguntou-me em um tom de repente grave e tenro.

—Sim, mas eu não queria que sofresse outra ferida...—Disse fraca. — Em troca você está ferida. — Seu gesto se suavizou e ele olhou-me com uma doçura que fez que o meu coração desse um pulo. — Foi muito tola em enfrentar desarmada uma luta. Eu sabia que brevemente ele repreender-me-ia. Tento levantar para ver o real estrago e meu corte. Mas Sebastian impede que levantasse o corpo. — Continue deitada. — Onde estão eles? — Fugiram, mas levaram o troco. — Respondeu ele — Vinguei-me de quem lhe fez isso. Sebastian estava ajoelhado ao meu lado. Suas expressões estavam duras, mas deixava transparecer. Seus olhos brilhavam intensamente azuis, belos e furiosos. — Obrigada. Agora deixe-me levantar. Estou ficando com gelada devido ao chão frio. Então lhe ajudou-me a levantar. Ao ficar ereta meu braço protesta de dor. Faço uma careta. — Estar com dor. — Constatou Sebastian com um leve tom de tristeza. — Por favor, não façam mais isso. — Sussurro referindo-me as batalhas. Sebastian riu misterioso. — Não posso prometer isso. Nossas batalhas serão inevitáveis.... Eles se arrependerão desta noite, isso eu prometo! — Disse confiante. Sebastian parecia não se abalar, mas de repente vi um arranhão em sua testa. — Está machucado. — Disse angustiada. E levei a mãos ao seu corte.

— Não se preocupe. Não é mais que um arranhão. Você deve –se importar com seu ferimento. Além do braço O que te dói? — A... Cabeça... as costas. — Respondi quando senti uma fisgada na cabeça; fechei forte os olhos. Ambos me palpitavam dolorosamente. Ele examinou em cada parte citada. — Tem um galo na cabeça e um profundo corte no braço; está sangrando, chamarei o médico da família. —Enquanto falava, tenciona o rosto em desagrado. — Não há necessidades.... Ficarei bem —Tentei o convencer. — Não diga o que tenho que fazer. Você não está nas condições de exigir nada. A levarei para casa e chamarei o médico. E não se discuti mais isso. — Sebastian disse e fez menção de pegar no colo. — Eu ainda posso andar. Minhas pernas não doem. De nada adiantou minha renúncia. Sebastian passou os grandes braços por minhas pernas e cintura e levantou-me no colo facilmente. — Vamos! — Disse impedindo-me de reclamar...

Sebastian

Ao pegá-la no colo, mesmo depois de sua renúncia, Olívia encostou a cabeça em meu peito e dormiu. Imagino ser devido ao ferimento. Mesmo debilitada e desacordada ela causava um desejo carnal. Não podia explicar as assombrosas emoções que sinto por ela neste momento. Queria lhe repreender pelo susto, e ao mesmo tempo queria estreitá-la com força contra meu peito para consolá-la até fazer desaparecer seu medo... e consequentemente o meu. Possivelmente essa intensa necessidade de protegê-la era algo lógico. — Meu docinho teimosa e corajosa. — Lhe sussurrei. Ela remexeu os lábios, formando um singelo sorriso.

Ao vê-la sendo atacado uma fúria desmedida invadiu-me. Não sei como passei pelos os homens que me cercava e conseguir chegar em seu agressor: Antônio Orlando novamente tinha ferido alguém que tinha apreço. Ele sorriu maquiavélico. Mostrando seu contentamento. Imediatamente puxei o punhal que sempre levara comigo, havia abandonado a espada, e lhe fiz um corte em seu braço esquerdo. O sangue espirou longe, fazendo o homem gritar de dor. — Maldito. Mas um motivo par vingar-me. — Digo com raiva. Precisava acalmar-me para não acordar Olívia que se remexia em meu colo. — Ai! Ui! — Ela gemeu de dor. Fazendo me sentir responsável por seu ferimento. Sempre que tentar proteger Oliva a mentia em uma confusão maior ainda. Mas eu não poderia lhe dizer do casamento quando ela tentava impedir-me de sair. Mas agora ela já sabia por auto do nosso enlace. Tremia que quando a consciência retomasse para si ela me questionaria. — Vou levá-la para casa. —Disse a John. — Se encarregam de tudo? — Sim, não se preocupe. — Ele responde e a apertei ainda mais em meu braço. Olívia era tão leve. E tê-la em meus braços causava-me sensações desconhecidas. Como se não pesasse nada, subo em meu cavalo e logo monto detrás dela, recostando-a sobre meu corpo. Seu traseiro ficou encaixado entre as minhas fortes coxas, depois, envolvo-a com um de meus braços para abrigá-la. Seu corpo quente acendeu o meu e eu não estava preparado para a repentina pontada de desejo que me atravessou ao sentir seu corpo delicado no meu. Noto como meu membro se endurecia dolorosamente, uma reação descontrolada, irracional e por completo inoportuna. — Sebastian... — Murmurou. Ela agora remexia-se com uma leve pressa. Seu traseiro roçando meu membro. Endurecendome ainda mais — Fique quieta. — Ordeno. — Não se mexa, poderá nos derrubar do cavalo e não seria bom para seu corte. —Falei mais duro ainda. Ela parou os movimentos que estavam enlouquecendo-me. Notei que o balanço do cavalo a fez adormecer novamente. Agradeço imensamente. Logo minha ereção foi se desfazendo. Somente não partia a aceleração de meu coração ao tê-la em

meus braços. Olívia suspirava leve. Sentia-se tão à vontade e tão segura em meus braços, tão protegida...vejo-a tão querida... Era assim que seria daqui para o futuro. Depois de uma longa viagem, finalmente chegamos a minha propriedade. Já estava dentro de casa quando ela começou a falar. — Por favor... não.... — Ela não terminou seu pedido. — Silêncio, Olívia. Vou por você para dormir. — Ela retesou-se em meu colo. — Não mexase, pode tencionar o braço. Subirei para lhe enfaixar esse braço. Subi as escadas depressa e em silêncio, com ela dormindo. E tomo a maior decisão da minha: Irei cuidar dela. O casamento ocorreria dentro de uma semana.

Capítulo 27

Olívia

— Cuidarei de você. — Ouvir sussurrar quente bem perto de meu rosto. Reconheci a voz grossa de Sebastian. Estava deitada em minha cama e ele cuidava delicadamente do meu ferimento. Não sentia nenhuma dor, mesmo que soubesse que meu corte tinha sido bastante fundo. As mãos milagrosas dele produziam-me um efeito benevolente. — Acordou? — Perguntou a ver que estava lhe olhava. Sebastian passou seus braços por minha cintura acomoda-me melhor em meu leito. Queria que seus músculos fortes me rodeassem, precisava sentir seu calor, sua segurança, o bem-estar que emanava de seu corpo. Contra todo sentido comum, ansiava suas carícias. Era e vergonhoso prazer que despertavam em mim, em meu corpo refém do seu. — Sim... — respondi simples e ele sorriu em resposta. Era uma loucura, um simples sorriso encantar-me. Era perigoso que me deixasse levar pelo desejo de coisas que não podia ter. Uma estupidez voltar a sentir tudo novamente. — Infernos! — Disse Amaldiçoando-me baixo. — Disse alguma coisa? — Perguntou quando enquanto levanta-se e passeio pelo quarto. Vai ter a cômoda e retira de lá uma camisola. Estava engando se permitiria tamanha desonra. Ele colou a mesma perto da cama e voltou a procurar por mais coisas. Saiu do quarto e volto logo depois, rápido demais ao ver-me. Trazia com ele uma licoreira e um candelabro com duas velas acessas. Colou também os pertences no criado. — Acho eu tenho tudo que preciso para lhe fazer um curativo até que o médico venha lhe consultar amanhã.

O colchão de plumas cedeu quando ele se sentou a meu lado. Ele afastou algumas mexas de cabelo de minha testa, fiz uma careta de dor. — Dói? — Sim. Incomoda um pouco. — Sorte que não foi uma feriada. A carne está apenas machucada e inflamada. Nada que compressas não resolva. Diferentemente de seu braço. Noto como ele explorava brandamente meu braço, e logo sinto uma repentina pontada de dor que fez que saltassem minhas lágrimas. Pega o punhal em mão e afasto-me insegura. Nas sei qual sua intenção. — Sinto ter que te fazer isto, Olívia. — Ele rasgou a manga do meu vestido com uma pequena faca e deixar descoberto o profundo corte da parte superior. O sangue estava seco em todo meu braço, mas continuava a derramar sangue fresco da ferida. Mordo o lábio com força para conter um gemido. — Mas terei que apertar a ferida e tirar todo o sangue para que não coagule e infecione. Irá sentir bastante dor. — Disse ele um pouco preocupado. — Eu não permitirei. Não quero sentir dor. — Disse alto. Era covarde para sentir dor. — Como eu disse, será necessário. Acredito que não queira perder o braço. Ele examinou a ferida em silêncio, estudando-me com cuidado. Suas expressões de desagrado. — Temo que começar logo. Grande parte do sangue há esta seco e coalhando. — Ele disse muito sério, voltando a olhar o corte. — Eu tentarei amenizar sua dor. — Se não tem alternativas.... — Disse conformada. Me afundo de novo nos travesseiros. Ele oferece um pedaço de pano e a licoreira, mas antes traga um longo gole. — Servira como se fosse o láudano. Tome, beba. — Insistiu, levando a mesma aos meus lábios. Obrigo-me a tomar um gole daquela bebida abrasadora. — Preparada? Temos que agir rápido.

O liquido desse quente, queimando minha garganta. Solto leves tossidos, nunca tinha bebido whisky. — Sim, pode apertar. Tudo fica mais lento.... Não é possível que com um simples gole já estou sentindo o efeito do álcool... lhe dedico um sorriso lento e luminoso. Ele olhar e sorrir; — Pelo visto o álcool há estar fazendo efeito, senhorita Sallie. Acredito que devo aproveita a chance, quanto mais embriagada menos dor sentirá, pelo menos hoje. Vamos beba mais gole. — Diz e força novamente a garrafa em minha boca. Dessa vez o liquido desse menos queimador. — Está querendo deixar-me embriagada? — Pergunto ao engoli a dose completamente. Sebastian sorrir. — Agora sim você estar preparada para essa tortura. Volto a pedir desculpas por lhe causar dor. Ele começa a apertar meu braço....

Sebastian

Olívia estava completamente afetada pelo álcool. Sua voz já estava embolada e acredito que ela não falasse coisa om coisa. Ela está piscando os olhos constantemente e sorrir. Quando ela sorrir, sinto-me ainda estranho. Eu estou desejoso pela aproximação dos nossos corpos. Não o momento adequado para sentir isso. Mas pelo menos seus lábios eu ia voltar a experimentar. Ah se ia. — Prepare-se Olívia. — Avisei e comecei a lhe apertar o braço. Ela gemeu um pouco, mas seu chiado não parecia de dor. Não creio que ela também esteja sentindo atração neste momento. Não podia me senti assim. Por todos os diabos, começava a pensar em como seria deitar-me com ela, se seu corpo seria mais quente do que estar agora. Aposto que ele pudesse queimar-me. Possivelmente estava enganado em relação a Olívia. Ela não era a moça completamente fria e sem paixão que imaginei. De repente meu casamento não poderia ser de todo mal. Seria um prazer inestimável lhe ensinar todos

os prazeres carnais. Poderia lhe saboreá-la várias vezes. Perder-me com ela em nosso leito matrimonial, deitar-me a seu lado e cobri-la com meu corpo forte. Deslizar entre suas coxas longas e explorar os com toda paixão seu esconderijo erótico. Sinto meu corpo tremer ao imaginar lhe subjugando. Minha carne começando a reagir tal desejo. Maldição, tinha que recordar que estava ferida; e que ela não estava nas condições de suprir meus desejos. Pelo menos agora não. É, meu docinho além de doce parece ser quente. Logo a provarei. Mas agora devo preocupar-me com seu corte. — Sua ferida está seca. Retirei todo o sangue. — Disse e possivelmente Olívia não compreendeu minhas palavras, pois ela continuava a sorrir. Limpo-lhe o sangue ao redor do corte e logo tremia que o próximo passo. Tinha que esterilizar o ferimento. — Isto vai doer, Olívia, mas dizem que evita que as feridas putrefaçam. — Antes que ele pudesse negar, viro o a garrafa e o liquido começa lava a ferida. — Ai! Arde, arde muito. — Ela disse remexendo-se e tentando retirar o braço de meu poder. Sabia que ia arder, afinal o corte era novo e agora estava complemente aberto, pois tinha tirado todo o sangue coalhado. Olívia proferiu um grito de dor e arqueou as costas sobressaltada. Lhe impeço de movimentar-se muito, poderia ser muito pior se ela caísse da cama. — Shiu! Relaxa, a dor já passou. — Digo e aproximo-me um pouco mais de seu rosto. Seus olhos estão fechados e escorrendo lágrimas. — Farei uma bandagem para que algum bicho não possa entra em seu ferimento. — Sussurro em seu ouvido. Mantive-a assim um instante, inspirando a limpa e doce fragrância de seu cabelo. Ofegante e completamente rígida, Olívia esperou que a dor insuportável acabasse. — Terminou? — Disse entre dentes. Sua fúria evidente. — Estava tentando me matar para não casar? — Volta inquerir brava. Afasto-me um pouco, para poder ver melhor seu rosto. Onde que teria coragem de fazer isso? — Estar delirando docinho. Sinto meu peito se apertar só de imaginar ela longe de mim. Quase tive um ataque quando vi seu fraco corpo no chão, sem cor, sem vida e correndo sangue de seu delicado braço. Me dói saber que ela pense tão mal assim de mim, mas sei que nunca fiz questão de passar outra imagem

minha. Antes não me importava com o que pensasse de mim, muito menos fazia questão de esconder meu caráter libertino. Mas aqui, com Olívia, tinha necessidade de passar uma imagem de homem honrado. — Responda-me! — Pediu. Olívia com certeza estava desvairando. Toco-lhe em seu rosto e o sinto quente. Ela está com febre. Sua pele estar pálida, cabelo bagunçado e boca ressecada. Toda desarrumada e mesmo assim bela. Lhe passo as mãos pelos cabelos na tentativa de doma-los. Seus cabelos são muito negros e enrolados. Tão sedosos e brilhantes. — Não sabes o que falas, docinho. — Não tenho intenções tão perversas com você. —Ah, não? — Pergunta fechando os olhos devido ao meu carinho. —Se morrer... possivelmente chorarei muito por sua perda. — Confessos meus medos. Sei que amanhã ela não lembrará das minhas confissões. — Que mentirosos és. — Falou sorrindo. Mas ao sorrir ela estava fazendo um esforço grande que a fez gemer de dor. — Comporte-se. Não prejudique ainda mais sua integridade física, logo terá que estar bem. — Falo a repreende-la. Olívia tinha que ficar em descanso para que pudéssemos casar em uma semana. — Possivelmente se eu morresse ia festejar por não ter que casar-se comigo. — Disse manhosa e tenho vontade de toma-la em meus braços e lhe acalentar. — Eu já disse que estar enganada. Olívia abriu seus olhos e seu olhar foi diretamente ao meu. Não conseguir desviar olhar, seus olhos azuis estavam mais escuros. Com certeza estava em confusão. Ela fez menção de senta-se na cama mais lhe impedir. — Não pode levantar-se. Evite esforços desnecessários. — Por que estava na luta por aquele povo? Você os conhece? — Interrogou, sabia que alguma hora ela ia questionar.

— Em breve saberá. — Não acredito que contará. Será preciso eu descobrir da pior forma novamente? — Replicou sombria. Ela levanta o braço sadio e passa pelo pescoço ajeitando o decote do vestido. Afasto sua mão e eu mesmo ajeito a dobra da costura. Minha mão desvia lentamente para seu colo descoberto. Onde poderia se ver as dobras de seus seios. — É tão teimosa quanto uma criança. — Digo com a voz afetada pelo toque. Sentido toda delicadeza de sua pele, passeio meus dedos pelo decote. Sinto sua pele se arrepiar diante de minha caricias...seus olhos ficarem mais brilhantes.... Sua boca se formar um O. Seu peito subir e descer descompassadamente.... — Mas tão corajosa. Mulher nenhuma teria coragem de fazer o que você fez. Olívia continua suspirando lentamente e não faz menção de afastar meus dedos exploradores. — Eu agi sem pensar. — Agradeço a Deus por não ter acontecido algo mais grave, ao contrário não saberia como reagir... — Estava apavorada. —Ela confessa, ponho um dedo debaixo do queixo — Era para estar. Mas peço que nunca mais aja com tamanho disparate. — Disse levantando seu rosto para meu olhar. Tive que usar todo meu autocontrole para não lhe atacar com fúria seus lábios. — Prometa que nunca mais irá se pôr em perigo. — Pedi tenso.

Olívia Fico tensa com a proximidade do rosto de Sebastian, podia sentir sua respiração bater em minha face. Ele olhava severo, mas seus olhos estavam ternos. Eu não lhe respondi. Estava ainda tentando colocar meus pensamentos em ordem. Esta noite tinha sido uma total confusão para mim ... mal conseguia lembrar de tudo que tinha acontecido. — Prometa. Prometa, Olívia. — Voltou a pedir. — Não posso prometer o que sei que não irei cumprir. — Finalmente respondi. — Será que terei que a manter presa, para que não aja com irresponsabilidades? Você não tem noção que sua atitude infantil poderia ser irremediável? — Ele pergunta com os olhos emanando fúria, toda sua ternura esquecida. — Sebastian, não venha tratar-me como criança e boba ainda mais. — Disse e mesmo contra sua vontade sentei-me na cama. Ele olhou-me com reprovação. — Continua a agir como criança. Disse que você não fizesse esforços. Por Deus, que ele me dê paciência para tratar você. — Ele olhou para meu braço ferido…realmente ele tinha razão.... Estava agindo com imprudência. E de repente, como uma chuva de pensamento, comecei a lembrava de toda a noite. Minha cabeça doeu com as recordações. — Sebastian, explica que história é essa de casamento? — Pergunto baixo. — E não acha que dessa vez poderá esconder-me nada. É minha vida que estar envolvida. — Terminei de falar e seus olhos estão quase saindo da caixa...sua pele está pálida...completamente se a compostura elegante que é sua marca. — Esse assunto podemos conversar amanhã. — Disse fugindo do assunto. — Você prometeu que conversaríamos quando chegasse. — Repliquei.

— Como também pedi que ficasse segura em casa, mas você não cumpriu o combinado. — Replicou. — Mas..., mas eu quero saber. — Franzo o cenho confusa. — Eu quero saber porque tenho que casar. — Gritei. — Eu me casarei com você. Estou de acordo e creio que você precise de proteção, isso é tudo. — Disse baixando a vista e ficou olhando o chão. Novamente parecia assumir responsabilidades indesejadas. — Não deixarei que você faça mais nenhum sacrifício. — Respondo com frieza — E menos ainda que seja por culpa de meu pai como imagino. Estava disposta a ficar aqui até você se curar. O matrimônio não será concretizado. Não se sinta na obrigação de nada. Não preciso de defesa. O internato é bastante seguro. Creio eu que cuidar de crianças pequenas não traz perigo nenhum. —Disse e ele somente ficou olhando-me, sem expressão. — Olívia, não será um sacrifício... — Disse e sua voz falhou, deixando nítido que não era verdade suas palavras. Não deixaria novamente que Sebastian se impôs-se conta minha vontade. Eu tinha aceitado ele cumprir com as responsabilidades de tutor, mas jamais deixaria que ele me converse de um casamento entre nós. Isto estava totalmente fora de cogitação. — É culpa do meu pai? — Pergunto com a voz embargada. Novamente meu pai estava invadindo meu futuro, destruindo-o lentamente. Que tipo de pai forçava a filha ao sofrimento e humilhação? Liam Sallie, estava sendo perverso comigo. Sebastian não respondeu, acredito que por não ter coragem de olhar em meus olhos e negar. Talvez até ele já estivesse cansado das artimanhas de meu pai. — Responda! É culpa de Liam, não é? Como você não me odeia. — Pergunto e meu corpo sacode com os violentos soluços que solto. — Olívia, acalme-se. Tudo dará certo. — Afirmou Sebastian abraçando-me para controlar os chacoalhar do meu corpo. — Solte-me. Você deveria ter repulsa e nojo por mim. Eu não posso estragar sua vida.

— Olhe-me! — Pediu ele segurando meu rosto. Seus olhos não pareciam conter a mesma aflição dos meus. Poderia dizer que tinha alguma esperança. — Desculpe-me. — Pedi sem ter certeza pelo o que. Então Sebastian aproximou-se e cobriu meus lábios com os seus, enquanto mantinha minha cabeça parada a segurando pelo os cabelos da nuca. Explorou com a língua minha boca sedenta, deslizando-a por todo meu interior. Meu pulso acelerou. Estava novamente provando de seus saborosos lábios. Ele rodeava por toda minha cavidade bucal e busca dos mais secretos lugares. Ele sabia muito bem enlouquecer uma mulher com um simples beijo. — Oh! Ah! — Gemidos de desejos saíram de sua boca quando ele separou rapidamente nossas bocas. Puxo o ar rapidamente, ele faz o mesmo. Mas não demora muito e volta a atacar meus lábios. Beijou-me durante o que pareceram horas, chupando-me, explorando-me, submetendo-me.... Excitando-me, seduzindo-me até me deixar fraca, estava a ponto de derreter em seus braços. A minha pele ardia. O calor de seus corpos fazendo-me ansiar por mais. Gemo baixinho por esse ataque sensual. Seus beijos eram pura tortura, mas quando por fim ele retirou os lábios, sinto-me vazia e com a boca dolorida. — Pareço estar sendo forçado? — Perguntou. Eu não respondi. Buscava o ar fortemente. O oxigênio tinha sido evitado por um tempo em nosso beijo. Seu ataque tinha sido rápido e não pude evitar. Mas duvido que tivesse o interrompido. Sebastian provocar em mim uma franqueza que sempre fazia-me sucumbir aos seus desejos. Agora o ardor de seu olhar parecia desejoso, enquanto direcionava-me sua atenção. Pisquei aturdida, não tinha a intenção de alimentava mais minha ilusão de que um dia pudesse termos algo. Mas agora, depois de seus beijos e de ter descoberto que talvez nos casaríamos não tinha tanta certeza. — Nosso matrimonio acontecerá. Sebastian limpou a garganta, obrigando-me a voltar a realidade dos meus pensamentos. Minha mente continuava a vagar com todas as possibilidades que esse casamento pudesse

proporcionar. — Eu não estaria tão certa disso. Não... — Comecei, mas ele levou os dedos a minha boca impedindo-me de continuar. — Não tem volta. Com olhar enigmático, inspecionou meu rosto, ruborizado pelo recente beijo. Ele passeou toda minha face com seu dedo. Parecia querer gravar todos os detalhes de meu rosto. — Precisa descansar, Olívia. Vou embora agora. Amanhã provavelmente eu der inicios aos preparativos de nosso casamento. Terei que contar com ajuda de alguma mulher. E como você mesma não pode realizar tarefa eu contarei com ajuda de Jodi. — Ele disse ao levantar da cama. — Eu não me casarei. — Replico com a respiração muito agitada. Ele parou seu caminhar e parece ter lembrando de algo. — Você precisa trocar de roupa. A sua estar suja de sangue. Seria o mais correto que você pudesse tomar um banho, mas acredito que precisaria de minha ajudar. Não pegaria bem eu lhe dar banho. Então só ajudarei na troca de vestes. Sebastian já estava com a camisola nas mãos. Não aceitaria que me visse somente de roupa intima. — De nenhum modo deixarei que me veja na intimidade. — Disse agitada. — Em breve verei. Não só olharei, se me entendes. — Disse malicioso. — Não tenha tanta certeza. — Disse e lhe olhei duro. — Eu posso trocar-me. Agora sai! Ele nada disse e saiu lentamente do quarto.

Capítulo 28

Olívia

Acordo sobressaltada. Estava tendo um sonho com um misto de pesadelo. Meu corpo estava suando frio. Forço a mente para lembrar o que me assustava. Olho por todo quarto e percebo que já é tarde da manhã. No criado mundo tem uma garrafa de whisky quase seca, um candelabro com uma vela no final. No chão meu vestido estava jogado. O que aconteceu? — Tudo dói. — Reclamo ao fazer força para sair do colchão. Eu precisava ajudar nas tarefas de casa. Lembro-me que Sebastian tinha estado em meu quarto na noite anterior, colocou-me na cama, cuidou de meu corte. Olho para o braço enfaixado. Ele tinha sido bastante cuidadoso. Forço um pouco mais a mente e assusto-me a recordar do beijo. — Ele beijou-me novamente. — Digo ao passar os dedos em meus lábios, os mesmos estavam ressecados. O beijo tinha sido diferente do que aconteceu no jardim. Esse pareceu ser mais terno e desejoso. Muito sem vontade minha mente começa a recordar do restante da noite. Preferia ficar nas recordações do beijo. As lembranças vão surgindo uma a uma. Meu ato impulsivo e imaturo de seguir Sebastian, para tentar lhe proteger. Tinha tentado lhe impedir de sair, ele estava ferido. A noite estava escura e nevoada. Mesmo assim não volataria no meio do caminho. O seguir até uma grande propriedade, ele tinha planejado um ataque. Eles falavam em vingança e represália. Invadiram a propriedade de um homem chamado Orlando. A princípio parecia ter sido bem-sucedido, mas logo ficou claro que estava em menor número. Sebastian não recuou e foi a luta. Ele estava sendo covardemente atacado, então tentei lhe defender, mas o imaginado

aconteceu. — Olívia Sallie. — Disse um homem ao reconhecer-me, mas o que disse a seguir tinha feito perder a concentração. Não podendo desviar do golpe de sua faca em meu braço esquerdo. — Meu Deus! O casamento. — Digo com espanto. Ele tinha dito que Sebastian cassar-se-ia comigo e depois o mesmo confirmou. Ouço uma batida, mas continuo espantada. — Entre! — Digo alto depois de ouvir mais batidas. — Senhorita, sr. Damman pediu para lhe trazer seu café. A mesma donzela que agora conhecia. Jean estava agora, aqui na minha frente transbordando simpatia e zelo. Ela atravessou do o cômodo para colocar a bandeja em minhas pernas. — Ele pediu-me que lhe forcasse a comer. Precisa alimentar-se. A bandeja estava muito cheia. Tinha uma diversidade de frutas, suco, café, leite, pães, mingau de aveia, carne desfiada com pirão. Muita coisa para uma só pessoa. — Não consigo comer tudo isso. Ela nada disse. Somente incentivou-me a comer. Como um pouco de cada coisa e quando estou satisfeita e retira a bandeja de minhas pernas. — Vou lhe prepara um banho. — Começou a sair do quarto. — Espere. — Pedi. — Onde está Sebastian. A jovem olhou-me e sorriu. — Sr. Damman está conversando com minha tia. Aproveito para lhe desejar felicidades em seu matrimonio. Trarei agua aquecida para seu banho. Depois refaço o curativo. — Disse saiu. Então era verdade. Sebastian realmente estava decidido a casar. Eu havia lhe negado tal

loucura. Sabia que não era de sua vontade assumir essa relação. O mesmo tinha dito-me que era avesso ao amor. Oras, John. Isso não acontecerá. Acredito que devas conhecer minha fama. Eu não deixo que nenhuma mulher roube meu coração. Digo-lhe mais, eu sou avesso ao amor. Não acredito nessa mixaria. Suas palavras ditas ontem, rondando minha mente. Não teria um casamento igual acontecia nos contos de fadas dos livros que sempre me alegravam, que sempre me iludiram. Não tinha esperança que isso desse certo. — Oh Deus, não permita que isso aconteça. Reprimo um soluço alto, era minha vida que seria destruída. Era Sebastian que seria sacrificado. E tudo já estava sendo planejado, como poderia impedir se ele estava disposto a manter-me trancada neste quarto, enquanto e decidiria tudo para nosso futuro. — Não, não posso casar. Não estou disposta a ter uma vida infeliz.

*** Quatro dias depois... Continuava presa em meu quarto. Sebastian não permitia que Jean me deixasse sozinha nem tão pouco me fez uma visita. Deste daquela noite eu nunca mais o tinha visto, parecia estar bem ocupado com os preparativos. Mas continuava relutante com o casamento... Escuto a porta se abrir... — Menina, vim ver como estar. — Disse Jodi entrando no quarto. Nem ela tinha vindo ver-me antes. A cautelosa senhora possuía uma figura contida e calma. Deveria está cuidando com carinho dos preparativos do casamento. Em seu rosto estampava um belo sorriso. Alivio um pouco meu medo, Jodi me transmitia tranquilidade. Ela estava agindo novamente como uma mãe ao cuidar de meu casamento.

— Jodi. Estou bem. — Respondi. — Que espanto causou-me querida! — Disse com preocupação, examinando a bandagem em meu braço —Como está sua ferida. Ainda dói? — Não é mais que um arranhão. — Amenizo a situação. — Oras menina! Sei a seriedade do ocorrido. — Repreendeu-me. Encolho-me em minha cama. — Mas não foi nada. —É muito modesta. Senhor Damman contou-me de sua valentia. Elogiou sua força. — Ela disse e senti uma forte pontada perto do coração. Pelo tom que ela usava parecia que Sebastian lhe contou com orgulho. — Eu somente agir com coração. — Mas devo lhe dizer que tal atitude não deve ser ovacionada. — Prosseguiu Jodi — Poderia ter causado um estrago maior... seu ferimento poderia ser mais grave, e até mesmo poderia ter morrido. Nunca mais, mesmo que suas intenções seja as melhores, nunca mais se bote em perigo. — Jodi, eu... — Tento defender-me. Ela olhou-me com expressão dura. — Não tem explicação sua imaturidade. — Declarou a mulher com voz falhando. Vejo lágrimas descerem por seu rosto. — Desculpe-me. Eu sei que fui imatura e descuidada. Mas juro que tinha as melhores das intenções. — Eu sei, seu coração é bom. Agora vim ouvir algumas de suas vontades para o casamento. Os convidados já receberam os convites, a igreja escolhida, todo banquete estará sendo preparado a partir de amanhã.... Ela parou sua fala, parecia lembrar tudo que já estava sendo feito.

— Uma grande festa que durará três dias. Acredite que dei o melhor de mim. Já que seria mais obvio que a senhorita Sofia, por ser irmã e mais adequada para ocasião, não esteja presente. Enquanto Jodi me colocava a par dos preparativos eu buscava forma de fugir do casamento. — Na verdade, o meu enlace com Sebastian não vai acontecer. — Como assim menina? Já estar tudo preparado. — Não casarei. —Repliquei com secura. Jodi parecia não acreditar em que falava. — Menina Olívia, acho meio impossível disso acontecer. — Iniciou sua elucidação. — Embora tenha negado e esteja negando o casamento. Os preparativos seguem a todo vapor. Senhor Sebastian tem até deixado as outras obrigações de lado para cuidar disso. Ele disse-me que queria que tudo fosse perfeito. Ele estar radiante... então acho que não terá como escapar do matrimonio... Me surpreendi com as palavras de Jodi. Não imaginei que Sebastian estivesse tão à vontade com a ideia do casamento. — Sebastian está equivocado. — Respondi — Eu não aceitei casar-me com ele. Eu não posso...— Jodi arqueou uma de suas delicadas sobrancelhas. — Do que tem medo? — Perguntou, a velha senhora parecia conhecer-me bem. — Não é medo Jodi. Mas sei que esse casamento será infeliz... — Oh, menina. Não tenha pensamentos negativos. — Disse e esboçou um sorriso sincero. — Quantas mulheres descobrem seu amor depois de estar casada. Com certeza o mesmo poderá acontecer com você. Jodi não tinha noção que não era a falta amor de minha parte que me amedrontava. Meu medo devia-se a certeza que Sebastian se frustraria com a esposa e continuasse com sua vida libertina. Então eu ficaria todas as noites em casa, enquanto meu marido sairia em busca de mulheres que pudessem lhe agradar. Seria conhecida por ser a esposa que não satisfazia o

marido. Choraria e lamentaria todas as noites ao constatar o cheiro de outras em seus casacos. Era isso que me impedia de casar. E não sabia se deveria compartilhar com a senhora do meu lado. Eu sujaria a imagem de Sebastian, caso ela não tivesse conhecimento de sua fama. Mas Jodi tinha demostrado ser uma ótima confidente. — Não é a falta de amor. — Reconheço triste. Busco coragem para falar. — Não me falta amor por ele. Falta-me confiança. Sebastian é leviano. Eu mesma já presencie o quão frívolo és. Ele sempre busca as relações carnais nas mulheres.... Creio que não posso lhe agradar. — De todo modo, você pode enfeitiçá-lo. Olívia você é uma jovem muito bonita. Use seu poder para encantar Sr. Damman. — Estimula. Sorrio em desacordo. — Nunca poderei enfeitiçá-lo. Não Gozo de atrativos o suficiente. Olhe só para mim. — Peço para Jodi. — Eu sou fria e comum demais. Sebastian tem experiências. A crua realidade de que ele não poderá desejar-me presente. Eu me conhecia intimamente, sabia do que dizia. — Não se menospreze. Você é graciosa, inteligente e saberá usar inteligência para não arruinar seu casamento. Além do mais... Sr. Damman lhe oferecerá proteção.... Estará segura ao seu lado. — Jodi tinha uma convicção impressionante que esse enlace daria certo. — Eu não quero sua proteção... — Disse com a voz falhando. Eu queria seu amor. Mesmo que Sebastian não me amasse agora, queria ter a certeza que poderia fazê-lo me amar. Mas assim como tinha certeza que ele não respeitaria nosso casamento, tinha que que nosso casamento seria uma tragédia. — Eu estou com tanto medo... — Confessei. — Menina, ter dúvidas justo antes do casamento é comum, querida. O medo é normal. Mas acredite que tudo sairá bem. Sr. Damman não voltará atrás em sua decisão. — Eu sei. — Disse energicamente — Mas, não impede de temer quando o grande dia chegar.

— Vou lhe dar um conselho, querida. — Disse triste — Não seja negativa antes do casamento. Tenha fé que tudo dará certo. Acredite que você será feliz. Deixe que o tempo se encarregue de colocar tudo no seu devido lugar. Entregue seu coração nas mãos de seu esposo. Seja paciente e ativa nas horas certas. Tente evitar as brigas desnecessárias. Meu coração já lhe pertencia. O tinha entregue quando declarei meu amor. Aceitaria meu futuro escolhido. Casar-me-ia com Sebastian, mas não seria o tipo de esposa que obedece sempre ao marido. Concordaria e desconcordaria quando fosse necessário. E a qualquer evidencia de traição o abandonaria sem dó e piedade. — Tentarei seguir seu conselho...

Seis dias depois...

Com a ajuda de Jodi, os planos do casamento progrediram a grande velocidade. A festa do casamento não seria nessa casa. Fiquei sabendo que nos mudaríamos para uma casa maior e que todo o banquete seria realizado lá. Meu vestido já estava escolhido. A modista conseguiu faze-lo mesmo com toda presa. Continuava em meu quarto. A ferida já tinha cicatrizado, graças aos cuidados de Jean. Meus dias eram todos monótonos e tediosos. Esperava ansiosamente a chegada de Sofia. Sentir-me-ia mais segura com sua benção em minha escolha. — Senhorita, Olívia. — Jean chamou. — A senhorita Damman acaba de chegar. Mal esperei a criada dizer e sair correndo para encontrar minha futura cunhada. Sentia saudades de sua presença. — Sofia! — Exclamo. Rindo e chorando, corro para abraçá-la, e procurar alivio. — Que saudades. Demorou um momento em soltá-la. Comecei a chorar em seu colo. Sentia-me tão frágil e insegura. Mesmo depois de ter aceitado o casamento, o medo continuava em meu interior. —Por que está chorando, Olívia? —É a alegria ao vê-la. — Menti enxugando as lágrimas. — Não estava consciente que estava fazendo tanta falta, pelo menos para você — Disse meio triste, não entendi seu tom. — Por que não veio antes? — Ah! Estive ocupada. Me diz se você estar preparada para o casamento? — Perguntou e eu esboço um sorriso. — Ainda há algo em que posso ajudar? — Claro. Precisarei de sua ajuda para minha preparação amanhã.

— Com toda honra. Jamais permitiria que outra pessoa fizesse isso. — Eu imaginei que você não estivesse presente em meu casamento. O que aconteceu? — Voltei a inqueri o sumiço de Sofia. —Tenho certeza que será um sonho. Mas deixemos de falar disso. Fale-me sobre você. — Olívia com você não estava aqui não tinha necessidades de minha presença. Afinal Sebastian é adulto e saber se cuidar. — Respondeu e pude sentir seu tom estranho. — Ah, sim? —Seus olhos verdes olharam-me terno. — Deve estar cansada. Deixa que conversarmos depois. — Estou um pouco cansada sim, mas antes eu preciso conversar com você. É do seu interesse casar-se? — Acredito... que é o melhor. — Falo sem saber o que dizer. — Você ama o Sebastian? — Pergunta e noto um fio de esperança em sua voz. — Não. — Respondo com uma ênfase um pouco exagerada. — Você acha que será feliz nesse casamento? Sofia pergunta e não sei onde quer chegar com todo esse questionamento. Já estava decidida a casar. Aceitei como muito custo, agora seria difícil voltar atrás. — Farei o possível para ser. — Respondi incerta. Eu até poderia tentar, mas Sebastian tinha a maior parcela em fazer nosso casamento dar certo. — Eu espero muito que seja feliz, Olívia. Você merece muito. Mesmo que Sebastian seja tão dificultoso, não deixe abala-se. — Sofia aconselhou-me. Ela mais que ninguém poderia dizer como deveria agir diante do casamento. Meu noivo era seu irmão. — Irei descansar. Preciso estar preparada para amanhã. A ocasião perde algo glamoroso.

Capítulo 29

Olívia

O grande dia havia chegado. O sol brilhava pela janela do meu quarto, mostrando que o dia seria todo quente. Estava sentada na poltrona, não tinha conseguido dormir, tamanha minha ansiedade, então já estava de pé quando Sofia chegou ao quarto. — Olívia, o dia chegou. — Sofia disse enérgica. — Tomará um breve café. Nada que pese em seu estomago. Afinal não quer ter um mal-estar. Então uma equipe de três criadas adentrou o meu leito trazendo o café da manhã a base de tortas de aveia e leite. Engulo o alimento, mesmo com um rebuliço em meu estomago. Enquanto isso Sofia ditava as regras, igualmente como tinha feito no preparo para meu baile. As criadas preparam meu banho com agua aquecida. Assim que terminei segui para o lavabo, as criadas lavavam com paciência todo meu corpo. Deixando-me limpa e perfumada. O banho demorou mais do que julguei necessário. Depois de estar devidamente seca, vestiram-me nas volumosas anáguas. Depois começou a luta para apertar o espartilho, minha cintura deveria parecer muito mais fina do que era. — Que desnecessário... — Sussurro baixo. Não queria ofender os esforços de Sofia e das criadas. — Disse algo? — Perguntou Sofia enquanto segurava o vestido para não amassar. — Não. Mas obrigada por estar aqui ajudando-me. Não havia penteado nem vestido que pudessem fazer-me bastante bela para Sebastian. Penso triste. Acredito que ele estaria em seu preparo também..., mas bem diferente do meu. Estava

chocada que nunca mais o tinha visto, ele evitou que nos víssemos essa semana. Soube que noite passada o ele esteve em uma comemoração, regada com bastante bebida e desconfio que com mulheres... As criadas com muitos esforços tinham apertado o espatilho deixando-me sem ar. Agradeço pelos zelos. E elas saem, deixando-me com Sofia. Ela penteou meus cabelos e os prendeu em um choque. — Agora é hora do vestido. — Disse Sofia tentando animar-me. Já que a insegurança era visível. — Seu vestido é maravilhoso, soube escolher bem. Com toda calma Sofia transpassou o mesmo por minha cabeça. E quando me vi vestida no belo vestido, lágrimas inundaram meus olhos. Tinha sonhado tanto com esse momento. Onde entraria na igreja, tocaria a marcha nupcial, e meu marido estaria no altar sorrindo e feliz pelo nosso casamento. Faríamos nossos votos e tentaríamos segui-los. Olho-me no espelho. E sinto que a qualquer momento sucumbirei ao choro. Observo o meu corpo. Meu vestido era todo de cetim branco, como a tradição manda para indicar era imaculada. O vestido era longo e com mangas bordadas em ramos. Era lindo. Em minha cabeça o longo véu. Em minhas mãos estavam as luvas que completava as vestes. — És a noiva mais bela que já presenciei. Sebastian ficará encantado quando você entrar na igreja. — Diz Sofia evidentemente emocionada. Ela limpou seus olhos e pediu licença. Quando voltou trouxe um lindo cofrezinho de prata. — São as joias de minha mãe. Agora são consequentemente suas. — Ela disse e sorriu. Imagino que assim como eu, crescer sem a mãe tinha sido muito difícil para minha cunhada. — Obrigada. Fico honrada em usar as joias que a sra. Damman usava. — Disse aceitando o presente. — Escolha uma das joias para usar na celebração. Com todo cuidado, escolhi um colar com rubi, a pedra preciosa enorme, e estava encravado em um pingente de filigrana. O rosto de Sofia se iluminou enquanto contemplava o efeito de seu presente.

— Você será feliz em seu casamento, Olívia. — Disse ela ainda emocionada. — Queria ter certeza disso. — Disse em tom de amargura. — Olívia, meu irmão mesmo não querendo admitir.... Eu sei que ele sente algo por você. — Acreditarei, Sofia. — Disse alegre, pelo menos uma confirmação que ele sente algo por mim. — Agora vamos. Teremos um longo caminho até chegar na igreja. Uma onda de pânico de última hora acelerou o meu coração. Breve me pediriam que fizesse minhas promessas de lealdade e entrega e me obrigariam a honrar Sebastian Damman até o ultimo dia de minha vida.

*** — Céus, Olívia, está gelada! — Exclamou Fernando. Ele conduzir-me-ia até o altar. — É obvio que sim. — Interveio Sofia — Toda noiva fica nervosa no dia do casamento. Mas calma, Olívia, ou poderá ter um enfarte.

*** Nossa viagem seria em uma carruagem dourada e de quatro cavalos brancos. Ela parecia ser confortável, mas teria que ser. Pois a igreja ficava a uma distância de três léguas de casa. O banquete do casamento, estava previsto que começasse ao meio-dia, depois da cerimônia religiosa, onde se esperaria uma grande festa que só terminaria depois de três dias. Fernando ajudou-me a subir na carruagem, enquanto Sofia cuidava para que não amassasse o vestido. Quando já estava dentro, ela pegou o longo véu, o enrolando, e colocou em meu colo. Fernando lhe ajudou a subir entrou em seguida. Estava com os nervos crispados. Minha perna tremia ansiosa e minhas mão soavam. Ao perceber meu nervosismo Sofia, que estava sentada ao meu lado, pegou minhas mãos as suas.

— Fique calma! Tudo dará certo. — Pediu-me tentando transmitir calma. Respiro fundo. A carruagem continua a seguir nosso caminho. O balanço demonstra que o cocheiro está indo em toda velocidade. Acredito que estamos na metade do caminho. Volto a sentir a aflição tomar conta de meu corpo. De repente o movimento cessa completamente, deixando-me alarmada. Olho para Sofia e ela também está cismada. — O que houve? — Pergunto. — Não sei. — Sofia responde nervosa. — Eu não permitirei esse casamento. Levem a noiva! — Berrou forte o homem que reconheci ser Antonio Orlando.

Continua....

Sobre a Autora

Sthefane Lima tem 25 anos, formada em Administração. Vive feliz com sua família em TimonMA. Sthefane começou a escrever cedo, por volta dos 10 anos escreveu seu primeiro poema. Nada que a fizesse imaginar que um dia escreveria um livro. Como leitora gosta e ler todos os gêneros: terror, romance, romance hot, romance de época, suspense, fantasia, etc.

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Sthefane Lima_O Tutor Livro 1

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