69th Street Bad Boys 2 - The Bidding War (PAPA LIVROS)

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SINOPSE O meu nome é

Cherri.

Quando troquei a fazenda em Iowa pelas luzes brilhantes de Manhattan eu sabia que tinha entrado numa aventura. Mas nem na minha mais louca imaginação podia esperar isso! Estou num salão de baile chique, vestida com uma lingerie cara, e bilionários estão leiloando minha virgindade. Dois deles me querem desesperadamente. Tanto que começaram uma guerra de licitações. Wes e Clint são homens poderosos, ricos e incrivelmente atraentes. As garotas lá em casa morreriam por uma noite com qualquer um deles. Mas apenas um deles pode ganhar. E eu sei quem quero que seja.

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CAPÍTULO UM Cherri Como foi que eu cheguei aqui? Como é que uma menina inocente, uma boa menina com uma boa educação, acabou sentada neste sofá de couro, cercada por lustres de cristal e tapetes de peles, por velas e flores frescas, à espera de um exame de virgindade? Eu sei o que você está pensando. Acredite em mim, eu sei como soa. Que menina em seu perfeito juízo iria permitir isso? Relanceio os olhos pela sala. É realmente o lugar mais opulento em que eu já estive. As paredes e o chão são feitos de mármore italiano brilhante e branco. As janelas são cobertas com cortinas de veludo vermelho. O fogo está aceso numa enorme lareira à minha frente. E o tapete em frente ao fogo é uma pele de urso polar real, completo, com a cabeça. Sua face aparenta estar permanentemente rugindo, talvez por estar cansado de estar tão perto da grande lareira. Apesar do fogo, eu tremo.

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Estou vestida com uma lingerie preta, cara. Conjunto completo. Meias até minhas coxas, ligas presas à minha cintura, um par de minúsculas calcinhas com uma fenda bem sobre os lábios da minha boceta. O sutiã, se você poderia chamá-lo assim, cobre meus seios confortavelmente, mas não consegue cobrir os meus mamilos. Brincos de diamante e um colar de pérolas brancas simples completam o conjunto. Não há nenhuma outra maneira de colocá-lo. Eu pareço uma prostituta de luxo. Dói-me admitir, mas é a verdade. Há um enorme espelho na parede do fundo, do chão ao teto, e olho para o meu reflexo. Quem pensaria que a menina curvilínea, tímida, bem-comportada de Des Moines, Iowa, acabaria em um lugar como este? O Avalon. O endereço mais caro e exclusivo da Quinta Avenida. O playground dos bilionários. Já percorri um longo caminho desde que deixei o meu avô e a fazenda. Mas tomei a decisão certa? Fecho os olhos e solto um suspiro profundo. Meu estômago está em nós. Nunca estive tão nervosa. 6

Há uma batida rápida na porta e me viro em sua direção. Ela abre e um homem em um terno preto impecavelmente trajado entra. É alto, com um peito largo e traços latinos. Mesmo através de seu terno de 6 mil dólares eu posso ver que seu corpo é construído como um deus grego. Reconheço este homem. Sim, eu conheço. Vi-o em um bar. Eu estava com Kelsey. Ela estava me consolando sobre alguma coisa, estávamos bebendo um vinho demasiadamente caro e esse cara se aproximou de nós. Ele era encantador. Ele tentou me pegar. É claro que eu recusei. Boas meninas de Des Moines não vão para casa com homens charmosos em ternos caros, que conheceram em bares chiques na cidade de Nova Iorque. Simplesmente não é a forma como eu fui criada. O que soa ridículo, eu sei disso. Quer dizer, olhe pra mim! Estou aqui, sentada, vestida desse jeito, esperando por ele. Ele me dá um sorriso bonito e começa a andar com confiança na minha direção. Meu coração começa a acelerar. Nunca estive com um homem antes. Nunca. Eu sou uma virgem. Uma coisa boa, uma vez que este é um teste de virgindade, mas uma coisa decididamente ruim, se considerar que estou absolutamente aterrorizada neste momento. — Você é Cherri, suponho. Eu olho para ele e aceno com a cabeça timidamente. 7

— Você é jovem, — diz ele. Concordo com a cabeça novamente. — Dezenove, senhor. — Por favor, me chame de Clint. Meu pai era “Senhor”. Não há nenhuma necessidade de me fazer parecer ainda mais velho do que sou. — Clint, — eu digo, o nome soa estranho na minha língua. Ele não parece velho. Bem, ele provavelmente está em seus trinta e tantos anos, mas está em perfeitas condições físicas e tem olhares que faria qualquer garota desmaiar. Eu não sei se estou feliz por ele ser sexy ou se tenho ainda mais medo. Se algum velho médico me testasse seria mais fácil em alguns aspectos. Menos embaraçoso. Olhando para Clint, eu estou de repente aterrorizada que meu corpo me vá trair durante o exame. E se eu ficar molhada? E se ele perceber que eu estou excitada? Não há realmente nada a esconder quando você está deixando um homem chegar tão perto quanto ele está prestes a ficar. Há uma garrafa de champanhe em um balde de gelo, ele tira a garrafa e abre. O pop alto me assusta. Ele sorri e enche duas taças, entregando-me uma. — Por favor, — diz ele, — tente relaxar. — Relaxar, certo.

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Ele sorri. Nossos olhos se encontram e me pergunto se ele tem o mesmo brilho de reconhecimento que tive quando o vi pela primeira vez. Se tem, não menciona. Ele toma um gole do seu copo e eu faço o mesmo. — Então, você está ciente de por que estamos aqui? — Diz ele. Eu concordo. — Você quer ter certeza de que eu sou o que eu digo que sou. — Bem, tenho certeza que você pode entender a minha necessidade. Com o preço que vou estar oferecendo por você, tenho de ter certeza que estou recebendo o que foi prometido. Eu concordo. Não gosto que ele esteja mencionando o leilão. Faz-me sentir barata e me lembra que basicamente vou me prostituir, mas acho que vou ter que me acostumar com isso. Quando você está vendendo sua virgindade para o maior lance, você realmente não pode se dar ao luxo de ser tímida. — Você sabe que não há nenhuma maneira de realmente dizer se uma menina é virgem, não é? — Eu digo a ele. Ele olha para mim e sorri. — Oh, acredite em mim, querida. Eu sei a diferença. Sinto meu rosto corar ao olhar para o rosto dele. Tenho que desviar o olhar. 9

— Oh, veja, — diz ele, sorrindo, — esse sorriso, essas bochechas vermelhas, você não consegue isso de uma garota que teve algumas experiências. Isso me deixa ainda mais vermelha e eu me esforço para não levantar e fugir. Ele se senta ao meu lado e meu corpo fica rígido em apreensão. — Oh, relaxe querida. Não vou te machucar. — Claro que não, — encontro-me dizendo. Eu nunca pretendi ser agressiva. Ele sorri novamente. — Bem, a não ser que você queira. Eu olho para ele e desvio o olhar novamente. A verdade é que eu realmente sou uma virgem. Nunca sequer cheguei perto de perder meu V-card. Fiquei com um total de dois homens na minha vida. Um deles era Jonny Mathews, o menino que tinha sido meu melhor amigo por mais tempo que eu possa lembrar. Isso não é algo que eu recomendaria. Me senti como se estivesse beijando meu irmão. Quer dizer, Jonny e eu havíamos tomado banho juntos quando éramos bebês. Nós tivemos festas do pijama quando crianças, onde nós compartilhávamos a mesma cama. Sua mãe cuidou de mim quando... quando o acidente aconteceu. Meus pais morreram em uma data muito estranha, o dia do meu primeiro aniversário, e basta dizer que 10

este único fato realmente fez um abalo na minha autoestima durante uma parte da minha vida. Gosto de pensar que estou bem agora, mas o fato é que nenhuma quantidade de aconselhamento e terapia pode verdadeiramente compensar a perda de seus pais. Não que eu esteja reclamando. Não ousaria reclamar da minha vida. Nem um só detalhe dela. Nem por um único segundo. Eu fui abençoada por Deus todos os dias da minha vida e acredite em mim quando digo que sei que é verdade. Meu avô, o melhor homem que você gostaria de encontrar nesta vida, me deu uma infância que foi um verdadeiro presente. Ele foi gentil comigo, atencioso e fez com que, em todos os dias da minha vida, eu soubesse que era amada, que estava protegida e era cuidada. Eu o amo muito e o fato de que estou aqui, fazendo isso, vendendo minha virgindade para algum rico bilionário de Nova York, iria quebrar seu querido coração. Mas isso é por mim. Estou fazendo isso por minhas próprias razões e eu não tenho que explicá-las a qualquer outra pessoa. Viverei com a minha decisão. No mundo de hoje, uma mulher tem que fazer o que ela tem que fazer e, tanto quanto eu estou preocupada, se você pode justificar

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suas ações, se você pode dormir à noite, se você sabe o que está fazendo e porquê, então, Deus vai te perdoar por suas deficiências. — Eu quero que você saiba que eu não quero feri-la, — Clint me diz, me puxando dos meus pensamentos. — É melhor você não estar planejando me machucar, — eu digo, — porque o contrato que eu assinei foi bastante claro sobre esse ponto. Ele levanta as mãos como se ele fosse completamente inocente de ter até mesmo o pensamento de ferir uma jovem mulher. Algo que eu

acho

difícil

de

acreditar,

para

ser

honesta,

dadas

as

circunstâncias da nossa reunião. — Isto é tão novo para mim como é para você, — diz ele. — Acredite em mim, isto é mais novo para mim, — eu respondo de volta. Estou surpresa comigo mesma. Eu geralmente sou toda doçura e boas maneiras. Eu nunca falaria assim com um homem, especialmente um homem que tem idade suficiente, ainda que por pouco, para ser meu pai. — Você se importa se eu te fizesse uma pergunta? — Digo. — Algo me diz que você estará fazendo de qualquer maneira.

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— Sim, — eu digo: — Eu acho que tenho o direito de saber algo sobre o homem que está prestes a... me tocar, da maneira como você está prestes a fazer. Ele concorda. — Isso é justo. — Você não é casado, não é? — Não, eu não sou. Meu

coração

instantaneamente

diminui

um

pouco.

Honestamente, em toda essa loucura, a única coisa que mais me aterrorizava não era que eu estaria vendendo minha virgindade a um completo estranho, não era que eu estaria cometendo o maior pecado que a minha imaginação de uma garota de Iowa poderia conceber e nem mesmo que eu não teria nenhuma influência na idade e aparência do meu comprador. Não, meu maior medo é que a pessoa que me comprar seja casada. Eu tentei fazê-los colocar uma cláusula no meu contrato que especificasse que meu comprador tinha que ser solteiro. Eles praticamente me colocaram para fora do escritório. E esse foi o mais próximo que eu tive de voltar atrás. Se não fosse pelo telefonema do meu avô, a chamada sobre a quimioterapia, eu teria ido porta afora. — Estou muito feliz em ouvir isso, — eu digo.

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— Vou lhe dizer o quê, — diz ele. — Eu posso dizer o que você quer saber sobre mim, então vou dar-lhe o resumo. Meu nome é Clint Anderson. Nasci em Los Angeles, mas vivo em Nova Iorque desde que tinha onze anos. Eu me mudei pra cá após o meu pai conseguir um emprego em um fundo de investimentos de Wall Street e tenho seguido os seus passos. Aos trinta e nove anos, sou o segundo bilionário mais jovem na história de Wall Street. — Quem é o mais novo? —

Eu digo, tentando estourar sua

bolha de perfeita confiança. Ele olha para mim e ri. — Você vê, isso é o que eu estou procurando. Essa energia. Essa inteligência. Eu não posso dizer se ele está zombando de mim ou me elogiando. Ele estende a mão e toca meu rosto com as costas da mão. Ele é um homem real. Eu nunca estive em uma situação tão intensa como esta antes. E eu nunca tinha sido cortejada, seduzida ou qualquer que seja a palavra correta para o que ele está fazendo comigo. A forma como seus dedos escovam meu rosto me faz corar de novo. Eu posso sentir minhas faces corarem com o calor e meus olhos se encherem de água. Não é que eu não goste de suas atenções, é apenas, demais. Eu não sei como responder, como reagir. 14

Olho para ele e, com todo o nervosismo que estou sentindo, eu poderia explodir em lágrimas. — Relaxe, — diz ele, deixando sua mão deslizar pelo meu rosto, ao longo da curva de meu pescoço, e por cima do meu ombro. Pela primeira vez desde que ele entrou no quarto, me lembro o quão nua estou. Eu olho para mim mesma. Estou sentada no lado do sofá, tão perto da borda quanto eu poderia conseguir, como se estivesse tentando me esconder, mas não há nenhum lugar para me esconder. Minhas pernas estão cruzadas com força, por qualquer proteção que possa valer a pena, mas meus mamilos estão nus e expostos, rosa vivo, eretos como eles nunca estiveram. Fechei os olhos e soltei um pequeno estremecimento de vergonha. Sua mão acaricia meu ombro, e então ele move os dedos por cima do meu peito até chegar ao mamilo. Eu prendo a respiração, os olhos ainda fechados. Ele leva meu mamilo entre o polegar e o dedo indicador como se fosse uma uva que ele está testando para a maturação. — Como se sente? — Ele diz, sua voz calma e profunda, em exultante confiança.

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Eu não posso responder-lhe. Perdi toda a minha sagacidade mal-humorada agora. Algo que eu tenho certeza que ele sabia que aconteceria. Percebo que a minha virgindade deve ser a coisa mais óbvia do mundo para um homem como este. Uma vez que você conhece as mulheres, você sabe como lê-las. Esse cara sabe como me ler. Eu posso dizer. Sinto-me tão nua, tão exposta, na frente dele. Ele é confiante, ele é seguro de si, ele deve ter as mulheres se jogando para onde quer que vá. Se é assim, então por que ele está aqui, fazendo isso? Certamente ele não precisa comprar mulheres para ter sexo. Abro os olhos e olho para seu rosto. Ele está olhando para os meus seios agora, gentilmente acariciando-os, brincando com o mamilo mais próximo a ele. — Você é requintada, querida. Não digo nada. Eu posso te dizer uma coisa, no entanto. Ninguém

nunca

me

chamou

requintada

antes.

Eu

não

era

exatamente uma das garotas mais populares da escola. Era o que eles educadamente chamavam de atrasada. Eu chamava a atenção agora, principalmente por minhas curvas, as quais os homens de Nova York pareciam ter um apreço interminável. Mas nunca fui capaz de pensar em mim como algo que os homens achariam atraente. É 16

tolo, eu sei, porque os homens acham todos os tipos de mulheres atraentes e certamente eu iria cair no radar de alguém, mas quando olho no espelho, tudo o que vejo é a menina medrosa de Iowa, que nunca sequer conseguiu passar da primeira base. — Deite-se, — diz ele. Estou endurecida, tão longe dele como eu poderia estar. Minhas pernas estão cruzadas, meus braços estão cruzados abaixo dos meus seios, meus olhos ficam fechados durante a maior parte deste momento. Posso dizer que ele está ficando cada vez mais perto do seu objetivo e não há nada que eu possa fazer para impedi-lo. Quanto mais cedo eu cooperar, mais cedo isso vai acabar. Deito no sofá, balançando minhas pernas para cima dele. Ele se levanta e se inclina sobre mim, obtendo um melhor olhar para os meus... atributos. Inclino a cabeça para trás e fecho os olhos. Não é que ele me enoje, porque isso não acontece, ele é realmente quente como o inferno, mas eu sou muito tímida e muito envergonhada para olhar para ele. Sinto suas mãos no meu pescoço de novo, sobre ambos os seios, seus dedos apertando meus mamilos de novo, um pouco mais forte neste momento. Contorço-me sob seus cuidados e sinto que começo a ficar molhada entre as pernas. Não consigo evitar. Tento fazer minha 17

boceta parar de me envergonhar, mas é impossível. Deixo escapar um suspiro de prazer, com seus dedos brincando com os meus mamilos e imediatamente me arrependo. Abro os olhos e olho para ele. Seus olhos encontram os meus. Eu sei que ouviu meu suspiro. Ele me pegou agora. Era uma admissão de culpa. Uma admissão de prazer. Mantendo os olhos presos nos meus, ele desliza sua mão para baixo na minha calcinha e coloca-a entre as minhas pernas, forçando-as abertas, apenas uma ou duas polegadas. Ele ainda está olhando para mim, e ele se inclina mais perto, parando apenas a polegadas do meu rosto. Seu rosto está bem na minha frente. Seus lábios, masculinos e sedutores, estão tão perto. Eu imagino como seria beijá-los. Tento lembrar-me porque eu tinha sido tão inflexível em ter o contrato do teste de virgindade alterado para dizer não beijar. Este exame

faz

parte

da

minha

obrigação

para

o

leilão,

mas,

aparentemente, existem alguns homens que tentam tirar proveito. Eu mesmo ouvi de leilões sendo cancelados porque um cliente foi longe demais durante o teste de virgindade. Ele está autorizado a me tocar com as mãos, mas nada mais. Isso significa sem lábios. Sem língua. Sem boca.

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Ele inclina-se sobre mim tão perto agora que sinto sua calma respiração, fresca em meu rosto. Como ele olha nos meus olhos, o dedo roçando os lábios da minha boceta. Estou jorrando por ele agora. Não há absolutamente nenhuma margem para dúvidas. Estou ligada. Eu sou massa nas suas mãos. Em outras circunstâncias, ele estaria muito perto de ter a minha virgindade, agora, totalmente grátis. Quando você teve uma vida tão inocente quanto a minha, realmente não precisaria muito para um homem arrojado como Clint deixar sua cabeça girando. Sinto minhas pernas se abrindo mais por conta própria, enquanto seu dedo entra em mim pela primeira vez. Eu gemo baixinho de prazer e seu rosto chega ainda mais perto do meu. Seus lábios estão, literalmente, a menos de uma polegada dos meus agora. Abro a boca. Eu o quero. Eu quero seus lábios nos meus. Quero sua língua na minha boca. Seu dedo desliza em minha boceta e nos cachos acima, fazendo um movimento de acenar. Ele engancha o dedo no interior de minha boceta e encontra um ponto que eu nem sabia que existia. Prazer jorra por mim como uma avalanche. Eu lamento novamente e me contorço sob o seu toque. Seus lábios estão tão perto que eu quase posso senti-los nos meus.

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Eu abro mais as minhas pernas, dando-lhe acesso mais livre ao meu corpo, e enquanto seu dedo acaricia o local dentro da minha boceta me sobrecarregando com prazer, ele deixa sua palma tocando contra as dobras do meu clitóris. Eu gemo e me contorço, envolvendo minhas pernas em torno de seu torso. Estendo os meus braços e agarro seus ombros, tentando me puxar para mais perto dele. Imagino que é seu pênis dentro de mim. Só Deus sabe qual seria a sensação. Eu posso não saber muito, mas eu sei que um pau é cerca de dez vezes maior e um milhão de vezes mais emocionante do que um dedo. Com o dedo deslizando para dentro e para fora de mim, vejo um olhar de determinação em seu rosto. Sei que ele está brincando comigo, eu sei que está fazendo isso apenas para me dominar, mas não me importo. Eu quero ser seu brinquedo. Quero ser dominada por ele. Eu grito quando explode um orgasmo dentro de mim, correndo pelo meu corpo como essas imagens que mostram nas aulas de história dos testes nucleares durante o Projeto Manhattan. Eu grito e cavo minhas unhas em sua camisa. Ugh. O que eu não daria para rasgar a camisa fora.

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Mas é claro que eu não posso fazer isso. Eu não posso quebrar minhas próprias regras. Eu não posso doar os meus bens. Preciso do dinheiro que o leilão vai pagar. A vida do meu avô depende disso. — Aí está você, — diz Clint. — Você gostou disso, não é? Recuso-me a acenar com a cabeça, o que só o faz sorrir. Ele sabe o que fez. Não há nenhum segredo para o tipo de prazer que ele me deu. — Eu aposto que ninguém nunca fez isso para você antes. — Nunca, — eu sussurro. É a primeira mentira que eu falei desde que ele entrou na sala. E é quando o rosto de Wes pisca em toda a minha mente. O segundo homem que eu beijei. E vamos apenas dizer, beijar Wes não era como beijar Jonny Mathews na oitava série. Wes Eastwood. Também tinha trinta e nove anos de idade. Também um bilionário de Wall Street. Também um morador do prédio Avalon. E ele não é apenas qualquer bilionário, ele é o mais jovem bilionário da história de Wall Street. Sim. Eu. A menina inocente de Iowa. Virgem? Isso é verdade. Só beijou dois homens? Verdade também. 21

Mas eu não lhe falei sobre o meu segundo beijo. Foi na noite passada. Foi o momento mais mágico da minha vida. Foi com Wes. E se alguma vez ele descobrir que eu estou envolvida em algo como isso, ele nunca mais vai querer me ver novamente enquanto eu viver. Eu estou jogando um jogo perigoso. Eu estou fora da minha mente. E estou morrendo de medo.

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CAPÍTULO DOIS Wes Alguns dias antes Subo olhando pela janela para o tráfego na Quinta Avenida. Daqui de cima sobre o quinquagésimo oitavo andar, as pessoas se parecem como formigas ocupadas. Eu nunca fui uma pessoa da manhã. — Brady!— Grito ao subir as escadas. — Brady. São sete e trinta. Não me faça ir aí em cima. — Estou indo, pai. — Venha mais rápido, garoto. Se você chegar atrasado outra vez seu diretor vai me criticar. Corro para a cozinha e coloco a chaleira. O café é tudo que preciso como café da manhã, mas o manual dos pais diz que um menino de oito anos de idade precisa de um café da manhã saudável e, na minha mente, um café da manhã saudável significa ovos mexidos com torradas. Pego dois ovos do frigorífico e quebroos em uma tigela. O ovo fica todo em meus dedos. A casca cai na tigela e imediatamente desaparece sob a superfície. 23

— Foda-se, — murmuro. — Papai! Eu olho para o meu filho. Meu coração bate no meu peito quando o vejo. Ele causa isso todos os dias de sua vida, desde que a enfermeira do hospital mo entregou no dia de seu nascimento. É como uma pancada no peito que me bate a cada vez. É como quando você vê esses desfibriladores em ação. Os que usam para chocar uma vítima de ataque cardíaco de volta à vida. Isso é o que Brady me faz todas as manhãs. Ele tem oito anos e meio de idade. Eu sou um cara de números. Oito anos e meio são 3.102 dias. Essa é a quantidade de vezes que eu vejo os seus olhos como a primeira coisa na parte da manhã. Ele é o meu sol. Quando ele acorda, o Sol se levanta. E eu vejo-o todos os dias da minha vida. — Desculpe, — eu digo. — Eu não deveria falar palavrão. — Não, você não deve. Se sua mãe estivesse aqui, ela teria lhe ensinado todos os bons costumes do mundo, mas ela não está e não adianta chorar sobre isso. Ela saiu na primeira chance que teve. Em seguida, morreu. Então, é tudo sobre mim. Eu joguei fora a casca do ovo de seus ovos e comecei a batê-los com um garfo. Enquanto faço isso, Brady se senta no balcão e

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espera pacientemente para aquilo que ele sabe que vai ser, muito possivelmente, os piores ovos mexidos com torradas no mundo. — Sirva-se de um pouco de suco, — eu digo. Assisto pelo canto do meu olho quando ele, com sucesso, retira a jarra, colocando o suco em seu copo sem derramar. A chaleira começa a assobiar e eu tiro-a do fogo. Então, eu pego duas fatias de pão e coloco-as na torradeira. Glúten. Não tem glúten na torrada? Será esse mais um assunto que eu preciso ler? Estou matando silenciosamente meu filho porque não li esse capítulo ainda na enciclopédia que fica ao lado da minha cama, — Paternidade para Pais Solteiros Ocupados, como ser Mamãe e Papai. Eu não estou brincando quando o chamo de uma enciclopédia. Esse livro tem 842 páginas. Eu estive folheando-o por oito anos e ainda não consegui passar da metade. Entre os capítulos sobre dieta, bem-estar emocional, socialização, passando através da escola, o bullying, a puberdade, sexualidade, espiritualidade, e mil outros assuntos, tenho certeza de que estou falhando com meu filho em, pelo menos, trinta aspectos críticos a cada dia. Mas o que posso fazer? Como diz o livro, eu sou mamãe e papai. 25

Eu poderia ser o primeiro cara na história de Wall Street a fazer mais de um bilhão de dólares em lucros comerciais, mas isso não significa nada, quando um menino de oito anos de idade lhe pergunta por que ele não tem uma mãe, ou o que deveria dizer para a garota que ele gosta na Liga Infantil, ou se a sua avó prefere rosas ou lírios para seu aniversário. — Pai, a torrada! Está queimando! — Merda, — exclamo, apertando o botão de ejetar. No processo, eu derrubo a tigela de ovos batidos, agora contendo três quartos de um copo de leite. Ela cai direto na frente da minha camisa intocada. — Filho da puta. — Pai!— Brady diz, rindo. — Não é engraçado. Ele pula fora de seu banquinho e me entrega um pano de prato. Enquanto eu limpo minha camisa e mãos, ele chega em suas ponta dos pés para a torrada e passa manteiga sobre ela. Manteiga, colesterol. É recomendado para crianças? Ele dá uma mordida. A partir do olhar em seu rosto, seu glúten e colesterol não o estão matando ainda.

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Coloco uma panela no fogão e faço o meu café enquanto se aquece. Então eu cozinho os ovos, dou um gole no meu café, e despejo-os na parte restante da torrada. — Voilá, Monsieur. — Merci beaucoup, — diz ele com um floreio. Eu posso não saber que flores a sua avó gosta, mas levo-o a Paris todos os anos, quando tenho a minha reunião de acionistas. Ele ama ir para lá. Os cafés, as ruas elegantes, as pessoas em suas roupas francesas passeando nas noites quentes. Olho para o meu relógio. Estamos ficando atrasados para a escola. Não importa o quão cedo eu defina o alarme, estamos sempre atrasados. Não adianta me preocupar com isso agora, suponho. Sento-me sobre o balcão e saboreio o meu café. Eu não vou vê-lo até depois do trabalho, então eu poderia muito bem aproveitar este tempo. — O que você tem planejado para hoje, garoto? — Escola. — Tem prática de beisebol depois? — Sim. — Então, vou buscá-lo lá? Ele balança a cabeça, colocando os ovos em sua boca. 27

— Como é que estão esses ovos? — Pai, eles estão excelentes, — diz ele com um sorriso atrevido. Eu ri. — Tenho certeza que estão. Vamos. Vamos pegar as malas. Nós embalamos sua bolsa, dou-lhe algum dinheiro para o almoço, corro lá em cima para mudar a minha camisa, e caminhamos até ao elevador. Nos apressamos através do lobby e dizemos bom dia para George, o porteiro. Meu carro está esperando lá fora e nós entramos, acenando para o manobrista. Eu ligo o carro enquanto Brady liga a música e, em seguida, meu telefone toca. É Clint Anderson. Porra. Eu olho para Brady me desculpando. — Vá em frente pai, eu não me importo. Eu me viro e baixo sua hedionda música pop, que eu acho que é um alívio, mesmo para ele, e atendo a chamada. A voz de Clint enche o veículo. — Wes, amigo, como o seu dia está indo? — Tudo bem até você me ligar, — eu digo. 28

Não vou ser gentil. Clint e eu fomos amigos uma vez, quando ambos chegamos pela primeira vez em Wall Street há doze anos. Nós dois nos formamos summa cum laude1 na mesma classe em Harvard, ambos nos juntamos à mesma firma em Wall Street, dividimos o primeiro lugar em nossos rankings profissionais por três anos, e nos tornamos o primeiro e segundo investidores com menos de trinta anos a conseguir um bilhão. Em seguida, ele dormiu com a minha esposa, a mãe de Brady, uma garota de quem nós dois fomos amigos durante anos. Pode-se dizer que isso colocou um amortecedor real sobre o relacionamento. Ainda não lamento a perda de minha esposa. Ela me enganou, então traiu Clint, em seguida, entrou em parafuso o que levou à sua morte, alguns anos mais tarde, em um acidente de carro em Milão. Ela escolheu seu próprio caminho, e não me incluiu ou ao Brady. Essa foi a sua escolha. Mas a escolha de Clint foi foder minha esposa, e isso é algo que eu ainda não consegui colocar para trás das costas. Oh, acontece de ambos também vivermos no mesmo prédio do caralho, então eu vejo-o todo o tempo da porra. — Bem, eu não vou prendê-lo, amigo, — diz Clint. — Só queria dar-lhe as últimas notícias em pessoa. Eu rolo meus olhos. — Deixe-me adivinhar. Não é bom.

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Summa Cum Laude – Frase em latim, usada especialmente nos EUA para indicar o nível de distinção académica com o qual um indivíduo cursou um grau académico. Significa ‘com a maior das honras’, com ‘grande distinção’.

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— Minha empresa simplesmente fez um lance maior no negócio da Dairy Technics. — Dairy Technics? Que interesse você tem nesse negócio? — Eu quero te vencer. É o que é. Ele desliga, chegamos na escola de Brady e me viro para olhar para ele. — Nunca confie em um homem que gasta mais com seu cabelo do que uma mulher. — eu digo. Brady sabe sobre Clint. Na verdade, Clint é seu padrinho. Não pergunte. Vamos apenas dizer que Clint e eu costumávamos ser muito próximos. E Brady sabe que Clint me deixa louco. Se eu fosse um super-herói, Clint seria meu inimigo. Vejo-o o tempo todo, em eventos de negócios, em eventos sociais, em torno do nosso prédio. Eu até mesmo sou obrigado a convidá-lo para os lugares que eu jogo. Há uma piada entre mim e Brady sobre Clint ser meu inimigo. Ele sabe que Clint não é de todo ruim. Eu até o deixo chamá-lo de tio Clint. Mas eu nunca escondi o fato de que o homem está sob a minha pele. — Não se preocupe, pai. Tio Clint está apenas sendo um cavalheiro. Dando-lhe um alerta. — Sim, um alerta de que ele quer ter aquilo que eu quero.

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Brady dá de ombros. — Você vai resolver pai, — diz ele, abrindo a porta. Vejo o meu filho sair do carro e sinto o que é essencialmente o oposto da batida que eu senti no meu peito uma hora antes, quando eu coloco os olhos sobre ele. Esta é a onda de nervos que sinto cada vez que eu lhe digo adeus. — Tenha um ótimo dia, garoto. — Terei, pai. — Vá devagar com as garotas, — digo, com uma piscadela. Ele torce seu nariz como se não houvesse nada mais horrível do que o pensamento de garotas e apressa os passos até sua escola particular. É um belo edifício de arenito velho localizado na Park Avenue e não muito longe do meu escritório. Se há um problema com a minha agenda posso pedir a minha secretária ou outra pessoa no escritório para correr para baixo e pegá-lo. Significa ter uma babá sem ter uma babá e é assim que eu gosto. A forma como eu vejo, nós somos dois homens e podemos lidar com nossa vida, sem ajuda profissional. Há um táxi amarelo atrás de mim e, mesmo que não tenha buzinado, no entanto, eu sei que está vindo. Coloco meu carro em movimento.

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— Te vejo depois do baseball, — grito pela janela e ele levanta a mão em concordância. Estou prestes a me afastar quando ouço meu nome sendo chamado. — Sr. Eastwood. Espere. Eu tremo. É a Sra. Mayfair, diretora da escola de Brady. Você acharia que com a taxa de matrícula que eu pago, ela me daria alguma folga, mas eu juro que a mulher é a maldição da minha vida. — Atrasado novamente, Sr. Eastwood. Trinta minutos na verdade. — Pelo menos estou ficando melhor, — eu grito para fora da janela, antes de acelerar o carro e deixá-la comendo minha poeira.

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CAPÍTULO TRÊS Wes Paro na frente do meu prédio e jogo minhas chaves para o manobrista. — Bom dia, Sr. Eastwood. — Quantas vezes eu disse para você me chamar de Wes? Ele sorri e acena com a cabeça educadamente e eu abro caminho para o saguão. Minha assistente me espera e começa a andar ao meu lado em direção ao elevador. — Bom dia, Wes. — Lucy, qualquer coisa urgente? — Só essa coisa sobre Clint Anderson. Suponho que você já ouviu falar? — Sim, — digo com um suspiro. — Tive o prazer de uma chamada pessoal esta manhã. — Ele fez seus funcionários nos twittar dizendo que vamos perder esse lance. — Oh, aposto que foi um prazer com a equipe de licitação.

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Lucy balança a cabeça e aperta o botão no meu elevador privado. Damos um passo dentro e eu aperto o botão para o centésimo piso. O elevador começa sussurrando para o céu. As paredes de vidro revelam os prédios vizinhos enquanto subimos. — Qual é o seu interesse na Dairy Technics, afinal? — Ela pergunta. — Ela não se encaixa no seu roteiro estratégico. — Nenhum, — eu digo, jogando minhas mãos para cima. — Ele literalmente admitiu para mim esta manhã que a única razão pela qual está licitando é para me vencer. — Isso é insano. É um valor de mercado de quatrocentos milhões de dólares. — Você nunca pode subestimar a insanidade de um homem como Clint Anderson. Ele não vai parar com nada até me vencer, mesmo que ele não queira o prêmio. Lucy balança a cabeça, mas não diz nada. Ela sabe tudo sobre o fiasco com Clint e minha esposa há oito anos. Todo mundo sabe. Isso não me incomoda, mas as pessoas passam levemente em torno do assunto. — Por que ele está tão obcecado com você? — Diz ela. Eu sorrio. — Diga-me você. Por que o segundo bilionário mais jovem da história está obcecado com o cara que o derrotou?

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Suas sobrancelhas sobem. — Alguns caras simplesmente não podem lidar com o segundo lugar, acho. Sorrio. — Ele está compensando por alguma coisa. Lucy cora e eu me pego olhando para baixo para seu corpo jovem. Ela é uma profissional consumada, vestida impecavelmente, mas não posso deixar de notar o botão extra aberto da blusa, o vislumbre do decote, e a saia que foi ficando cada vez mais curta ao longo da semana. Eu olho para longe. Nunca me envolvo com um empregado. Nunca. Além disso, depois que meu casamento acabou, eu praticamente perdi meu gosto por relacionamentos. Claro, eu entro no jogo de vez em quando, nada muito sério, mas com o meu trabalho e a responsabilidade da paternidade em tempo integral, costumo achar que é mais problema do que vale a pena. A campainha do elevador soa e eu saio, Lucy no meu calcanhar. — Sr. Eastwood, — diz a recepcionista. Dou-lhe um sorriso e digo-lhe para reunir a equipe de licitação. Eu tenho que sair à frente desta oferta de Anderson para permanecer no jogo. Não estou a ponto de deixá-lo vencer-me nisto. Não tenho que ganhar tudo, o tempo todo. Não sou tão dogmático e teimoso como Clint. Mas este acordo com Dairy Technics é pessoal. Não é apenas sobre o dinheiro. Minha família foi produtora de leite. 35

Pela primeira vez, eu realmente me preocupei com os ativos que estou comprando. Eu me preocupo com os produtores de leite. E esta tecnologia tem o poder de ajudar ou quebrar os agricultores. Entro com Lucy na sala de conferências e vou até um assento enquanto esperamos pela equipe de licitação. — Quer um café? — Pergunta Lucy. — Deixe-me pegar, — eu digo. Eu vou e despejo duas xícaras, ambas com leite em honra dos produtores de leite em cujo nome estamos prestes a agir. Quando volto para a sala de conferência, os quatro especialistas de licitação estão lá com Lucy, esperando por mim. — Senhores, senhoras, — digo, tomando meu lugar. — Dairy Technics não é qualquer comércio. Desta vez, realmente significa algo. Existem duas maneiras que a indústria de laticínios poderia trabalhar? A primeira é a automação completa. Olho em volta e vejo os comerciantes mais jovens balançando. Eles amam a opção automação completa. Claro que sim. Menores custos, maiores lucros, mas a que preço? — Essa é a opção que Clint Anderson vai escolher se vencer esta guerra de lances. Isso vai significar o fim das explorações leiteiras tradicionais como nós as conhecemos. Ele também irá decretar o fim das explorações leiteiras na região central dos EUA. 36

Esses campos cheios de vacas. Esses celeiros vermelhos pitorescos. Tudo em um único golpe. Eles vão ser substituídos por instalações industriais modernas no exterior que vão ver o gado leiteiro vivendo suas vidas inteiras em um ambiente industrial controlado. — Isso é negócio, — Mitch, o comerciante mais jovem, me diz. — Claro que é, Mitch. E nós não somos uma instituição de caridade. — Não, senhor. E nós não somos ativistas de direitos animais também. Eu concordo. É esse tipo de pensamento que me fez contratar Mitch. Eu não o culpo por isso. Ele é inteligente, ele é lógico, e todos os dias ele aparece para trabalhar e me faz um monte de dinheiro. Mas hoje não é apenas mais um dia. — Vocês todos sabem como eu opero. Nós fechamos os negócios que nos trazem maior lucro. Esquecemo-nos sobre os que vão nos custar dinheiro. Nós sabemos que guerras de contrato são como a peste. Todos eles concordam. — Mas este não é apenas mais um negócio. Meu avô era um fazendeiro. Meu pai era um fazendeiro. Pode parecer sentimental, mas eu acredito que a produção leiteira tem um futuro na América.

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E não dentro de um laboratório ou numa fábrica que destrói a vontade das vacas em viver. Nas fazendas reais. Em campos reais. — Então por que estamos ofertando para Dairy Technics? — Diz Mitch. — Boa pergunta, Mitch. Nós não estamos apenas ofertando na Dairy Technics. Nós vamos ganhar esta guerra de preços. Não me importa o custo. Você tem a minha permissão para violar nossas salvaguardas de preços e fazer uma oferta até seiscentos milhões de dólares. Eu não quero ouvir os detalhes. Eu só quero vencer este negócio. — Mas, seiscentos, estaremos perdendo dinheiro. Um monte de dinheiro, — diz Mitch. Eu balancei minha cabeça. — Você só tem que confiar em mim nessa, Mitch. É um horizonte temporal mais longo do que estamos acostumados, mas se comprarmos a Dairy Technics, e depois emprestarmos dinheiro aos pequenos produtores de leite para atualizar suas instalações sem destruir todo o seu modo de vida, a aposta a lonhgo prazo nos fará ganhar dinheiro. — Não um superlucro, — diz Mitch. — Talvez não, Mitch, mas às vezes, nem sempre, mas às vezes, há mais em jogo do que o resultado final.

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Eu me levanto e saio, mas antes de deixar a sala, paro. Eu não quero dar aos meus melhores comerciantes a impressão de que não estão no negócio de fazer dinheiro. Esta é Wall Street, afinal de contas. E nós estamos no centésimo piso do arranha-céu mais caro da cidade, vestidos com ternos sob medida, com bilhões de dólares sob nosso controle direto. — Oh, e em Hudson Valley, eu quero que você corte a oferta inicial em cinco por cento. Esses caras imobiliários gananciosos podem sangrar um pouco. Os comerciantes parecem assustados com essa perspectiva. — Senhor, — Lucy diz: — eles vão ter o seu negócio em outro lugar. — Experimente-os, — eu digo. — Eles não estão indo a lugar algum.

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CAPÍTULO QUATRO Cherri — Vovô? — Eu digo para o meu telefone. — Não é comum você ligar tão cedo. — Desculpe, querida, eu sei que você está se preparando para o trabalho. Olho para o meu relógio e sinto a tensão no meu estômago quando vejo a hora. A verdade é que sou uma daquelas pessoas que está sempre atrasada. Recebi muitos avisos do meu chefe. — Tudo bem, vovô. Que se passa? — Recebi correspondência. — Oh, não, — digo. Por

minha

experiência

sei

que,

quando

alguém

está

trabalhando e lutando, como meu avô está, nada de bom chega pelo correio. — Não vou mentir. — Conte-me. — Vinte mil, querida. — Vinte mil! 40

— Isso é apenas para a cirurgia. Haverá contas, prescrição e outras contas também. Eu sinto simplesmente que vou desistir. — Não fale assim, vovô. Você sabe que nós vamos passar por isso. — Passar por isso? Como é que eu vou arranjar vinte mil do nada? — Você pode fazer qualquer coisa com a fazenda? Locação de alguns terrenos? Aumentar a produção? — Nem me fale sobre a fazenda. Está em tão mau estado como minha saúde. Juro, se Dairy Technics aceitar esta nova oferta do exterior, eu e todos os outros pequenos produtores como eu, estaremos fora do negócio. Para sempre. — Oh, eu não tinha ideia. — Bem, você sabe que eu não gosto de te preocupar com esses detalhes. — Mas eu quero que você me diga, vovô. Eu quero ajudar você. — Na verdade você me ajuda mais do que suficiente, querida. A última coisa que uma garota de 19 anos de idade quer fazer é se preocupar com os problemas de seu velho avô na fazenda. — Eu sempre vou me preocupar com você, vovô. A honra é minha. 41

— Você é uma menina doce, Cherri. Sempre foi. — Graças a você. Ele deixa escapar uma risadinha mas posso dizer, pelo modo como soa, que ele está com medo. Ele realmente está enfrentando perspectivas sombrias. Não há a menor hipótese de podermos pagar a cirurgia, e com a fazenda sob ameaça, o trabalho de toda uma vida poderia ser dizimado em pouco tempo também. — Vou te dizer uma coisa, vovô, — eu digo, sem saber de que forma eu vou resolver isso. — Você pode deixar as preocupações de dinheiro para mim. Tenho alguns truques na manga. — É melhor você não ter nenhum truque na manga, mocinha. A última coisa que eu quero é que você esteja fazendo algo que vai trazer-lhe problemas. — Não, realmente, vovô. Eu poderia ser capaz de organizar alguma coisa. Algo completamente legal. — Nem pense nisso, Cherri. Eu não quero que você se arrisque assim. Sei como o mundo funciona. Há muitas maneiras de ganhar muito dinheiro neste mundo, e na minha experiência, nenhum deles vale a pena o custo. — Eu só quero dizer que poderia conseguir outro emprego ou algo assim, vovô.

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— Você tem que se ater apenas aos seus planos, Cherri. Você está indo muito bem na cidade. Você tem o seu apartamento. Você tem um emprego. Você acabou de pagar a taxa de admissão para essa escola de arte. Penso sobre isso e afasto-o da minha mente. Nem sequer comecei a pagar a taxa de admissão de oito mil dólares. Menti sobre isso ao meu avô para que ele ficasse feliz por mim, mas não vejo que a escola de arte vá acontecer tão cedo. Não com o custo do aluguel aqui em Manhattan. — Bem, você já pensou em ir ao banco? — Digo. — O banco tem me enviado cartas ameaçadoras durante todo o mês, querida. São eles que ameaçam a fazenda se eu não puder mudar as coisas. — Sinto muito, vovô. Nós apenas temos que ter fé em um milagre, eu acho. Meu avô suspira e posso imaginá-lo sentado em sua cadeira falando ao telefone. Ter fé é a única coisa que sempre o acalma. Não importa como as coisas estejam sombrias, se eu lhe disser que é hora de ter fé, simplesmente funciona. Ele desiste de suas preocupações e, literalmente, se lembra de que a fé é o único caminho através das dificuldades da vida. — Você é uma boa menina, Cherri. Nunca se esqueça disso. 43

— Não esquecerei, vovô. — Bem, é melhor eu deixar você ir. Você vai se atrasar para o trabalho. — Ligarei esta noite, ok? — Estarei ansioso por isso, querida. Desligo e solto um suspiro profundo. Há um espelho na minha frente e pego um relance do meu rosto. Nunca me vi tão assustada. Do nada, deixo escapar um soluço, e segundos depois estou chorando. Não consigo conter-me. Ele precisa da cirurgia. Ele precisa da fazenda. Que tipo de mundo em que vivemos, onde essas coisas podem ser tiradas de um homem por causa de algo tão sem sentido como o dinheiro? Corro para o banheiro e enxugo os olhos. Tenho que reaplicar alguma maquiagem e quando olho de novo para o meu relógio, estou verdadeiramente atrasada. Pego um casaco e minha bolsa e corro para a rua. Por um breve segundo, considero pegar um táxi. O trabalho não é muito longe. Provavelmente uma tarifa de dez dólares, incluindo taxa, mas não posso fazer isso. Ele não vai me levar magicamente no tempo, e se esses dez dólares acabarem por ser a diferença entre nós termos o dinheiro para a cirurgia e não termos?

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Corro em meus saltos pela rua, grata que não está chovendo. Chego à estação de metrô e desço as escadas. Tenho um cartão no meu bolso e corro através do bloqueio. E então, enquanto estou correndo para pegar um trem que está prestes a sair, tropeço e caio no chão. — Ugh, — Eu exclamo ao bater no chão. As pessoas estão em toda parte, correndo por mim, passando por cima de mim. Nenhum deles diminui, nem mesmo para olhar para baixo para ver se eu estou bem. Eles nem sequer olham para mim. Levanto-me e olho para baixo em meus joelhos. Há um grande rasgão nas calças justas e meu joelho está sangrando. Ótimo! Eu deveria ter usado os dez dólares no táxi. Isso é o que estes collants custam de qualquer maneira. Eu entro no trem seguinte e arrumo-me da melhor forma possível. Muitas vezes, isso é o que minhas manhãs são. Isto é o que a minha vida é. Como se eu estivesse permanentemente correndo. Como se eu desacelerasse por um único segundo, tudo fosse desmoronar. É desgastante. Chego ao trabalho e Jimmy, meu chefe, está em pé na porta balançando a cabeça. Atrás dele está o restaurante italiano em que 45

eu trabalho como garçonete. Seu restaurante. Dentro posso ver meus colegas de trabalho, os meus clientes, mas não posso chegar a eles sem passar por Jimmy. Grosseiro, suado, assustador, Jimmy pervertido. — Que horas são? — Diz ele, apontando o dedo curto e grosso em seu pulso. Não há relógio em seu pulso, mas eu entendo o que ele quer dizer. — Desculpe, Jimmy, foi uma manhã do inferno, — eu digo, ainda recuperando o fôlego da minha corrida. Paro na frente da porta e espero que ele saia do caminho. Ele levanta as sobrancelhas interrogativamente, como se perguntasse o que eu estou esperando. Suspiro e me espremo para passar por ele. Quando estou na porta, ele propositadamente pressiona seu corpo suado, grudento, contra mim, me apertando contra o lado oposto da porta. Sinto uma mão na minha bunda e outra no peito, acariciando meu seio. Empurro passando por ele, chocada que neste ano e século, uma mulher ainda tem que aturar esse tipo de tratamento. O que aconteceu com a igualdade no local de trabalho? — Tire a sua mão suja de cima de mim, — eu digo, atravessando a porta do restaurante. 46

O restaurante está cheio de pessoas, é permanentemente ocupado, mas ninguém está nos prestando atenção. — Você vai me encontrar depois do trabalho, — diz Jimmy. Eu rolo meus olhos. — O que isso deveria significar? — Isso significa que, se quiser manter este trabalho, e julgando suas calças rasgadas eu estou supondo que você não está exatamente nadando em dinheiro, você vai ter que ser muito mais amigável comigo do que você tem sido durante este tempo. — Mais amigável? — Eu digo com ceticismo. — Correto. Você vai ser realmente amigável, Cherri. — Oh, eu vou? — questiono, segurando minha raiva. Juro, é tudo o que eu posso fazer para não balançar minha bolsa direto em seu rosto estúpido. — Sim, amigável. Você vai me encontrar após o fechamento. Você vai ficar de joelhos. Você vai abrir a boca, chupar o meu pau, e engolir até à última gota que eu lhe der. Eu não sei mesmo o que eu estava pensando naquele momento. Minha mente só fica branca com raiva. Eu balanço minha bolsa e acerto em cheio em todo o seu rosto. Ele cai para trás e todo o restaurante se vira para olhar. 47

Eu olho em volta para eles, para os clientes, para os meus colegas de trabalho, já podendo sentir as lágrimas brotando dentro de mim. — Sua puta, — Jimmy rosna. — Dá o fora daqui antes que eu te jogue pra fora. Eu não espero para ver se alguém virá em meu auxílio. Eu só faço. Corro e nunca olho para trás.

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CAPÍTULO CINCO Clint Estou muito entediado. Eu poderia me matar. Se tiver que ir em outro encontro com mais uma escavadora de ouro com fome de dinheiro, eu juro, vou acabar com tudo. Mulheres são divertidas. Certo. Elas têm o que eu gosto. Boceta, seios, lábios, eu gosto de tudo tanto quanto qualquer outro cara. Mais, na verdade. Eu vivo para isso. Mas passar noite após noite com uma garota de bar que está lá apenas porque ela sabe que você é um bilionário, isso está ficando cansativo, entende? Eu preciso agitar as coisas. Preciso fazer uma mudança. Não sei exatamente o que quero, mas saberei quando vir. Pelo menos, assim o espero. Sento-me na minha mesa e abro um site de acompanhantes. Mulher bonita após mulher bonita. Todas com as mesmas pernas perfeitas, mesmo cabelo perfeito, mesmo sorriso falso. O que um cara tem que fazer para conseguir algo novo? Algo refrescante? Algo real? Há uma batida na minha porta e fecho a janela do browser. 49

— Sr. Anderson? É o meu assistente, Jeb. Ele é gay, e eu vejo o jeito que ele olha para mim, mas nunca estive entediado o suficiente para ir tão longe, se é que me entende. Eu quero algo novo, mas não tão novo. — O que é, Jeb? — É esse acordo da Dairy Technics. Parece que a equipe apresentou algumas estratégias de licitação. Ele se debruça mais e me entrega o documento de estratégia. Eu faço a varredura através dele. É a mesma merda. Lance mais alto, forçar a mão. Baixar oferta, baixar a guarda. Eu sei que nada disso vai funcionar. Wes Eastwood não é tolo. Ele não conseguiu ser o mais jovem bilionário de Wall Street a cair em merdas como essa. Amasso o documento e miro para a cesta de basquete que paira sobre a minha lata de lixo. Silvo! O documento atinge a lata de lixo e Jeb recebe a mensagem alta e clara. — Precisamos de algo diferente para este, Jeb. Será que eu não deixei isso bem claro na reunião? — Eh, não senhor, você deixou perfeitamente claro. — Então por que me enviou essa merda? Você sabe que não vai bater Wes com uma porcaria como essa. Ele quer este negócio. Eu posso sentir o cheiro. 50

Jeb dispara de volta para a equipe e eu me sirvo de um uísque puro e tomo um gole. Wes tem sido o meu maior rival desde sempre. Eu odeio que as pessoas se refiram a ele como o mais jovem bilionário de Wall Street, porque tecnicamente, é enganoso. A verdade é que Wes e eu temos exatamente a mesma idade. Sim. Só mais uma coisa que temos em comum, porra. Nós temos o mesmo aniversário, no mesmo ano. Nós dois temos trinta e nove. Nós temos da mesma idade até ao dia exato. E nós dois somos bilionários. Então, como ele pode ser o mais jovem bilionário? Porque ele atingiu o número mágico em primeiro lugar, é o certo. Ele virou um bilionário antes de mim. Eu pensei que tinha que lhe bater, mas ele saiu na minha frente. Ele sempre foi assim. É por isso que estou determinado a vencê-lo neste momento. Ele vem de produtores de leite. Ele se preocupa com os produtores de leite. E eu estou indo para possuir a empresa que terceiriza a produção leiteira para a Ásia, ou México, ou onde quer que esteja pagando mais barato. Eu não posso esperar para olhá-lo nos olhos e dizer: — Muito ruim, Wes. Isso é negócio. Não que eu o odeie. Eu sou o padrinho de seu filho. Eu sou apenas um pouco competitivo. Ei, pelo menos sou honesto.

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Saboreio o meu Bourbon e há uma outra batida na porta. — E agora? — Eu rosnar. É Jeb novamente, desta vez com o meu chefe do jurídico e chefe de estratégia. Todos os três entram na sala timidamente. — Eu espero que você venha com algo mais do que apenas 'tentar ganhar,' desta vez. — Acho que nós temos, senhor, — disse Jeb. Eu olho para ele e depois para os dois conselheiros de pé ligeiramente atrás dele. Juntando os três, eles provavelmente ganham mais de dez milhões de dólares por ano. Vamos ver se todo o poder do cérebro paga o preço. — Bem, — eu digo, impaciente, — o que é? O chefe do jurídico assume. Ele é esperto, um advogado sem coração que fez um nome para si mesmo destruindo fábricas e colocando os trabalhadores fora do trabalho. Apenas o tipo de pessoa cruel que eu gostaria de ter do meu lado. — Nós viemos acima com uma estratégia, senhor. — Sem brincadeira, —

eu digo, jogando minhas mãos para

cima. — Você vai me dizer que porra é? — Bem, senhor, é que é um pouco incomum.

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— Você veio me dizer uma porra de palpite, ou você está indo dizer isso? — Sim senhor. Está bem. É apenas …. — Apenas o quê? — Eu não tenho certeza de que você vai gostar. Eu olho para o advogado. Eu sei que ele fez algumas coisas muito cruéis em sua carreira, por isso, se isso lhe deu uma pausa deve ser realmente ruim. Eu tomo um longo gole do meu Bourbon e bato para baixo o copo. — Será que vai nos fazer ganhar este negócio Dairy Technics? — Nós, quero dizer eu, eu acho que sim, senhor. — Então eu gosto. Ele dá um passo para a frente e me entrega um documento. — O que é isso? — É a estratégia, senhor. — Este é um documento de custódia da criança. — É uma queixa de proteção à criança, senhor. — Uma o quê? — Uma queixa de proteção à criança. Senhor, Wes Eastwood é um pai solteiro. 53

— Eu sei que ele é um pai solteiro. Eu sou o padrinho de seu filho. — Isso torna-o vulnerável, senhor. — Vulnerável, como? — Podemos dizer que ele está falhando como um pai. Deixei escapar uma risada oca. — Wes é o melhor pai que eu já vi na minha vida. Mesmo sem uma mãe o garoto sabe cem por cento que ele é amado. — Sim, senhor. Você sabe disso, mas o juiz não. — O juiz? — Um juiz do tribunal de família. — E por que um juiz do tribunal de família estaria olhando para a paternidade de Wes Eastwood? O advogado limpa a garganta. Aqui se trata. — Porque nós temos um oficial de bem-estar infantil em nossa folha de pagamento, senhor. Nós dizemos-lhe para emitir a ordem judicial dizendo que Wes é um mau pai. Ele será forçado a aparecer em tribunal ou correr o risco de perder seu filho. Eu olho para o advogado e tenho que resistir de atirar meu copo

nele.

Eu

vi

algumas

estratégias

de

dissimuladas no meu dia, mas isso é muito baixo. 54

licitação

muito

— E como é que isso nos ajuda com a guerra de lances? — Bem, senhor, com isso podemos fechar o negócio com a Dairy Technics. Wes será distraído pelo tribunal. Ele vai estar preocupado em perder seu filho. Ele não estará preocupado com um negócio. — Então é assim que nós ganhamos? Enganando? Os três homens na frente de mim balançam a cabeça. Eu penso em todas as vezes que estive com Wes e Brady. Wes é realmente o melhor pai que eu já conheci. Ele morreria por aquela criança, e há uma parte muito profunda de mim que respeita a porra de Wes por ser dessa maneira. É mais do que meu pai já fez por mim. Eu sei que é mais do que o pai de Wes já fez por ele também. — É baixo, — eu digo. — Atacar a sua família assim. É um golpe abaixo da cintura. — Bem, senhor. Ele não iria realmente perder o caso. Qualquer juiz veria imediatamente que Wes Eastwood é um bom pai. Ele estaria dentro e fora do tribunal sem nunca estar em risco de realmente perder. — Como podemos ter certeza de que ele não iria perder? — A menos que de repente ele se tornasse realmente um pai de merda, ele não perderia. 55

— Então ele vai ter que sair com seu filho? — Sim, senhor. Claro. Nós apenas queremos distraí-lo enquanto o leilão está fechando. Nós realmente não queremos prejudicar sua família. — Eu não sei, — eu digo. — Você tem alguma ideia do que Wes faria se descobrisse sobre isso? — Ele não vai descobrir, senhor. A oficial de proteção à criança está sob nosso controle. Temos fotos dela traindo seu marido. — Oh, nós temos? E como foi que conseguiu isso? O advogado olha para mim, depois para Jeb e o chefe de estratégia. — Porque fui eu quem transou com ela. Eu sabia que estaria indo contra Wes, e eu sabia que ele é um pai solteiro. — Então você decidiu foder uma oficial de bem-estar infantil casada para que você tivesse isso contra ela? Ele limpa a garganta. — Sim, senhor. Eu pego a garrafa de Bourbon e despejo mais um copo. Eu entrego para o advogado. — Gênio do caralho, — eu digo.

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CAPÍTULO SEIS Clint Vesti o meu casaco e olhei para fora do escritório. — Jeb, eu estou ligando à noite. — Boa noite, chefe. Entro no elevador e desço para o saguão. A esta hora, o lugar está praticamente deserto, somente alguns seguranças. Um deles abre as portas da frente e não vejo o meu motorista onde ele deveria estar. — Onde está meu carro? — Eu digo para o guarda. É seu trabalho chamar o meu carro quando me vêem sair do elevador. — Seu carro, senhor? — Não me diga que você é novo. — Primeira noite de trabalho. Eu suspiro. — Bem, deixe-me dar-lhe uma pequena dica. Quando você me vê sair desse elevador Executivo, pressione o botão no seu rádio com a imagem do carro sobre ele.

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— Oh! — Diz ele, lembrando de repente o único detalhe de seu trabalho que não envolve ficar sentado. — Sim, — eu digo. Ele está pressionando-o agora, mas eu balanço minha cabeça. — Não se preocupe. Eu irei andando. Quando o motorista chegar aqui você pode enviá-lo para casa. O guarda pede desculpas enquanto vou andando. É uma noite agradável e eu não me importo de tomar um pouco de ar. Wall Street é bastante deserta a esta hora da noite, mas existem alguns clubes e bares que eu conheço. Eles são lugares privados, abertos apenas para membros, e você não vai encontrar qualquer ralé como você encontra em outros bairros. Enquanto ando na rua, minha mente retorna para a grande decisão do dia. O Oficial de Proteção à Criança. Será que realmente vou lhes dar a luz verde sobre isso? Ou irei me arrepender? Eu tenho uma reputação na rua, tenho sido conhecido por ser bastante dissimulado. Faço o que for preciso para vencer um negócio, e estou orgulhoso disso. Mas este é um nível totalmente novo. Trazendo Brady na equação. Atacando a família de Wes. E apenas para distraí-lo a partir de um acordo? Toda vez que eu penso sobre o que estamos fazendo, eu tenho uma sensação desconfortável no estômago.

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Só há uma coisa a fazer quando me sinto assim. Obter as minhas bolas profundamente na boceta de uma garota. Chego a um dos meus bares favoritos, The Nutcracker2, olho para o segurança. — Boa noite, Sr. Anderson. Cumprimento com a cabeça e passo por ele. Eu gosto dos toques pessoais de bares como este. A maneira como eles sabem o seu nome. Conhecem a sua bebida preferida. Tem um local pronto para você apenas no caso de você decidir que quer aparecer. Deus sabe que eu pago o suficiente pelo privilégio. Desço os degraus até ao bar sombrio e respiro o aroma de uísque caro, couro envelhecido e almíscar. Atrás do bar, há um espelho antigo que reflete a luz das velas da sala. Há uma banda tocando uma música tranquila, jazz triste ao extremo. Eu vou até ao bar e penduro o meu casaco nas costas de um assento. — O que vai ser, Clint? Seu habitual? — Não sei, Barney. Tem algo a sugerir? Ele balança a cabeça e sai para me fazer alguma bebida muito cara.

2

O Quebra-Nozes.

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Olho ao redor do bar. Está bastante vazio. Há uma loira bonita em frente ao bar e eu a olho mais uma vez. Tem seios enormes, um vestido vermelho caro que revela um monte de pernas, e o que parece ser um colar de diamantes. Dou-lhe uma piscadela, ela sorri e olha para o lado. Eu suspiro. Estou tão entediado da minha vida. Eu realmente preciso mudar as coisas em breve, ou vou enlouquecer. Há uma pequena comoção na porta. Duas meninas estão tentando entrar. Elas caminham alguns passos, mas o segurança está lhes tornando a vida difícil. — Meninas, seriamente, este não é o tipo de bar que vocês querem entrar. — Como você sabe que tipo de bar estamos procurando? — Uma das meninas diz. Eu dou uma boa olhada nela. Ela é apenas uma criança, metade da minha idade, no máximo, mas meu pau endurece em minhas calças instantaneamente. Ela é a bunda mais sexy que eu vi em um tempo muito longo. Ela não está usando um vestido extravagante ou jóias caras, pois não precisa. Ela tem a beleza real. Seus olhos são como duas jóias, piscando para o segurança como se ela estivesse desafiando-o a chutá-la para fora do bar. — Senhoritas, por favor, estou apenas fazendo o meu trabalho. 60

— Bem pode parar com isso, — ela diz para ele. — Você é um segurança, nós somos duas meninas. Você deveria querer meninas no seu bar. — É um clube privado. — Bem, esse vai ser um clube muito chato se você está tirando gente como nós, — diz ela. Eu não posso acreditar no que estou vendo. Esta menina não sabe coisa alguma sobre o mundo em que ela quer entrar, e não se importa. Ela com certeza está fazendo o segurança suar. — Senhorita, eu vou ter que insistir que você e sua amiga devem obedecer à política da casa. — Política? Vamos lá, nós só queremos uma bebida. Eu vejo onde isso está indo e levanto da minha cadeira. Qual é o nome deste segurança novamente? Eu procuro no meu cérebro, mas não posso me lembrar. Viro-me para o barman. — Barney, nós podemos fazer algo sobre isso? — Peço desculpas, Sr. Anderson. Vou pedir ao Frank para se livrar delas imediatamente. Frank, é isso. — Frank, — eu chamo, cruzando o bar em direção a ele. — Qual o problema aqui? 61

— Sr. Anderson, sinto muito pelo distúrbio. Nós apreciamos plenamente que os nossos membros venham aqui sem serem perturbados assim. — Oh, vamos lá, Frankie. Esclareça-me. Olhe para estas meninas. Elas só querem uma bebida. — Oh, — Frank diz, surpreso, olhando de mim para as duas meninas. A que me chamou a atenção, a loira, olha direto para mim. Seus olhos verdes piscam como esmeraldas e consigo ver seus seios pressionados contra a frente de sua pequena camiseta preta, implorando por libertação. Eu me imagino pegando-a, levando-a para o bar, e dobrando-a sobre ele. Gostaria de transar com ela tão forte que ela ia me pedir para parar, e depois me pedir para não parar, tão alto quanto ela poderia gritar. Um olhar para ela e eu sei que a quero. Ela tem que ser minha. — Basta deixá-las e dar-lhes tudo o que querem, Frank. Eu vou cuidar da conta. — Certamente, Sr. Anderson, — diz ele. Eu sorrio para a menina e sua amiga e, em seguida, faço o meu caminho de volta para o meu lugar. Vou dar às duas meninas a chance de se estabelecerem, antes de voltar as minhas atenções para elas. É óbvio que elas já tiveram algumas taças de vinho, pela 62

maneira como elas estão se comportando, mas outra bebida ou duas não irá machucar. — Obrigada, senhor, — diz a menina. — O nosso cavaleiro de armadura brilhante, — a amiga diz, e ambas começam rir. Eu dou-lhes um aceno de cabeça e tomo o meu lugar. A minha bebida está esperando por mim no bar e eu a tomo em um único gole, batendo o copo sobre o mogno polido do bar. — O mesmo, novamente? — Diz Barney. Eu concordo. Sem ser demasiado óbvio, olho por cima do ombro para as duas meninas. Deus, o que eu não daria para levar essa loira para casa esta noite. Eu não me importaria de levar as duas para ser honesto, mas elas não parecem ser do tipo que toparia um ménage. Demasiado inocentes. Eu volto para o bar e para meu espanto, vejo que a mulher de vestido vermelho está vindo em minha direção. Deixo escapar um suspiro quando ela senta ao meu lado. — Parece que você salvou o dia. Eu sorrio e dou um aceno de cabeça, tentando não entrar em uma conversa. Eu conheço o tipo dela muito bem. Parece que onde quer que eu vá, há mulheres como ela, prontas para iniciarem uma 63

conversa. Faz parte do pacote quando você vai a clubes privados de Wall Street. — Algo me diz que você é um homem que poderia ter uma mulher sem todos os tipos de vínculos. Eu suspiro e me volto para ela. Eu gostaria de me livrar dela, mas um homem ainda tem que ser um cavalheiro com uma dama. Eu chamo a atenção de Barney e indico para ele trazer à mulher outra bebida. Olho para ela. A verdade é que eu não estou fodendo uma menina como ela. Na verdade, eu gasto muitas noites na cama com garotas

como

ela.

Ela

é

quente,

divertida,

e

não

haveria

absolutamente amarras. Seu colar de diamantes é real. Ele provavelmente custa mais de cem mil. Isso me dá uma idéia do preço que ela cobra por uma noite. Não que eu me preocupe com o preço, mas a verdade é que você fica muito aborrecido com mulheres como ela depois de um tempo. — Está muito calmo aqui esta noite, — eu digo, tentando orientar a conversa longe de onde eu sei que ela está tentando levála. — Eu posso mudar isso para você, se você gosta, — diz a mulher, deslizando a mão do meu joelho todo o caminho até minhas calças, para o meu pau. 64

Eu deixei-a passar o dedo no meu pau através da minha calça antes de tirar a sua mão. — Eu não penso assim, — eu digo. — Tenho que levantar muito cedo amanhã.

65

CAPÍTULO SETE Cherri — Nós não podemos ir para lá — Eu digo a Kelsey, lutando para manter meu equilíbrio nestes saltos de seis polegadas que ela me emprestou. — Ele diz que é um clube privado. — Bobagem, — diz Kelsey, os três copos de vinho que tivemos no último lugar estão mostrando o seu efeito. — Eu prometi-lhe uma noite divertida e tenho a intenção de lhe dar isso. Eu não posso acreditar onde estamos. Eu liguei para Kelsey antes, em lágrimas. Eu simplesmente não conseguia lidar com a manhã ruim que tive. Recebi más notícias do meu avô, depois perder meu trabalho, o que era demais. Se você adicionar o tatear de Jimmy, realmente foi um dia infernal em todos os sentidos. Kelsey insistiu em me tirar de casa. Ela ainda insistiu para que sigamos ate aqui, para o distrito financeiro, na esperança de encontrar o homem perfeito, rico que iria cuidar de todos os nossos problemas de dinheiro. Ela só estava brincando, é claro, mas a ideia de um velho rico com certeza parece boa, quando penso sobre todas as coisas que estão me estressando. Nós tropeçamos até à porta e o segurança tenta atravessar no nosso caminho. Ele é muito educado mas Kelsey passa por ele descendo os degraus. Eu sigo e, antes de sabermos que estamos no 66

mais extravagante e mais exclusivo bar que qualquer uma de nós já viu, o segurança, que está nos seguindo, desajeitadamente tenta nos impedir de entrar. Felizmente, este pedaço completo de homem, se oferece para pagar as nossas bebidas e permitindo um passe livre. Olho para ele enquanto fala com o segurança e sinto o meu coração batendo no peito. Nunca vi um homem tão confiante, tão seguro de si. Ele é mais velho do que eu e Kelsey por cerca de vinte anos, mas ele é quente como o inferno. Definitivamente quente o suficiente para se apaixonar. Ele tem uma barba perfeita, um corpo musculoso, cabelos e olhos escuros, e ele é alto. Seu terno é como um modelo da revista GQ, feito sob medida e abraçando seus músculos tão perfeitamente que quase posso imaginá-lo nu. Não

posso

acreditar

como

Kelsey

e

eu

estamos

nos

comportando antes de conhecê-lo, mas estamos no bar, sentadas na nossa própria mesa, recebendo o melhor serviço de nossas vidas. E tudo pago pelo Sr. GQ que está no bar, bebendo uísque e conversando com uma mulher que estou praticamente certa é uma garota de programa. — Você acha que a mulher é uma profissional? —

Eu

sussurro para Kelsey. Ela quase pulveriza seu champanhe em cima de mim antes de começar uma risada sob controle. 67

— Fale baixo. Ela vai te ouvir. Olho ao redor do bar. O lugar parece algo saído de um filme. É exatamente o que você iria imaginar se alguém afirmasse que estava em um exclusivo clube privado em torno da bolsa de Nova Iorque. É como um daqueles bares Don Draper de Madmen, mas com menos clientes. Na verdade, além do barman, o segurança, a banda, nós e Sr. GQ e sua acompanhante, o lugar está completamente vazio. Está bem tarde. Tarde demais para Kelsey e eu, mas acabei de perder o meu trabalho e ela trabalha como babá para uma família que está atualmente em férias, portanto, não tem que estar em qualquer lugar amanhã. — Nós vamos ficar tão de ressaca amanhã, — eu digo quando o bartender nos traz outra rodada de bebidas caras, servidas em copos de cristal e numa bandeja de prata. — Quem se importa? — Diz Kelsey. — Você só acabou de descobrir que o seu avô está morrendo, e eu ainda estou superando meu último trabalho. Eu pego o meu copo e tomo um longo gole. — Só gostaria de poder pagar a sua cirurgia, — eu digo. — Não é justo que a vida e a morte de alguém possa ser decidida pelo

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poder de pagar ou não o melhor tratamento. Quero dizer, em que século estamos vivendo? — Você deve dizer-lhe para mudar para o Canadá, — Kelsey diz, quase derrubando seu copo. — Eles são socialistas lá. Comecei a rir. Nada sobre a conversa é engraçado, mas eu sei que se eu não rir, irei chorar, e depois de passar a maior parte do dia em lágrimas, eu escolho o riso. — Não, eles não são. Eles têm cuidados de saúde gratuitos. Há uma diferença. — Tanto faz. Eu reprovei em cidadania. Eu rio novamente. Kelsey é uma garota inteligente, mas com certeza ela não gosta de fingir o contrário. — De qualquer forma, — diz ela, — Eu acho que você está certa sobre aquela mulher. Olhe para o jeito que ela está dando em cima dele. — Quanto acha que valem seu vestido e jóias? Kelsey olha para ela. — Eu diria que provavelmente ela está usando mais dinheiro agora do que você e eu temos gasto em roupas em toda a nossa vida juntas. Olho para o vestido da mulher, seus sapatos, a bolsa, e o colar de diamantes, e aceno com a cabeça. É verdade. A bolsa sozinha 69

provavelmente poderia pagar a cirurgia do meu avô. Com certeza é um mundo louco. — Talvez devêssemos ser garotas de programa, — eu digo, brincando. Kelsey ri alto e se inclina para sussurrar no meu ouvido. — Se eu estivesse sendo paga para foder homens como aquele cara, eu faria um desconto. — Oh, eu seria algo do tipo, você não tem que me pagar, senhor. Basta colocar um anel no meu dedo e você pode ter isso de graça, tanto quanto quiser! — Nós seríamos as piores garotas de programa da história, — diz Kelsey. — O truque é, você tem que tratá-lo como um negócio. Você não pode deixar as emoções se envolverem. Você cobra o homem, não importa o quão quente ele é. Na verdade, quanto mais quente ele for, mais você deve cobrar! — É por isso que eu não poderia fazê-lo, — eu digo. — Se eu não estiver atraída por um cara, e se eu não tiver uma conexão com ele, uma conexão emocional, eu não acho que qualquer quantidade de dinheiro seria suficiente para me fazer dormir com ele. E se eu tivesse sentimentos por ele, eu não acho que poderia cobrar-lhe um centavo.

70

Kelsey me puxa próximo novamente, ela realmente está ficando muito bêbada. — Você pode deixar uma jarra ao lado da cama que diz: Dicas de Boas Vindas. Eu ri. — Eu poderia tatuar Por Doação, acima de minha boceta. Kelsey quase me derruba fora do meu assento do modo como ela está rindo. Estamos num mau comportamento, mas lutamos para chegar a este bar, tivemos um inferno de um dia, e eu digo para o inferno com ele. Se eles querem nos expulsar, vamos deixálos. Temos Sr. GQ do nosso lado, afinal. — O que é isso sobre sua boceta? — Uma voz profunda diz de repente. Sinto todo o sangue do meu corpo fugir para o meu rosto. Instantaneamente fico corando tão forte que tenho certeza que ele consegue perceber, mesmo na escuridão do bar. Não preciso me virar para saber quem é. Com certeza, senhor GQ está lá, um copo de fantasia em sua mão e um sorriso no rosto que diz que ele está acostumado a pegar meninas como nós o tempo todo. Ele é tão confiante que me faz desmaiar.

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Eu juro que, embora eu ainda seja virgem, um homem como ele com certeza poderia tentar-me a ser uma garota malvada. — Oh, — eu gaguejo, — Eu só estava dizendo.... — Ela estava dizendo que nunca diria não a um cavalheiro que soubesse como tratá-la bem, — Kelsey se intrometeu. Eu bati-lhe no braço, com força, mas o Sr. GQ apenas sorri. Deus, ele é sexy. Ele é como uma escultura. Eu me pergunto como seria perder meu cartão V3 com um homem como ele. Ele é o tipo de cara que você pode dizer que é experiente, apenas pelo modo como ele anda. Aposto que ele poderia me levar para o céu e voltar em um piscar. Imagino como é seu pênis. Mesmo que eu não tenha nada a compará-lo, eu sei que o seu seria perfeito. Apenas o tipo de pau que uma garota de sorte deveria estar pegando na sua primeira tentativa. Kelsey me bate no braço. — Cherri, você vai lhe responder? — Oh, — eu gaguejo. — O quê? Eu estava tão perdida em pensamentos que não ouvi uma palavra do que ele disse.

3

V-Card no original – Virgindade.

72

GQ olha para mim e me dá o sorriso mais atraente que eu já vi. Ele está literalmente bebendo-nos com os olhos. — Eu estava apenas dizendo, que vocês duas parecem novas por aqui. — Bem, nós não temos por hábito sair em clubes privados neste bairro, — eu digo. Por que eu nunca penso em coisas inteligentes para dizer quando estou falando com um homem? Tem sido a maldição da minha existência, desde o ensino médio. — Bem, vocês com certeza se encaixam aqui. Meu coração está batendo no meu peito. Ele está vindo para nós. Ele está flertando conosco. Esse espécime musculoso, rico e sedutor, está chegando em mim e em Kelsey, as duas garotas mais sem noção de toda Manhattan. — O que você diria de irmos até minha casa? — Diz ele. Estou atordoada. Minha mente está completamente em branco. Eu perdi o poder da fala. — Uh uh, —

Kelsey diz, vindo em meu socorro. — Tire as

mãos, senhor. Essa garota é muito inocente para ir a qualquer lugar com pessoas como você. — Eu quis dizer vocês duas, — diz ele. 73

— Oh, nós sabemos exatamente o que você quis dizer, — diz Kelsey. — Kelsey!— Eu digo, em protesto, mas é tarde demais. O dano já foi feito. — Você não vai perdê-la com este jogador, — diz ela. Eu não posso acreditar que ela apenas disse isso em voz alta, na frente de um homem! Eu nunca estive tão mortificada em toda a minha vida. Meus olhos captam o Sr. GQ, eu nem sei o nome dele, e sinto minhas bochechas coradas de vergonha. — Primeira vez? — Diz ele. Ele está surpreso. Aposto que é a primeira vez que uma virgem entrou em um de seus clubes, a julgar pela última mulher. — Vamos, Cherri, — Kelsey diz, levantando-se. — É tempo de irmos para casa antes de entrarmos em apuros. Sir, obrigada pelas bebidas. — Qualquer hora, — diz ele suavemente quando nós passamos por ele. Na porta, olho para trás. Ele está olhando diretamente para mim e eu estou tentada a soltar a mão de Kelsey e correr de volta para ele, mas Kelsey me dá um puxão e eu a sigo obedientemente.

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CAPÍTULO OITO Wes — Brady! Brady! Estou de pé no fim das escadas, gritando como eu faço todas as manhãs. Nós realmente precisamos encontrar um sistema melhor. — Garoto, rápido, se nos atrasarmos de novo sua diretora vai me mandar um novo agente. — Mandar um novo quê, pai? — Não importa, depressa. O que você quer para o café da manhã? — Que tal um pouco de cereal? — Boa escolha, — eu digo, servindo-lhe uma tigela de flocos de farelo. — Não estes, pai. — Quais? — Aqueles, — diz ele, apontando para alguma caixa colorida no armário. — Esses são só de açúcar. 75

— Eu gosto desses. Eu suspiro e olho para o meu relógio. Não tenho tempo para discutir com ele. Eu juro que sua diretora tem rancor de mim. Não me parece que ela acredite que um pai pode cuidar sozinho de uma criança. Às vezes eu me pergunto se ela estará certa. Derramo o cereal açucarado enchendo a sua tigela com leite. — Coma rápido. Nós não queremos ficar em apuros. Ele pega uma colher e começa a mastigar imediatamente. Sento-me do outro lado do balcão e tomo um gole do meu café. — O que você tem planejado para hoje, pai? Eu sorrio. — Apenas o habitual. Estamos fechando um grande negócio. Então eu tenho algumas reuniões com clientes. Espero ir para a academia para um treino rápido. — Tem de desenvolver esses músculos! Eu rio. — Sim. E quanto a você, garoto? — Oh, o de costume. Vou para a escola. Brincar com os meus amigos. — Você tem futebol depois da escola hoje, certo? — Sim. A mãe do Billy está nos levando. — E eu vou buscá-lo depois. Talvez possamos sair para tomar sorvete. Verifique com a mãe do Billy para ver se está tudo bem. 76

— Sim!— Brady diz, socando o ar em triunfo. — Agora, vamos começar a nos mexer, garoto. Nós dois nos apressamos pelo corredor e vestimos nossos sapatos e jaquetas. Brady pega sua mochila e eu pego minha pasta. Ele corre à minha frente para apertar o botão do elevador. Poucos minutos depois, estamos chegando ao ponto de entrega fora de sua escola. Estamos três minutos atrasados, o que é uma melhora, mas ainda não é suficiente. — Se apresse a entrar ok, — eu digo, dando-lhe um beijo e endireitando a sua gola. — Eu vou, pai. — E diga ao seu professor que lamenta estar atrasado. Ele pula para fora do carro e já vejo a Sra. Mayfair descendo os degraus da escola na minha direção. — Tenha um bom dia, — eu digo para Brady e começo a sair da minha vaga de estacionamento, mas quando estou prestes a conseguir, um caminhão Fedex para na minha frente, me bloqueando. — Sr. Eastwood, — ouço a voz da Sra. Mayfair. Deixo escapar um suspiro e coloco o carro de volta na vaga. — Oh, Sra. Mayfair, não tinha visto você. 77

— Você me viu, — diz ela, imperturbável. — Agora, isso realmente não vai acontecer, Sr. Eastwood. Você está atrasado de novo. — Nós estamos tentando realmente, Sra. Mayfair. E nós estamos ficando cada vez melhores. — Você vai precisar fazer, como as outras mães e chegar aqui no horário. — Outras mães? — Digo. — Você sabe o que quero dizer, Sr. Eastwood. Eu sou a favor de arranjos familiares modernos, mas se você estiver assumindo o papel tradicionalmente reservado para as mães, você pode pelo menos tentar fazer um bom trabalho. Eu penso em todas as coisas que eu poderia dizer de volta, mas eu sei que não seria bom. Ela está certa. Se eu insisto em que posso cuidar de Brady sozinho, então é melhor eu fazê-lo. — Você está certa, Sra. Mayfair. — Ou você traz Brady para a escola no horário, ou tenha uma mulher em sua vida que irá garantir isso. — Talvez eu precise de uma esposa, — eu digo, dando à Sra. Mayfair uma piscadela maliciosa.

78

Ela tem idade para ser minha mãe, mas ela não é de maneira nenhuma atraente. Não que eu considere brincar com ela, eu não poderia colocar Brady nessa posição. Sra. Mayfair olha para mim, em seguida, olha para longe, corando. — Oh, pare, Sr. Eastwood. — Por favor, me chame de Wes. — Não vou fazer tal coisa, Sr. Eastwood. — O que você acha? Preciso de uma esposa para me ajudar com Brady para a escola? — O que você precisa, além de algumas maneiras, é uma babá, Sr. Eastwood. Eu estou olhando para ela quando diz isso e, de repente, é como se uma lâmpada se acendesse na minha cabeça. Por que fui tão resistente? Eu sempre fui muito inflexível que Brady e eu poderiamos nos virar, sem a ajuda de uma mulher, mas por que eu estava sendo tão teimoso? Contratar uma babá era tão óbvio! Tão fácil! — Uma babá? — Por que não? Mesmo as famílias com dois pais estão contratando babás nos dias de hoje. 79

— E eles não têm qualquer dificuldade em ter os seus filhos na escola a tempo? — Claro que não. Isso não é uma ciência espacial, Sr. Eastwood. — Eu vou ter isso em mente, — eu digo a ela. — Qualquer ideia de onde eu poderia encontrar uma? — Há serviços. Basta ligar e eles vão te mandar uma babá num instante. Agradeço-lhe e, pela milionésima vez, prometo que Brady nunca mais vai se atrasar para a escola de novo, e saio de lá. Meu telefone toca enquanto sigo através do tráfego da Park Avenue. É Lucy. — Wes? — Sim, estou quase no escritório. O que é? — Duas coisas, senhor. — Bem, diga-me, Lucy. — A primeira coisa é que fomos superados novamente na Dairy Technics. — Por Clint? — Quem mais?

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— Parece que estamos tendo uma verdadeira guerra de lances em nossas mãos. Mas isso não é motivo para preocupação, voltaremos a subir o nosso lance imediatamente antes do encerramento do leilão. Quando fecha? — Três horas da tarde, senhor. — Bem. Notifique-me dez minutos antes e eu vou colocar uma oferta que ninguém pode vencer. — Sim, senhor, mas isso não é a única coisa. Há uma apreensão em sua voz que me faz dar uma pausa. Realmente não é como se ela perdesse a calma. — O que mais? — Eu digo, estacionando na frente do meu prédio. — A outra coisa é uma questão legal. — Bem, passe para os advogados. Eu não tenho tempo para essas coisas. — Não é legal de negócio, Wes. É pessoal. — Pessoal? — Sim, senhor. — De que se trata ? Não me diga que é todas essas multas de estacionamento. Eu tinha decidido cuidar delas na próxima semana. 81

— Não é sobre multas de estacionamento, senhor. — É uma mulher? — pensar

em

qualquer

Eu digo, quebrando a cabeça para

mulher

que

eu

poderia

ter

irritado

recentemente. Eu realmente não conseguia pensar em qualquer uma, mas quando você é um bilionário, cada encontro é um potencial processo judicial. — É o Serviço de Proteção à Criança, Wes. Eu piso nos freios. — O quê? — O Serviço de Protecção à Criança. Meu coração está batendo forte no peito. Falando como um pai solteiro, o Serviço de Proteção à Criança é praticamente meu pior pesadelo. Eu daria minha vida pelo meu filho, e eu cuido dele melhor do que ninguém, mas mesmo com toda a minha riqueza, eu sempre me senti vulnerável às críticas de como criar o meu filho. Não ter uma mulher em casa sempre me fez preocupar com o seu bem-estar. — O que eles estão fazendo aqui? — Eu digo, saindo do meu carro e jogando as chaves para o manobrista. — Eles querem falar com você, Wes. 82

— Já estou no prédio. Estou indo para aí. Desligo e praticamente corro para o elevador. Ele demora uma eternidade para chegar, e quando estou dentro, é como se cada segundo passasse lentamente. Vamos lá, vamos lá, eu penso comigo à medida que subimos. Quando finalmente chego, estou praticamente hiperventilando. — O que está acontecendo? — Eu digo para a recepcionista passando com pressa. Ela só balança a cabeça e acena para o meu escritório. Eu passo e sou cumprimentado por Lucy e três funcionários públicos fardados. Um é um policial e os outros dois têm crachas em seus peitos que dizem Serviço de Proteção à Criança impresso em amarelo brilhante. Eu fico olhando para os quatro, estupefato. — Wes Eastwood? — Diz o policial. — Sim. Ele me entrega um documento legal. — Você foi notificado. Eu olho para ele e depois para os oficiais do Serviço de Proteção à Criança. — Qual é o significado de tudo isso?

83

— Sr. Eastwood, —

um dos oficiais do CPS/SPC4 diz, ‘a

cidade tem preocupações com o bem-estar do seu filho, Brady Eastwood, e ele está sendo removido de sua custódia para uma intervenção de emergência’. — Intervenção de emergência? — Para protegê-lo. — Protegê-lo? De quem? — Eu gaguejo. Sinto-me como se o teto da sala estivesse sendo empurrado para baixo. Eu não posso respirar. Mal posso manter meu equilíbrio. — Wes, — Lucy diz, sacudindo a cabeça, tentando me acalmar. Eu posso sentir meu temperamento subindo e mesmo que eu saiba que é uma má idéia, eu deixo a minha voz crescer mais alto quando eu falo. — Proteção contra quem? — Eu exijo. — De você, Mr. Eastwood, — o oficial do SPC diz. Eu não posso acreditar no que estou ouvindo. Eu me sinto como se estivesse caindo pela janela, passando pelas centenas de andares, em direção à rua de concreto abaixo.

4

CPS (no original) – Child Protective Services – Serviços de Proteção à Criança (SPC).

84

CAPÍTULO NOVE Clint — Jeb. — Eu chamo da minha mesa — como estamos de leilão? — Encerra às três, senhor. — E nós somos o maior lance? — Atualmente, sim. — E a que horas é a audição de Proteção à Criança de Wes? — Às duas, senhor. Aceno com a cabeça em aprovação. — Qualquer notícia da mulher do SPC? — Tudo correu sem problemas, senhor. Brady está na escola e a audição é esta tarde. Wes estará presente na audiência para ter a custódia de volta antes que o garoto saiba o que aconteceu. Tivemos a certeza de obter-lhe uma audiência imediata. — Boa. Eu não quero que eles realmente levem a criança para longe dele. Só o quero fora de ação enquanto eu ganho este leilão. — Sim, senhor. Eles dizem que a audiência SPC vai demorar mais de uma hora. O juiz não deve ser muito duro com ele. Quer 85

dizer, supondo que ele realmente é um bom pai, como todo mundo diz que ele é. — Ele é, — eu digo com firmeza. Apesar de tudo, eu sinto meu coração batendo no peito. Esta é de longe a pior coisa que eu já fiz para um rival para ganhar uma guerra de lances. Eu fiz a minha parte de movimentos empresariais implacáveis, mas atacando a família de um homem, atacando seu filho, é sem precedentes. Mas não posso evitar. Eu quero vencer. Quero ganhar tanto que dói. Ganhar é uma doença para mim. Nunca fui capaz de tomar o segundo lugar, e nunca fui capaz de compartilhar. Não desde que eu era um garotinho. Wes se tornar um bilionário primeiro definitivamente me marcou. Eu me inclino para trás em minha cadeira e olho para o meu relógio. Ainda faltam algumas horas para terminar o prazo de licitação. Olho para o meu computador e abro o navegador da web. O que procurar? Estive com tesão desde aquele encontro no bar na noite passada, mas não tive tempo para cuidar de mim. Eu mal tinha um momento livre durante todo o dia. Sinto meu pau endurecer nas minhas calças desconfortavelmente e considero tomar uma ducha. 86

Eu tenho um banheiro fora de meu escritório e não há nada como entrar dentro e me fazer gozar. Se eu não tivesse o negócio

da Dairy Technics para

considerar, eu sairia mais cedo e voltaria para o bar. Há sempre alguma prostituta cansada andando por aí que de bom grado me chuparia por algumas centenas de dólares. Mas, honestamente, eu estou tão cansado dessas mulheres. Elas tratam o sexo como um negócio e tirando toda a diversão dele. Eu quero uma garota que fique realmente animada em estar comigo.

Quero

dizer,

eu

sou

um

cara

quente.

Eu

sou

impressionante. Eu deveria ser capaz de fazer girar a cabeça de uma menina de vez em quando. O que essa menina disse na noite passada? Que a amiga não iria perder a virgindade com um jogador como eu? Será

que

ela

realmente

era

uma

virgem?

Foda-se,

o

pensamento é quente. E que diabos uma virgem estava fazendo em um lugar como esse? O que seria isso? Em todos os meus anos, de todas as mulheres que eu tenho fodido, nunca realmente fodi uma virgem.

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Comecei cedo, mas a menina com quem eu fiquei não era exatamente inocente. Ela tinha saído com um monte de caras e eu me acostumei a dormir com mulheres assim. Eu nunca sequer considerei a possibilidade de dormir com uma virgem. Não até à noite passada, quando vi aquela menina. Você não está perdendo-a para este jogador. Isso é o que sua amiga disse. Meu pau fica duro só de pensar nisso. Depois de todas as fodas, promíscuas, e das profissionais mais experientes com que tenho dormido, foder uma virgem genuína seria uma mudança de vida. Imagine a reação dela quando vir o meu pau pela primeira vez. Imagine o som que ela irá fazer quando eu deslizar dentro dela. Imagine o que ela fará quando eu a levar ao limite, e enquanto todo esse prazer a deixa louca, ela sentirá meu pau explodindo bem profundo dentro dela. Porra. Quero isso. Eu quero uma virgem. Eu digito “Onde encontrar virgens” no Google e olho para os resultados. Há a lista habitual de sites de namoro que aparecem, mas não há como você perguntar a garotas em um site de encontros se elas são virgens. Não há como eu saber o que estarei recebendo até que

88

seja tarde demais. E além disso, eu gerencio uma grande corporação, não tenho tempo para namorar. Há também uma enorme lista de sites pornográficos com links para vídeos que pretendem ser de virgens, mas eu sou muito cético em relação a qualquer porno que afirma que a menina é virgem. Quero dizer, vamos lá. Além disso, eu não quero assistir uma virgem fazendo sexo, quero transar com ela eu mesmo. Percorro os sites de pornografia e de namoro e um nome salta para mim. — Leilões Prestígio de Virgindade. O que é isso? Clico no link e o site pede-me para dar detalhes do meu cartão de crédito apenas para que possam verificar minha identidade. Eu quero que eles verifiquem a minha identidade? Há também uma taxa de mil dólares. Apenas para que eu possa ver o site? Quem são esses caras? Eles são de verdade? Existe realmente uma coisa como um leilão de virgindade? Quer dizer, eu ouvi falar de coisas assim em programas de TV e em filmes, mas eles são realmente reais? Virgens reais, como a que eu conheci na noite passada, na verdade, ficam online e deixam os caras fazerem lances por sua virgindade?

89

Eu copio o link e colo-o em um e-mail. Na linha de assunto escrevo, “Altamente Confidencial”. No corpo escrevo “Verificar isso para mim. É de verdade?” Coloco

o

endereço

dos

meus

advogados

na

caixa

de

destinatário e clico em enviar. Porra! O que eu fiz? O que o meu advogado vai pensar disto. Quero dizer, ele e eu fomos a clubes de striper juntos um milhão de vezes, ele sabe sem nenhuma pretensão que eu sou um cavalheiro, mas isso é diferente. Eu me levanto e vou para o meu banheiro e tranco a porta. Abro os botões da minha camisa e retiro-a, juntamente com a minha gravata. Abro o cinto e deixo as calças caírem no chão. Minha cueca, meias e sapatos a seguir. Olho para o meu corpo nu no espelho. Estou em perfeitas condições físicas. Faço exercícios com um personal trainer5 sete dias por semana garante que sim. Eu poderia fazer uma vida como um modelo de cuecas, se o mercado de ações tiver um mergulho irrecuperável. O que uma menina pensaria quando me visse nu? O que aquela garota da noite passada pensaria?

5

Treinador pessoal.

90

Eu tenho trinta e nove. Ela não poderia ter passado muito dos vinte. Será que ela realmente quer foder um cara como eu? Porque só há uma coisa que eu posso imaginar que é pior do que foder as mesmas prostitutas noite após noite, que é estar pagando por sexo com uma garota que não quer perder a virgindade com você, mas tem que fazê-lo.

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CAPÍTULO DEZ Wes Eu não posso acreditar que isso está acontecendo. Este é o meu pior pesadelo. Impróprio para ser pai? De onde tiraram essa idéia? Quem me denunciou? Eles estão realmente tão preocupados com o bem-estar de Brady? Estou falhando em ser pai dele? Quer dizer, eu sei que não sou o melhor pai do mundo, com certeza sei que estou muito longe de ser perfeito, mas eu amo meu filho. Eu levaria uma bala por ele. Morreria por ele. O que mais eu posso fazer? O que posso dizer? Como posso provar a um juiz que eu sou bom em ser pai de Brady? É uma situação impossível. Estou sentado do lado de fora do tribunal, esperando por minha audiência, olhando para o meu colo. Minha perna está tremendo. Ela não vai parar de tremer. Eu sinto que quero correr para a rua e gritar no alto de meus pulmões. Meu telefone toca e eu tento ignorá-lo. É Lucy. Não poderia me importar menos sobre o trabalho agora, mas, em seguida, me 92

pergunto se tem algo a ver com Brady. Ele ainda está na escola, mas se esta audição não correr bem, o SPC irá buscá-lo e levá-lo para um lar de crianças. Como isso pode estar acontecendo? Ele é meu filho. Meu Brady. Como poderia alguma agência de bem estar público encontrar algum lugar melhor no mundo para ele do que comigo? Oh Deus. Talvez eu tenha sido um pai terrível. Talvez eu tenha me concentrado muito no trabalho. Quer dizer, Brady parece estar bem. Ele sempre parece feliz quando estamos juntos. Eu tiro religiosamente os fins de semana para que possa passar mais tempo com ele. Nós ficamos no loft, assistimos filmes, vamos a jogos de esportes, saimos para eventos ao redor da cidade que sejam interessantes para ele. Ele tem 8 anos, então ele ama carros rápidos. Vamos para a pista o tempo todo e vemos os carros sendo testados. Depois saímos para pizza ou sorvete e jantamos juntos todas as noites. Eu não sou um daqueles caras que vai para o escritório e nunca chega em casa. Sou eu quem o leva para a escola de manhã. Claro que chego tarde às vezes, mas isso não é um crime, não é? Sou eu quem o leva para as atividades após a escola. Nós comemos juntos. Os nossos quartos são bem próximos. Eu sou um bom pai.

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Eu sei que sou um bom pai. — O que se passa? — Eu digo para o telefone, soando menos paciente do que eu pretendia. — Desculpe, senhor, eu sei que este não é um bom momento. — O que se passa, Lucy? — É Dairy Technics. Clint Anderson nos superou novamente. — Oh, Deus, Lucy, eu realmente não posso focar nisso agora. Você ouviu esta manhã. Eles estão tentando levar Brady para longe de mim! — Quer apenas deixar Dairy Technics ir, então? Eu suspiro e olho para o meu relógio. São cinco minutos antes das duas. — A que horas o leilão termina? — Às três, senhor. — Se nós dermos um lance agora, Anderson ainda tem tempo para entrar depois de nós. — Sim, senhor. — Foda-se, — eu digo, logo em seguida, — Desculpe, Lucy. Eu sei que nada disso é sua culpa. — Quer que eu peça para a equipe de licitação assumir? 94

— Bem. Diga-lhes para ir até três dólares por ação e para não começarem a licitação até sessenta segundos antes do fim do leilão. Eu não quero fazer a jogada enquanto Anderson ainda tiver tempo para reagir. Desligo o telefone mesmo a tempo de ver o oficial de diligências vir ter comigo. — Sr. Eastwood. Sua vez. Deixo escapar um longo suspiro e me levanto. Sigo o oficial até à sala do tribunal e tomo a minha posição na frente do juiz. Ele é um homem amável parecendo ter a idade que me pai teria se ainda estivesse vivo. Sua voz tem uma sonoridade profunda e sábia. — Em matéria de Estado contra o Sr. Wes Eastwood. Esta é uma audiência de custódia da criança por motivos de bem-estar infantil. Mr. Eastwood, você pode confirmar ao tribunal seu nome e endereço correto? Eu olho para ele e depois para o escrivão do tribunal e digo o meu nome e endereço completo. — Estou olhando através da papelada aqui Mr. Eastwood, e parece que o seu filho, Brady Eastwood, tem oito anos de idade. — Sim, Meritíssimo.

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— E você é pai solteiro? — Sim, eu sou. — E qual é a sua ocupação, Mr. Eastwood? — Eu sou um investidor de Wall Street. — Essa é uma ocupação de alta intensidade, não é? — Eu diria que sim, senhor. — Você acha que o seu trabalho é muito exigente? — Sim, senhor, é, mas isso não significa que eu não tenha tempo para o meu filho. Ele levanta a mão para me parar de falar sem permissão. — Você terá tempo para contar a sua parte da história, Mr. Eastwood. Eu lhe garanto. Apenas deixe-me passar por todos os fatos do Estado em primeiro lugar. — Sim, Meritíssimo, — eu digo. Ele balança a cabeça e continua olhando através de uma pilha de documentos. Ele passa por registros médicos de Brady em primeiro lugar. Brady não teve qualquer doença ou ferimentos, além do que seria de esperar para um menino de sua idade. Seus registros escolares vêm a seguir, e são todos excelentes. Seus relatórios de comportamento são todos muito bons também. Ele tem tido uns apuros aqui e ali por algumas pequenas coisas, mas 96

nada que eu considere sério. Seu relatório de comportamento é muito bom também. Leva um bom tempo para passar tudo e eu posso ver o rosto do juiz que ele está lutando para encontrar quaisquer problemas com a vida de Brady que justifiquem este tipo de audiência. — Estas anotações sobre os atrasos, Sr. Eastwood. Gostaria de comentar sobre eles? — Eu levo Brady para a escola todas as manhãs eu mesmo, Meritíssimo. Ele frequenta uma escola privada em Park Avenue e como eu tenho certeza que você está ciente, o tráfego naquela zona pode ser imprevisível às vezes. Admito que lutamos para chegar à escola a tempo, mas estamos sempre apenas alguns minutos atrasados e nunca é por qualquer outro motivo que não o nosso próprio descuido. Eu tenho certeza que é um incômodo para seus professores, mas estamos trabalhando nisso, eu garanto. O juiz concorda e toma algumas notas. Ele deixa escapar um suspiro e olha para o relógio. São três e meia, passou uma hora e meia desde o início da audiência, e ele realmente não pode encontrar nenhum problema sério na vida de Brady. Eu sei isso. — Que tal uma figura da mãe? — O juiz pergunta. — Bem, sua mãe morreu. 97

— E você está atualmente solteiro, Mr. Eastwood? — Sim, Meritíssimo. — Existe uma mulher em sua vida? — Não, Meritíssimo. — E o que dizer de uma babá ou uma presença feminina, na vida de Brady? — Eu não achava que precisasse de uma babá, Meritíssimo, mas se o tribunal acha que meu filho iria se beneficiar de uma, eu ficarei feliz em contratar. — Você tem que ter certeza de que ela seja uma profissional responsável. — Eu a terei completamente examinada, Meritíssimo. Acredite em mim, no meu mundo isso é regra. O juiz concorda. — Bem, Sr. Eastwood, tudo que eu posso dizer é que pareceme que você é um pai perfeitamente competente e amoroso. Eu não tenho absolutamente nenhuma ideia porque o SPC entrou neste caso, para mim, e o fato de que eles só apresentaram documentos e não enviaram um representante sugere que eles não têm qualquer ideia. Às vezes essas coisas vêm perante o tribunal quando

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realmente não havia qualquer necessidade em primeiro lugar. Eu acho que estou feliz em concluir que é o caso em apreço. Eu quase desato a chorar, estou tão aliviado. — Obrigado, Meritíssimo. — Mas devo dizer que gostaria de ver Brady chegando à escola a tempo. É importante para a sua própria disciplina familiar. Também acho que seria útil se houvesse uma presença feminina na casa. Sua vontade de contratar uma babá deixa-me mais tranquilo a esse respeito. Se você pudesse informar o SPC quando a contratar, incluindo a confirmação de que você teve seu histórico profissional checado, eu acho que seria satisfatório. Eu não posso acreditar em tudo isso. Há uma parte de mim que está bravo com o SPC por me fazer passar por isso sem motivo, mas o fato de estar tudo terminado supera essa raiva um milhão de vezes. — Sim, Meritíssimo, — eu digo, antes de deixar o tribunal. Quando volto para o corredor, não sei o que fazer comigo mesmo. Eu quero pular de alegria. Olho para o meu relógio para ver se a escola de Brady está terminando. Está, mas eu me lembro que ele está indo para o treino de futebol com seu amigo, Billy. Eu decido ir lá e vê-lo jogar. No caminho eu ligo para Lucy do meu carro. 99

— Então, o que aconteceu? — Diz ela. — O juiz disse que nem sequer sabe por que fui convocado. Eu sou um grande pai. — Claro que sim, Wes. Você é o melhor pai do mundo! — Eu não iria tão longe. — Então, eu acredito que você não vai voltar para o escritório. — Não, eu vou assistir ao treino de futebol de Brady. Falo com você de manhã. — Ok, senhor. Provavelmente é melhor. As coisas estão meio ruins aqui agora. — Ruins? Porquê? — Oh, você não ouviu? — Ouvir o quê? — Perdemos Dairy Technics. Clint enganou a equipe de licitação, enquanto você estava amarrado na sua audiência. Foi brutal. Ele nem sequer superou o nosso máximo. Ele só cronometrou tudo melhor. Eu sabia que se eu estivesse lá para cuidar das coisas isso não teria acontecido, mas eu não poderia preocupar-me com isso naquele momento. Há coisas mais importantes na vida do que negócios. 100

— Bem, nós vamos resolver isso amanhã, Lucy. Diga a todos para irem para casa. Isso é apenas mais um dia. Vocês todos têm famílias, certo!

101

CAPÍTULO ONZE Cherri Kelsey, como é que eu vou pagar as contas? — Oh, vamos lá, menina, não se preocupe, nós vamos descobrir alguma coisa. Olho para ela e sorrio, tentando não deixar que a minha ansiedade me vença. Nós estamos num café na esquina do seu apartamento com dois cafés enormes, que parecem mais com sobremesas do que cafés, na nossa frente. Uso minha colher para tomar um pouco do creme de chantilly que está em cima da minha bebida. — Como é ser uma babá? — Digo. — É bom, Cherri. Eu gosto disso. Se você gosta de crianças, é uma maneira perfeita para fazer uma renda. Eu olho para ela e tento imaginá-la em seu trabalho. Ela é sempre tão boba e está sempre se comportando mal quando está comigo. Que tipo de pessoas iriam colocar seus filhos sob seus cuidados? — Diga-me novamente sobre a família? — Digo. — Os Wilsons? 102

— Bem, a mãe é uma advogada. Ela é bem poderosa e voltada para a carreira, mas é legal, você sabe. Ela ama seus filhos, ela só tem uma carreira e precisa fazer as coisas funcionarem. — E o pai? — Sr. Wilson, bem, vamos apenas dizer que ele é um PQGF6. Eu definitivamente gosto muito do F. Eu ri e bati no seu braço. — Você é tão má. — Bem, você pediu! — Ele é um homem casado, Kelsey. — Sim, e eu sou uma garota de 20 anos de idade com uma imaginação ativa. — Você nunca faria isso, porém, não é? Ela balança a cabeça. — Quero dizer, se algo acontecer à Sra. Wilson e ela ficar de repente fora do caminho, bem, então tudo muda. — Mas, enquanto ele é casado? — Claro que não, — diz ela. — O que você acha que eu sou? — Eu estava apenas verificando, — eu digo, enchendo outra colher de chantilly da minha bebida. 6

Pai Que eu Gostaria de Foder – original em inglês é DILF – Dad I’d Like to Fuck.

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— Podemos não ser todas tão inocentes como você, Cherri, mas eu tenho padrões. — Alguma coisa já aconteceu, porém, com as outras babás? — Pergunto, sem saber por que estou tão preocupada com esse detalhe. — Oh, pode apostar! Lotes de pais solteiros contratam babás, e você pode imaginar o que acontece em seguida. Gostam de nos olhar. Eu tenho vinte anos, você tem dezenove anos. Para um pai solteiro de meia-idade, sem mulher em sua vida, somos como doces. Eu cubro minha boca para me impedir de rir. — É verdade, Cherri, e não subestime a intimidade de ser uma babá. Se o cara é sozinho, então pode ficar bastante complicado muito rápido. Como você ficar em sua casa durante todo o dia. Você cuidando de suas coisas, suas roupas, seu quarto. Você ficar cuidando de seu filho, talvez preparando sua comida. Se ele for um cara quente e bom para você, é muito fácil desenvolver sentimentos profundos por um cara nessa situação. — Bem, eu só estaria fazendo isso pelo cheque. Se eu não conseguir um emprego, vou perder meu apartamento. — Você sempre pode morar comigo.

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— Sim, obrigada. Eu sei. É só, que você já tem dois companheiros de quarto. Eles não ficariam muito felizes em me ver no sofá todas as manhãs. — Então eu coloco-a na minha cama. Eu sorrio para ela e toco sua mão. — Obrigada por ser sempre uma boa amiga, Kelsey. Eu realmente não sei o que faria sem você. — Bem, vamos lá, vamos abrir este computador e inscrever você em alguns trabalhos. Abro meu laptop. Ele é um tijolo com cinco anos que tenho desde o ensino médio, mas ainda funciona. O café em que estamos, além de oferecer as mais deliciosas misturas de café que você pode imaginar, também tem acesso a internet sem fio. — O que devo procurar? Quero ser uma babá? — Pergunto. Kelsey concorda. — Eu esqueci o nome do site que eu usei. Provavelmente poderia procurá-lo no meu e-mail. Eu balancei minha cabeça. — Tenho certeza que vou encontrálo. Abro google e escrevo, “emprego de babá cidade de New York”. O primeiro site que aparece diz: — Emprego para jovens do sexo feminino, NYC. Faça dinheiro sério rápido. 105

Ele não se parece com um site de babá, mas as palavras 'dinheiro sério' saltam à vista. Penso em meu avô e nas contas médicas que ele está enfrentando. Clico no anúncio e faço uma careta para Kelsey. Um site aparece. É todo ouro e fantasia, como o site de algum cassino de Vegas. Ele me pede para digitar o meu sexo e idade. — Parece um tipo de golpe, Cherri. — Não há nenhum dano em checar, — eu digo, clicando no sexo feminino e digito dezenove anos para a minha idade. A próxima pergunta faz meus olhos saltarem. — Você é virgem? — Que diabos é isso? — Eu digo a Kelsey. Ela olha para mim maliciosamente. — Agora estou curiosa, — diz ela. Eu clico em sim e o site se abre. Leiloes Prestígio de Virgindade. Faça até vinte mil dólares em um leilão online de virgindade. — Caramba!— Kelsey diz, cobrindo a boca. — Eu aposto que você gostaria de ter salvo a sua, — digo-lhe, sorrindo.

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— Ah, claro que sim. Isso seria apenas a melhor maneira que se possa imaginar de perder minha virgindade. — Vinte mil, — eu digo, e tudo o que posso pensar é que é o preço exato que meu avô disse que precisa para sua cirurgia. Uma noite e tudo seria cuidado. Bem, talvez não tudo, mas sua cirurgia, e dado o fato de que ele precisa da cirurgia para se manter vivo, que é um grande peso em minha mente agora. — Há um vídeo, — diz Kelsey. Eu clico para rodar o vídeo e uma menina começa a falar. — Então, você quer vender sua virgindade? —

O vídeo diz,

muito alto. Eu olho em volta no café, completamente mortificada e começo a baixar o volume. Parece que ninguém nos ouviu, mas este vídeo não é exatamente o tipo de coisa que eu queira assistir em público. — Isso é loucura, — eu digo. Kelsey encolhe os ombros e puxa seus fones de ouvido do seu bolso. Ela conecta os fones de ouvido e cada uma de nós coloca um no nosso ouvido. Então eu clico para rodar novamente. A menina no vídeo passa por tudo. Ela parece muito animada com a perspectiva de vender a sua virgindade, falando sobre todos os caras quentes, ricos que vão para esse tipo de coisa. Ela diz que 107

é o dinheiro mais fácil que ela já ganhou na vida dela e que comprou um conversível com o dinheiro. Ela diz que, não só acaba dormindo com um cara mais quente do que ela teria se ficasse bêbada em um bar e dormiu com alguns caras aleatórios, como ainda é paga pelo prazer. Na última linha do vídeo, ela diz, — Vamos lá garotas, vocês vão perdê-la de qualquer maneira. Por que não fazer valer a pena? Muitas meninas estão dando-a por muito menos. Eu paro o vídeo e olho para Kelsey. — Bem, isso foi interessante. — Sem dúvida, — diz Kelsey. — Vamos, tente se lembrar do endereço da sua empresa de babá. — Espere, — diz ela. — Clique no botão mais informações. — O quê? Porquê? — Digo. — Estou curiosa, Cherri. — Por que você está curiosa? — Eu abaixo a minha voz para um sussurro. — Você não é mesmo virgem. Ela cora e percebo pela primeira vez que ela tem sido menos do que sincera comigo durante os últimos seis meses. — Na verdade, eu sou, — diz ela. 108

Eu olho para ela e imediatamente percebo que ela não está brincando. — De jeito nenhum! — Digo. — É verdade. Eu começo a rir. — O que é tão engraçado? — Todo esse tempo você tem me incomodado como se eu fosse uma aberração por ser virgem, e o tempo todo você também é. Ela encolhe os ombros. — Bem, — eu digo, — não estamos considerando seriamente isso. — Porque não? — Diz ela. Eu olho para ela e sinto meu coração de repente batendo no meu peito. O próprio pensamento de fazer o que o site sugere me deixa nervosa. — Porque nós somos pessoas normais, Kelsey. — Normal? Mesmo?

Seu avô precisa de uma cirurgia cara.

Meus pais estão perdendo a sua casa. — Eles estão? Ela nunca me disse isso antes. 109

— Eles estão lutando, — diz ela. — E quanto eles lutariam com a notícia de que sua única filha tinha vendido sua virgindade? — Por 20 mil, eu acho que eles podem viver com isso. Além disso, eles nunca saberiam. Eu suspiro e olho novamente para o site. — Vamos cair na real, Kelsey. Kelsey solta um risinho e sai fora do torpor pensativo em que ela tinha caído. — Desculpe. Empregos de babá. Salário mínimo, sem glamour, empregos desinteressantes. Vamos encontrar um desses. Eu bati-lhe no ombro. — Quem disse que o meu vai ser desinteressante. Eu poderia ter um pai solteiro! Eu movo o cursor para fechar o site de leilão, mas Kelsey me pára. — Vamos preenchê-lo. — O quê? — Vamos lá, o que é o pior que pode acontecer?

110

Eu bato de novo no seu ombro. — Se isso vai fazer você parar de me preocupar com isso, — eu rio.

111

CAPÍTULO DOZE Cherri Estou sentada na parte de trás de um táxi, vestindo a roupa mais profissional que eu tenho. É uma saia preta formal que termina logo acima do meu joelho, uma blusa branca singela, e uns sapatos pretos. Tenho meu cabelo amarrado para trás e uma maquiagem

muito

simples.

Eu

me

sinto

como

uma

bem-

comportada menina inocente, agradável e rezo para que seja o que eu pareço. — O Avalon. 69th e 50th, — o taxista diz, estacionando na frente de um prédio de apartamentos realmente extravagante na avenida mais cara de Manhattan. Eu sempre amei este bairro. É a casa do Plaza, deliciosas e extravagantes delícias, restaurantes de luxo e boutiques onde eu nunca tive possibilidade de entrar. Olho pela janela para o prédio. É realmente a essência de Nova York, residência de bilionários. Há alguns porteiros em pé na frente do

prédio

usando

uniformes

vermelhos

extravagantes

com

acabamentos dourados. Há um tapete vermelho que conduz à porta dianteira que é de bronze, e com arbustos podados, ao longo das laterais do tapete. 112

— Eu acho que é isso, — eu digo para o motorista. — Você tem uma entrevista? — Diz ele. — Sim, para ser uma babá. Ele sorri, e eu vasculho na minha bolsa procurando o dinheiro para pagar-lhe. — Deixe-me te dizer uma coisa, querida. Esta é por conta da casa. Boa sorte na entrevista. — Mesmo? Eu não posso deixar você fazer isso. — Não, eu insisto. Você me faz lembrar da minha filha. — Obrigada, — eu digo, e sou tão grata que quase quero me inclinar para a frente e abraçá-lo. Eu poderia precisar de um abraço. Sempre fico um pouco nervosa antes de uma entrevista de emprego, e esta, para ser babá de alguém rico, é particularmente intimidante. Eu não sei quase nada sobre o meu potencial empregador. Mal tive meu nome no site da Nanny Express por uma hora, quando recebi o telefonema na noite passada. Tudo o que me contaram sobre o trabalho é que era para um pai solteiro no Avalon. Eles se referiam ao Avalon como se fosse um lugar do qual eu deveria saber.

Aparentemente

ele

continha

os

apartamentos

mais

exclusivos e caros do mundo, o equivalente moderno do Palácio de 113

Versalhes. Um lugar onde os apartamentos foram construídos como mansões fantásticas, completos com suas próprias piscinas de natação, lareiras de mármore, e quartos para empregados privados. O pai, eles me disseram, tinha trinta e nove anos e era solteiro. A criança, um menino de oito anos de idade. Eu disse que ia para a entrevista e lá estava eu. Saio do carro, agradecendo ao motorista novamente, e me aproximo de um dos porteiros. — Estou aqui para ver Wes Eastwood no 58º andar, —

eu

digo. — Certamente, senhorita, — diz ele, segurando a porta aberta para mim. Entro e há um homem em uma mesa. Faz-me lembrar de um hotel. — Estou aqui para ver o Sr. Wes Eastwood, — digo novamente. Ele balança a cabeça e posso dizer que ele foi informado da minha vinda. — Você vai pegar o Elevador Ouro além no final, e subir até ao andar número 58. Não vai se perder. — Elevador Ouro? — Digo. Ele balança a cabeça gentilmente. 114

— Não se preocupe. Se você conseguir o emprego, vai se acostumar com as coisas por aqui em pouco tempo. Eu aceno e caminho pelo chão de mármore até ao elevador lindamente ornamentado. Uma vez lá dentro, pressiono o botão e, em seguida, respiro fundo para tentar manter meus nervos sob controle. O elevador pára com um toque e a porta se abre. Fico ali parada, congelada, olhando pela porta aberta. É isso. Seja corajosa, Cherri. Dou um passo em frente num belo corredor com carpete verde espessa e painéis de madeira. Há uma porta no final com 'Eastwood' escrito acima dela com letras em ouro. Ando até à porta e bato. Há silêncio e eu começo a me perguntar se estou no lugar errado. Não pode ser. O nome está na porta. Talvez seja o dia errado? O dia em que eu deveria vir? E então eu ouço um som na porta e ela se abre. Sou cumprimentada por um menino encantador de oito anos e, quase instantaneamente, sei que essa entrevista não vai ser tão assustadora quanto eu temia. — Você é a minha nova babá? — Diz ele.

115

Eu ri e curvo-me ao seu nível. — Isso depende, — eu digo. — O seu nome é Brady Eastwood? Ele balança a cabeça e pega a minha mão, me levando para um apartamento verdadeiramente espectacular. Todo o espaço é aberto, com uma decoração fabulosa em cada lugar. As luzes dos lustres de cristal. O mobiliário é em linha reta como em uma revista de designer. Isso me lembra de fotos que eu vi dos palácios reais. Não posso acreditar que estou em algum lugar tão extravagante. — Pai, — Brady chama. — Ela está aqui. Ela está aqui. Deixo escapar uma risadinha pelo entusiasmo de Brady e depois vejo que ele está me levando a algumas cadeiras e uma pequena mesa onde os mais belos refrescos estão esperando. Há xícaras chinesas e pires

correspondentes. Vejo um turbilhão de

vapor a partir do pote e pergunto-me quem preparou o café, se não há ninguém em casa, além de Brady e seu pai. Há também biscoitos franceses, todos os tipos de sabores, e um bolo que parece como se flores reais tivessem sido presas a ele, mas quando chego mais perto, vejo que são feitas de açúcar. — Oh uau, isso parece delicioso, — eu digo. — Fui eu que pedi, — Brady diz orgulhosamente, quando se senta ao meu lado no sofá.

116

— Seu apartamento é absolutamente lindo, — eu digo para Brady, ainda absorvendo toda a beleza. — Bem, nós tivemos um decorador que fez tudo. Eu e meu pai realmente não sabíamos por onde começar quando nos mudamos. — Seu decorador fez um bom trabalho. — Aparentemente, precisamos do toque de uma mulher, — diz Brady. — Oh, é assim? — Isso é o que eles nos dizem, — diz ele. — Isso é o que meu pai diz, pelo menos. — E você concorda? Brady pensa nisso por um segundo e depois acena com a cabeça. — As mães dos meus amigos são muito agradáveis. Eu aceno com a cabeça. — Você é um menino inteligente, Brady. Mulheres são boas em um monte de coisas e eu tenho certeza que você vai gostar de ter uma em sua vida. Ele pega a minha mão na sua e eu puxo-a mais perto. — Você quer um biscoito? — Diz ele. — Eu acho que deveria esperar por seu pai, não é? — Ele está atrasado para tudo.

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Nós dois saltamos quando ouvimos uma voz profunda de um homem atrás de nós. — Sério? Atrasado para tudo? E você não tem nada a ver com isso eu suponho? Brady ri. — Este é o meu pai, — diz ele. Viro-me para ter a minha primeira visão do homem que estou prestes a pedir para me contratar. Quando o vejo, ele literalmente me tira o fôlego. — Oh Deus, —

eu sussurro, felizmente baixo demais para

qualquer um me ouvir. Wes Eastwood não é o que você espera quando alguém diz que você está prestes a conhecer um pai solteiro que trabalha em Wall Street. Em minha mente eu tinha imaginado o tipo nerd. Talvez um par de calças e uma camisa folgada. Uns óculos. A linha do cabelo recuando. Wes não é nada disso. Ele parece uma porra de um modelo da Calvin Klein. Seus braços são feitos de músculos, o peito é amplo e através de sua camisa sob medida, eu posso ver que ele é musculado e tem um abdómen perfeito. Seu rosto é bonito, com um queixo cinzelado e olhos penetrantes.

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Meu coração bate no peito enquanto olho para ele e sinto meu corpo encher-se de luxúria e desejo. Algo deve estar acontecendo com o meu corpo porque continuo dando por mim a desejar o toque de cada cara quente que vejo. Mas Wes é diferente. Ele não é apenas mais um cara quente, ele é deslumbrante. Eu quero que ele me pegue nos braços e me segure para sempre. Não só quero ser sua babá, eu quero ser seu tudo. Quero que ele me leve para o seu quarto e tire a minha roupa. Minha mente corre através de um milhão de pensamentos impertinentes enquanto eu estou sem palavras na frente dele. Eu quero que ele seja o meu primeiro. Quero perder minha virgindade com este homem. Não o homem do bar. Eu quero o pau de Wes para ser o primeiro pau a passar os lábios virgens da minha boceta. Quero seu esperma para ser o primeiro a fluir para o meu corpo. Eu quero prová-lo. Quero trazer prazer para ele. Eu quero que ele grite meu nome no calor do orgasmo. — Cherri? — Sim. Sim, senhor, — eu gaguejo, me recuperando do meu devaneio. — Por favor, me chame de Wes. — Wes, — eu digo, timidamente.

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Ele se senta na cadeira de frente para mim e começa a despejar duas xícaras de café. — Desculpe, — ele diz quando percebe que não me perguntou se eu gostaria de um pouco. — Você gostaria de uma xícara? — Com certeza. — Creme ou açúcar? — Só preto, — eu digo. Ele concorda. — É assim que eu o tomo também. — Bem, isso é um bom começo, — eu digo, — algo em comum. — Sim, — diz ele, rindo. Ele olha nos meus olhos, em seguida, olha para Brady, que já está, obviamente, muito confortável comigo. — Eu posso ver que vocês dois estão se entendendo. — Estamos, — diz Brady. — Você se dá bem com crianças? — Wes me pede. — Claro que sim. Eu era filha única, mas nunca tive dificuldade em me relacionar com as crianças. — E quantos anos você tem? — Eu tenho dezenove. — E você só trabalha ou estuda? 120

— Trabalho. Bem, eu estava trabalhando, como garçonete, até que fui demitida. — E o que fez você para ser demitida? — Perdi a paciência com o meu chefe, — eu digo. — É bom ver que você é honesta. — Eu não sou irracional, — acrescento. — Ele era inadequado e chamei a atenção dele. Wes sorri. — Bom, eu gosto disso. Espero que eu não lhe dê qualquer razão para estar me chamando. — Ah não. Tenho certeza de que não o faria. — Brady poderia, — diz Wes. Eu rio. Há algo tão sedutor sobre este homem. Ele é tão... confiante. Tão seguro de si. Eu posso dizer, apenas por estar na mesma sala que ele, por que tem sido tão bem sucedido. É como se ele soubesse exatamente o que quer dizer, e exatamente o que eu vou dizer, antes mesmo de eu o dizer. Ele é fascinante! Quando olha para mim, eu me sinto como se estivesse olhando direto para a minha alma. — Se Brady e eu tivermos quaisquer problemas, tenho certeza de que seremos capazes de os resolver. 121

Wes me dá o meu café e se inclina para trás em sua cadeira, me bebendo com os olhos. A maneira como ele olha para mim é tão sedutora. Sinto minha boceta tremendo de desejo sob seu olhar. Ele tem um poder sobre mim que eu nunca senti antes. Eu nunca estive com um homem assim. Se ele me disser para ir para o seu quarto e esperar por ele, eu lhe obedeco. Sem brincadeiras. Ele simplesmente tem um poder instantâneo sobre mim. — Acho que você seria um grande ajuste para nós, Cherri. — Eu também acho, — eu deixo escapar. — Quero dizer, levaríamos um pouco de tempo para nos acostumarmos com a presença de uma mulher. Nem eu nem Brady temos vivido com uma mulher por um tempo muito longo e eu tenho certeza que nós ficamos um pouco brutos. — Tenho certeza de que poderia suavizar vocês direto, — eu digo, então coro quando percebo como deve ter soado. — Eu não tenho nenhuma dúvida, — diz Wes. — Confio que você não terá problema com o meu gerente de recursos humanos fazendo uma verificação sobre você? Recebi ordem por um tribunal para dar a Brady uma influência feminina em sua vida, e um dos requisitos é que eu corretamente verifique qualquer babá que eu for contratar.

122

— Oh, não me importo. Eu nunca estive em qualquer problema ou qualquer coisa. — Isso é bom de ouvir, — diz Wes. — Eu só queria ter a certeza que não se importava. — Nem um pouco, — eu digo. Wes se levanta e caminha até mim. Ele me dá a mão e eu agito-a. Seu toque é como eletricidade. — Isso significa que ela é a minha nova babá? — Brady grita de alegria. Wes e eu começamos a rir. — Sim, amigo. Você gosta dela? — Eu a amo, — grita Brady.

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CAPÍTULO TREZE Cherri Naquela noite, sozinha no meu apartamento, minha mente divaga

sobre

os

acontecimentos

do

dia.

O

destaque

foi

definitivamente a reunião com Wes. Ele é como a minha fantasia. Meu sonho molhado. Sirvo-me de uma taça de vinho e disco o número de Kelsey. — Então, como foi? — Ela pergunta. — Foi ótimo. — Ele é tão quente como o Sr. Wilson? — Mais quente, — eu digo, rindo. — Oh vamos lá. Você nunca conheceu o Sr. Wilson. — Bem, você nunca conheceu Wes Eastwood. — Wes, é um nome bonito. — Não é nada em comparação com o homem a quem pertence, Kelsey. Acredite em mim, esse cara é como uma fantasia. — Ah, com certeza. — Mesmo. E ele é solteiro também. — Não acredito em você. 124

— Vá em frente, pesquise-o. Ele é muito famoso. Eu espero enquanto Kelsey digita o nome de Wes em seu computador. Quando a ouço gritar de emoção, sei que encontrou o cara certo. — É isso mesmo, —

eu digo. — Esse é o meu novo

empregador. — Você está sendo paga para passar o tempo com isso? — Ela chora. — Com certeza. — Caramba, menina. Você não estava brincando. Como ele pode ser solteiro? — Não tenho ideia, mas não estou reclamando. Não que eu esteja pretendendo que algo aconteça. — Oh, acredite em mim. Se ele é solteiro, algo está acontecendo. — Não necessariamente. Nem todos os caras fazem um movimento em sua babá. — Quando elas se parecem com você, eles fazem. — Agora você está sendo lisonjeira. Kelsey ri, então eu ouço sua campainha tocar.

125

— Menina, eu tenho que correr, — diz ela. — Meu encontro chegou. — Oh, eu não sabia que você tinha um encontro. — Bem, você não sabe tudo sobre mim. — Mas eu sei que você é uma virgem, — eu digo, rindo antes de desligar. O meu telefone vibra com um texto de Kelsey. — Isso é segredo, — diz ela. — Seu segredo está a salvo comigo— Eu digito de volta. Olho pela janela para a bela vista da cidade. Adoro viver em Manhattan, e a vista à noite é uma das minhas coisas favoritas sobre a cidade. Não é barato, mas todas aquelas luzes percorrem um longo caminho no sentido de tornar os aluguéis mais altos. Tomo um gole de vinho e inclino minha testa contra o vidro. Eu me pergunto o que seria viver em um edifício como o Avalon. Tinha feito um pequeno tour pelo apartamento, após a entrevista. Aquele apartamento é como um hotel de luxo. Há uma piscina. Um quarto de hóspedes completo com o seu próprio spa e vestiário. Há outra piscina na varanda, bem como uma banheira de hidromassagem. Honestamente, nunca soube que havia lugares como esse no mundo.

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Estou sentada no parapeito da janela. É o meu canto favorito. Sento-me aqui o tempo todo. De manhã para tomar café e folhear revistas. À noite para saborear um vinho e olhar para o horizonte da cidade. Minha mente vagueia até ao meu avô e à cirurgia que ele precisa, e penso no site de leilões antes de empurrá-lo para fora da minha mente. Não adianta pensar uma coisa dessas. Kelsey e eu tínhamos preenchido perfis, mas eu tinha certeza que não iria a lugar nenhum. Quer dizer, eu ainda não tinha certeza de que era uma coisa real e não apenas alguma brincadeira. Além disso, eu tinha um emprego agora. Trabalhava para Wes. Ele é o tipo de cara pelo qual uma garota poderia se apaixonar seriamente. Eu já sei que não vai demorar muito até que eu esteja completamente apaixonada por ele. É uma péssima ideia, uma receita ideal para causar dor de cabeça, porque de forma alguma um bilionário poderoso vai se apaixonar por sua babá. Suspiro. Vou passar meus dias cuidando de seu filho e vou passar minhas noites fantasiando sobre ele. Imagino

seu

rosto,

seus

exuberantes

lábios

cheios

e

profundos, olhos intensos. Eu imagino seu cabelo perfeito, sua 127

mandíbula

forte

e

sexy.

Imagino

os

músculos

peitorais

e

abdominais que eu sei que estão sob sua camisa. Como seria se ele tirasse a camisa? E se ele me dissesse para ir para o seu quarto para que ele pudesse completar a entrevista mais profundamente? Eu teria feito qualquer coisa que ele pedisse. Eu teria esperado por ele, nua em sua cama, com uma venda nos olhos, colocando-me completamente à sua mercê. Na vida real eu sou maníaca por controle, mas em minhas fantasias eu só quero desistir de todo o controle, todo o poder, para este homem sensual. Eu quero que ele me deixe nua e acorrente meus pulsos e tornozelos nas quatro colunas de sua cama. Eu quero que ele coloque a cabeça entre as minhas coxas, onde a boca de nenhum homem jamais foi, e deslize sua língua entre os lábios trêmulos da minha boceta desesperada. Eu quero sua língua dentro de mim. Eu quero seus lábios chupando meu clitóris. Eu quero sentir seus lábios beijando meu umbigo, beijando meus mamilos, respirando a fragrância do meu perfume no meu pescoço. E depois eu quero que ele se levante sobre mim e coloque seu pênis na frente da minha boca. — Chupe, — ele diria.

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E eu abriria minha boca e deixaria sua deliciosa ponta deslizar entre meus lábios e descansar na minha língua. Seria a primeira vez que eu provaria o pau de um homem, e oh, que homem perfeito para ter a minha primeira vez. Abro minha boca e deixo-o deslizar seu pênis todo o caminho até minha garganta. Ele poderia deslizar para trás e para frente ao longo da minha língua até que o prazer o deixasse no limite. Seu gozo derramaria em minha boca e eu engoliria até à última gota. Então ele beijaria minha boca, saboreando-se em meus lábios, sabendo que eu era sua e que ele poderia fazer o que quisesse comigo. — Você é virgem, — ele diria e eu aceno. — Você é meu primeiro, — eu diria. Ele abaixaria seu corpo sobre o meu e pressionaria sua pele nua contra a minha, e seu pau iria endurecer entre as minhas coxas. O calor da minha boceta, a umidade entre meus lábios, tentaria seu pênis para dentro de mim, e no momento em que seu pênis entrasse em mim, eu gritaria seu nome. Ele gritaria o meu também, porque ele saberia o quanto isso significa para mim. Significaria o mundo para nós dois. Ele me foderia lenta e suavemente, e quando ele gozasse, olharia bem nos meus olhos. 129

Toquei-me pensando em tudo isso. Minha boceta é uma imersão de desejo enquanto eu me inclino contra a janela, completamente alheia se alguém na rua abaixo pode ver o que estou fazendo. Imagino Wes gozando dentro de mim, meu orgasmo corre através de mim tão deliciosamente que me faz realmente gemer seu nome. — Wes, — Eu lamento. — Wes, eu sou sua agora. Você me reivindicou e de agora em diante eu só posso ser sua.

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CAPÍTULO QUATORZE Wes — Qual o plano para hoje, pai? — É sábado, garoto. O que você quiser. — Eu quero ir ao parque. — Parque? Nós podemos fazer isso. — E Cherri vem com a gente? — Bem, ela não vem aos fins de semana. Ela vai estar nos ajudando durante a semana. Ela começa na segunda-feira. — Oh, — diz Brady. Ele parece desanimado, como se eu apenas tivesse lhe dado uma notícia muito triste. — O que está errado, companheiro? — Eu pensei que ela vinha com a gente para o parque. — Mas seu trabalho é ajudá-lo a chegar à escola. Ajudá-lo a ser pego. Ajudar quando eu estou no trabalho. Eu não trabalho ao fim de semana. — Sim, mas qual é o ponto em vir quando estou na escola? Eu nunca vou vê-la.

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— Você quer vê-la? — Claro que eu quero. — Por ela ser tão bonita? Brady cora rosa brilhante e joga uma almofada em mim. — Não! — Se você acha que ela é bonita tudo bem, — eu brinco. — Você é o único que pensa que ela é bonita, — diz ele de volta para mim, pulando no meu colo. — Eu? — Sim, você. Eu começo a fazer cócegas nele e ele se esforça para sair de meu aperto. — Que tal agora? Vou ligar a Cherri e ver se ela pode vir ao parque com a gente. Se ela disser que sim, vamos todos juntos. — Yay! — Ele grita. — Agora, desligue aqueles desenhos animados e vá para a cozinha. É hora do café da manhã. Eu faço o café da manhã para Brady, em seguida, vou para o meu quarto para pegar meu telefone. — Olá? Cherri? 132

— Sr. Eastwood, está tudo bem? — Sim, está tudo bem. — Era para eu ir hoje? Eles me disseram para começar na segunda de manhã. — Não, está certo. Eu disse-lhes durante a semana. — Oh. — Mas Brady e eu estávamos falando, e ele perguntou se estaria disponível para começar um pouco mais cedo. — Quão cedo? — Como hoje? Ela solta uma risada e eu sinto que estou ficando animado com a perspectiva de ela dizer sim. É uma sensação estranha. Tem sido um tempo muito longo desde que fiquei animado sobre o tempo gasto com uma mulher. Uma menina, realmente. Ela é tão jovem. Mas não posso negar o sentimento de antecipação. — Eu acho que poderia aceitar isso, Sr. Eastwood. Você quer que eu vá até aí? — Claro, ou podemos buscá-la. Nós estávamos pensando em ir ao parque. — Central Park?

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— Sim. É algo que gostamos de fazer quando o tempo está agradável. — Isso soa muito bem, — diz ela. — Ok, mande-me o seu endereço e nós iremos buscá-la em uma hora. As próximas horas são como um sonho. Buscamos Cherri em sua casa, e posso dizer que ela está animada por estar conosco. O motorista nos deixa fora no parque e fazemos um pequeno passeio ao sol. Brady está tão feliz. Eu posso ver a lógica do tribunal em querer certificar-se de que houvesse uma mulher em sua vida. Ele é sempre um bom garoto, mas hoje ele é ainda melhor. Ele fala mais. Ri mais. Com uma garota, simplesmente tudo parece que é mais divertido e mais natural. Tomamos sorvete perto da lagoa e eu compro algumas sementes para Brady jogar aos pombos. Ele corre, deixando Cherri e eu sentados em um banco olhando para a água. — Eu realmente estou tendo um bom dia, — diz ela. Olho em seus olhos e estou surpreso com a força da atração que sinto por ela. É louco. Normalmente nunca me permiti pensar sobre um empregado dessa maneira, mas seja o que for sobre Cherri, me obriga a quebrar minhas próprias regras. Eu imagino como seria despi-la. Tirar cada peça de sua roupa, lentamente, e 134

olhar para o seu belo corpo em toda a sua glória. Eu imagino passando minhas mãos sobre sua pele lisa, perfeita. Eu posso imaginar perfeitamente a sensação de seus seios enquanto eu os aperto em minhas mãos, meus dedos roçando levemente sobre seus mamilos. Eu quase posso saborear a doçura daquele primeiro beijo. — Você vem sempre aqui? — Ela diz, e eu percebo que tenho uma ereção massiva! Mexo-me desconfortavelmente no banco e ajusto minha posição, de modo a escondê-la da melhor forma possível. Mesmo assim, eu não tenho certeza de ter conseguido. Ela deve ter notado o grande poste apontando para cima no meu colo. Limpo minha garganta. — O tempo todo. Nós adoramos vir aqui. — É um lugar muito bonito, Sr. Eastwood. — Por favor, você tem que prometer me chamar Wes. — Wes, — diz ela, e o som de meu nome em seus lábios faz meu pau pulsar de novo. Vejo-a lamber o seu sorvete e tenho que me forçar a não olhar. — Isto pode soar um pouco adiantado, — eu digo, — mas se você não estiver fazendo nada para o jantar, você gostaria de comer comigo e Brady? 135

Ela olha nos meus olhos por um segundo e eu sei que ela está se perguntando quais são minhas intenções. Acho que é um clichê enorme para um homem dar em cima de sua babá, mas ela provavelmente deve estar decepcionada que eu estou fazendo isso, antes que ela sequer tenha começado seu trabalho oficialmente. Estou prestes a cancelar a oferta quando ela sorri e balança a cabeça. — Eu adoraria, Wes, — diz ela suavemente.

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CAPÍTULO QUINZE Wes Depois de jantar, Levanto-me para levar Brady para a cama, mas Cherri ergue-se em primeiro lugar. — Me deixe fazê-lo. — Tem certeza? — eu digo, olhando para ela. — Sim, ela poderia, papai, — diz Brady. — Assim ela fica a conhecer os cantos à casa para segunda-feira. Eu sorrio. — Ok, bem, deixe-me saber se você precisar de alguma ajuda, Cherri. — Eu tenho certeza que vamos passar muito bem, — diz ela e leva Brady pela mão. Estou espantado com a rapidez com que ele está ajustado à nova situação. Ele adora tê-la por perto, quase tanto quanto eu. Não há realmente nenhuma dúvida em minha mente de que era um vazio em sua vida. Antes de Cherri chegar, eu teria dito que meu filho estava bem e tinha tudo o que poderia desejar em sua vida. Mas agora, ao vê-lo com ela, eu sei que sempre havia algo faltando. O jeito que ela é com ele. O jeito que ela fala com ele. A forma como 137

seus olhos se iluminam e riem quando ele faz uma piada. É claro que ele precisava disso. Fui um idiota por pensar que eu poderia criá-lo sem o toque mágico de uma mulher por tanto tempo. A mesa é limpa pela equipe de limpeza e lhes digo que não vou precisar de qualquer outra coisa para a noite. Eles dizem boa noite e saem. Acendo o fogo na lareira e abro outra garrafa de vinho. É uma atmosfera muito romântica, talvez um pouco demais para minha primeira noite com Cherri, mas eu não consigo parar. Ligo uma música agradável e acendo as velas que estão ao redor da sala. Há um sofá na frente do fogo e eu me sento sobre ele e espero ansiosamente por Cherri. Quando ela volta, parece ainda mais bonita. Seus olhos brilham à luz das velas e seu cabelo brilha como o ouro. — Você gostaria de uma taça de vinho, — eu digo, tenho quase certeza de que ela vai virar pra mim e me pedir para chamá-la de um táxi. Ela hesita um segundo, então concorda. — Eu adoraria, Wes.

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Ela se senta ao meu lado e eu sirvo-lhe uma taça. Ela está confortável em frente à lareira, e eu posso ver que ela esta tão feliz por estar lá quanto eu estou. Talvez ela não esteja com tanta pressa para ficar longe de mim. Eu posso ser vinte anos mais velho que ela, e ser seu novo empregador, mas isso não significa que ela não possa desfrutar de minha companhia, tanto quanto posso desfrutar da dela. E, em seguida, outro pensamento passa pela minha cabeça. Talvez ela seja tão solitária quanto eu quando o sol se põe. Todo mundo precisa de um pouco de companhia, o prazer da atenção de outra pessoa, à noite. Se ela vive sozinha, então por que ela estaria com pressa para voltar para seu apartamento vazio? A cidade pode ser um lugar muito solitário para qualquer um de nós. — Então? — Eu digo: — Você acha que isso vai funcionar? — Oh, definitivamente, Wes. E eu tenho que dizer, a agência me disse que o pagamento oferecido está além de generoso. Uma babá não faz muito. Eu aceno longe sua preocupação com um movimento da minha mão. — Absurdo. Eu já posso dizer que você vale cada centavo. Você até já o colocou na cama. — Gosto de fazer isso. 139

Eu olho nos olhos dela e algo toma conta de mim. Não sei o que é. Nós dois estamos olhando nos olhos um do outro, e é como se eu perdesse o controle de mim mesmo e algo mais, assumisse. Esqueço que acabamos de nos conhecer. Esqueço que ela é minha jovem funcionária nova. Toco seu rosto com as costas da minha mão. Ela parece tão tomada pelo momento quanto eu, meus dedos acariciam sua bochecha e ela fecha os olhos, deixando escapar um suspiro de prazer. E então nós dois somos derrubados de volta para a realidade do momento. — Oh, — eu gaguejo. — Cherri, sinto muito. — Está tudo bem, — diz ela, as bochechas vermelhas. — Não mesmo. Eu não quero que você pense que eu contratei você para mim. Eu não sou assim. Juro. Parece que ela está prestes a dizer algo e, em seguida, fecha a boca. Em seguida, ela fala. — Eu gostei, — diz ela, muito calmamente. E é quando acontece. Eu me inclino para ela e levo seu rosto em minhas mãos. Guio-a para mim, e quando os nossos lábios se 140

tocam, é como se o mundo tivesse parado. Não há nada no universo além dela, seu belo rosto, seus olhos intoxicantes, seus deliciosos lábios. Minha língua desliza em sua boca e dança com a dela. Alcanço a parte de trás de sua cabeça e puxo-a para perto de mim, para que possa mantê-la lá. Em minhas calças, meu pau está latejando com o desejo. Eu quero pegá-la e levá-la para o meu quarto. Quero passar a noite toda fazendo amor com ela com tanta ferocidade que ela gritaria meu nome. Eu quero espalhá-la aberta e devorá-la. Quero fazê-la minha de todas as formas em que é possível um homem poder fazer uma mulher dele. Eu quero provar sua boceta. Eu quero deslizar dentro dela. Quero estar dentro dela, mais e mais, até que nós dois estejamos exaustos demais para nos movermos. Tudo isso passa pela minha mente e devemos estar nos beijando há minutos. O tempo está parado e eu perdi minha capacidade de medir a passagem do tempo. — Oh meu Deus, — ela geme quando eu paro. — Cherri.— gaguejo. — Eu não sei o que deu em mim. — Está tudo bem, — diz ela, sem fôlego.

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Eu olho em seus olhos e não consigo ler seu rosto. Será que ela gostou? Será que ela se arrependeu? Ela está com medo de mim? — Melhor eu ir, — diz ela. Eu concordo. — Sim, claro. Está ficando tarde. — Foi realmente um lindo dia, — diz ela. — Deixe-me chamar um carro para você. — Tudo bem. Eu posso andar. Pego meu telefone e ligo para o saguão. — É Wes. Pode trazer meu carro? Tenho um convidado descendo agora. — Claro que sim, Mr. Eastwood. Digo-lhe adeus e antes que eu perceba, ela está colocando seu casaco e deslizando para fora da porta. Assim que se fecha atrás dela,

sinto

a

perda

de

sua

presença.

Sinto

a

falta

dela

instantaneamente. Tudo que eu quero é que ela volte e bata na porta. Eu abriria para ela voltar e nós passaríamos a noite juntos. Mas ela não volta. Eu ainda estou de pé ao lado da porta como um idiota, um par de minutos mais tarde, quando meu telefone toca.

142

Eu suponho que é o lobby me chamando para avisar que ela entrou no carro com segurança mas é Lucy, minha assistente. — Sim? —

Eu digo, contente com a distração dos meus

pensamentos. — Wes, nós temos um problema com a verificação de antecedentes da nova babá. — O quê? — Parece que ela não é tão inocente quanto parece. — Você está brincando comigo. — Ela está listada em algum tipo de website de prostituição online. — O quê? Você tem certeza? — Nós verificamos triplamente, Wes. — Não posso acreditar nisso. — Ela provavelmente aplica golpes, senhor. Lamento ser a portadora de más notícias, mas ela é provavelmente apenas mais uma garimpeira tentando fisgar um bilionário. — Foda-se, — eu sussurro. — Não posso acreditar. Ela parecia tão... verdadeira. — Ela é uma profissional, senhor. Desculpe.

143

— Não se desculpe, Lucy. Você está fazendo seu trabalho, e após o problema que tive com o Serviço de Proteção a Menores, não posso me dar ao luxo de ser pouco cuidadoso. — Exatamente, senhor. E há outra coisa. O que mais poderia haver, eu me pergunto. — O que é? — Toda essa audição de Proteção à Criança a que foram submetidos. Parece que há uma irregularidade com isso também. — Uma irregularidade? Que tipo de irregularidade? — Não foi um erro, senhor. Foi sabotagem. — Sabotagem? — A funcionária da prefeitura que assinou a denúncia. Ela recebeu uma grande quantidade de dinheiro de uma das empresas de

fachada

de

Clint

Anderson.

Ela

também

solicitou

especificamente o momento da audiência, que teve de ser acelerada. — O período? — Você não se lembra? Aconteceu exatamente quando a licitação para Dairy Technics estava ocorrendo. Foi sabotagem, senhor. Nada mais.

144

— Esse filho da puta, — eu digo, mais alto do que eu pretendia. — Ele prejudicou a custódia do meu filho, porque só assim ele poderia ganhar essa guerra de lances? — Sim, senhor. — Obrigado, Lucy, — eu digo, desligando o telefone. Volto para o sofá e mal posso acreditar no que acabei de ouvir. Me sirvo de outra taça de vinho, em seguida, sem sequer tomar um segundo para tentar me parar, puxo meu pênis para fora da minha calça e começo a acariciá-lo. Abaixo o vinho e cuspo na minha mão. Deslizo a saliva sobre a cabeça ereta do meu pau, para lubrificação. Enquanto derramo em mim, me imagino gozando por todo o belo rosto de Cherri.

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CAPÍTULO DEZESSEIS Cherri Minha cabeça está girando enquanto me sento na parte de trás da limusine de Wes no caminho de volta para casa. Nós nos beijamos! Nós realmente nos beijamos! Era o paraíso. Foi o momento mais delicioso da minha vida. Eu me sinto como se estivesse em pé, colocando a cabeça para fora do teto solar, e gritando a plenos pulmões. Digo a mim mesma para não ficar muito animada. Homens ricos e bonitos como Wes Eastwood provavelmente tiram partido de mulheres consideravelmente novas o tempo todo. Ele provavelmente tem um exército de secretárias e, provavelmente, dorme com cada uma delas. Por que não deveria? Ele é rico. Ele é poderoso. E ele é tão incrível, tão entorpecedor e de fazer parar o coração. Eu sinto minha boceta molhar quando penso nele. Sua língua estava na minha boca. Suas mãos estavam no meu cabelo. A maneira como ele tomou o controle de mim, me puxou em direção a ele, suave, mas, ao mesmo tempo, poderoso. Na verdade, o dia inteiro foi assim. Tudo o que fizemos juntos, desde andar no 146

parque a comer em seu apartamento era uma estranha e inebriante mistura de poder e delicadeza. Eu estava em suas mãos e ele deve ter sabido. Ele deve ter sabido que eu faria qualquer coisa por ele, tudo o que quisesse. Se ele tivesse me pedido para ir para o quarto com ele, eu teria. Eu teria lhe dado o meu corpo e alma. Eu teria me desnudado para ele e deixá-lo ser o primeiro homem a ver o meu corpo completamente nu. Eu teria lhe dado minha virgindade. E foi aí que me lembrei. O leilão da virgindade. O site estúpido. Eu ainda nem sabia que era real, mas eu já tinha um terrível sentimento de culpa sobre isso. Como eu poderia sair, beijar um homem como Wes, enquanto eu estava listada em um site louco como aquele onde cada pervertido na cidade podia me ver! Eu tinha que chamar Kelsey e dizer-lhe para apagar o meu perfil. Ela tinha como configurá-lo. Só ela sabia como excluí-lo. E então meu telefone toca. Olho para a tela para ver se é Wes, meu coração pulando no peito com o pensamento. É um número desconhecido.

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Eu hesito por um segundo antes de atender. Normalmente, eu odeio responder a números desconhecidos. É sempre cobrador ou empresas de cartão de crédito ou telemarketing. Mas então eu penso no meu avô e a preocupação que poderia ser uma chamada dos médicos. A limusine está fora do meu prédio e agradeço ao motorista quando atendo o telefone. Saio do carro e digo olá, meu coração batendo quando eu penso sobre todas as coisas que poderiam estar erradas com meu avô. — É Cherri Beverly Madison? — Sim? — Curiosa para saber quem poderia ser. — Este é Leilões Prestige de Virgindade. Parabéns, você foi selecionada. — O quê? — Eu gaguejo, incapaz de acreditar no que estou ouvindo. — Sim, nós passamos por todas as inscrições e a sua foi escolhida para o próximo leilão. Suas fotos são extremamente impressionantes. — As fotos? Que fotos? — No seu perfil. Você pode vê-las por si mesma no site. E você vai ver que o seu preço inicial foi fixado em cinco mil dólares. Extremamente alto. Muito bem. 148

— O quê? Pare-o. Você tem que cancelar. — Acredito que não seja possível. O leilão já começou. — Mas eu não quero isso. Eu consegui um emprego. — Você não pode voltar atrás agora, querida. Não é assim que funciona. Você entrou em um contrato quando você enviou o formulário. É um negócio feito. — Como pode ser um negócio feito quando você apenas me colocou? Cancele neste segundo. Estou começando a entrar em pânico. Ainda ontem eu teria aceitado, mesmo isso me deixando assustada, mas depois da noite que eu tinha acabado de passar com Wes, a última coisa no mundo que eu quero é ser listada em um site de sexo. — Você entrou em um contrato, — o homem diz novamente. — Isso é um monte de besteira, — eu cuspi. — Você não pode impor isso. É prostituição. Se você tentar me obrigar a passar por isso, eu vou à polícia. Isso chamou sua atenção. — Srta. Madison, por favor, acalme-se. Não há necessidade de se deixar levar. Tenho certeza de que podemos resolver tudo isso, se você realmente mudou de ideia.

149

Estou

prestes

a

dizer-lhe

para

apagar

o

meu

perfil

imediatamente quando recebo outra chamada. Exasperada, olho para a tela e, desta vez, eu quase deixo cair o telefone. É o hospital do meu avô em Iowa. — Você pode esperar por um segundo, — eu digo para o cara do leilão de virgindade. — Eu tenho outra chamada. Isto é uma emergência. — Eu posso chamá-la de volta, se você preferir. — Você fica na linha, senhor. Nós ainda não terminamos. Pressiono o botão para aceitar a outra chamada e já sei que o medo em meu estômago é justificado. É isso. Esta é a chamada que eu temia. — Cherri Madison, sou o Doutor Hildegard. — Sim? — Eu digo, já com lágrimas começando a se formar em meus olhos. — Ele está bem? Meu avô está bem? — Ele está bem. Está estável. — Estável? — Ele teve um incidente. Ele teve que ser trazido de ambulância. — Posso falar com ele, — Suspiro, minha voz falhando. — Creio que ele não esteja consciente. 150

— Ele vai ficar bem? — Ele tem uma boa chance, mas só se puder operar imediatamente. — Então faça. Sim. Você tem o nosso consentimento. Eu sou seu parente mais próximo, certo? Por favor, opere-o. — Não é assim tão simples, Srta. Madison. — O que você quer dizer? Eu tenho o poder de consentir, certo? Fizemos tudo isso antes de eu sair. — Essa papelada está tudo em ordem. Sim. É apenas os detalhes de faturamento que eu vou precisar. — Certo. Claro. Aqui. Deixe-me dar-lhe o meu cartão de crédito. — Eh, nós fizemos uma verificação de crédito já. — Eu não me importo. Aqui está o meu número de cartão de crédito. — Eu já estou chorando. Eu sei que isso é impossível. Eu sei que eles não têm pagamentos médicos por telefone como quando você está requisitando uma porra de uma pizza, mas de alguma forma eu não consigo parar. As lágrimas estão escorrendo pelo meu rosto. — É cinco, zero, zero, cinco.

151

— Srta. Madison, por favor, pare. Precisamos operar dentro das próximas setenta e duas horas, e, a fim de ir em frente com ela, precisamos que os fundos certificados sejam pagos através do nosso departamento de cobrança. Esta é toda a papelada que você recebeu semanas atrás. — Mas, mas, é vinte mil dólares, — Eu gaguejo. — Sinto muito, — diz o médico, embaraçado que ele chegou a isso. — O que eu posso fazer? — Eu digo em voz baixa. — Sinto muito, Srta. Madison. Eu só estou ligando para dizer se há alguma coisa que você possa fazer nos próximos três dias, por favor, faça-o. Peça favores. Obtenha ajuda de familiares. Porque a menos que o departamento de cobrança me dê tudo certo, eu não posso operar. Eu estou paralisada. Não estou até mesmo respirando. Eu só estou parada como uma estátua. — Entendo, — eu digo. — Eu vou resolver isso. Transfiro a chamada de volta para o cara do leilão de virgindade, rezando para que ele ainda esteja na linha. — Você ainda está aí? — Digo. — Srta. Madison. Eu estava prestes a desligar. 152

— Não desligue. Eu vou passar por isso. O que eu tenho que fazer? — Você vai ter que se submeter a um exame de virgindade. Um dos potenciais licitantes solicitou-o. — Ele pode fazer isso? — Sim, ele pode. E precisamos de você para poder mostrar-lhe o mais rápido possível. — Onde? — Você já ouviu falar do Avalon? É na Quinta Avenida. — Eu ouvi falar disso, — eu digo, me perguntando por um breve e mágico segundo, se o licitante poderia ser Wes. Rezei para que fosse.

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CAPÍTULO DEZESSETE Wes Me sento na mesa do meu escritório e deixo escapar um longo suspiro. Quase não dormi na noite passada. Eu não vou mentir. Ouvir que Cherri foi listada em algum leilão de virgindade tinha realmente me ferido. Eu só tinha conhecido ela por um tempo curto, mas no meu coração, eu estava começando a ficar envolvido. Eu queria que as coisas fossem a algum lugar com ela. Eu queria foder seus miolos, para ser honesto. Foi como um tapa na cara. Como pude ser tão estúpido? Eu confiava nela, e agora descobri que ela é como todas as outras mulheres que estão fora para tirar um dinheirinho de um bilionário. Mas eu não posso lidar com tudo isso agora. O que ela decide fazer com sua vida é o seu próprio negócio. Há uma abundância de homens ricos que ficariam muito felizes em se misturar com uma garota assim. Quer dizer, ela realmente é quente como o inferno. 154

Eu só posso imaginar a sensação da sua boceta enrolada em torno de meu eixo. Mas eu não tenho esse luxo. Após a audiência, mesmo que isso tenha sido falso, eu tenho que ter muito cuidado, quando a babá de Brady está em causa. Eu prometi ao tribunal que a teria minuciosamente examinada. Se eles descobrirem que eu tinha contratado uma garota que foi listada em um leilão de virgindade, eles podem decidir que eu era um pai impróprio depois de tudo. Eu definitivamente não posso me arriscar a deixar isso acontecer. Ela vai ter que ir. Isso vai quebrar o coração de Brady, mas não pode ser evitado. A porra da verdadeira questão é Clint. Mais uma vez, ele está regiamente me fodendo. Eu não posso acreditar que ele realmente permitiu Brady ser arrastado para isso. Somos implacáveis quando se trata de negócios, mas temos regras. Uma dessas regras é que você nunca, nunca mexe com a família de outro homem. Claro, Clint não tem família. Então, o que ele se importa? Envolver os Serviços de Proteção à Criança, foi muito mais baixo do que jamais pensei que ele fosse capaz. E ele vai pagar. Vou foder com ele duas vezes mais duro quanto ele me fodeu. 155

E o primeiro passo será conseguir de volta Dairy Technics. Eu não sei como, mas irei descobrir, de uma forma ou de outra. — Lucy, — eu chamo. Ela entra no escritório com um olhar de apreensão em seu rosto. Ela sabe que eu estou chateado, e está preocupada que eu vou descontar em quem esteja mais próximo. — Sim, senhor. — Pegue tudo o que puder sobre a operação Dairy Technics de Clint. Eu quero saber quem é o contador. Quem é o advogado. Quem está financiando o negócio. Quais os instrumentos que eles estão usando. Se ele está tendo as janelas dos edifícios limpos, eu quero saber quem está fazendo isso. Eu quero saber o nome do homem que rega a porra do gramado. Não deixe nenhum detalhe descoberto. — Imediatamente, senhor. — Coloque toda a gente nisso. O acordo ainda não morreu. Não se eu tiver algo a dizer sobre isso. Ela me deixa e logo que ela se foi, eu me sinto dolorosamente sozinho no escritório. Eu ainda tenho que resolver a confusão que Cherri causou. Eu não quero nem pensar no quão desapontado Brady vai ficar. E eu também não quero pensar no quão decepcionado estou. 156

Abro meu e-mail e encontro os detalhes que eu recebi sobre ela. Leilões Prestige de Virgindade. Abro o site. Eu tenho que pagar $1.000 dólares apenas para aceder às ofertas. Pego meu cartão de crédito e preencho o número. E lá está ela. Cherri. O leilão é hoje à noite! Jesus, ela tem sido uma menina ocupada. Eu abro as imagens que eles têm dela. Todas elas são decentes. Sem boceta e bunda. Apenas seu bonito, rosto sorridente. Meu pau pulsa e começa a endurecer quando olho para a foto dela. Foda-se, penso eu, olhando para o rosto, os olhos celestes, esses deliciosos lábios. Eu fico duro só de olhar para ela. Levanto-me da minha cadeira e caminho até à porta do meu escritório. Tranco-a. Então volto para o meu lugar e abro minha calça, tirando meu pênis ereto. Não costumo fazer isso no trabalho, mas hoje eu não consigo parar. Pego minha ereção no meu punho e começo a bombear, 157

minha mão se movendo para cima e para baixo no eixo, imaginando os lábios perfeitos de Cherri deslizando para cima e para baixo em mim. Imagino-a tomando minha cabeça em sua boca e passando a língua em torno dela em um círculo perfeito. Imagino-a sentada no meu colo e envolvendo suas pernas em volta do meu torso enquanto meu pau desliza profundamente em seu corpo, explodindo dentro dela. Meu pau está bombeando sêmen na minha mão. Pego um lenço de papel e limpo. Então arrumo minha calça e me certifico de que estou todo arrumado. Destranco a porta e volto para o meu computador. Além do site de leilões, há outras informações no e-mail que Lucy me enviou. Rolo para baixo e continuo lendo. Contas médicas. Seu avô. Ele foi internado na noite passada. Parece haver mais nesta situação do que eu tinha percebido. Eu olho para o tempo de internação hospitalar no registro de seu avô. Então eu volto para o site de leilões e vejo o tempo da sua oferta ao vivo. É exatamente ao mesmo tempo.

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Isso não pode ser uma coincidência. Então ela não é bem a golpista que eu pensava. Eu sinto uma pontada de culpa quando penso na rapidez com que a tinha julgado. Eu tinha certeza de que ela era apenas outra garota gananciosa tentando prender um bilionário. Este arquivo médico pinta um quadro muito diferente. Ela tem usado a maior parte dos seus ganhos para suas contas médicas desde há meses. Agora, há um pagamento pendente de vinte mil, e faltam apenas algumas horas antes que a vaga na cirurgia seja atribuída a um paciente diferente. Não admira seu leilão estar acontecendo ao vivo tão cedo. Ela está lutando para salvar a vida de seu avô. Esta não é uma menina gananciosa tentando dar-se uma vida de luxo. Esta é a vida e a morte. Ela está lutando pela família. Isso é algo que eu posso respeitar. Adio chamar a agência de babás para demiti-la. Em vez disso, eu volto para o site de Leilões Prestige de Virgindade e encontro o endereço do evento de hoje à noite. Enquanto escrevo o endereço na parte de trás de um dos meus cartões de visita, Lucy entra sem bater. — Senhor, você não vai acreditar nisso. 159

Penso

que,

graças

a

Deus

eu

não

estava

mais

me

masturbando, mas eu só a olho em silêncio. — A financeira, — diz ela. — O que há sobre isso? — Clint está usando o City Bank para financiar todos os ativos Dairy Technics. — O quê? Nós ainda temos uma participação controladora na cidade? — Sim, nós fazemos, — diz ela, um sorriso largo se espalhando por todo seu rosto. — E ele simplesmente acabou de submeter a papelada. — Qual é a estrutura? — Podemos tomar posse de tudo, — diz ela. — Ele vai possuir o nome, mas podemos levar todo o equipamento. Todas as instalações. Todos os funcionários. — Basicamente, tudo o que importa. — Sim, senhor. Tudo. Levanto e jogo meus braços em torno dela. — Faça-o, — eu digo, meus olhos se encheram de lágrimas. — Coloque tudo em uma holding. Suspenda todas as dispensas e vendas de ativos. 160



Imediatamente,

senhor.

Você

se

importa

de

como

chamaremos a empresa? Eu olho para ela. Nós normalmente só usamos corporações numeradas para este tipo de coisa, mas Dairy Technics precisa de um nome. Se na verdade salvando a empresa, as pessoas terão de chamá-la de alguma coisa. — Chamaremos de Madison Dairy. — Madison? — Após este paciente, — eu digo, apontando para os registros médicos para o avô de Cherri. — E garanta que sua operação seja paga imediatamente. Ligue para o hospital pessoalmente. Eu não quero que o tratamento seja adiado mais um segundo.

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CAPÍTULO DEZOITO Cherri Respiro fundo. Eu estou tão sobrecarregada que mal posso respirar. Estou em um chique quarto de vestir, tudo de cetim e veludo, e recebi uma lingerie cara de renda preta para colocar. Olho para mim mesma no espelho, toda arrumada como um brinquedo, e dificilmente me reconheço. Eu sei instintivamente que, aconteça o que acontecer esta noite, minha vida irá alterar-se para sempre. Nada nunca mais será o mesmo depois disso. Estou prestes a vender o meu corpo para o maior lance, e se o meu avô descobrir, isto irá quebrar seu coração. Eu sei que ele preferiria perder sua cirurgia e morrer, do que me ver passar por algo assim. Mas também sei que se ele nunca descobrir sobre isso, ele vai ser capaz de viver muitos anos felizes. Ele está preocupado sobre a fazenda, ele pode até mesmo perdê-la, mas, pelo menos, ele estará vivo. O porteiro bate na porta. — Sim, 162

— Eles estão prontos para você, Srta. Madison. Eu olho para mim novamente no espelho. Minha maquiagem está perfeita. Meu cabelo está pendurado de forma apelativa ao redor dos meus ombros. A lingerie apresenta todos os meus atributos na melhor forma possível. Isso é o melhor que eu alguma vez irei parecer, eu digo a mim mesma. Eu só rezo que meu corpo, a minha virgindade, valha mais do que vinte mil dólares para alguém. Esse é o custo da cirurgia e essa é a única razão pela qual estou fazendo isso. Minha mente salta de volta para Clint, o homem que me examinou para verificar se eu era virgem. Eu poderia suportá-lo se fosse ele o maior lance? Não tenho certeza. Houve um tempo em que eu teria dito que sim, mas depois de conhecer Wes, depois de passar um tempo com ele e Brady, eu sinto que não sou tão solitária como eu era antes. Eu estava comprometida com Wes. É difícil dizer o quê, exatamente, porque eu sei que se ele descobrir sobre isso, ele provavelmente irá me demitir, mas há algo entre nós. Por outro lado, eu poderia ter muito pior do que Clint. Pelo menos ele é quente. Ele está na casa dos trinta anos, mas ainda é jovem. Pelo menos ele não é só um velho rico. 163

— Me acompanhe, por favor, — o porteiro diz. Ele está vestindo um smoking preto com camisa branca e eu o sigo pelo longo corredor, estou novamente surpreendida pela opulência e riqueza que me rodeia. Os lustres de cristal, os ricos tapetes vermelhos, as cortinas de veludo, todos servem para dar, à noite e a esta situação, uma sensação surreal. O porteiro me conduz através de algumas cortinas pretas grossas e imediatamente tenho que apertar os olhos. Refletores luminosos estão brilhando em mim vindos de todas as direções e eu levanto minhas mãos para proteger os olhos. Estou em algum tipo de palco, suspenso, e enquanto meus olhos se acostumam com a luz, eu posso ver que há homens sentados em cadeiras em volta do palco, olhando para mim. É isso, eu penso comigo mesma. Esse é o momento. O porteiro deixa o palco através da cortina que acabou de entrar. De algum lugar acima de mim, uma voz soa através de um alto-falante. — Senhores, eu apresento a vocês um dos mais belos espécimes que tivemos em oferta em um tempo muito longo. Já houve uma grande comoção sobre esta oferta.

164

Há um murmúrio de apreciação dos homens nos bancos, que eu ainda não posso ver em detalhes por causa do brilho dos holofotes. — Srta. Madison, — diz a voz. — Seria muito amável se você movesse suas mãos para longe do seu rosto. Abaixo

minhas

mãos

aos

meus

lados

e

sinto-me

instantaneamente mais exposta. Eu posso ver os homens lá, como observadores de filme em uma sala escura. Está sendo dada a oportunidade de olhar para a mercadoria antes de decidir qual será o valor do lance. — Por favor, dê um passo à frente no palco, — diz a voz. Olho para cima para ver que há um homem em uma cabine acima, como uma espécie de DJ em uma casa noturna. Eu posso ver o seu rosto fracamente enquanto ele tem uma luz acesa. Há um microfone na frente de seu rosto. — Neste momento, —

a voz diz, hesitando um pouco —

pedimos que você remova a lingerie. Suspiro. Eu não esperava isso e sei que é por isso que a voz hesitou. Tenho a sensação de que há cerca de vinte ou trinta homens na plateia, e me sinto muito desconfortável sobre remover a lingerie. 165

Mesmo vindo até aqui apenas com ela já estava me colocando no limite. Então penso no meu avô e no fato de que eu preciso de um total de vinte mil dólares para este negócio, ou tudo terá sido em vão. Vinte mil é muito para pedir por uma única noite com uma garota, mesmo que os homens sejam super-ricos e mesmo que eu seja virgem. Eu tenho que fazer a minha parte para vender isto. Lentamente, chego nas minhas costas e solto meu sutiã. Ele cai no chão e há um murmúrio da multidão. Eu caminho pelo palco como um animal em um zoológico sendo vigiado por turistas. Eles parecem estar à espera de mais, então eu puxo para baixo minha calcinha e a dispo, fazendo-o tão graciosamente quanto eu posso gerir. Agora eu só estou vestindo a liga e meias, mas sinto que será mais sedutor se eu deixar ficar, então não removo. Caminho ao longo da borda do palco e enquanto meus olhos se ajustam à luz, tento reconhecer os homens na multidão. E é quando eu o vejo. O homem do exame de virgindade. Ele está me observando atentamente, olhando de soslaio para mim, e de repente, não me lembro como eu sequer poderia tê-lo achado atraente. No esplendor de seu apartamento, eu tinha sido levada por sua aparência e riqueza, mas agora que eu o vejo sentado aqui

166

com um bando de pervertidos, percebo que não há nenhuma parte de mim que quer que ele ganhe este leilão. Clint era o seu nome. Eu nunca esquecerei isso. Em seguida, a voz diz: — Senhores, vou abrir o leilão em mil dólares. Um homem, por sua voz eu posso dizer que ele é mais velho, fala. — Mil, — diz ele. Eu tenho um sentimento de afundamento em meu estômago. Eu não quero que Clint me ganhe, mas eu sei que em toda a probabilidade, os outros homens nesta sala vão ser ainda piores e mais revoltantes do que ele. Quero dizer, que tipo de homem participaria de um evento como este? — Dois mil, — outra voz diz, e eu noto que é Clint. Eu não sei se fico aliviada ou aterrorizada. — Três mil, — diz um terceiro homem. — Quatro mil, — Clint entra na conversa novamente. — Cinco mil, — diz outro homem. O leilão está decolando agora, indo para cima em incrementos de mil dólares enquanto eu pavoneio ao redor do palco, tomando

167

cuidado para não torcer meu tornozelo nos saltos excepcionalmente altos que eles me deram. Os números passam para dez mil, e depois quinze mil, e quando Clint levanta a mão e diz: — Vinte mil, — deixo escapar um enorme suspiro de alívio. Eu sei o que significa a oferta. Isso significa que meu avô não vai morrer. Funcionou. Eu fiz isso. Eu sinto quase como se pudesse saltar no ar de celebração. O que é ridículo porque esta coisa está apenas começando. Estou no início da minha viagem, não na linha de chegada. Eu estava nisto para obter vinte mil, mas agora que eu tenho isso, eu percebo que a parte mais difícil não vai ser o dinheiro, ele vai ser entregar o prêmio. Eu ainda não tenho ideia de quem vai ganhar este leilão, e não importa quem seja, eu vou ter que ir para casa com ele e dar-lhe tudo o que ele quer. O leilão passa a vinte e cinco mil dólares. Em seguida, passa para cinquenta mil. Eu ainda estou andando ao redor do palco, tentando parecer atraente, e os números estão ficando um pouco surreais.

168

Quando Clint diz que está oferecendo setenta e cinco mil, para eliminar mais uma oferta de um cara velho particularmente bruto na fileira de trás, até mesmo o locutor começa a mostrar sua surpresa. — Setenta e cinco mil dólares, — diz ele, com a voz mostrando uma excitação que, como leiloeiro, provavelmente seria melhor que escondesse. Há um ligeiro murmúrio na plateia, e eu posso dizer que eles não estavam esperando que o preço chegasse tão alto. Com esse dinheiro eu vou ser capaz de pagar o tratamento do avô, e saldar as dívidas que ele deve na fazenda. — Setenta e cinco mil dólares, — repete o locutor. — Dou-lhe uma. Ele espera por um lance maior, mas ninguém diz uma palavra. Parece que já atingiu o limite. — Setenta e cinco mil dólares, dou-lhe duas. Clint levanta-se fora de seu assento, se preparando para vir e reivindicar seu prêmio, sem dúvida. Eu tomo uma respiração profunda quando percebo que ele é com quem eu vou perder minha virgindade depois de tudo.

169

Não é a maneira que eu sempre imaginei que estaria tendo a minha primeira vez, mas às vezes você tem que tomar a vida como ela é dada. — Um milhão de dólares, —

uma voz calma e clara diz de

algum lugar no fundo da sala. Há um suspiro coletivo e todo mundo se vira para ver de onde a oferta escandalosa veio. Um homem está entrando no auditório e caminhando em direção ao palco. Há um som de arrepiar de papéis na caixa do locutor, sem dúvida, eles estão verificando se a oferta é real. — Por favor, identifique-se, — o locutor diz ao licitante. Entrando

com

passos

leves

ninguém

menos

que

Wes

Eastwood. Meu estômago dá uma reviravolta. Eu não posso acreditar. — Um milhão de dólares, dou-lhe uma, — o locutor diz, e toda a sala se vira para Clint para ver se ele vai defender a sua oferta. Ele não diz nada. — Dou-lhe duas. A pausa parece durar para sempre. — Vendido.

170

CAPÍTULO DEZENOVE Wes Eu não tinha exatamente certeza dos meus sentimentos, mas uma coisa eu tinha certeza, Cherri era muito importante para mim para simplesmente deixá-la ir. No pouco tempo em que a tinha conhecido, meu coração tornou-se ligado a ela de uma forma que nunca tinha acontecido comigo antes. O jeito que ela era com Brady, e a forma como ela nos fez sentir, era real. Era poderoso. Eu devia isso a nós dois para tentar descobrir o que levou à situação em que estávamos. E foi com essa intenção que eu entrei no leilão. Eu não tinha ideia do que aconteceu comigo quando dei esse lance! Acho que uma parte de mim queria saber com certeza. Se ela estivesse nisso pelo dinheiro, aí estava. Um milhão de dólares. Se ela estava nisso por amor, então eu saberia quando ela ficasse por perto. Quando descobri sobre a situação em que seu avô estava, eu decidi dar-lhe outra chance. — Wes, — ela suspira quando me vê. Eu estou debaixo do palco e olho para ela. Ela está de topless, os seios perfeitos, vestindo a lingerie mais sexy que eu já vi, mas só olho diretamente em seus olhos. 171

— Vamos sair daqui, — eu digo. Poucos minutos depois, ela está saindo de seu camarim. Ela ainda está nos saltos altos e na roupa interior que a empresa de leilões lhe deu, mas também está usando um vestido de seda que lhe dá um pouco de cobertura. — Meu carro está lá fora, — eu lhe digo. — Só preciso resolver a papelada do leilão primeiro, — diz ela timidamente. — Não se preocupe com isso agora, — eu digo. — Eles não serão capazes de pagar esse tipo de dinheiro até que os bancos abram na segunda-feira. — Segunda-feira, — diz ela, em pânico. — Mas isso é tarde demais. — Tarde demais para quê? Ela não respondeu, mas corre pelo corredor para o escritório do administrador e pede para falar com ele. Sigo, confuso quanto ao que está acontecendo. Quando eu chego ao escritório, ela está quase chorando. — Eu não preciso de muito dinheiro, — ela está dizendo para o administrador do leilão. — Tudo que eu preciso é de vinte mil. Isso é tudo que eu sempre quis. 172

— De qualquer maneira, você vai ter que esperar até que os bancos estejam abertos. Eu não tenho essa quantidade de dinheiro aqui. — Não, — ela diz, gritando agora. — Eu não posso esperar. Eu preciso disso agora. Vinte mil ou não vou com ele. — O que está acontecendo? — Eu digo, entrando na sala. — A menina está ameaçando desistir, senhor, — diz o administrador. Ele é um homem baixo, feio, em um terno escuro. — Cherri, — eu digo, suavemente. — Qual é o problema? — Sinto muito, Wes. Sinto muito por criar uma cena. Eu sei que você ofereceu um milhão de dólares por mim, mas eu não preciso desse dinheiro. Juro, tudo que eu preciso é de vinte mil. Mas eu preciso dele agora. É nesse momento que eu percebo a verdade sobre ela. É exatamente o que eu estava esperando o tempo todo. — Você não quer o milhão de dólares? — Não. Eu só preciso de alguém para chamar no hospital do meu avô em Iowa e dizer-lhes para ir em frente com a cirurgia. Ela não está sendo realizada por causa de uma questão de cobrança.

173

— Então, se eu lhe disser que a cirurgia do seu avô já aconteceu? — Digo. — O quê? — Ele já está na sala de cirurgia. A cirurgia foi iniciada. — Mas como? — Não importa como. — Se isso fosse verdade, você poderia manter o seu milhão de dólares. Eu tiro o meu telefone do bolso e disco o número de Lucy. — Posso ter uma atualização sobre o estado do Sr. Madison? — Eu pergunto. Coloco o telefone no viva voz. — A cirurgia do Sr. Madison foi um sucesso completo, — diz Lucy. — Ele está na recuperação enquanto falamos. Cherri olha para mim, olha profundamente nos meus olhos, e eu sei que a gratidão é real. Ela nunca se importou nem um pouco sobre o dinheiro. Ela estava fazendo tudo isso para proteger sua família. Eu estendo a mão para ela. — Como você conseguiu isso? — ela pergunta, pegando a minha mão. 174

Levo-a para a minha limusine e quando entramos no banco de trás, eu respondo a sua pergunta. — Quando eu descobri sobre sua situação, paguei a conta. — Mas porquê? Dou de ombros e sorrio. — Por você, eu acho. — Eu não sei como vou ser capaz de lhe agradecer o suficiente, — diz ela. — Não se preocupe com isso. A felicidade que você trouxe a mim e Brady no outro dia é todo o agradecimento que eu preciso. Ela olha pela janela para a cidade passando e não posso acreditar que está acontecendo. — Eu acho que tudo o que resta é resolver a fazenda, — diz ela, baixinho, para si mesma. — Ele não terá que se preocupar com nada. Vão haver algumas

mudanças

importantes

na

indústria

de

laticínios.

Mudanças que tornam a vida um bocado mais fácil para os pequenos agricultores como seu avô. Ela olha para mim novamente como se realmente não pudesse acreditar no que ouvia. — Como é isto possível? — Diz ela.

175

— Às vezes, a pessoa certa pode entrar em sua vida no momento certo, e tudo o que estava escuro pode ser cheio de luz, — eu digo. Eu sei que ela pensa que eu estou falando sobre sua vida, mas eu estou falando sobre a minha própria. Ela é a única que fez tudo brilhante quando entrou na minha e na vida de Brady. — Onde você está me levando? — diz ela, lembrando de repente as circunstâncias excepcionais do nosso encontro. — Para seu apartamento, —

eu digo. — Você deve estar

exausta depois de tudo isso. Ela balança a cabeça, e então diz: — Você não quer... o que você comprou? Eu olho para ela e não posso controlar a atração que sinto por ela. É como se o meu corpo fosse explodir com desejo naquele segundo. — Motorista, — eu digo. — Dê a volta. Nos leve para Avalon. —

176

CAPÍTULO VINTE Cherri No segundo em que nós entramos no átrio, eu sei que isto vai ser a noite mais incrível da minha vida. — Aquele elevador não, — Wes diz, dirigindo-me a um elevador privado e mais decorado na parte de trás do lobby. Entramos e meu coração está batendo como um cavalo a galope. Eu sei que será perfeito. Eu sei que será maravilhoso. Mas também estou com medo do que está prestes a acontecer. Afinal, é minha primeira vez. Ele estende a mão e coloca o braço em volta da minha cintura, me puxando contra ele. Eu posso sentir o cheiro do almíscar doce de sua loção pós-barba. Coloco minhas mãos em seu peito e sinto o material fino de seu caro terno, sob medida. — Você é um anjo, — ele sussurra, e inclina-se para baixo de modo que seus lábios toquem os meus. O beijo é tão intenso e apaixonado quanto o primeiro que nós compartilhamos. Seus lábios são macios e suaves e quando sua língua entra na minha boca, eu sinto minha boceta molhar com desejo.

177

Ele chega até minha bunda e leva uma nádega em sua mão grande e forte. Ele me dá um aperto e eu gemo, pressionando meus seios em seu peito. Ele levanta-me em seus braços, as mãos na minha bunda, e pressiona as costas contra a parede. — Eu queria você desde o momento em que a vi, — ele rosna. — Eu também, — eu sussurro. — Você está pronta para isso? Eu fecho meus olhos e penso sobre o formigamento de desejo na minha boceta, o desejo que seu pênis esteja dentro de mim, e eu aceno. — Mais do que eu já estive pronta para qualquer coisa na minha vida, — eu digo. — Porque eu não estou tomando isto de ânimo leve, — diz ele. — Se fizermos isso, se eu tomar a sua virgindade, eu vou querer mantê-la. — Manter-me? — Eu quero que você seja minha. Eu quero que você more comigo. Eu quero que você, eu e Brady formemos uma família. Você está pronta para tudo isso?

178

Eu nem sequer tenho que pensar sobre isso. Eu mordo meu lábio e aceno. Com isso, ele me puxa contra ele, atingindo debaixo de mim e pegando minhas pernas em seus braços. O elevador pára e ele me leva até à porta de seu apartamento. — Seja bem-vinda, — diz ele, e meu coração pula de felicidade. — Sério? — Eu sussurro. Ele balança a cabeça e abre a porta, carregando-me através da vasta sala de estar em direção ao seu quarto. É a primeira vez que entro em seu quarto e se eu achava que o resto do apartamento era luxuoso, este é em um nível totalmente diferente. É como se todo quarto fosse feito de ouro, cristal, mármore e seda. É um azul masculino, mas fora isso, é como se uma equipe dos melhores decoradores de interiores tivesse passado um ano inteiro o criando. — Oh, meu Deus, — eu suspiro quando ele me joga na cama. — Não se surpreenda com tudo isso, — ele diz, abrindo as calças de seu terno e puxando o seu enorme, ereto e latejante pau. Eu olho para ele e meus olhos quase saltam da minha cabeça. — Caramba! — Eu gemo. — Você acha que pode lidar com isso?

179

Eu tomo isso como um desafio e me levanto. Jogo fora o vestido de seda que foi me dado mais cedo e rastejo de quatro em cima da cama. Quando chego em Wes, pego seu bonito, perfeito e delicioso pau com as duas mãos. Eu me sinto como um cantor segurando o microfone antes de uma grande performance. Olho para ele timidamente e depois tomo sua cabeça em minha boca. À medida que passa meus lábios, eu ouço seu suspiro de prazer. Eu gosto disso. Quero dar-lhe mais prazer do que ele já teve em sua vida. Quero mais do que tudo agradá-lo, para fazer sua cabeça girar e fazê-lo gritar meu nome. Corro minha língua ao longo do comprimento, de baixo de seu eixo e ele pulsa e endurece enquanto o prazer flui através de seu corpo. Eu nunca toquei um pau antes e finalmente percebi o porquê de todo o alarido sobre isso. Eu sempre pensei que o pau de um homem seria algo bruto, um pouco fora da colocação, ou perturbador. Agora eu vejo que é a coisa mais emocionante e mais quente que eu já toquei na minha vida. Eu o tenho na minha boca, o que eu mal posso acreditar, mas eu já quero que esteja dentro da minha boceta. Quero montá-lo como uma menina do rodeio em um touro. Eu quero que ele exploda de prazer dentro de mim. Eu chupo até ouvir a mudança na sua respiração. Seu pau está tão grande e mais duro do que ele já esteve e está pulsando. Há uma pequena gota com um sabor e eu percebo que devo estar 180

provando seu pré-gozo. Eu adoro, mas eu quero que ele goze dentro de mim. Libero seu pênis e me inclino para trás na cama, olhando para ele através das minhas pernas. — Eu sou toda sua, — eu digo, em voz baixa. Ele não espera nem mais um segundo. Retira suas roupas e as joga voando pela sala. Em seguida, sobe na cama e arrasta-se sobre mim. Suspiro enquanto suas mãos tomam posse dos meus seios e quando sua cabeça se inclina em direção à minha boceta me sinto como se estivesse gritando de constrangimento. Não digo nada. Sua língua toca o meu clitóris e eu não posso acreditar quão, porra, é bom. Eu coloco minhas pernas ao redor de sua cabeça, sem saber se eu estou tentando mantê-lo lá, ou me esconder de seus olhos, que estão olhando para mim. Ele suga meu clitóris e desliza sua língua na minha boceta. Ele vai tão longe que sinto que vou explodir. — Eu estou gozando, — gemo, quando os orgasmos chegam, de novo e de novo, como ondas quebrando em uma praia. Ele se liberta das minhas pernas e volta em cima de mim. Ele me beija de novo e eu sinto o gosto almiscarado da minha boceta em seus lábios. Não posso acreditar que isso está acontecendo. É quase surreal. É muito bom para ser verdade. 181

— Isso pode doer, mas eu vou tentar ser gentil, — diz ele, enquanto seu pênis toca os lábios de minha boceta. É como se os lábios da minha boceta estivessem beijando a cabeça de seu pau. Ele olha nos meus olhos e eu aceno, dizendo-lhe que estou pronta. Ele desliza para dentro de mim, muito lentamente, e a pequena quantidade de dor é completamente ofuscada pela avalanche de prazer que eu sinto. — Caramba, — Eu suspiro. Ele está todo dentro de mim, até ao máximo de seu pênis enorme, e está deslizando para dentro e para fora, mais e mais, primeiro suavemente, mas gradualmente com mais força até que nós dois estamos chegando no orgasmo compartilhado mais incrível que eu jamais poderia imaginar. Eu posso sentir seu esperma, saindo de seu pênis em jatos potentes e enchendo-me direto na minha essência. — Eu sou seu, agora, —

ele sussurra, quando nossos

orgasmos diminuem e ele cai em cima de mim, seu peso prendendome para baixo. Eu amo estar lá. Eu queria que este momento durasse para sempre. 182

— Eu sou seu e você é minha, — diz ele. — Para todo o sempre.

FIM

183
69th Street Bad Boys 2 - The Bidding War (PAPA LIVROS)

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